Ministério Público Federal vai promover audiência pública, em 5 de abril, para debater Rede Interestadual de Atenção à Saúde do Vale do Médio São Francisco

Ministério Público Federal (MPF) em Petrolina/Juazeiro vai promover audiência pública, em 5 de abril, para debater e refletir sobre a efetividade da Rede Interestadual de Atenção à Saúde do Vale do Médio São Francisco (Rede PEBA) como instrumento de promoção da saúde nos 55 municípios que integram a região. O evento será conduzido pela  procuradora da República Ticiana Nogueira.

Criada em 2009, a Rede PEBA reúne municípios pernambucanos e baianos, integrando serviços da área de saúde e buscando otimizar os atendimentos de alta complexidade da região do Vale do Médio São Francisco. 

Estarão presentes representantes do Ministério da Saúde, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, dos ministérios públicos de Pernambuco e da Bahia, da Central Interestadual de Regulação de Leitos e das secretarias estaduais de Saúde de Pernambuco e da Bahia. Também foram convidados representantes dos municípios da Rede e dos principais hospitais da região.

A sessão será aberta ao público e à imprensa, respeitada a capacidade do auditório da Subseção Judiciária de Petrolina, onde o evento será realizado. Para participação com manifestação oral, será necessária inscrição durante a audiência, desde que a fala tenha relação direta com a discussão, conforme especifica o edital. 

Serviço: Audiência pública – Rede Interestadual de Atenção à Saúde do Vale do Médio São Francisco 5 de abril de 2019, das 9h às 13h, na Subseção Judiciária de Petrolina (Praça Santos Dumont, 101, Centro, Petrolina/PE).

Fonte: MPF
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A escassez hídrica que atinge o Rio São Francisco é um processo preocupante por afetar todos os segmentos sociais, diz presidente da Codevasf

A Agência Nacional de Águas (ANA) iniciou hoje (19) uma série de eventos comemorativos ao Dia Mundial da Água, 22 de março. A abertura dos eventos contou com a participação de técnicos e autoridades, em um painel dedicado a debater os seis anos da crise hídrica que o Brasil enfrenta.

Segundo a ANA, os painéis contribuirão para a finalização do Plano de Segurança Hídrica, prevista para abril. O plano conterá indicações sobre os investimentos necessários no setor, de forma a minorar problemas como os da seca, no Nordeste, e das cheias como as do Rio Madeira, na Região Norte.

“O crescimento econômico passa pela disponibilidade da água em termos quantitativo e qualitativo”, disse a presidente da ANA, Christianne Dias, ao destacar ações como a transposição do Rio São Francisco; a expectativa de consolidação das ações da agência no saneamento básico; e o fortalecimento do plano em elaboração.

O presidente interino da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marco Aurélio Diniz, ressaltou que a escassez hídrica que vem ocorrendo na bacia do Rio São Francisco “é um processo preocupante por afetar todos os segmentos sociais” – o que abrange mais de 500 municípios. “Falamos de mais de 14 milhões de pessoas”, completou Diniz.

De acordo com Marcelo Cruz, diretor da ANA, o país terá melhores condições de avaliar suas ações no setor a partir de um estudo que será divulgado sexta-feira (22). “Poderemos calcular todos os indicadores [relativos ao setor hídrico] dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) porque adotamos a melhor base de dados possível, com abordagens críticas e sugestões de aprimoramento relacionadas a esses objetivos no Brasil.”

Outro integrante da diretoria da ANA, Ney Maranhão destaicou que os últimos seis anos foram marcados por “um conjunto de situações hídricas extremas” que demonstraram incapacidades no sentido de dar respostas efetivas a ameaças. “E crises, quando não resolvidas, podem resultar em acidentes ou desastres”, disse Maranhão, ao adotar como exemplo o rompimento das barragens que resultaram na morte dos rios Doce e Paraopeba.
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Seminário Diocesano encerra programação de São José com procissão e missa em Petrolina

Nesta terça-feira (19) é celebrado o dia de São José, santo conhecido por interceder por chuvas para o povo sertanejo. Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a programação de São José do Seminário Diocesano vai contar com uma procissão que sairá às 18h30 da capela da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Maria Auxiliadora.

Também está prevista uma missa, às 19h30, que será celebrada pelo bispo de Petrolina, Dom Francisco Canindé Palhano. Em seguida, haverá uma quermesse e apresentação de atrações culturais.

São José é o padroeiro do Seminário Diocesano e a programação da festa dedicado ao santo começou no dia 09 com nove dias de novena. O tema deste ano é "São josé: Vocação que inspira vocações".

O seminário Diocesano São José fica na Rua Holanda na Praça das nações, s/n, no bairro Areia Branca.
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Petrolina: Grupo Nova Vida de Alcoólicos Anônimos comemora 37 anos de fundação neste sábado e domingo (24)

Em comemoração ao aniversário da fundação do grupo Nova Vida de Alcoólicos Anônimos (A.A.) de Petrolina (PE), será realizado um evento neste sábado (23) e domingo (24). 

A programação conta com reuniões abertas ao público e acontecerá na Escola Estadual Gercino Coelho, localizada na Vila Mocó. O Grupo Nova Vida foi o primeiro a ser fundado na cidade e comemora 37 anos.

No primeiro dia, às 20h, será realizada uma reunião de informação ao público. Na ocasião, estarão membros da irmandade, que irão relatar suas experiências relacionadas à doença do alcoolismo, representante de Al-Anon, uma associação de parentes e amigos de alcoólicos, e convidados especialistas que irão explicar a doença e suas consequências.

No segundo dia do evento, das 8h às 10h, acontecerá a reunião temática “Tratando a doença emocional”, em seguida serão realizadas as reuniões de recuperação de A.A e de Al-Anon. O encerramento acontece às 13h.

De acordo com a organização do evento, essa ação tem como objetivo apresentar ao público em geral o trabalho da irmandade para que pessoas que sofrem com a doença do alcoolismo possam encontrar ajuda. Outras informações podem ser obtidas através dos telefones: (87)98877-0084 e (87) 99627-2866.

Alcoólicos Anônimos – A.A. é uma irmandade de homens e mulheres que partilham experiências, forças e esperanças a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo. Para fazer parte, o único pré-requisito é o desejo de parar de beber. As reuniões de recuperação acontecem todos os dias, em oito grupos distribuídos nos bairros da cidade. Os dias e horários estão disponíveis no site de Alcoólicos Anônimos: https://www.aa.org.br/

Confira a programação:
Sábado (23)
16h – Recepção
18h – Jantar
20h às 21h30 – Reunião de informação ao público
22h – Reunião bacurau

Domingo (24)
8h às 10h – Reunião temática: Tratando a doença emocional
10h às 12h – Reunião de recuperação

10h às 12h – Reunião Al-Anon
12h – Almoço
13h – Encerramento

Local: Escola Estadual Gercino Coelho
Rua do Horto Florestal, s/n – Vila Mocó, Petrolina (PE)

Fonte: Karem Lima-Jornalista
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Ricardo Kotscho critica comunicação do governo Bolsonaro: "Encaram tudo como guerra"

Em menos de 100 dias de mandato, Jair Bolsonaro (PSL) coleciona um histórico inédito de embates com jornalistas. O presidente faz a maior parte de suas declarações públicas pelas redes sociais, divulga dados de caráter duvidoso, favorece meios de comunicação "parceiros" e dificulta o acesso a informações públicas, como se estivesse rodeado de inimigos. 

Essa é a avaliação do jornalista Ricardo Kotscho, ex-chefe da Secretaria de Imprensa e Divulgação do governo Lula (PT) entre 2003 e 2004.

"O governo não pode tudo. O presidente da República não pode tudo. Ele [Bolsonaro] acha que pode, e está quebrando a cara”, analisa Kotscho, que recebeu por quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo – um dos mais importantes da categoria no Brasil.

Com mais de 50 anos de profissão, o jornalista diz estar impressionado com o despreparo, a arrogância e a postura presunçosa do presidente. De acordo com Kotscho, o capitão reformado "encara tudo como uma guerra". Confira:

"Eles atacam alguns jornalistas, alguns veículos, e escolhem alguns “amigos” com quem falam sempre. Desde que o Bolsonaro foi eleito, tem canais televisão, como a Record, o SBT e a Bandeirantes, que abrem câmera a hora que ele quiser. Ele fala o que quer, e só levantam a bola para ele. Daí, o presidente se acostumou mal. Não é esse o papel do jornalista", avaliou Ricardo.

"Os Bolsonaro sempre foram ligados às milícias. Eu publiquei um estudo feito pelo Instituto Análise, listando 21 fatos que ligam  o clã Bolsonaro às milícias. São fatos. Não é opinião, nem nada", finalizou.

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Documentário "Lama" promete dar voz aos atingidos pelo crime da Vale em Brumadinho

Dirigido por Carlos Pronzato e Richardson Pontone, o documentário Lama - que tem lançamento previsto para a primeira semana de abril - pretende dar voz aos atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, no dia 25 de janeiro deste ano.

Filmado durante quinze dias, quase imediatamente após o desastre que tirou a vida de 308 pessoas, o intuito da obra, segundo Pontone, é “amplificar as vozes das pessoas que foram atingidas e principalmente deixar em evidência que esse desastre já estava em curso”. O diretor, que também é coordenador do curso de comunicação social da UFMG, disse que, desde o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, acompanhava a situação da mineração no país.

“[O rompimento da barragem em Brumadinho] Aconteceu na sexta-feira, eu estava em Ouro Preto. Na segunda[-feira], eu fui para lá, começamos a fazer o filme na mesma semana”, conta. “[Ouvimos] pessoas que a imprensa não ouve: moradores, atingidos, lideranças ambientais e ex-funcionários da Vale, falando como a empresa operava na região".

Junto ao documentário, também está previsto o lançamento do site Lama: o Crime Vale no Brasil que será uma plataforma de monitoramento da mineração no país. Além do filme na íntegra, haverá mapa das barragens, conflitos e outras entrevistas que não entraram na edição final.

Quando perguntado sobre o aspecto mais marcante de sua produção, Richardson é taxativo: “A relação promíscua da mineração com esses territórios. Isso é o que ficou mais evidente. As famílias são reféns da mineração. O poder econômico toma conta de tudo: creche, escola, todo o equipamento público [com o qual] o Estado não arca, a Vale ‘dava’”, relata ele.

Lama será lançado na região do Córrego do Feijão - local do rompimento da barragem - na primeira semana de abril, ainda sem data definida. O filme também estará disponível para streaming e download.
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Em Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, agricultor dá exemplo de conviver sem uso de agrotóxicos

Através da produção agroecológica de plantas nativas da Serra dos Paus Dóias, em Exú (PE), terra de Luiz Gonzaga, rei do baião, é que a família Lermen tira seu sustento. 

Há mais de 20 anos chegaram da região sul do país, cujo clima é totalmente diferente, e se adaptaram à vida do semiárido nordestino, numa Área de Proteção Ambiental (APA), na Chapada do Araripe. Com uma propriedade de 12 hectares, cercada por cercas vivas de plantas típicas da região, cultivam frutos e flores que enchem suas vidas de orgulho e entusiasmo.

Agricultor florestal convicto, Vilmar Lermen, marido de Silvanete e pai de três filhos, se considera um experimentador. Atento aos movimentos da natureza, está sempre adaptando e ampliando sua plantação. Também militante, luta ativamente pelos direitos dos agricultores às políticas públicas. Parceiro da ONG Caatinga, que atua na região, tem diversos trabalhos na sua associação e participação no Conselho Municipal de Desenvolvimento de Exu (CMDER). 

“Nosso trabalho é baseado nos princípios da agroecologia, dentro do sistema agroflorestal. Produzimos as plantas anuais, como milho, feijão e a fava, as de ciclo mais intermediário, como a macaxeira e a mandioca, e as frutíferas nativas e exóticas ao bioma, como o caju, a manga e a goiaba. Mas temos um foco bastante grande em cima do cambuí, da murta, do maracujá, do jatobá, que são nativas. Tem as abelhas nativas e as africanizadas, de onde tiramos nossa produção”, explicou Vilmar.

Segundo ele, ao contrário do que muitos pensam, a chapada não é tão ruim para o cultivo. Por isso eles também trabalham com viveiro de mudas, que são comercializadas ou trocadas de acordo com a necessidade e a oportunidade. As hortaliças são utilizadas mais no consumo da família, exceto as suas sementes nativas cujo excedente é comercializado ou trocado. O tomate cereja às vezes tem uma produção maior em canteiro econômico. Tudo é aproveitado em sua propriedade, que é bastante diversificada.

Como a altitude da Chapada chega a quase mil metros, o clima é um pouco mais frio à noite, e devido ao sedimento poroso há dificuldade no armazenamento de água por causa da infiltração rápida. Então, sua agrofloresta às vezes sofre com o fenômeno chamado seca verde, como existe em outros ecossistemas dentro da caatinga e do semiárido. 

Alguns vizinhos têm feito experiências com o exemplo da sua agrofloresta. “Estamos preocupados com desmatamentos de quem cria gado e planta mandioca, porque criam áreas extensivamente abertas e faz com que o vento tenha força e possa provocar um mini tornado que já arrancou telhados. Dentro do contexto da agrofloresta, a gente planta as forrageiras, as melíferas, as adubadoras, para que haja uma constante reciclagem de nutrientes e tenha produção no inverno e no verão para as pessoas, os animais e o próprio solo”, disse. 

Muitos assessores técnicos, formados geralmente em agronomia, ajudam os agricultores a aperfeiçoar suas plantações. Esse é o caso de Giovanne Xenafonte, da ONG Caatinga, que atua na região do Araripe pernambucano.

Segundo ele, a experiência de Vilmar e tantos outros agricultores é o que dá sentido à ação dessas organizações. São exemplos vivos, complementa, de que é possível viver na região e conviver com o clima semiárido e períodos de seca.

“É possível produzir alimentos de qualidade, limpos de agrotóxicos e transgênicos, preservando o ambiente. Esses agricultores têm feito um trabalho que além de estudar, pesquisar, observar a natureza, de plantar e sustentar a sua família, passa para outras famílias agricultoras. Nosso papel enquanto técnico e organização é facilitar um pouco esses processos de intercâmbio de conhecimento e estimular outras descobertas”, afirmou.

O trabalho na chapada do Araripe com o sistema agroflorestal tem possibilitado várias reflexões, principalmente do ponto de vista técnico de como se comporta a região. Porque muitas vezes os agricultores derrubam e não dão o devido valor às plantas fundamentais para o equilíbrio ecológico do ambiente.

“É através desses exemplos que colocamos nos espaços políticas públicas. Dá credibilidade à Articulação Semiárido e tantas outras organizações que trabalham com famílias agricultoras. Hoje já tem no Araripe outra perspectiva de convivência com o semiárido e fortalecimento da agroecologia. Crescimento da agricultura familiar e valorização desse importante segmento da sociedade, tanto para alimentação quanto para a preservação do meio ambiente”, observa Xenafonte.

No caso de Vilmar, ele tem feito diversas experimentações há seis anos. Muitas delas foram aproveitadas, e outras estão em avaliação. Uma de suas constatações foi que se utilizava muita água, trabalho, energia e matéria orgânica para resultados às vezes ruins economicamente. Há também todo um trabalho de beleza cênica, segundo ele, pois a propriedade deve ser bonita e agradável de viver, além da produção econômica e nutricional da família.

“A gente vem testando, fazendo intercâmbios com as famílias, técnicos e estudantes. Fazemos capacitações em termos de recursos hídricos de forma integrada nos municípios da chapada, isso faz com que a gente acumule experiência e tenha uma produção no horizonte. Nem sempre é fácil, porque tem anos com o clima mais favorável tanto do ponto de vista das chuvas quanto da questão dos ventos e quantidade de radiação solar. Chegamos a perder 40% das plantas. Fomos adaptando e fazendo uma agricultura ecológica que pudesse ir de contraponto e como alternativa para um novo caminho para as famílias da região”, diz Vilmar.

Muitos agricultores que queimavam, usavam veneno, não preservavam as frutas nativas, que geram geléias, licores e vinhos, dentre outros produtos comercializáveis, hoje seguem o caminho agroecológico de Vilmar. Em todas as comunidades têm aqueles que são a favor e os que são contra essas perspectivas. Um dos desafios, segundo o agricultor, é incorporar a agroecologia como ciência nas escolas do campo.

“O trabalho com as crianças e a juventude para compreender esse processo das tecnologias, das políticas públicas, porque se não amanhã não adianta a gente ter energia, unidades de beneficiamento, feiras, tecnologias de armazenamento da água, se os jovens não ficarem no campo. Têm que ficar com acesso à informação, produção, trabalho, renda e qualidade de vida. Para participarem nas lutas, assumir as ONGs, as associações, conselhos, sindicatos, e por que não dizer a câmara de vereadores e as secretarias do município. Os agricultores devem ocupar esses espaços para transformação da sociedade que a gente precisa”, concluiu.

Não se deve diferenciar o conhecimento tradicional do técnico, pois, na avaliação de Xenafonte, o conhecimento é algo que se constrói junto. O problema, na sua visão, é que na prática isso não é tão fácil pois a formação acadêmica molda as pessoas na visão do agronegócio. Os estudantes passam por um processo que não ajuda a enxergar com bons olhos o saber tradicional dos agricultores, na sua opinião.

“Cada um tem os seus acúmulos, conhecimentos, que lhes traz ensinamentos e observações. A gente procura entender como isso está organizado e valoriza e visibiliza. Na nossa prática institucional e metodológica estamos sempre nos momentos de formação, intercâmbio, articulação”, ressaltou.

A preocupação das organizações é que muitos conhecimentos tracionais já foram perdidos por causa da “modernização”, e são saberes que apontam para soluções locais. Daí a necessidade de um amplo processo de sistematização de registro dessas experiências, que pela falta de estrutura ainda é muito limitado, pois são muito importantes para enfrentar futuras situações de estiagem, que certamente virão.

Fonte: Cáritas

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