Há 79 anos morria Lampião e Maria Bonita na Grota de Angicos, Poço Redondo, Sergipe

Há 79 anos Lampião, Maria Bonita foram mortos em uma emboscada da força policial comandada pelo tenente João Bezerra.

A data do nascimento de Lampião, o mais conhecido cangaceiro brasileiro, até hoje permanece um mistério, com versões de dias diferentes em 1897, 1898. Mas quanto à data da morte de Virgulino Ferreira da Silva, ninguém discute, e muito por causa de uma fotografia. Foi em 28 de julho de 1938.

As cabeças de Lampião, Maria Bonita e dos principais integrantes do bando foram arrancadas e levadas por diversas cidades, onde eram expostas como prêmio e forma de intimidação. Uma chocante fotografia histórica registrou a prática, que era comum no cangaço. A data aparece em uma placa no topo esquerdo da imagem.

Lampião e Maria Bonita morreram na Grota de Angicos, Poço Redondo, no sertão sergipano.

Entre as cabeças na fotografia cortadas expostas na escadaria da Prefeitura de Piranhas, Alagoas, em 28 de julho de 1938, o dia da emboscada fatal na Fazenda de Angico, Sergipe,  quatro quilômetros distantes dali. “Cabeças em simetria, algumas apoiadas por calços de pedra, cabelos desgrenhados, feições rígidas, olhos fechados. A ordem de apresentação do escalão é inversa e quebra a hierarquia que tiveram em vida. No plano mais baixo, isolada, a cabeça de Lampião; acima a de Maria Bonita tendo à direita a de Luís Pedro e à esquerda Quinta-Feira; degrau acima, as cabeças dos cangaceiros Mergulhão (E), Elétrico e Caixa de Fósforo; no plano mais alto, as cabeças de Enedina (E), Cajarana, um cangaceiro não identificado, dito “desconhecido” e o cangaceiro Diferente.”
Nenhum comentário

Servidores públicos já articulam paralisar atividades em repúdio ao Governo Temer

Servidores públicos já se articulam para recorrer à Justiça ou até mesmo paralisar serviços caso o governo leve a cabo a proposta de adiar os reajustes salariais já aprovados para 2018 e que custariam R$ 22 bilhões. A indicação de que o governo planeja adiar os reajustes deve acirrar ainda mais os ânimos do funcionalismo em um momento já de ebulição por conta da restrição de recursos federais. A Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP) disse que entrará com ação na Justiça para impedir a postergação, caso a medida seja de fato anunciada.

A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que o estudo da medida está em linha com o objetivo da área econômica de revisar gastos obrigatórios. A medida não teria impacto neste ano, mas é uma alternativa para fechar as contas do Orçamento do ano que vem, que precisa ser apresentado até o fim de agosto e já traz dor de cabeça para o governo.
Nenhum comentário

Missa do Vaqueiro: Preste atenção em um cretino que só vem em sua casa de quatro em quatro anos pedir voto (…) Que país é esse que deixa fechar milhares de escolas? “, diz Bispo

O coração dos presentes à Missa do Vaqueiro, em Serrita (Sertão do Araripe, 586 quilômetros do Recife), parece não ter tamanho suficiente para comportar a emoção, na hora em que o Parque Estadual João Câncio começa a receber centenas deles, quase todos vestidos com a roupa e os adereços em couro. Vão entrando em seus cavalos ao som da música feita por Luiz Gonzaga/Nelson Barbalho em protesto pelo assassinato do primo Raimundo Jacó, na tarde de 8 de julho de 1954, na caatinga de Exu, enquanto trabalhava.

“Tengo/legotengo/lengotengo/lengotengo … O vaqueiro nordestino/morre sem deixar tostão/o seu nome é esquecido/ nas quebradas do Sertão ...” Os versos ecoam pelo lugar, realçados pelo trote dos animais e o balançar natural dos chocalhos trazidos pelos donos, todos em silêncio. Sinceramente, aquilo dói e encanta.

Na verdade, encanta desde a formação do cortejo, na pista de acesso ao parque, quando homens e cavalos parecem experimentar a mesma alegria, afinal, vivem uma lida diária tão dura e cheia de dificuldades que ter uma festa dedicada a eles só pode mesmo enchê-los de orgulho. Seria esta a palavra, a metáfora perfeita? Parece pouco para descrever o momento cheio de simbolismo e mesmo os vaqueiros muito jovens não brigam contra as lágrimas que rolam na frente do palco armado para a celebração. Quanto mais os velhos … Ah, esses crispam o rosto e seguram o chapéu no peito, como se mandassem um recado para o coração não aprontar nenhuma. Entende-se. Sem esforço algum.

Neste ano, a cerimônia da 47ª missa, realizada no último domingo foi marcada por sermões carregados de protestos contra a roubalheira no país, que repentistas trataram de amplificar na hora do Ofertório, a parte mais bonita: “O vaqueiro oferece as luvas / que protegem as suas mãos/ dos galhos de chique-chique/ nas quebradas do Sertão/ e elas são mais bonitas/ do que a caneta que assina/ o roubo da corrupção”.

A cada alfinetada nos escândalos políticos, a plateia ia ao delírio, ainda mais quando dadas por religiosos sob o comando do bispo diocesano de Salgueiro, dom Magnus Henrique Lopes. Aplaudidíssimo, um concelebrante cujo avô viveu a dureza da profissão disparou: “Estamos sofrendo as consequências de um governo irresponsável (…) Preste atenção em um cretino que só vem em sua casa de quatro em quatro anos pedir voto (…) Que país é esse que deixa fechar milhares de escolas? “

Dividindo as celas com os vaqueiros, as crianças levadas por eles evidentemente não entendiam as mensagens cheias de indignação, mas muitas deveriam sentir que se achavam ali para abraçar a continuidade do ofício dos avós e dos pais. Na pega de boi realizada no dia anterior, em uma fazenda próxima, também estavam presentes e, usando chapéus de couro (algumas até com gibão), olhavam atentamente para aqueles homens se embrenhando na caatinga fechada atrás dos bois soltos durante a prova.

Olhavam com deslumbramento, como se fossem naturais quedas e cortes provocados pela velocidade com que avançavam por entre os galhos, até se jogarem sobre o animal, tirar do pescoço dele a tabuleta e voltar correndo para entregá-la aos encarregados da cronometragem do tempo. Naquele olhar, certamente, estava escrita a sobrevivência de uma tradição, vez por outra ameaçada pelo descaso do poder público com a cultura. Este ano, o patrocínio da Empetur virou dúvida e a Missa correu o risco de não acontecer, o que seria, além de tudo, um desastre para a economia da pequena Serrita e de municípios vizinhos.

Nada a estranhar que existam pessoas para as quais a Missa do Vaqueiro tenha se tornado evento obrigatório. Gente que vai ao Parque Estadual João Câncio, sem perder um ano, praticamente desde a primeira edição, em 1970. Sim, porque a devoção ao ofício, a fé e o orgulho quando se juntam para iluminar rostos tão rústicos só podem mesmo produzir um espetáculo digno de ser visto de perto. Com toda a alegria e o respeito que aqueles homens merecem.

Fonte: Luce Pereira-Diário de Pernambuco
Nenhum comentário

Exu, Pernambuco: Terra onde nasceu Luiz Gonzaga vai celebrar 28 anos de morte do Rei do Baião

A celebração de morte de Luiz Gonzaga do Nascimento será nos dias 29 e 30 de julho. Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de agosto de 1989.

Para lembrar o legado do cantor, será celebrada a 'Festa da Saudade". São 28 anos de saudades.

As homenagens ao músico serão no Parque Aza Branca, local onde estão o acervo, o museu e o mausoléu do artista. De acordo com o presidente da organização não governamental (ONG) que administra o parque, Francisco Parente Júnior, as celebrações além do tradicional forró terá uma missa no domingo, iniciando às 11horas.

“A missa acontece embaixo do pé de juazeiro. A cerimônia religiosa deve contar com a presença do sobrinho de Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha Gonzaga. A escolha do local faz referência a “Juazeiro”, uma das mais famosas canções de Luiz Gonzaga.

É também à sombra das árvores que segue a programação da Festa da Saudade. A parti das 16h, mais de 20 forrozeiros se apresentam no palco do Parque. Além de Joquinha Gonzaga, estarão presentes Flávio Leandro, Zézinho do Exu, Jaiminho de Exu, Tárcio Carvalho, Joãozinho do Exu, Jaiminho  Fábio Carneirinho, Donizete Batista, Ana Paula Nogueira, Cosmo do Acordeon, entre outros sanfoneiros.

“É um evento tradicional que atrai gente de várias cidades de Pernambuco e de outros estados, como Bahia e Ceará”, afirmou o presidente da ONG. A entrada para o evento é franca.
Nenhum comentário

Seminário Cariri Cangaço e Sentimento da terra, lugar universal

O  professor sociólogo Stuart Hall, pesquisador da área de estudos sociais apontou  que a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência os argumentos são os mais diversos e complexos. Novas identidades vem fragmentando o indivíduo moderno.

 Discute-se assim a chamada  "crise de identidade". Crise vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.

Stuart Hall dialoga também que a identidade cultural surge a partir da noção de pertecimento, associada a memória, etnias, raciais, linguísticas, religiosas e acima de tudo nacionais. Já Habermas diz que "saber do que se fala sempre ajuda; de resto, se se trata do problema de legitimidade, é preciso sabê-lo de modo particularmente exato".

A lembrança dessas frases e dos estudiosos da comunicação e da cultura, frases sábias me veio a cabeça quando da participação do evento Cariri Cangaço 2017, realizado em Exu e Serrita, Pernambuco, entre os dias 20 a 23 de julho. Conferências, visitas técnicas, debates, o diálago com referência a vida e obra de Lampião e Luiz Gonzaga marcaram a essencia do encontro.

Parabenizo Manoel Severo, curador do evento. Severo um defensor da cultura com capacidade de liderar uma equipe de valentes e valiosos cangaceiros da cultura. Cangaceiros culturais do bom combate. Na condição de convidado (serei sempre muito grato) impressionou-me a tarefa dos membros do Cariri Cangaço a missão de serem ousados. Ousadia de enfrentar a crise cultural e mostrar a riqueza de valores da cultura brasileira/universal.

Escutar e olhar a Cecília do Acordeon e Pedro Lucas Feitosa é saber do significado da esperança de um mundo melhor. Cecilia e Pedro Lucas são crianças que tem a identidade de sanfona.  Possuem o sentimento da terra, região. Corações tão puros e um futuro que deve ter como base os estudos e a educação para quando chegarem a maturidade e tempo adulto estarem prontos e preparados para enfrentar novos desafios em defesa da cultura. 

Manoel Severo, Conselheiros e membros do Cariri Cangaço clamam o mais alto possível pela valorização da cultura e exigem respeito ao legado histórico cultural. As conferências, em especial da minha linha de pesquisa/estudo, foram realizadas com Paulo Vanderley, Wilson Seraine, José Nobre, Kydelmir Dantas,  Múcio Procopio, Joquinha Gonzaga e Fausto Maciel (Piloto), os dois últimos sobrinhos de Luiz Gonzaga e netos de Januário. 

O professor Wilson Seraine na apresentação do Livro O Rei do Baião e a Princesa do Cariri (autoria do escritor Rafael Lima), indica uma trilha segura e aponta "para os pesquisadores iniciantes e aqueles menos informados para não serem surpreendidos com livros que expoem belas capas bonitas, bonitas ilustrações, mas com conteúdo duvidoso ou mesmo errados". 

A lição é tiro certeiro para a morte dos traidores da cultura e também para a falsa noção do atual quadro musical brasileiro que está plastificando o toque da sanfona em nome do capitalismo tão selvagem que mata até mesmo esperança e a memória do tocador de sanfona Lampião e do Rei do Baião.

No Cariri Cangaço existe a ousadia da resistência aos valores mais nobres da cultura: o talento, o abraço e o sorriso.

Portanto, ao participar do Cariri Cangaço ninguém sai impune. Conviver com os cangaceiros da cultura é ganhar mais inteligência, engenho e arte. Eles tem a magia da valorização da memória e da cultura na alma.
Nenhum comentário

Cariri Cangaço e Cecília do Acordeon

Luiz Gonzaga tem sido nos últimos anos tema de trabalhos acadêmicos, e gradualmente sua obra vem sendo relida, ouvida, tocada. Durante o evento Cariri Cangaço, em conversa com os pesquisadores, Paulo Vanderley, José Nobre apontei o quanto a realização de um seminário é importante para a consolidação de valores culturais.

Nestes encontros surge a possibilidade de conhecer e  termos novos olhares. A obra de Luiz Gonzaga sempre vai renascer. No próximo dia 02 de agosto, completam-se 28 anos da partida física, a viagem para o sertão da eternidade do Rei do Baião. A menina Cecilia do Acordeon representa este novo olhar. Olhar da possibilidade do renascimento. O novo olhar para a vida e obra de Luiz Gonzaga. Cecília possui a humildade, sorriso, a grandeza dos trabalhadores e a vontade de vencer.

Cecília do Acordeon começou seu envolvimento com a Cultura participando e dançando no Reisado. Continua ainda hoje, brincando no Reisado e agora é a sanfoneira. Foi no Reisado Boi Surubim, conta Cecilia que ela teve o primeiro contato com a sanfona. "Foi a sanfona do Mestre Cícero que vi. Parecia me chamar e brilhar e eu chorei querendo ter uma e então fiquei apaixonada pelo som da sanfona".

Durante o Cariri Cangaço, que adotou Cecilia com seu talento e sorriso sincero, a criança contou que teve aulas de sanfona com o Mestre Cicero. "As primeiras notas da sanfona aprendi e ainda hoje busco mais conhecimento e não perco oportunidade de sempre aprender e estudar".

Cecília ganhou o Diploma Amiga do Cariri Cangaço e cantou puxou a sanfona:
"Sou bisneta de um mestre da cultura e nasci vendo o Surubim dançar. Ainda pequena com quatro anos de idade, da brincadeira comecei a participar, acompanhando o cortejo do reisado com alegria e amor no coração/.

Na temporada de 2014 o meu avô convidou um sanfoneiro para o reisado ficar mais animado. O povo dançou alegre no terreiro naquela noite. Fiquei encantada e nem dormi pois perdi o sono. Foi a primeira vez que vi de perto esse instrumento que se chama sanfona.

No outro dia eu estava decidida uma sanfona queria aprender a tocar. Fiquei insistindo com meu pai até que ele comprou uma sanfona pequena de brinquedo mesmo assim fazia fom fom e corri para pegar umas aulas com o mestre Cicero do Acordeon./

Depois foi preciso uma sanfona maior, mas meu meu pai não tinha dinheiro. Conseguimos com um bingo de um garrote e um encontro de sanfoneiros. Agora estou aprendendo a tocar com muito esforço e dedicação os estilos que gosto de cantar é Luiz Gonzaga nosso rei do baião"/.

Eu sou a Cecilia do Acordeon e da minha sanfona eu já tiro um som".

E assim ouvi no Cariri Cangaço e aqui reproduzo. Salve Salve Cecilia do Acordeon.
Nenhum comentário

Pesquisadores e estudiosos da vida e obra de Lampião e Luiz Gonzaga movimentam o Seminário Cariri Cangaço 2017

De 20 a 23 de julho de 2017, a cidade de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga e Barbara de Alencar será o palco do "Seminário Cariri Cangaço 2017".

O evento é voltado para pesquisadores, escritores, professores, universitários, artistas e demais curiosos da temática. Cinco Estados integram as discussões do Cariri Cangaço, sendo Ceará; com Crato, Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Aurora, Barro, Porteiras, Lavras da Mangabeira e Brejo Santo; Paraíba, com Sousa, Nazarezinho, Lastro, Princesa Isabel e São José de Princesa; Alagoas, com Piranhas; Pernambuco, com Floresta e Sergipe com Poço Redondo.

Manoel Severo Gurgel Barbosa, é fundador e Curador do Cariri Cangaço, Presidente do Conselho Consultivo, Diretor da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço; Diretor do GECC – Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará; Sócio Honorário do GPEC e do GFEC, afirma que o Cariri Cangaço é mais que um evento. "É um sentimento", define Manoel Severo.

"A partir dessa quinta-feira 20 serão dois grandes eventos acontecendo e que se encontrarão no domingo, dia 23 de julho quando o Cariri Cangaço Exu 2017 celebra junto com a Fundação Padre João Câncio a 47ª Missa do Vaqueiro, em Serrita".

Confira a programação completa: cariricangaco.blogspot.com e  www.exu.pe.gov.br
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial