Filme Danado de Bom que mostra trajetória musical de João Silva, compositor de Luiz Gonzaga será exibido em Petrolina

Vencedor do Cine PE 2016 em quatro categorias, o documentário Danado de bom chega a Petrolina nesta terça-feira, 4 de julho, às 19hs no CineTeatro Dona Amélia , no Sesc Petrolina. O filme dirigido por Deby Brennand mostra a trajetória de João Silva, parceiro constante de Luiz Gonzaga e um dos principais compositores brasileiros.

O filme Danado de Bom foi o ganhador dos prêmios de Melhor Filme, Fotografia, Montagem e Edição de Som, o longa conta com a participação de músicos como Domiguinhos, Elba Ramalho, Gilberto Gil e Alcione em uma viagem com o compositor João Silva, em retorno à sua terra natal, Arcoverde, no Sertão pernambucano.

João Silva foi um dos compositores de Luiz Gonzaga(1912-1989). João Silva (1935-2003) passou grande parte da vida sem saber escrever muitas palavras além do próprio nome. Sua simplicidade, no entanto, é diretamente proporcional à sua grandeza como compositor. O pernambucano deixou nada menos que 3 mil canções, entre as quais pérolas como Pagode russo e Nem se despediu de mim, que renderam a Gonzagão milhões de discos vendidos.

O poeta que o Brasil conhece do rádio, na voz de Luiz Gonzaga e dos bailes de forró ganhou o documentário Danado de Bom, uma cinebiografia O longa faz um registro da trajetória profissional de João Silva, acompanhando a volta do artista a Arcoverde, Pernambuco sua terra natal, após mais de 30 anos distante do sertão nordestino.

Foram quase 10 anos até que o documentário fosse finalizado, dado o lento processo de captação de recursos para viabilizar o projeto. Tempo, contudo, que contou a favor de Deby para ganhar a confiança de João Silva,  que, segundo ela, era uma pessoa reservada. “O João tinha um jeito muito falastrão, muito extrovertido, mas não deixava que eu me aproximasse muito dele para falar de suas questões íntimas ou de vida pessoal. Com o tempo, fomos quebrando isso. Ficamos amigos, e ele acabou me entregando o ouro”, conta a cineasta.

A proximidade de fato rendeu belas cenas à produção, como aquela em que João fala sobre o momento em que Gonzagão o aconselhou a voltar para a escola, para que ampliasse seus conhecimentos e habilidades. “Contanto que não prejudique meu ‘sertanejívo’”, respondeu Silva ao convite do amigo. Referia-se a riquíssimo dialeto falado no sertão onde nasceu, fermento da verdadeira fábrica de palavras que ele mantinha na cachola, como ‘chililique’, entre outras preciosidades. Emocionado, emendou no relato: “Eu até aprendi um pouco mais de leitura, mas foi para me defender da violência do mundo”.

SONHO E o mundo não o tratou mesmo com muita cortesia. João Silva, por muitos anos, viveu na rua com o pai, que sofria de alcoolismo e era andarilho. O desejo de se tornar compositor veio da admiração por Luiz Gonzaga. Ainda garoto, decidiu correr atrás do sonho. Pegou um ônibus e foi atrás da mãe em Recife, onde ela trabalhava como empregada doméstica. De lá, partiu com a cara e a coragem para o Rio de Janeiro. A lendária cantora de forró Marinês (1935-2007), que mais tarde se tornaria sua amiga, foi quem o apresentou a Gonzagão. A amizade durou até o fim da vida do rei do baião e alavancou sua carreira.

“João não só compunha, como produzia Gonzaga. Chegou num momento em que ele passava por um período difícil. Daí ele surgiu e fez com ele o LP Danado de bom, que vendeu mais de 1 milhão de cópias. Foi a primeira vez que Gonzaga atingiu essa marca emblemática, relata Deby.

O documentário traz ainda depoimentos de alguns cantores e compositores sobre a obra de Silva, como Zeca Baleiro, Gilberto Gil, Mariana Aydar, Trio Nordestino e Elba Ramalho. “Nós queríamos ter incluído no filme mais elementos da vida pessoal do João, que, além de tudo, era uma pessoa encantadora. Depois que baixou a guarda, ele se abriu para nós sobre um monte de coisas, como seu problema com o alcoolismo, o tempo em que morou debaixo de uma árvore com o pai, alguns amores que ele teve. Mas, depois que ele morreu, fizemos essa opção de fazer um registro sobre o João compositor. Muita gente ainda não sabe da existência dele ou da relevância que ele tem para a cultura brasileira. Mas o material que ainda temos aqui dá para mais uns três filmes”, afirma Deby Brennand.

Aos 78 anos, João Silva morreu dormindo, ao lado de seu inseparável gravador e um caderninho de anotações, em 2013. Esboçava canções para um novo disco. Não pôde acompanhar o lançamento do documentário sobre sua vida. O que é uma pena, pois certamente merecia assistir ao momento em que o Brasil descobrirá que ele era mesmo “danado de bom”

Trio Nordestino, Marinês, Alcione, Lenina, Benito Di Paula, Joquinha Gonzaga, Calcinha Preta, Monobloco, Elba Ramalho, Domiguinhos, Gilberto Gil, Gaby Amarantos, Frejat, Thiaguinho, Zeca Baleiro, Targino Gondim, Mariana Aydar e até mesmo o grupo nova-iorquino de gypsy punk Gorgol Bordelo já tiveram músicas de João Silva em seu repertório.

Danado de bom também está sendo lançado em circuito não comercial, em parceria com cineclubes, universidades, escolas, centros culturais e outros espaços. O documentário está disponível para qualquer pessoa ou instituição que queira organizar uma exibição coletiva em seu espaço, por meio da plataforma de distribuição alternativa Taturana Mobilização Social (www.taturanamobi.com.br), bastando o exibidor proponente se cadastrar e agendar a sessão.
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Larissa Lins: Humberto Barbosa, Jorge de Altinho, no compasso da zabumba

A valorização do forró de raiz, com a combinação tradicional de triângulo, zabumba e sanfona, e a homenagem a ídolos do cancioneiro nordestino, como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, permeiam a nova safra de discos lançados no mercado. Pelo menos dez álbuns orquestrados por pernambucanos ESTÃO nas prateleiras dotados de expressões populares da região, referências ao folclore pernambucano, cenários e costumes sertanejos. Propagam letras cuja missão é propagar ritmos pouco empregados fora do calendário junino, como o xaxado, o baião e o xote.

Cearense radicado em Pernambuco, o cantador Santanna é um dos que aproveita a proximidade do São João, celebrado no dia 24, para ofertar ao público o novo O forró nosso de cada poesia (R$ 20). “É um disco de forró, xote, baião e arrasta-pé, inspirado na cultura nordestina. Comecei a cantar as novas músicas no fim do ano passado, pois é necessário que o povo conheça, se familiarize com as letras, antes de me apresentar”, explica o artista. O DVD Frutificando, lançado pelo pernambucano Flávio Leandro neste mês, endossa a lista, com tributo a Petrolina, município do Sertão pernambucano onde o artista começou a ganhar fama. Nos próximos dias, Jorge de Altinho, Liv Moraes, Assisão, a banda Som da Terra, Humberto Barbosa e o Trio Sabiá sobem aos palcos do Recife, do Agreste e Sertão com composições inéditas e melodias de raiz.

Forrozança  
Som da Terra
Com show marcado no Alto do Moura, em Caruaru, no dia 23 deste mês, a banda pernambucana Som da Terra compilou sete faixas autorais e três parcerias - A natureza das coisas (Accioly Neto), Expresso 2222 (Gilberto Gil) e Bagaceira (um arrasta-pé encomendado a Rogério Rangel) - no recém-lançado Forrozança. O encarte do disco tem formato de sanfona, idealizado pelo vocalista Rominho Pimentel. As sete autorais foram escritas no último ano e predominam os xotes românticos. “Recomeço, que abre o disco, é nossa nova música de trabalho. O disco é inspirado em histórias de amor, as letras são mais românticas e universais do que voltadas às tradições da região”, conta Rominho.

Os dois doido de pedra 
Assisão e os Cabras de Lampião
O cantor e compositor serratalhadense Assisão se une ao grupo Os Cabras de Lampião no novo disco, com o qual embarcaram em turnê pelo Agreste e Sertão pernambucanos. Os dois doido de pedra homenageia o cangaço e, em ritmo de xaxado, narra histórias folclóricas da região. Para os músicos, o xaxado é um ritmo pouco gravado nos últimos anos, que merecia resgate no mercado fonográfico. Curiosidades em torno da história de Serra Talhada também permeiam o álbum.

Meu forró  
Accioly Neto
Lançado originalmente em 2001, o disco do cantor e compositor natural de Goiana, na Zona da Mata Norte, ganha nova roupagem e o acréscimo de música inédita neste ano - Veneza, veneza, que encerra o repertório. Entre as canções mais conhecidas e incluídas no CD, estão Espumas ao vento, Me diz amor e Lembranças de um beijo. Accioly Neto é conhecido por assinar letras popularizadas nas vozes de Fagner, Elba Ramalho, Flávio José, Nando Cordel, Roberta Miranda e Fábio Junior.

Coletânea Forrozeiros 
Vários intérpretes
Pelo quarto ano, o site Forrozeiros PE lança coletânea de sucessos regionais de diversos intérpretes. Os pernambucanos Dominguinhos e Ivan Ferraz têm canções compiladas no álbum, que contempla, ainda, os paraibanos Genival Lacerda e Novinho da Paraíba, além de outros músicos nordestinos. O disco tem 21 faixas e está disponível para download gratuito no site Forrozeiros PE.

Estradar 
Humberto Barbosa
O forrozeiro natural de Petrolina lança Estradar. Além da faixa homônima, Lenha na fogueira, Moça morena, Cheiro no cangote e Saga do amor estão no disco. Barbosa é conhecido por defender o pé-de-serra e seus cruzamentos com a MPB. O músico se declara influenciado pelo xote e baião tradicionais do Nordeste brasileiro, mas também pela obra de Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Lenine. Em Estradar, Humberto Barbosa faz ode aos ritmos nordestinos.

Trio Sabiá - 30 anos 
Trio Sabiá
Celebrando três décadas de estrada, o Trio Sabiá lança disco comemorativo com faixas que marcaram a carreira do grupo, dedicado desde o início da trajetória ao forró de raiz. Pernambucanos como Maciel Melo e a dupla Caju e Castanha participam do disco, que reúne, ainda, parceiros como Trio Nordestino, Joquinha do Acordeon, Anastácia e Falamansa. Lançado neste mês, o álbum aproveita as festividades juninas e inclui as canções Pra te dar amor, Flor de açucena, De João para João, Tu e eu e Sem não, nem talvez.

Forró da beira da linha 
Severino Araújo
Conhecido por assinar marchinhas de carnaval, o compositor pernambucano Severino Araújo lança neste mês Forró da beira da linha, com 12 faixas autorais. As canções são interpretadas por convidados, entre Dudu do Acordeon, Cristina Amaral, Rogério Rangel, Ivanildo Silva e Cezzinha, com arranjos do maestro Fábio Valois. A composição que dá nome ao disco é inspirada em conversas de Araújo com um amigo taxista, a quem ele dedica a música, uma das dez inéditas do disco. “É meu segundo álbum dedicado ao forró. Se um camarada dá uma cusparada na rua, me inspira a fazer uma letra cômica. Em algumas faixas, homenageio Zé Limeira e Dominguinhos”, conta.

Nativo  
Jorge de Altinho
Com 12 faixas, sendo dez inéditas e duas regravações, Jorge de Altinho resgata proposta com a qual deu início à carreira, somando arranjos de sopro e guitarra ao forró de raiz. As letras envolvem romantismo e referências à cultura popular pernambucana. “Estou retomando o começo da estrada, sobretudo para lembrar de quem somos herdeiros e que herança vamos deixar para as próximas gerações”, diz o músico sobre o novo trabalho, no qual zabumba, sanfona e triângulo são protagonistas. No álbum, disponível para download gratuito no site do artista, Altinho faz parceria com Jorge Silva (em Apagando fogo) e Marquinhos Maraial (em Abençoado e Minha Maria).

É você 
Gravado há seis anos, o disco traz à tona composições pouco conhecidas de Dominguinhos, pai de Liv Moraes. Eles registraram as músicas em estúdio, juntos, quando o sanfoneiro ainda estava vivo. É você, Oi lá vou eu, Teu carinho, São João Bonito/Fogueira no quintal e Doce princípio têm participação de Dominguinhos. “Embora gravado há muito tempo, o disco foi lançado neste mês, em show no Clube das Pás. O disco segue o estilo de Dominguinhos, gravado de improviso, reunindo músicas com as quais tenho afinidade”, conta Liv.

Toró de alegria 
Naturais de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, Sérgio Feitosa, Natalício Sales, Andre Zinho, Zé Urbano, Mestre Lua e Charle Brown lançam Toró de alegria com composições e melodias inspiradas em Luiz Gonzaga, ídolo do grupo. Além de canções autorais, eles dão voz a letras de Xico Bizerra, Sérgio Feitosa, Duda Ferraz, entre outros. São 12 faixas. 

Fonte: Diário de Pernambuco- Larissa Lins
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Turistas visitam Campina Grande e elogiam arte das estátuas de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, dois dos mais míticos músicos brasileiros, têm recebido muita visita durante o São João em Campina Grande, na Paraíba. Mas não espere uma palhinha da dupla. Trata-se, na verdade, de duas estátuas de bronze em tamanho real. Várias pessoas se desloquem até as margens do Açude Velho, um dos cartões postais da cidade, para conhecer a obra de arte.

As estátuas de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro tem feito sucesso entre as pessoas que estão em Campina Grande, Paraíba, para os tradicionais festejos de São João. Os ídolos da música nordestina estão representados em duas estátuas de bronze, que ficam às margens do Açude Velho. As duas estátuas encantam pela riqueza de detalhes. Jackson do Pandeiro, por exemplo, aparece com os trajes elegantes com os quais costumava se apresentar. Já Luiz Gonzaga aparece sorridente, usando as tradicionais roupas nordestinas, que foram sua marca registrada.

Uma mesa, também em bronze, oferece itens tradicionais da cultura nordestina, como o cordel, a tapioca, a buchada e a cachaça. Este simbolismo tem atraído turistas e visitantes que vieram passar alguns dias na cidade e acabam levados pelos parentes e amigos para conhecer e fotografar ao lado das estátuas. 

Os paraibanos radicados em Petrolina Italo Lino, Neto Tintas elogiaram o trabalho rico em detalhes, feito pelo artista Joás Pereira dos Passos. De Belo Jardim, o também empresário Jadiel Santos avaliou que em cada município do Brasil deveria ter uma homenagem a Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga motivado pelo serviço prestado à cultura musical brasileira que os dois dispuseram para o mundo.

Sentado em um tamborete, a estátua de Luiz Gonzaga, o rei do baião, segura uma sanfona e passa uma impressão de movimento. Ele usa o tradicional gibão e o chapéu de couro semelhante aos usados pelos cangaceiros, reproduzido em todos os seus mínimos detalhes por Joás Pereira, que é membro da Academia Brasileira de Belas Artes. Ao lado, está o rei do ritmo, Jackson do Pandeiro, em pé, empunhando o seu pandeiro e com as vestes elegantes com as quais costumava se apresentar - gravata borboleta e o inseparável chapéu.

Uma mesa, em forma de pandeiro, colocada entre os dois artistas, tem objetos também em cobre que fizeram e fazem parte da história dos dois artistas, e também de muitos outros nordestinos: a quartinha, vaso de barro utilizado para servir água, cordéis e comidas típicas da região como tapioca e buchada, além da tradicional cachaça.

É impossível contabilizar quantas pessoas posaram para fotos ao lado das estátuas que imortalizaram o encontro de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro desde 2003, mas com certeza muitas sentaram no tamborete deixado vazio, de forma estratégica, pelo autor da obra, que batizou o conjunto de esculturas como a "Farra de Bodega".

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Programação do Cariri Cangaço em Exu e Serrita

PROGRAMAÇÃO CARIRI CANGAÇO EXU 2017
QUINTA-FEIRA
Dia 20 de Julho de 2017
19h – Noite Solene de Abertura
Escola Bárbara de Alencar - Centro, Exu
 Apresentação da Orquestra
SONATA DE EXU
19h20min – Formação da Mesa de Autoridades
19h30min – Hino Nacional
19h35min – Apresentação do Cariri Cangaço
Por Conselheiros
CRISTINA COUTO e WESCLEY RODRIGUES
19h45min - Fala das Autoridades
MANOEL SEVERO
RODRIGO HONORATO
RAIMUNDINHO SARAIVA
20h10min – Entrega do Título de Cidadão Florestano a Luiz Gonzaga
BIA NUMERIANO
20h20min - “Personalidade Eterna do Sertão”
Por Conselheiros
JULIANA PEREIRA e KYDELMIR DANTAS
20h30min – Lançamento
"Aboio Poesia Improviso Cantoria, Origens"
JOÃO MONTEIRO NETO
20h50min – Conferência de Abertura
"A Influência do Cangaço na Obra de Luiz Gonzaga"
WILSON SERAINE DA SILVA FILHO
21h30min - Lançamento
“Cordéis Gonzaguianos - Antologia"
"A Festa da Asa Branca”
WILSON SERAINE e REGINALDO SILVA
22h - Coquetel de Abertura
ORQUESTRA DE SANFONA DOMINGUINHOS

*SEXTA-FEIRA
Dia 21 de Julho de 2017
8h30min – Saída para Serrita

9h30min – Capela da Vila de Ipueira dos Xavier
Entrega de Diploma à Família Xavier
Por Conselheiros
JOÃO DE SOUSA LIMA e PROFESSOR PEREIRA

Conferência “O Fogo da Ipueira”
EIMAR XAVIER

14h - Fazenda Caiçara - Exu
14h10min – Marco da Casa de Luiz Gonzaga

14h20min - Casa Museu de Dona Bárbara
AMPARO ALENCAR

14h40min- Entrega de Diploma Museu de Dona Bárbara
Por Conselheiros
RAUL MENELEU e MANOEL SERAFIM

14h50min- Homenagem a Dona Bárbara
HUBERTO CABRAL

15h30min – Fazenda Araripe
15h35min - Visita a Casa de Januário

15h50min - Igreja de São João Batista do Araripe
AMPARO ALENCAR
16h – Saudação pelo Cariri Cangaço a Exu e à Família Nordestina
DIMAS MACEDO

16h30min - Visita a Casa do Barão de Exu

17h - Trio Pé de Serra no Araripe
CECÍLIA DO ACORDEON

Entrega de Diploma Por
NARCISO DIAS e FRANCIMARY OLIVEIRA

19h30min – Escola Bárbara de Alencar

19h40min - ICC - Instituto Cultural do Cariri
Lançamento da Parceria ICC - Cariri Cangaço
Revista 10 anos do Cariri Cangaço
HEITOR FEITOSA MACEDO
EMERSON MONTEIRO

19h50min – Segunda Noite de Lançamentos
“Cem Anos – Luiz Gonzaga”
JOÃO DE SOUSA LIMA

“Padre Cícero, Lampião e Coronéis”
DANIEL WALKER

“A Maior Batalha de Lampião - Serra Grande “
LOURINALDO TELES

“Considerações sobre a Invasão Lavras por Quinco Vasques em 1910”
JOÃO TAVARES CALIXTO JUNIOR

20h30min – Posse no Conselho Cariri Cangaço
Por Conselheiros
ANA LÚCIA GRANJA SOUZA e LUIZ RUBEN

21h – Conferência
 “Exu ; Tres Séculos de História”
THEREZA OLDAM ALENCAR PEIXOTO

MESA
MODERADOR: LEANDRO CARDOSO FERNANDES
GIVALDO PEIXOTO
ALVENIR PEIXOTO TENÓRIO
 
*SABADO
Dia 22 de Julho de 2017
8h30min - Parque Aza Branca, Exu
9h - Os Desafios do Cariri Cangaço
CONSELHO ALCINO ALVES COSTA
9h10min – Apresentação do Projeto
"Lampião do Inicio ao Fim de Aderbal Nogueira"
MANOEL SEVERO
9h20min - Entrega de Comendas pela
SBEC-Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
BENEDITO VASCONCELOS MENDES
9h30min - Lançamento CARIRI CANGAÇO “TRILOGIA”
CELSINHO RODRIGUES – Conselheiro, Município de Piranhas
PADRE ERALDO – Prefeito Município de Delmiro Gouveia
MACIEL SILVA – Vice-Prefeito de Água Branca
EDVALDO FEITOSA - Conselheiro, Município de Água Branca
10h - Lançamento CARIRI CANGAÇO FLORESTA
MANOEL SERAFIM – Conselheiro, Município de Floresta
MABEL NOGUEIRA – Comissão Organizadora, Nazaré do Pico
ANA  GLEIDE SOUZA LEAL – Comissão Organizadora, Floresta
10h30min -Lançamento CARIRI CANGAÇO “POÇO REDONDO 2018”
RANGEL ALVES DA COSTA
MANOEL BELARMINO
11h - Xaxado com os Meninos da APAE de Serra Talhada
11h30min - Roda de Conversa
"A Importância das Redes Sociais na Promoção dos Destinos Turísticos"
MODERADOR: HELENILDA MOREIRA
PAINELISTA: SÉRGIO BRAYNER
DEBATEDORES: KIKO MONTEIRO E IVANILDO SILVEIRA

EXU
15h – Inauguração da Estátua de Luiz Gonzaga
Por: PREFEITURA MUNICIPAL DE EXU
PREFEITO RAIMUNDINHO SARAIVA
SECRETÁRIO RODRIGO HONORATO
FAMÍLIA DE LUIZ GONZAGA
15h45min – Parque Aza Branca
Mausoléu de Luiz Gonzaga
Museu de Luiz Gonzaga
Casa de Luiz Gonzaga
EQUIPE PARQUE AZA BRANCA
Entrega de Diploma ao Museu Luiz Gonzaga
CARLOS ALBERTO e CAMILO LEMOS
16h45min - Entrega de Comendas Cariri Cangaço a Personalidades
ARQUIMEDES MARQUES, JORGE REMIGIO e CELSINHO RODRIGUES
17h - Terceiro Dia de Lançamentos
“O Rei do Baião e a Princesa do Cariri”
RAFAEL LIMA
“As Mulheres de Luiz Gonzaga”
MARCELO LEAL
“Lampião na Historiografia de Sergipe”
ARQUIMEDES MARQUES
“Dominguinhos – O Neném de Garanhuns”
ANTONIO VILELA
18h - Conferência
Luiz Gonzaga: O Homem e o Mito
 MODERADORA - JULIANA PEREIRA
JOQUINHA GONZAGA
FAUSTO LUIZ MACIEL "PILOTO"
REGINALDO SILVA
19h – Museu de Luiz Gonzaga de Dom Quintino
PEDRO LUCAS FEITOSA
Entrega de Diploma ao Museu - Luiz Gonzaga de Dom Quintino
NOÁDIA COSTA e JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO
19h20min – Conferência:
O Legado e a Espetacular Obra de Luiz Lua Gonzaga
MODERADOR: MÚCIO PROCÓPIO
PAULO VANDERLEY
JOSÉ NOBRE
KYDELMIR DANTAS

20h30min - Lançamento de Documentário
 “O vaqueiro, a missa e o couro”
LAINA RAMOS
DALILA CARLA DOS SANTOS
 
*DOMINGO
Dia 23 de Julho de 2017
8h – Saída para Serrita
 Parque Raimundo Jacó
 Missa do Vaqueiro de Serrita
Entrega do Diploma
“Personalidade Eterna do Sertão”
Padre João Câncio in memoriam
CONSELHO DO CARIRI CANGAÇO
10h
MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA
Fundação Padre Joao Câncio
HELENA CÂNCIO

Cariri Cangaço Exu 2017
Realização:
INSTITUTO CARIRI DO BRASIL
PREFEITURA MUNICIPAL DE EXU
Patrocínio:
PROGRAMA A HORA DO REI DO BAIÃO
Apoio Institucional:
SBEC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
FUNDAÇÃO PADRE JOÃO CÂNCIO
GECC-GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
GFEC-GRUPO FLORESTANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
PREFEITURA MUNICIPAL DE SERRITA
ICC - INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI
GRUPO LAMPIÃO, CANGAÇO E NORDESTE
GRUPO O CANGAÇO
GRUPO OFICIO DAS ESPINGARDAS
GRUPO HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO
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Filme Danado de Bom será exibido no Sesc Petrolina na próxima terça-feira, dia 4

Vencedor do Cine PE 2016 em quatro categorias, o documentário Danado de bom chega a Petrolina nesta terça-feira, 4 de julho, às 19hs no Teatro do Sesc. O filme dirigido por Deby Brennand mostra a trajetória de João Silva, parceiro constante de Luiz Gonzaga e um dos principais compositores brasileiros.

O filme Danado de Bom foi o ganhador dos prêmios de Melhor Filme, Fotografia, Montagem e Edição de Som, o longa conta com a participação de músicos como Domiguinhos, Elba Ramalho, Gilberto Gil e Alcione em uma viagem com o compositor João Silva, em retorno à sua terra natal, Arcoverde, no Sertão pernambucano.


Nascido em Arcoverde,  menino solitário criado pelo pai depois que a mãe foi embora, João Silva descobriu cedo a paixão pelos ritmos nordestinos, como o baião, o xote e o forró. Ainda garoto, decidiu ir para o Rio de Janeiro, para conhecer o ídolo Luiz Gonzaga. Os dois, que a princípio se estranharam, acabaram tornando-se não só grandes amigos, mas parceiros em muitos sucessos, como “Doutor do Baião”, “Nem se despediu de mim” e “Pagode Russo”. 

Durante a jornada, João Silva relembra sua infância de menino andarilho e semianalfabeto até se tornar compositor de sucessos nacionais como Pagode russo, Nem se despediu de mim e Danado de bom, passando a ser um dos principais parceiros de Luiz Gonzaga. Falecido em 2013, Mestre João Silva recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco no ano do centenário do Rei do Baião, 2012.

Para Deby, a importância do filme está em se tratar de um artista que o Brasil “conhece sem conhecer”. “É um recorte importante para o cinema e para a música nacional valorizar um artista que compôs mais de mil músicas ao longo da vida, e que sabia como ninguém captar o sentimento do povo sertanejo transformando em letras belíssimas suas dores, suas alegrias, seu cotidiano”, conta.

“Muitas pessoas conhecem as músicas de forró dos grandes intérpretes, mas desconhecem de onde vem a letra. Os que conhecem a música “Pagode Russo”, por exemplo, acham que a música e a letra são do Luiz Gonzaga”, completa a diretora.

Danado de bom também será lançado em circuito não comercial em outras cidades, em parceria com cineclubes, universidades, escolas, centros culturais e outros espaços. O documentário está disponível para qualquer pessoa ou instituição que queira organizar uma exibição coletiva em seu espaço durante o período de lançamento, ou em outras datas, por meio da plataforma de distribuição alternativa Taturana Mobilização Social, bastando o exibidor proponente se cadastrar e agendar a sessão.

João Silva nasceu em 16 de agosto de 1935 em Arcoverde, Pernambuco, aos 17 anos mudou-se para o Rio de Janeiro. É considerado um dos principais parceiros de Luiz Gonzaga a partir dos anos 1960. Também trabalhou com João do Vale, Dominguinhos, Onildo Almeida, Rosil Cavalcante, Severino Ramos, Bastinho Calixto, Pedro Maranguape, Zé Mocó, Pedro Cruz, Sebastião Rodrigues e outros.

Entre seus principais sucessos estão A mulher do sanfoneiro, Danado de bom, Pagode russo, Nem se despediu de mim, Meu Araripe, Uma pra mim outra pra tu e Pra não morrer de tristeza, que já teve cerca de 40 gravações. Como produtor, produziu discos de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Jackson do Pandeiro entre outros. Atuou também como arranjador. Foi homenageado no São João de Arcoverde e do Recife, recebendo ainda o título de cidadão recifense.
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Jecana do Capim terá shows com Galego do Pajeú e o tradiciconal Troféu Cangalha de Ouro

Neste final de semana será realizado em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a 46ª edição da tradicional Jecana do Capim. A festa começa nesta sexta-feira (30) e é aberto ao público. Até domingo (2), o evento contará com uma programação de shows, corrida de jumentos, burros e o irreverente concurso “Jegue fashion”.

Nesta sexta-feira , a festa tem início às 19h, com uma celebração religiosa e a venda de comidas típicas. No sábado (01), a programação começa às 11h. Zé Maria apresentará o Programa do Povoado do Capim. À noite haverá shows com Pokémon e Chamego Manhoso e Galego do Pajeú.

Já no domingo (02), o evento se encerra com o desfile de fuscas , o ‘Jegue fashion’, para escolher o animal com os acessórios mais criativos, e a corrida de burros, que dará premiações de R$7 mil e o troféu ‘Cangalha de Ouro’ para o primeiro lugar. A programação tem início às 9h.

Para Maíra Amariz, filha de Carlos Augusto, idealizador da ‘Jecana do Capim’ e falecido em 2015, o evento valoriza um animal símbolo da cultura da região.” No começo , o apelo da Jecana era o da preservação do animal, o jumento, que na época sofria uma matança discriminada. Hoje, o que ficou foi essa parte cultural muito forte”, ressaltou.
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Cego Aderaldo: o homem, o cantador e o mito. "Cultura contemporânea” e os modernos meios de comunicação de massa são injustos em não divulgá-lo

Já conhecia a fama e o mito de Cego Aderaldo (Aderaldo Ferreira de Araújo) desde a década de 1960, quando eu ainda estudava nos seminários e nas escolas públicas das cidades do Crato e Juazeiro, a partir de referências eruditas e populares. No seminário, a leitura de Homero me marcou de forma mais profunda, não apenas pelos seus versos, mas pela lenda contada de que ele era um cego e teria vivido uma poesia ainda imersa na oralidade e na tradição, grávida de mitos fundadores e explicadores da grande peleja dos homens com os deuses na construção do destino. Desde então, quando eu me lembrava do Cego Aderaldo, vinha-me sempre à mente a figura de Homero segurando uma rabeca ou uma viola, em vez de sua rústica lira.

Não custou a perceber, logo depois, que, nos meios culturais do Ceará, pouco se falava sobre o grande poeta-cantador, afora uns poucos e obstinados escritores. É como se o Ceará tivesse criado uma bolha de esquecimento da obra e da vida do grande artista, sendo ele assim quase completamente varrido da “cultura contemporânea”, não apenas pelos modernos meios de comunicação de massa e pela indústria cultural, mas também pelos círculos mais cultos.

Diante desse quadro, considerei urgente a missão de aprofundar a visão sobre a história e a obra do Cego Aderaldo – o homem que adotou e criou 26 crianças pobres, que cantou nos seringais da Amazônia, do Peru e da Bolívia (no início do séc. XX), que teve marcantes encontros com Lampião, que foi recebido por grande intelectuais e presidentes da República, que rodou todos os sertões nordestino encantando plateias com a beleza dos seus versos e com a magia do seu cinema.

Cego Aderaldo foi poeta, cantador, músico (que tirou o baião da viola e o orquestrou, antes de Luiz Gonzaga), projecionista de filmes, empresário, negociante, propagandista, cantador e apologista de cantadores sertanejos nos grandes centros urbanos. Deixou, além de uma obra poética preciosa, um testemunho comovente da superação das contingências existenciais e dos limites sociais impostos pela pobreza e pela deficiência física. Cego Aderaldo é um exemplo da superação e da grandeza humana, cuja obra influenciou músicos, escritores, cantadores, cineastas e dramaturgos de todo o país.

Durante dez anos, dediquei-me à pesquisa, até que concluí (em 2014) o livro Cego Aderaldo: O homem, o cantador e o mito, com mais de 800 páginas e mais de 1.000 ilustrações (entre fotos, desenhos e documentos), cujos originais estão à espera de publicação. Realizei ainda, sobre o Cego Aderaldo, um filme de longa-metragem, documentário, em coprodução com a TV Brasil. A nossa esperança é que, em 2017 – no aniversário dos 50 anos da sua morte, sejam finalmente lançados o filme e o livro, ajudando nos esforços para que um acervo precioso da alma popular se transforme em patrimônio cultural e afetivo da nação brasileira.

Fonte: Rosemberg Cariry-Cineasta e escritor
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