Amigos a gente encontra o mundo não é só aqui repare naquela estrada que distância levará

"Amigos a gente encontra
O mundo não é só aqui
Repare naquela estrada
Que distância nos levará
Não diga que eu me perdi
Não mande me procurar
Cidades que eu nunca vi
São casas e braços a me agasalhar
Passar como passam os dias
Se o calendário acabar
Eu faço voltar o tempo outra vez, sim
Tudo outra vez a passar
Não diga que eu fiquei sozinho
Não mande alguém me acompanhar...

A belíssima música de Dominguinhos e Manduka, "Quem me levará sou eu". Fazer amigos, sem dúvida, é uma arte, quando o fazemos a felicidade se faz presente – brota universos. 

Andando pela região do cariri paraibano e seridó do Rio Grande do Norte, me lembrei com lágrimas nos olhos do amigo que já partiu para o "sertão da eternidade", Adelmar Paiva.

"Aldemar não quis saber do Rio de Janeiro, e preferiu ficar no Recife, de braços abertos para Pernambuco". Dos 89 anos, 63 deles foram vividos em Pernambuco, onde marcou a história da TV, do rádio e da música.

Mesmo que tivesse sido apenas compositor, Paiva seria sempre lembrado por ter sido co-autor do primeiro frevo-canção gravado com selo Mocambo/Rozenblit. Quando o empresário José Rozenblit, em 1953, entendeu de criar uma indústria do disco em Pernambuco, uma das duas músicas do 78 rotações da futura gravadora, tinha numa das faces, Boneca, interpretada por Claudionor Germano, e assinada por Aldemar Paiva e o maestro José Menezes (falecido em novembro de 2013).

Com o maestro Nelson Ferreira,  Aldemar Paiva compôs o clássico Pernambuco Você é meu, gravado na Rozenblit, em 1956, por Raimundo Santos, que seria depois utilizada como a música do seu programa homônimo, que apresentou durante 25 anos, na extinta Rádio Clube de Pernambuco, depois na Rádio Jornal do Commercio, sempre como campeão de audiência no horário.

Um programa pioneiro em tocar frevo o ano inteiro, e não apenas no período carnavalesco. Sua trajetória no rádio pernambucano foi iniciada em 1951, quando veio para a Rádio Clube por indicação do publicitário José Renato, que o conhecia de Maceió, onde Paiva dirigia a Rádio Difusora de Alagoas. 

Aldemar foi amigo de Chico Anysio e surgiria aí uma amizade para toda a vida. 

Aldemar Paiva foi o que em seu tempo se chamava “homem dos sete instrumentos” (resumido no termo "multiartista"), um desses instrumentos foi o de ator de monólogos, longos textos que interpretava como poucos no país, alguns deles registrados em livros. Foi também ator, com participações no programa do amigo Chico Anysio (que criou um personagem batizado de Aldemar Vigário).

Entre os muitos títulos que Aldemar Paiva recebeu o título de cidadão pernambucano, de certo modo desnecessário, já o havia adquirido como autor do hino Pernambuco você é meu.

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Caicó, Carnaval, Festa de Santana e a calamidade da Seca

Neste dia 25 dezembro, abri o livro Grande Sertão Veredas. Sempre releio para não esquecer que a  grande metáfora de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, junto com a do Sertão, é o Rio. Sabemos o quanto o rio, além de realidade geográfica, é uma realidade mítica e mágica.

Mítico e mágicos são meus amigos das bandas de Caicó, cidade cravada no seridó do Rio Grande do Norte.


"O sertão é dentro da gente". Prestando atenção a prosa de "Seu Arlindo" que conta angustiado a saga da Barragem dos Itans, que deveria abastecer o municipio de Caicó e está vivendo uma das piores secas dos últimos anos, vou pontuando mais uma história..


Caicó é uma palavra derivada da tribo de indio Cariris. Caicó promove duas das mais mais tradicionais festas brasileiras: Carnaval e Santana.

Mas o que me chama atenção é a atual situação do Açude Itans, reservatório de água artificial construído no leito do rio Barra Nova, no município de Caicó com a finalidade de abastecer aquela localidade.

A bacia ocupa uma área de 1340 hectares, com capacidade para 81.750.000 m3 de água. Porém a realidade é de calamidade. A barragem está no volume morto, ou seja, menos de 5 porcento da capacidade de armazenamento.

Os primeiros estudos para a construção do açude datam de 1907, sendo um projeto do Governo Federal em caráter emergencial, para socorrer o Seridó, região tradicionalmente submetida aos efeitos das condições climáticas adversas e que, na ocasião, sofria uma seca calamitosa.

O ministro paraibano José Américo de Almeida, nascido em Areia, autorizou a obra que  foi concluída no final de 1935 e inaugurada em 2 de fevereiro de 1936.

Com isso, Caicó foi a primeira cidade do interior do Rio Grande do Norte a ganhar um serviço de abastecimento de água, cujo atendimento nunca precisou ser suspenso por falta de capacidade hídrica.

Hoje, programas de Rádio e seus violeiros cantam a tristeza só vista no canto agourento do Acauã...A seca tudo mata...Só a Fé permanece assobiando uma canção nas veredas do Grande Seridó...A fé é dentro da gente...

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Triunfo: cachaça, café e frio! Sim frio!

O clima da montanha é um ponto que garante um frio que torna a cidade um diferencial. A cidade tem pontos de vista panorâmica da microrregião, inclusive o ponto mais alto de Pernambuco, o Pico do Papagaio, a 1.260 metros de altura. 

Falo da cidade de Triunfo, Pernambuco. Triunfo tem hotéis com vistas para as serras, manteve viva a resistente cultura de engenhos de rapaduras e cachaça e consegue ter uma pérola à beira do lago central, que é o Teatro Guarany, outro tesouro cultural da cidade. Triunfo tem um festival de cinema dentre as várias programações da cidade durante todo o ano.

Triunfo já teve mais de 200 engenhos quando a rapadura era o açúcar do Sertão, mas hoje tem cerca de 15 “resistentes”. O São Pedro foi incorporado ao roteiro turístico em 2001, quando a cachaça Triumpho apareceu como produto artesanal de alta qualidade. Hoje, é premiada nacionalmente e internacionalmente. O turista pode conhecer todo o processo de fabricação da cachaça e da rapadura, com degustação no fim do circuito. Quem quiser presentear, a embalagem da cachaça em cerâmica gera empatia imediata.

O Teatro Guarany vale a passagem, mesmo que rápida. Como Triunfo já foi muito rica, considerada a “Corte do Sertão”, possuía três teatros. O Guarany permanece vivo e é um xodó dos moradores. Atualmente, o espaço recebe o festival de cinema, no mês de agosto, mas é aberto durante o ano todo e tem vista, da sua varanda, para o açude central.

Na gastronomia, um detalhe que dá um charme extra ao município: os cafés das pousadas são de grãos originários de pequenas plantações da própria cidade, torrados em casa e vendidos nas propriedades rurais.
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Codevasf: artesão e famílias de agricultores apostam nas vendas Natalinas

Artesanato em argila, couro de tilápia, fibra de bananeira, kits à base de mel. Associações que desenvolvem atividades de economia criativa com apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) estão fechando dezembro com suas produções para atender à demanda das festas de final de ano.

“Estamos mandando produtos até para empresários de Miami, nos Estados Unidos”, celebra, o artesão sergipano João Batista, que no início do mês foi um dos expositores no 15º Feirão de Artesanato e Produtos Regionais do Baixo São Francisco, realizado pela Codevasf em Aracaju.

Batista é um dos artesãos do município de Santana do São Francisco, situado a 125 km da capital Aracaju e à beira do rio São Francisco, onde o artesanato em argila da Associação de Artesãos do Carrapicho tem atraído uma crescente clientela.

Entre os produtos confeccionados destacam-se peças figurativas, utensílios domésticos, vasos decorativos e vasos de plantas feitos com o barro. Um dos produtos mais procurados pelos clientes são as luminárias em formato de anjo.
“Elas custam entre R$ 12 e R$ 100. Estamos vendendo nossas peças no Centro de Artes da Orla de Atalaia, e também recebemos encomendas aqui na cidade. Nosso artesanato é referência, muitos turistas gostam do trabalho, e isso é motivo de honra para mim”, orgulha-se Batista, que tem 51 anos e faz artesanato desde os 12.

A Associação Cultural e Ambiental do Projeto Jaíba – Bananarte, no norte de Minas Gerais, também costuma apostar nas festas de final de ano para tirar uma renda extra e comercializar os produtos. Quatro integrantes da entidade que trabalham com artesanato em fibra de bananeira prepararam produtos especialmente para a data. São cestas, mandalas, bandejas, porta-joias, entre outros itens.

“A procura está muito grande por conta do período do Natal”, comemora Sirlene Soares, representante da Bananarte. “Nossas peças custam entre R$ 15 (porta-joias) e R$ 400 (baú para guardar roupa de cama) e podem ser encontradas em lojas localizadas no shopping Real de Janaúba e de Jaíba, como, também, na Casa Chic, situada na rua Gorutuba, em Janaúba”, explica.
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Nando Reis fará o primeiro show de 2017 em Petrolina


Petrolina receberá no dia 07 de janeiro de 2017 um dos nomes mais consagradas do rock & pop nacional, Nando Reis. Nando Reis é  um dos mais talentosos compositores da sua geração e autor de diversos hits radiofônicos, como “Diariamente” (Marisa Monte), “Relicário” (Cássia Eller), “Resposta” (Skank) e “Do Seu Lado” (Jota Quest). 

Na sua discografia própria, “Sim ou Não,” de 2006, e “Drês”, de 2009, foram  trabalhos assinados pelo compositor paulista antes do lançamento de “Sei”, de forma totalmente independente, em 2013. O álbum, gravado em Seattle (Estados Unidos), revelou uma nova coleção de sucessos, que inclui as faixas “Pré-Sal”, “Back in Vânia” e “Sei”.

Baixista e um dos vocalistas do Titãs, Nando Reis foi um dos fundadores da banda. Saiu em 2002, depois de"A melhor banda de todos os tempos da última semana" (2001). Já lançou 15 discos solo, entre trabalhos ao vivo e em estúdio. O mais recente foi "Voz e violão - No recreio - Volume 1" (2015). Também se consolidou como um dos principais compositores da música pop brasileira atual. Ajudou a fazer hits gravados por Skank (como "Resposta"), Jota Quest ("Do seu lado) e Cássia Eller ("O segundo sol" e outras).

NANDO REIS & BANDA OS INFERNAIS
Turnê 2017 – Novo Show
PARTICIPAÇÃO: Secabudega
SÁB.07.JAN.2017
22:00 horas
IATE CLUBE PETROLINA-PE

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Roberto Carlos canta com Jennifer Lopez - "Chegastes"

Recebi agora pouco (deixou mais gostoso o café), a música em dueto de Jennifer Lopez e Roberto Carlos. O amigo Adriano Talles, gerente do Centro Cultural Emoções, que foi convidado por Roberto Carlos para assistir as gravações "Simplesmente Roberto Carlos", que vai ao ar na próxima sexta-feira 23, na Rede Globo, enviou e desejou: Feliz Natal.

Ainda me contou que Jennifer Lopez soltou a voz em português para um dueto com Roberto Carlos. A gravação da parceria aconteceu em outubro, nos Estados Unidos.  "Chegaste é o nome da música, uma linda melodia. Em outubro, a cantora porto-riquenha Kany García compartihou em seu perfil no Instagram o encontro de Jennifer e Roberto e deu uma prévia do que seria o sucesso da música.

"Roberto Carlos mais uma vez mostra sensibilidade e romantismo musical", diz Adriano, que além de ser um dos maiores colecionadores da obra de Roberto Carlos é amigo pessoal do Rei.

 "Chegastes" é composição da música em espanhol de Kany Garcia.  Já Roberto Carlos ficou responsável pela versão em português. O vídeo da música será divulgado no dia 23 de dezembro, dia em que também ira ao ar o Especial RC 2016, na Globo.

Confira a letra de "Chegaste":
"Tanto tempo já vai caminhando e ainda me pego recordando
Lágrimas rolaram dos meus olhos, enxuguei mais de uma vez
Tenho algumas marcas que ficaram em meu sorriso nesses anos
E também lembranças tão bonitas que o tempo não desfez
Quem diria que você viria sem dizer que vinha?
Porque nunca é tarde
Para apaixonar-se
Chegaste
Senti na minha boca um: Te quero
Como um doce com caramelo
Necessitava um amor sincero 
E agora que eu conheço os caminhos que me levam para os seus braços
Agora que o silêncio é uma carícia que a felicidade traz
Você e o seu sorriso iluminam minha vida e meus espaços
E chega me dizendo num sorriso: Não me deixe nunca mais!!
Quem diria que você viria sem dizer que vinha?
Porque nunca é tarde
Para apaixonar-se
Chegaste
Senti na minha boca um: Te quero
Como um doce com caramelo
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Romulo Nobrega e Zé Batista, autores do livro "Pra Dançar e Xaxar na Paraíba-Andanças de Rosil Cavalcanti

As semelhanças não são poucas. Nasceram em regiões dominadas pela cultura da cana-de-açúcar e pela colonização negra. Quando adultos, foram casados, mas não tiveram filhos. E as coincidências não se restringem à vida. Em anos diferentes, morreram de infarto no mesmo dia e mês. Como se vê, Rosil Cavalcanti, nascido em 20 dezembro de 1915 e morreu em 1968; e Jackson do Pandeiro (1919 – 1982) tiveram uma relação que vai muito além de 'Sebastiana'. Muito antes de ser proclamado o rei do ritmo, Jackson já convivia com o talento musical de Rosil.

De família tradicional na política de Pernambuco, Rosil de Assis Cavalcanti trabalhou toda vida como funcionário público. 
 Em João Pessoa, no ano de 1947, Rosil deu seus primeiros passos no rádio, participando em programas noturnos na Rádio Tabajara. Nesta ocasião, formou a dupla caipira ‘Café com Leite’ com Jack, rapaz que mais tarde seria famoso como Jackson do Pandeiro.  O nome do grupo fazia alusão à aparência dos dois. Jackson, cafuzo de pele escura, era o café. Rosil, branco, o leite. Tocando emboladas, a dupla alcançou um grande sucesso, garantido também pelas tiradas cômicas que faziam os ouvintes darem gargalhadas no auditório.

Toda esta história você terá conhecimento ao ler o livro, biografia do renomado músico pernambucano Rosil Cavalcanti, conhecido como “Zé Lagoa” e autor da famosa “Sebastiana”. 

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”, assinado pela dupla de autores Rômulo Nóbrega e José Batista Alves, tem prefácio de Agnello Amorim.

Radialista, humorista, percussionista e compositor, Rosil Cavalcanti era radicado na Paraíba, foi autor de obras clássicas da música brasileira, na voz de Jackson do Pandeiro, Marinês e Luiz Gonzaga, dentre outros intérpretes nacionais. A biografia publicada em 2015 é uma homenagem ao seu centenário de nascimento, 47 anos depois de sua morte, em 1968, aos 53 anos de idade, em Campina Grande, onde viveu a maior parte de sua vida e se projetou no Brasil.

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba”, 444 páginas,  é enriquecido com vasta iconografia de Rosil Cavalcanti, suas fotos desde a infância, juventude, a vida de casado, em programa de rádio no papel do famoso personagem Capitão Zé Lagoa, além de imagens de Rosil com colegas de trabalho, artistas, músicos, suas caçadas e pescarias, capas e selos de discos.

Autores – Rômulo Nóbrega, natural de Campina Grande, é formado em Ciências Econômicas, ex-funcionário do Banco do Brasil,. José Batista Alves, natural de Pernambuco. Ambos são pesquisadores e colecionadores da música popular brasileira de origem nordestina. Zé Batista é a maior autoridade brasileira em discografia de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
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