Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, cantou que a Festa de Santo Antonio de Barbalha, Ceará, era um dos mais bonitos encontros de religiosidade. Este evento passará a ter registro
histórico como Patrimônio Imaterial, a partir desde ano. O inventário sobre a
festa foi encaminhado para avaliação do
Conselho Consultivo do órgão, em Brasília.
O ritual do pau da bandeira e cortejo no dia da abertura da Festa de
Santo Antônio de Barbalha se tornou uma das principais atrações da festa.
Milhares de pessoas, todos os anos, vão a cidade participar de um evento que se
tornou referência na cultura popular brasileira. Foram colhidos mais de 3 mil
registros para compor o relatório.
Barbalha foi reconhecida por lei
estadual, como Capital dos Festejos de Santo Antônio. A reunião da cultura
popular com uma tradição secular, voltada à religiosidade, fortalece a riqueza
do patrimônio que a cidade de constitui atualmente.
Segundo o superintendente do Iphan, no Ceará, Ramiro Teles, esse é um registro
histórico de grande importância para a cidade, além de ser uma ação de
salvaguarda desse patrimônio, que um dia pode até acabar. Mas, diz ele, passa a
ser registrado como algo que realmente ocorreu, se um dia tiver que acabar,
mostra que teve importância dentro do contexto cultural, social e fez parte de
uma história, que será perpetuada pelo forte apelo existente no contexto cultural
e religioso de Barbalha.
Uma exposição museográfica permanente, no Casarão Hotel, neste município,
mostra o trabalho que tem sido realizado na cidade desde 2003.
Desde 1928, Barbalha abre os festejos em torno de Santo Antônio de Pádua
com a celebração do Carregamento do Pau da Bandeira. A celebração tem início ao
alvorecer, após a missa na Igreja Matriz de Barbalha em homenagem ao padroeiro
da cidade, e é comandada pelo "Capitão do Pau".
O Iphan ressalta que existem poucos trabalhos acadêmicos defendidos e
publicados sobre a Festa e que, dessa forma, a publicação pretende provocar o
preenchimento de uma lacuna editorial e também servir de leitura inicial,
estimulando novas pesquisas sobre a celebração.
A publicação tem como organizadores Igor de Menezes Soares e Ítala Byanca
Morais da Silva, historiadores que integram a Superintendência do Iphan no
Ceará, e reúne artigos de diversos autores, abordando variadas facetas da festa
e de suas múltiplas leituras.
A seleção de autores e imagens foi fruto das pesquisas desenvolvidas no âmbito
do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) da celebração, que
compõe o dossiê de registro da Festa como Patrimônio Cultural Brasileiro.
O acervo de registros da festa é composto por entrevistas, fotografias,
matérias em jornais, revistas e outros periódicos, além do próprio INRC.
Fonte: Secretaria de Cultura e Turismo de Barbalha/Ceará