Onaldo Queiroga: escreve sobre Heroína, uma sobrevivente da seca



*Onaldo Queiroga- Juiz e escritor (João Pessoa PB)

A história demonstra que o Nordeste brasileiro já vivenciou inúmeros períodos de seca. No Século XX, tivemos diversas estiagens que maltrataram, e muito, o sofrido povo nordestino. Pelo que consta, a primeira grande seca do Século XX foi a do ano de 1915, evento que, inclusive, baseou o romance intitulado “O Quinze”, de autoria da cearense Raquel de Queiroz, o qual foi publicado em 1930.

Mas, logo em seguida, em 1932, outra grande seca assolaria os sertões nordestino. Grande parcela da população do semiárido novamente ficou num estado de extrema pobreza, emergindo a incidência de grupos de retirantes que saíam de seus torrões por veredas empoeiradas, verdadeiros corredores da morte, pois seguiam sem destino por estreitos trajetos ressequidos e de animais mortos, vencidos pelos males da estiagem. Muitos desses grupos, quando chegavam nas cidades, suplicavam para que os moradores daquelas comunas ficassem com os filhos, justamente para criarem como se fossem seus. Era um meio desesperado de salvar a prole, que poderia morrer na sequência da caminhada. 

Esse fato aconteceu em Pombal, no ano de 1932. Um grupo de retirantes que veio do Estado do Ceará chegou à terra de Maringá com seus filhos, todos extremamente abatidos pela seca. Concentraram-se no centro da cidade. Uma espécie de líder desse grupo procurou as autoridades da época e suplicou que as famílias que tivessem condições de ficar com algumas crianças ficassem, pois, senão, elas tombariam. Diante da situação de penúria, muitas famílias pombalenses ficaram com diversas crianças. Foi o caso dos meus avós maternos, Antonio e Raimunda Rocha, que, comovidos com a situação de um casal que tinha várias crianças em alto grau de desnutrição, resolveram acolher uma menina de seus 10 a 12 anos de idade, dando-lhe água, alimentos, vestuário, e, sobretudo, carinho. 

Essa menina se chamava Heroína. Ela foi uma sobrevivente, e, ao mesmo tempo, uma heroína, conceitualmente falando, pois venceu a seca e ganhou um outro lar que sempre a considerou como uma pessoa da própria família. As lembranças dela são muitas, apesar de ter nos deixado quando tínhamos ainda pouca idade. Mãína, como costumávamos chamá-la, partiu na década de 1970. Sua despedida foi acompanhada em Pombal por muitos. O nosso amigo teatrólogo Tarcísio Pereira, inclusive, relembrou-nos esse momento em conversa recente, ocasião em que pontuou que Heroína foi uma pessoa simples, mas muito querida. Uma mãe, uma Heroína, uma presença ainda constante em nosso viver. Que Deus continue a iluminá-la.
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Iguatu, Ceará, valoriza a obra e vida de Humberto Teixeira, compositor e advogado, parceiro de Luiz Gonzaga



O Museu da Imagem e do Som Alcântara Nogueira ganhou um novo atrativo cultural, que tem por objetivo resgatar a memória e homenagear um dos filhos ilustres de Iguatu, Ceará.
O Espaço Humberto Teixeira foi implantado graças a uma parceria firmada entre a Secretaria de Cultura do Município e o Banco do Nordeste. O acervo reúne fotografias, músicas em disco de vinil e os modernos CDs, depoimento do compositor, pesquisa de matérias de jornais e objetos que relatam a vida do "Doutor do Baião", como ficou conhecido o parceiro do sanfoneiro Luiz Gonzaga.

Parte do acervo sobre a vida e a obra de Humberto Teixeira foi doada pela família, e outra parte foi adquirida do Museu Cearense da Canção, o conhecido Arquivo Nirez.
"O nosso objetivo é preservar aspectos e identidade da nossa cultura, revelando para as gerações atuais e deixando para o futuro a produção artística do compositor iguatuense", explicou o diretor do Museu, Francisco de Paula da Silva.

De acordo com a direção do local, a frequência aumentou após a instalação do Espaço Humberto Teixeira. Dezenas de estudantes passaram a visitar semanalmente a unidade.  "Não conhecia a obra do compositor", disse a estudante Neudyanne Lopes. A aluna Maria Eulália de Souza disse que gosta das músicas do chamado forró autêntico. "São bem feitas e têm letras bonitas".

A secretária de Cultura, Diana Mendonça, disse que o Município pretende ampliar o acervo e instalar um sistema de projeção para filmes e vídeos de entrevistas sobre o compositor homenageado. "Demos o primeiro passo porque não havia em Iguatu um espaço onde fosse possível pesquisar e conhecer o conjunto das composições de Humberto Teixeira", frisou.
Humberto Teixeira aprendeu as primeiras noções musicais em Iguatu, com o tio dele, Lafaiete Teixeira. A flauta em que o menino aprendeu a tocar foi doada pela família e integra o acervo permanente do Museu da Imagem e do Som.

No espaço dedicado ao músico é possível encontrar uma dezena de discos antigos de vinil com interpretações originais dos cantores da época. Das décadas de 1940 a 1950, a agulha no disco ecoa as vozes consagradas de Luiz Gonzaga, Carmélia Alves, Emilinha Borba, Dircinha Batista, Ivon Curi, além de Zé Gonzaga e o grupo Quatro Ases e um Curinga.

Todas as composições gravadas de Humberto Teixeira estão reunidas em um conjunto de CDs. O pesquisador Wilson Lima Verde ressaltou a importância da instalação do espaço para o resgate e valorização da cultura musical nordestina.

"Foi a dupla Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga que criou o ritmo baião", lembrou. "Eles abriram espaços para muitos músicos que seguiram até hoje o mesmo caminho, cantando a saudade, o amor e a dor do sertanejo", destacou.
Baião, arrasta-pé, xote e, hoje, como muitos generalizam, simplesmente forró ou forró pé-de-serra, confundindo o gênero com o ritmo musical, buscam valorizar a cultura nordestina e nasceram a partir do encontro da dupla, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.
Fonte: Secretaria Cultura Iguatu-Ceará/Diário do Nordeste-Honorio Barbosa
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Morre o poeta Antonio Américo de Medeiros, um dos pioneiros em programas de Viola no rádio

*Por Aderaldo Luciano-Professor, Doutor em Ciência da Literatura
 
Lamentamos informar o falecimento do querido poeta Antonio Américo de Medeiros, na última terça-feira, dia 21. Em março de 2012 estivemos juntos em Patos, na Paraíba do Norte, ele já um pouco adoentado, mesmo assim tivemos uma longa conversa de muitas elucidações sobre o cordel no sertão paraibano. Américo era de São José do Sabugi, no Rio Grande do Norte, e escolheu a morada do sol para sua atuação artística e social. Publicou folhetos pela Tipografia Pontes em Guarabira - PB (Os dois que ele segura nessa fotografia que fiz: A Moça Que Mais Sofreu Na Paraíba Do Norte, o amarelinho, e A Fada Do Bosque Negro E A Princesa Safira, o azulzinho), também pela Editora Coqueiro, do Recife (História da Guerra de Juazeiro do Padre Cícero Romão Batista em 1914), ainda pela Editora Luzeiro de São Paulo (Lampião e sua história contada toda em cordel e A moça que mais sofreu na Paraíba do Norte). A Fundação Ernany Sátiro publicou sua coletânea Vida, Verso e Viola na qual se encontra o seu maior sucesso no cordel brasileiro História Completa da Cruz da Menina.

Foi um dos pioneiros de programas de rádio com violeiros repentistas na cidade de Patos com seu programa Violas e Repentes, ao lado de José Batista, na Rádio Espinharas, em novembro de 1960. Na década de 70 comprou um box no Mercado Público da cidade e passou a vender cordéis, iniciando sua tarefa de grande divulgador de nossa arte poética. Parou de cantar em 1988 e aposentou-se da venda de cordéis em 2005. Em 2003, Américo recebeu a Medalha Ednaldo do Egypto, da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, por seus serviços prestados em prol da cultura paraibana. A notícia de sua morte nos deixa com a sensação de que aos poucos vamos perdendo os nossos paladinos para o esquecimento. Não sei se alguém noticiou nos jornais paraibanos essa perda. Tomara que sim.

Como os leitores do cordel sabem, uma das assinaturas do poeta vem dentro do seu poema, nas últimas estrofes, naquilo que se conhece como acróstico. Para relembrar e homenagear o nosso poeta transcrevemos o seu acróstico em Antonio Américo, retirado de sua primeira história escrita História Completa da Cruz da Menina:

A história verdadeira
N ão me canso de contar
T oda certa e pesquisada
O melhor pude arranjar
N esta pesquisa que fiz
I sto me fez tão feliz
O poeta é pra lutar.

A Cruz da Menina agora
M e inspirou este tanto
E u nunca pensei fazer
R ica história leio e canto
I nspiração nordestina
C ontei da Cruz da Menina
O fato verídico e santo.

Antonio Américo estava com 84 anos. Descanse em paz, meu querido amigo e obrigado por tudo!
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Programa Nas Asas da Asa Branca: Secretária de Cultura de Iguatu, Ceará destaca obra de Humberto Teixeira

 No próxomo sábado, 25, no Programa Nas Asas da Asa Branca, a secretária de Cultura de Iguatu, Ceará, Diana Mendonça, será a entrevistada. Ela destaca vida e obra do compositor Humberto Teixeira, nascido em 1915,  um dos grandes parceiros de Luiz Gonzaga, criador do ritmo Baião, que mudou o cenário da música brasileira. O  programa é exibido às 7hs www.radiocidadeam870.com.br.

Com 15 anos de idade, Humberto Teixeira deixou sua cidade natal e foi morar no Rio de Janeiro, o que contribuiu para sua formação cultural, mais urbana. Humberto Teixeira formou-se em direito, mas tinha uma grande paixão pela música, algo em comum com seu cunhado Lauro Maia, que o indicou a Luiz Gonzaga.

O grande encontro ocorrido entre Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ocorreu em agosto de 1945, no escritório de advocacia de Humberto, localizado no centro do Rio de janeiro. Luiz Gonzaga apresentou sua idéia a Humberto Teixeira, demonstrando o interesse de representar a música de sua terra nos grandes centros do país.

Nesse dia – os dois compositores - já começaram a dar vida a Asa Branca, apresentada por Gonzaga, e No Meu Pé de Serra que também fazia parte do seu repertório musical. Então nesse momento o encontro começou a dar muitos frutos o que solidificou ainda mais a carreira de Luiz Gonzaga.

A partir daí o Baião ganha um lugar especial e de destaque na Música Brasileira. O ritmo que até então era utilizado no Nordeste, pelos violeiros-repentistas, e com grande genialidade passaria a ser um gênero musical tocado em todo o país.



Após ser eleito deputado federal pelo seu estado, o Ceará, Humberto Teixeira dedicou-se às atividades jurídicas, políticas, e a sua brilhante parceria musical com Luiz Gonzaga. O Doutor do Baião, como era conhecido Humberto Teixeira, faleceu no dia 03 de outubro de 1979, deixando um legado cultural representado na voz do Rei do Baião.

Fonte: Memorial Luiz Gonzaga Recife PE
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Magno Martins analisa quadro político das eleições em Pernambuco 2014

Blog Magno Martins

   Jarbas senador esvazia Fernando
Com agenda para uma conversa tête-à-tête neste fim de semana com o governador Eduardo Campos, o senador Jarbas Vasconcelos só não será candidato à reeleição na chapa oficial (PSB) se não quiser.
Eduardo não criará nenhum obstáculo para Jarbas, até porque o senador, respeitado e com trânsito nacional, pode agregar forças políticas ao projeto presidencial do governador. Já sabendo disso, o PMDB referendou, ontem, o nome do senador à reeleição com a ressalva, em tom enfático, de que ao partido só interessa manter Jarbas no Senado.
Está nas mãos do senador, portanto, o seu destino, que depende muito mais dele a esta altura do que mesmo da vontade de Eduardo, que lidera o processo da discussão e montagem da chapa governista.
A entrada do senador peemedebista na chapa, entretanto, vai de encontro aos interesses do ex-ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho. Já praticamente descartado como candidato a governador só restaria ao ex-prefeito de Petrolina abocanhar a vaga de senador.
E Fernando, mesmo desapontado, já teria até um mote para sua campanha majoritária: resgatar o mandato dos Coelho no Senado, interrompido bruscamente pela morte do saudoso Nilo Coelho, em 1983.
A corrida para o Senado nas eleições deste ano só tem uma vaga em jogo, o que, num cenário confirmado com Jarbas na chapa, deixa para Bezerra Coelho apenas a alternativa de indicar o candidato a vice-governador.
O que, neste caso, abre a perspectiva do ex-ministro recorrer ao nome do filho, o deputado Fernando Bezerra Filho, para compor a chapa de vice. Mesmo Fernando, o filho, sendo peça importante no processo resta saber se Fernando, o pai, aceitaria de bom grado ficar, mais uma vez, fora da disputa majoritária.
É bom recordar que em 2010, o ex-ministro teve que engolir a seco os nomes de Humberto Costa e Armando Neto para o Senado, vindo a ganhar uma compensação, mais na frente, no Governo Dilma, com o Ministério da Integração. 
 
Fonte: Blog Magno Martins
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Julio Lossio participa do Programa Frente a Frente e diz que Jarbas não pode ficar refém do governador

O prefeito de Petrolina, Julio Lssio (PMDB), disse no Programa Frente a Frente, que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) não precisa ficar dependente do governador Eduardo Campos (PSB) para ir à reeleição. "Por mim, Jarbas deveria colocar a campanha de reeleição nas ruas amanhã e não ficar refém do governador", desabafou.

Lossio disse, ainda, que Jarbas poderia seguir o exemplo do ex-governador Carlos Wilson, que em 1994 foi eleito senador sem disputar com um candidato a governador em sua chapa. "Jarbas tem história e densidade eleitoral", disse o prefeito, para quem outra alternativa para o senador seria disputar a reeleição na chapa de Armando Monteiro Neto, candidato a governador pelo PTB.

Considerado um dos poucos prefeitos pernambucanos que efetivamente exercem oposição ao governo Eduardo Campos (PSB), Julio Lossio (PMDB), de Petrolina, deixou claro, nesta quarta-feira, 22,  que apesar de concordar com a resolução do diretório estadual do seu partido sobre o apoio à reeleição do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), consolidando assim a presença da sigla na chapa majoritária encabeçada pelo nome a ser anunciado pelo governador, limita sua participação no acordo.

Com a presença do PMDB na “linha de frente” da coligação liderada pelo PSB do governador Eduardo Campos, Lossio aceitou a retirada da sua pré-candidatura ao Palácio do Campo das Princesas, mas frisou que não vai subir no palanque de nenhum político socialista, com exceção do vice-governador João Lyra Neto.

“Não voto nos nomes do PSB, a não ser no do Dr. João Lyra, com quem mantenho boa relação e considero ser um homem correto, que respeita as instituições e o desejo das urnas”, afirmou.

Fonte: Programa Frente a Frente/Rádio Folha PE
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Projeto Domingo na Orla em Petrolina terá aula de zumba

A Orla de Petrolina é espaço de lazer para toda família, amigos e praticantes de atividades físicas. Durante o período de férias, a secretaria de Esportes do município oferece uma programação diversificada para os adeptos do programa. No próximo domingo, 26, a secretaria promoverá aulas de zumba e capoeira.

A aula de zumba será ministrada por Tina Ramos, parceira do projeto. Além dessas atividades, o público presente no Domingo na Orla poderá utilizar o espaço para andar de skate, praticar caminhada, ciclismo e outras atividades.

Com quase um ano de criação do projeto, o Domingo na Orla já ofereceu aulas de jumping, ginástica laboral, orientação postural e testes de saúde, além das aulas de zumba e capoeira.

Parceira da secretaria de Esportes na execução das atividades, a Empresa Petrolinense de Trânsito e Transporte Coletivo (EPTTC) é responsável por garantir a segurança e fluidez no trânsito da Avenida Cardoso de Sá.


A programação do Domino na Orla tem início às 7h e continua durante toda manhã, encerrando às 12h.


Fonte: Asco/Maria Yamakawa
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