SILENCIADOS PELA PANDEMIA, MÚSICOS VENDEM OS PRÓPRIOS INSTRUMENTOS PARA SOBREVIVER

“ (...) Quando pego um instrumento sinto que estou flutuando. Tem horas que nem sinto meus pés no chão". A frase, de Hermeto Pascoal, integra a legenda de uma imagem no Instagram do guitarrista freenlancer, o pernambucano Mosien Mariano. Em destaque na foto, a guitarra que fez parte da história do nascimento de sua filha e que por anos foi o que lhe deu sustento. 

Mas ela precisou ser vendida. Era preciso pagar as contas e botar comida à mesa – realidade enfrentada por ele mesmo antes da pandemia. “Ver as coisas faltando em casa é muito dolorido, sabe?”, justificou. E a partir de 2020, com as imposições trazidas pela Covid-19, ele que trabalhava em pubs do Recife, festas e casamentos, ficou sem trabalho. O que lhe restava - outra guitarra, pedais e pedaleira – foram passados adiante. Mosien ficou, então, sem o que lhe fazia flutuar, até que...

“Amigos sensibilizados foram atrás e conseguiram trazer de volta a minha guitarra, a que eu tinha tanta estima”. Novamente de posse do instrumento ele voltou a fazer o que mais gosta, tocar, mesmo sem ser o ofício que atualmente lhe garanta o ganha-pão. Sem perspectiva de retorno à profissão, hoje ele ajuda em uma empresa de mudanças. “É preciso viver cada dia em seu próprio dia”, resume.

Um dos representantes da categoria no Agreste, o músico Sérgio Brayner, disse em entrevista à Rádio Jornal Caruaru que a classe artística "grita e clama por socorro" e que o momento é muito difícil para quem trabalha com arte e cultura de modo geral. 

"São bateristas vendendo suas baterias, cantores vendendo violão e microfones, e a gente fica se perguntando 'até quando vai essa situação?'. A gente espera medidas dos órgãos governamentais, espera medidas que salvem a categoria porque depois que passas a pandemia nem o próprio instrumento o artista vai ter para garantir seu pão de cada dia", disse Brayner.

 Mosien é um entre outros tantos artistas da música que não sobreviveram à pandemia e aos espaços fechados, eventos e shows cancelados e, portanto, palcos vazios. Dos setores mais castigados, o efeito devastador na classe segue sendo um dos mais sentidos. José Amaro Junior, por exemplo, conhecido como Zé Trola, é defensor da profissão e da música. “A palavra é essa: defendo”, brada ele.

À frente do projeto Sambossa e parcerias com nomes como Adriana B e Karynna Spinely, ele se desfez da cuíca, do tantã, do repinique e do pandeiro. “Todos foram vendidos. Só de pandeiro, minha paixão, eu tinha sete e hoje só resta um”. Zé não quis falar sobre o assunto por telefone, preferiu escrever. “Porque realmente não tenho condições. Só de escrever meus olhos estão nadando em lágrimas”. Aos 45 anos e 27 de profissão, ele conta que o valor arrecadado não foi suficiente para suprir a pensão que deve aos três filhos. “Não amenizou a situação”. 

Já Bino Silva, 72 anos, conhecido por “Seu Silva”, não larga o bandolim. Veterano dos carnavais de Recife e de Olinda, faz questão de exaltar suas andanças pela folia pelo ‘blocos saudosos’. Contentamento demonstrado também quando se remete ao tempo do Conservatório Pernambucano de Música (CPM), o início de tudo.

“Eu nem sei quantos anos de carreira posso dizer que tenho, acho que mais de trinta. Vi muitas gerações de músicos passando por mim e ainda estou na ativa, pelo menos estava até a pandemia. Tinha vendido dois dos meus bandolins porque a aposentadoria vai direto para os remédios, e agora tem outro à venda. Com essa doença tá mais difícil de sobreviver”, contou ele, morador do bairro da Boa Vista. Seu Silva hoje ajuda em produção de cartazes de publicidade para ajudar na renda. 

Quem buscou também outra atividade além da venda dos instrumentos foi o percussionista olindense Emerson Santana – traquejado no ofício de acompanhar mestres e mestras do maracatu. Ele diz que acorda com música e dorme com música, batucando dentro de casa. Pai de dois filhos e morando no Rio de Janeiro, pelas bandas de cá colecionou participação em discos com nomes da cultura pernambucana, entre eles os mestres Zeca do Rolete e Ferrugem do Coco, além de Maciel Salú.

Com a pandemia empreendeu em aulas online de música mas foi inevitável se desfazer dos seus sons. “Pandeiro, pratos de bateria, djembe (tambor originário da África ocidental), já vendi. Agora vou passar meu timbau e um gan gan nigeriano”, contou ele, que passou a fabricar instrumentos para vender, para amenizar os danos da ausência do palco, espaço que em uníssono segue como o maior desejo dos que vivem do querer artístico inabalável, a música. 

A reportagem é Germana Macambira. Jornal Folha de Pernambuco e de Eduarda Cabral Rádio Jornal 

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A SAGA DE PEDRO BANDEIRA. CORDEL AUTORIA POETA DAUDETH BANDEIRA

DAUDETH BANDEIRA - Manuel Bandeira de Caldas nasceu em 09/06/1945, em São José de Piranhas - Paraíba. Poeta, repentista, compositor e advogado. Neto do imortal cantador Manuel Galdino Bandeira e irmão dos cantadores Pedro, Francisco e João Bandeira. Tem participado de cantorias e festivais de repentistas e conquistado vários prêmios e troféus.

Tem CDs e DVDs. Autor de canções e poemas: Conversando com as Águas; Capim Verdão; O Preço do Nosso Amor; O Pai, o Filho e o Carro; Adeus do Nordestino; O Plantador de Milho; Sonhos de Leandro, Nordestinação; A Manicure; Sorte de Vaqueiro; Pássaro Rural; Ladeira Tambuá; O Homem da Quarta Ronda, Ferruada de Amor, A Árvore Genealógica da Arte da Cantoria, entre outros, alcançando verdadeiros sucessos no cenário da música brasileira.

Autor do livro Vale dos Versos e coautor de Nas Águas da Poesia, Dias D’Versos, Atrativos Turísticos da Paraíba, Invenções e Descobertas, e vários cordéis, em parceria com José Dantas. Contatos: (83) 98880-9915, daudethbandeira@hotmail.com

Confira cordel da autoria de Daudeth Bandeira, homenagem ao seu irmão poeta Pedro Bandeira.  A SAGA DE PEDRO BANDEIRA

1 -  Primeiro quero pedir

Inspiração ao divino

Para escrever a história

De um poeta nordestino

Pedro Bandeira Pereira

Filho de Lica Bandeira

Neto de Manoel Galdino.

2 -  Filho do simples casal:

Seu pai Tobias Pereira,

Sua mãe Maria Lica,

Seu avô Manoel Bandeira,

Repentista universal,

Um sabiá magistral

Da floresta brasileira.

3 -  Nasceu no sítio chamado

Riacho da Boa Vista,

Vizinho à propriedade

De Agnelino Batista,

Velha "Várzea de Guiné",

Mandaçaia, Cacaré,

Uma zona ruralista.

4 -  Se criou matando peba,

Preá, tatu e mocó

Comendo feijão com pão

Tripa, orelha e mocotó,

Tirando mel de cupira,

Capuchu e Jandaíra,

E armando fôjo e quixó.

5 -  Chupando manga madura

Na sombra do mangueiral,

Almoçando arroz da terra

Com manteiga natural,

Cuscuz de milho moído,

E bebendo leite mungido

Na porteira do curral.

6 -  Amansando burro brabo,

Cavalo, jumento e boi,

Ouvindo a rã dizer ai

E o sapo dizendo oi,

São retalhos de memória

Mostrados na sua história

Só pra dizer como foi.

7 -  Nunca gostou de baralho,

Dominó, peteca e bola,

Gostava muito de livro,

Lápis, caderno e escola,

De folheto de cordel,

E era ouvinte fiel

De cantador de viola...

8 -  Esse manejo de vida

Lhe deixava satisfeito,

Mas um dia a Natureza

Quis mudar-lhe esse conceito,

Fez o dom do improviso

Aflorar no seu juízo

E retumbar dentro do peito! 

9 -  A partir daquele dia 

A sua vida mudou,

Só falava em cantadores,

O que cada um cantou,

E principalmente os versos,

Trocadilhos e reversos

Que Galdino improvisou!

10 -  Vendeu algodão na folha

E comprou um violão,

Não sabia tocar nada,

Pediu a Chico Simão, 

Um velho violonista,

Amigo de repentista

Que lhe ensinou o baião!

1 -  E começou fazer tratos

Por aquela vizinhança:

Do Zé Pedro ao Batedor,

Cuncas a Boa Esperança,

Barros e Santa Luzia.

Foi fazendo freguesia

E ganhando confiança!

12 -  Começou com Chico Inácio,

Daniel e Zé Vicente,

Gerson Carlos, Zé Bandeira,

Que não era seu parente,

Biu Pereira, João Andreza, 

Esse último, com certeza, 

Era mais experiente!

13 -  Manoel Galdino morreu

No ano cinquenta e cinco,

E Pedro no mesmo ano

Começou com todo afinco

Pois achou aberto o guia

E o portão da cantoria

Sem taramela e sem trinco!

14 -  Do citadino pracista

Ao matuto camponês

Manoel Galdino Bandeira

Tinha tiete e freguês,

Pedro inicia a estrada

Fazendo a mesma jornada

Que Manoel Galdino fez.

15 -  Nos sertões da Paraíba

E Rio Grande do Norte,

Ceará e Pernambuco

Manoel Galdino era forte, 

Para substituí-lo

Precisaria de estilo,

Coragem, talento e sorte.

16 -  Nas casas que todo ano

Tinha uma cantoria

O povo estava tristonho,

Pedro levou alegria

Com mocidade e com arte

Fazendo uma grande parte

Do que Galdino fazia.

17 -  Pedro foi inteligente,

Com fama não se empolgou,

Exaltou muito a Galdino

No que ele conquistou,

Foi para o pódio direto, 

Depressa o nome do neto

Passou pelo do avô

18 -  Atendia todo mundo

Não rejeitava contrato,

Fosse cidade ou fazenda,

Sítio, povoado, mato,

De classe pobre a elite,

Até que veio um convite

Pra um programa no Crato!

19 -  Foi quando João Alexandre

Repentista violeiro,

Convidou Pedro Bandeira

Para ser seu companheiro,

Cantar na Educadora

A mais famosa emissora

Do nordeste brasileiro!!

20 -  O programa se chamava

Violas e violeiros,

Às quatro e meia da tarde,

Os poetas altaneiros,

Com som, rima e melodia,

Despejavam poesia

Na alma dos brasileiros.

21 -  Violas e violeiros

Foi um sucesso inconteste,

Falado em todas as partes

Norte, Sul, Leste e oeste,

Do pequeno ao maior:

Foi o programa melhor

Que já houve no nordeste!

22 -  Pedro firmou residência

Em Juazeiro do Norte,

Com as características:

Novo, inteligente e forte,

Um cantador de "mão cheia",

Encontrou depressa a veia

Que leva à mina da sorte!

23 -  Um devoto fervoroso

Do Padre Cícero Romão!

Foi como que Padre Cícero

Sustentou na sua mão,

Lhe disse: de hoje em diante

Você será um gigante

Na vida e na profissão!!

24 -  Com as melhores famílias

Que havia na cidade

Relacionou-se bem,

Concretizou amizade,

Conquistou todos espaços

Vendo andar a largos passos

A sua prosperidade!

25 -  Ao lado de Alexandre

Cantava toda semana

Em fazenda de matuto,

Em palácio de bacana,

E em cada cantoria

Muita coisa lhe rendia:

Sucesso, poder e grana...

26 -  Pedro era admirado

Pelas melhores figuras,

Chegou ser vereador

Em duas legislaturas,

Com muita boa vontade,

Ingressou na faculdade

E conseguiu três formaturas!

27 -  Formou-se em teologia,

Pedagogia e direito,

Na alta sociedade

Tinha prestígio e conceito,

Digo sem nenhuma crítica,

Se insistisse na política

Teria sido prefeito!!

28 -  Foi casado com Helena

Da cidade de Icó,

Sobre mulher não quis ser

Nem Salomão nem Jacó,

Salomão, nem conta as suas,

Jacó foi dono de duas,

Mas Pedro quis uma só!

29 -  Só concebeu duas filhas

Essa família ilustrada:

A Doutora Analica,

Médica bem conceituada, 

E Íria sua irmã,

É terapeuta, xamã

E também advogada

30 -  A flor da sociedade.

Do Crato e do Juazeiro:

Promotor, advogado

Padre, Juiz, fazendeiro,

Todos tinham atenção

Ao bardo campeão

Repentista violeiro!

31 -  Com doutor Mauro Sampaio

Tinha acesso livre e certo,

O doutor Ivan Bezerra,

Orlando, Adauto e Humberto,

Políticos e coronéis

Gostavam dos menestréis

E os seguiam de perto!!

32 -  Cantou para Presidentes

Sem reservar-se a segredo!

Marechal Castelo Branco,

Costa e Silva e Figueiredo,

Collor de Melo e Sarney,

Mas nunca lhe perguntei

Se ele cantou com medo!!

33 -  Por Carlos Drumond de Andrade

Pedro foi elogiado,

Por Rogaciano Leite,

Zé Américo e Jorge Amado,

Luiz da Câmara Cascudo,

Até aqui já diz tudo

O quanto foi exaltado!!

34 -  Pedro era inconformado

E sempre quis ir mais fundo,

Até que um dia chegou

A João Paulo Segundo,

Cantou para a Santidade,

A maior autoridade

Religiosa do mundo!!

35 -  Construiu um auditório

Pra ser seu próprio celeiro,

Donde fazia o programa

Numa rádio em Juazeiro,

De uma das suas casas,

Botou no repente asas,

Voou pelo mundo inteiro!!

36 -  Uma das obras famosas

Que pontuam sua SAGA:

Ao lado de João Câncio, 

E Luiz Lua Gonzaga

Fez a Missa do Vaqueiro,

Grande evento brasileiro

Que só Deus no céu lhe paga!!

37 -  Trabalhou mais de seis décadas

Com verso, rima e viola,

Livros, folhetos, poemas,

Tudo dentro da bitola,

Foi por Deus abençoado,

E deixou um grande legado

Pra nos servir de escola!!

38 -  Enfrentou muitas doenças

E cada qual da mais forte,

Mas não deixou a viola

Nem Juazeiro do Norte,

Bravo que nem kamikaze,

Fez cantoria até quase

O dia de sua morte!! 

39 -  No ano de trinta e oito

Pedro Bandeira nasceu, 

Trabalhou sessenta anos

Com setenta adoeceu,

No ano dois mil e vinte

Deu adeus a cada ouvinte

Deitou na rede e morreu!!

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UNEGRO DE JUAZEIRO CONTESTA PROPAGANDA EQUIVOCADA DA PREFEITURA DE JUAZEIRO/BAHIA

A União de Negras e Negros Pela Igualdade-Juazeiro Bahia vem por meio de nota chamar a atenção para o equívoco cometido pela publicidade da gestão municipal, quando apresenta uma realidade distorcida acerca da população negra perante ao contexto pandêmico.

Ao contrário do que mostra a propaganda da prefeitura, a culpa da disseminação recaindo sobre nós, povo preto, quando na verdade somos as maiores vítimas da pandemia. Quem está promovendo festinhas particulares e aglomerando não é o povo preto pobre.

Pelo contrário, estamos é morrendo, pois temos que sair de casa para buscar o sustento, pegarmos transportes públicos lotados sem o mínimo de segurança sanitária, quando não estamos desempregadas/os; se estamos trabalhando, podemos ser contaminadas/os pela/o patroa/patrão que estava na sua lancha nos finais de semana na ilha do Maroto, Rodeadouro, curtindo os paredões nas roças ou nas chácaras, fazendo churrasco, sem falar no fato de sermos menos vacinadas/os.

Segundo o Ministério da Saúde, apenas 19% dos imunizados no Brasil são pretos ou pardos, mesmo sendo estes 56% dos brasileiros. Fonte:https://oglobo.globo.com/sociedade/vacina/covid-19-maioria-da-populacao-negros-foram-menos-vacinados-ate-agora-24891207

Relembremos de fatos anteriores repercutidos nacionalmente, como vídeos fazendo rechaço e deboche ao governador e diminuindo Juazeiro por conta do fechamento de bares. Onde estavam essas pessoas? Qual era o perfil do autor do vídeo?

Então, é necessário o cuidado nas questões raciais, não pensar que, quando falamos de mais caras negras nas publicidades, não é trazendo uma carga de culpabilização e responsabilização, quando na total realidade, a vítima somos nós.

Com isso, não estamos afirmando que as pessoas não negras não sejam vítimas da COVID e que as pessoas negras não estão cometendo erros na pandemia. Mas a armadilha da publicidade em, mais uma vez, colocar as pessoas pretas como responsáveis pelas mazelas, catástrofes, males... Quando sabemos que a publicidade é o meio de se comunicar com a população e, a depender do que esteja visível nela, pode sim reforçar velhos estigmas e estereótipos. Queremos mais vacinas para o nosso povo! Enquanto ela não vem, queremos Assistência Social por meio de benefícios eventuais.

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BANDA FULÔ DE MANDACARU COMEMORA 20 ANOS E HOMENAGEIA A BAHIA

Fundada em Caruaru, Pernambuco, há exatos 20 anos, a Banda Fulô de Mandacaru celebra as duas décadas de existência com novos projetos. O grupo, comandado por Pingo Barros (zabumba e vocal), Armandinho do Acordeon (sanfona e vocal) e Tiago Muriê (triângulo e vocal) lançou, em todas as plataformas digitais, o álbum _Arraiá Fulô de Mandacaru_. O novo trabalho traz nove canções autorais, sendo seis faixas inéditas e uma em homenagem à Bahia.

"A Bahia é um estado pelo qual a gente tem muito carinho, pois tem um dos principais festejos juninos do Brasil. Por isso, resolvemos lançar uma canção que retrata a sua riqueza cultural e também as suas belezas naturais. A música se chama _Bahia, alegria e amor_, que traz os encantos da Terra de Todos-os-Santos", conta Armandinho do Acordeon. Essa faixa ganhará um clipe com imagens de diversas regiões do Estado, com destaque para Salvador e as cidades que realizam os principais festejos juninos. De acordo com o sanfoneiro, o grupo estuda a possibilidade de morar um período no estado.

O cantor, instrumentista e compositor Pingo Barros explica que as seis novas músicas buscam uma interação com o público e faz um link com o "novo normal" vivido pela sociedade. "Entre as inéditas temos a canção Vamos festejar. Ela retrata os elementos do São João como a fogueira, as comidas típicas e a família toda junta. Inserimos o refrão 'Neste São João só quero ficar com você', que faz uma alusão ao isolamento social", explica. A faixa _No Terreiro de Casa_, é de autoria de Armando Barros, pai de Pingo, e fala sobre o verdadeiro São João, aquele comemorado na roça, mas possui também em sua letra um toque de romantismo.

O artista também ressalta outras faixas do novo trabalho, que tem no arrasta-pé a sua maioria rítmica. A música _Brilho do teu olhar_ conta a história de um homem que não se imagina sem o seu grande amor. Em ritmo de arrasta-pé, a canção ressalta todas as qualidades da mulher amada.

*Homenagens –* As outras faixas inéditas do álbum foram compostas como forma de agradecimento. São elas:_20 anos de Fulô_, que mostra a trajetória da banda e fazer reverências como as canções; _No Pátio do forró_, que fala sobre a grandiosidade do São João de Caruaru.  Tiago Muriê ressalta ainda as releituras de sucessos como _Espalhando amor_, _Fulô de Mandacaru chegou_ (primeiro grande hit autoral da banda) e _Sou Fulozeiro_, que é uma homenagem aos fãs.

*História* – A banda foi formada em 2001 com o comando de Pingo Barros, com 10 anos, e Armandinho do Acordeon, com 15, em festas nas casas de amigos e no São João da cidade. A estreia no palco principal de Caruaru se deu três anos depois. Já a primeira turnê internacional ocorreu em 2005, com apresentações na França. Tempos depois, o grupo se apresentou na Suíça, Bélgica, Portugal e Alemanha. 

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PETROLINA: PROJETO DA VEREADORA MARIA HELENA PRESTA HOMENAGEM À MEMÓRIA DE ANÉSIO LINO DE SOUZA NETO (NETO TINTAS)

"Gostaria mesmo era que Anésio Lino de Souza Neto estivesse vivo para conceder o Título de Cidadão de Petrolina pelo valoroso serviço prestado ao município e região. Confesso que eu não gostaria de estar fazendo uma homenagem póstuma, mas é essa nossa gratidão pelo nome que ficou imortalizado".

Essas foram as palavras da Vereadora Maria Helena de Alencar, na última terça-feira (23) durante a aprovação do Projeto de Lei de sua autoria que denomina o prédio público na Avenida José Maniçoba, Centro, Petrolina, Laboratório Municipal Anésio Lino de Souza Neto.

A vereadora Maria Helena justificou o Projeto de Lei, que foi aprovado por unanimidade, citando o reconhecimento  e aos relevantes serviços prestados pelo empresário conhecido por Neto Tintas, um apaixonado por Petrolina e tudo que envolve a cultura a partir de Luiz Gonzaga.

Anésio Lino de Souza Neto. Nasceu em Campina Grande, Paraíba. Mas teve a sua vida marcada em Petrolina e Juazeiro. Empreendedor teve a visão de acreditar no desenvolvimento de Petrolina, Juazeiro e região e fundar com a instalação da Loja Neto Tintas, na Avenida Sete de Setembro quando a mesma não era um ponto de referencia comercial.

Falecido em outubro de 2017, NETO TINTAS, teve em Petrolina uma vida marcada pelo empreendedorismo e valorização da cultura. Neto Tintas foi um homem ligado a família e a Igreja Católica, um incentivador de prestação de serviço as comunidades mais carentes.

Neto Tintas deixou em vida a esposa Benedita Alves Xavier, em casamento de 37 anos e 3 filhos: Abilio Lino de Souza Neto, Italo Lino de Sousa e Icaro José Lino de Souza e 4 netos.

Vários são os tocadores de sanfona que tiveram em Neto Tintas o seu apoio não só moral mas também financeiro, seja para compras de sanfona e ou mesmo contribuir com a compra de alimentos nas horas de maior necessidade. 

Detalhe: em agosto de 2017 ainda em vida NETO TINTAS foi comunicado oficialmente pela Câmara de Vereadores de Exu Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, que ganharia o Titulo de Cidadania de Exu, tendo como justificativa a prestação de serviço e valorização da cultura brasileira a partir do Rei do Baião. Entre amigos e familiares Neto chorou emocionado.

A LOJA NETO TINTAS tem 26 anos consolidada em parceria e empreendedorismo no setor de Tintas Automotivas em Geral. Foram 35 anos de vida empresarial que Anesio Lino de Souza Neto, o conhecido Neto Tintas viveu em Petrolina. Em vida, sempre otimista e um apaixonado pelo desenvolvimento de Petrolina sempre tinha boas palavras, pensamentos e ações para com a cidade.

Nascido em Campina Grande, Paraíba, lugar que aprendeu a amar a obra e vida de Luiz Gonzaga, Neto Tintas inaugurou  em 1994, as  lojas de Petrolina e Juazeiro-Ba. No ano de 2020 o Grupo abriu uma filial em Paulo Afonso, Bahia.

Consolidado no mercado ao longo dos 35 anos Neto Tintas não fazia segredo. "Acrescento além do amor e paixão, vontade de trabalhar todo dia, uma equipe que  mantém  ótimo atendimento e o melhor relacionamento com nossos clientes. Estamos sempre atualizados sobre as boas novidades e inovações do setor de pinturas automotivas", revelava Neto Tintas de saudosa memória.

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VÍTIMA DE COVID-19 MORRE EM CAMPINA GRANDE NA PARAÍBA, O RADIALISTA E JORNALISTA JUAREZ AMARAL

 

A Associação Paraibana de Imprensa, Associação Campinense de Imprensa, O Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e o Sindicato dos Radialistas da Paraíba, comunicam com pesar o falecimento do seu associado jornalista e radialista JUAREZ AMARAL DE MEDEIROS, ocorrido na madrugada desta quinta-feira, 25 de março, em Campina Grande.

O radiojornalismo está de luto, deixa seu legado na imprensa campinense e paraibana, como profissional exemplar e respeitado por todos que tiveram a honra de acompanhar seu admirável trabalho por onde passou. Tinha 70 anos e estava internado desde o dia 17 de março, no Hospital Pedro I, onde veio a falecer por complicações da covid-19.

Companheiro dedicado, Juarez fez historia no rádio e na tv campinense, onde trabalhou em praticamente todas as emissoras de Campina Grande, exercendo suas funções com dignidade e competência. Uma perda irreparável, de um profissional de grande expressão para todos nós.

Foi o fundador no ano de 1985 do “Jornal de Verdade”, sendo durante 33 anos um dos mais tradicionais programas radiofônicos campinense, exibido inicialmente na Rádio Caturité AM (hoje FM). A partir de 2003 até o ano de 2017, Juarez passou a apresentar na rádio Cidade Esperança AM, depois na Rádio Arapuan FM, e atualmente na rádio web Estação Campina. Era um apaixonado pelo radiojornalismo, tendo também trabalhado na Tv Paraíba e Tv Borborema, Rádio Borborema, e até mesmo na Jovem Pan de São Paulo. Radialista raiz, Juarez sempre realizou um jornalismo dinâmico, sério, comprometido e na defesa dos que mais precisava e nos temas mais importantes da cidade de Campina Grande.

A partir de hoje, nosso “Cara Pálida, Nota 13” se juntará lá no céu aos inúmeros outros companheiros que já partiram para a eternidade, e quem sabe hoje será realizado um grande “Café almoço”, entre aqueles que já cumpriram sua missão aqui entre nós, e que construíram uma grande historia na radiofonia paraibana.

A API, ACI, o SINDJOR-PB e o STERT/PB, prestam, assim, suas condolências e solidariedade aos familiares e amigos do companheiro JUAREZ AMARAL E MEDEIROS.

A pedido de seus familiares, haverá um cortejo fúnebre para as últimas homenagens e um adeus a Juarez Amaral, saindo às 17hs do Hospital Pedro I, em direção ao cemitério Campo Santo.

Campina Grande, 25 de março de 2021.

Associação Paraibana de Imprensa

Associação Campinense de Imprensa

Sindicato dos Jornalistas da Paraíba

Sindicato dos Radialistas da Paraíba

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A VIDA SECRETA DAS ÁRVORES. AS DESCOBERTAS DE UM MUNDO OCULTO

Madrugada insone, topo com Pedro Bial entrevistando um simpático senhor falando, pasmem, sobre a vida secreta das árvores. Seu nome, Peter Wohlleben, cientista, estuda “as descobertas de um mundo oculto” em livro que, publicado há pouco mais de três anos, vendeu mais de um milhão de exemplares e leva o leitor a entender o que sentem esses vegetais, lutando para sobreviver, ao lado dos humanos, e muitas vezes em competição com outras espécies.  

Todos conhecemos o que, dos elementos da natureza disseram os poetas, tentando descrever suas mensagens ocultas, sua presença silenciosa, sua beleza. “Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes”, dizia David em um de seus Salmos.

 Goethe conversava com a pequena rosa à beira do caminho, humilde e calada como a flor da estrada que Juan Ramón Gimenez mostrava ao burrinho Platero: suave e esguia, “sem se contaminar das impurezas do mundo” vivendo pouco tempo, sua vida como um dia de primavera, mas podendo ser “a todo instante, o singelo e perene exemplo de nossa existência”. 

Augusto dos Anjos chorava pela árvore da serra, caída aos golpes do  “machado bronco” paterno. Olegário Mariano imagina o exemplo da árvores felizes “dentro da solidão da noite morta” e mesmo sentindo o drama que há no fundo das raízes, continuam dando sombra às taperas no abandono. Ursula Garcia chora a morte da cajazeira secular que conheceu menina.

O livro do cientista alemão vai além do que sentem os poetas. Afirma que as árvores se comunicam, se relacionam, formam famílias, cuidam dos filhos, possuem memória, defendem-se das pessoas. Algumas são solitárias, outras são seres sociais, só conseguem se desenvolver plenamente em comunidade. Como seres humanos, conseguem se adaptar a determinados ambientes. E,  como as estrelas de Bilac, conversam entre elas.

Pedro Bial perguntou a Wohlleben: “Você pode ouvir as árvores conversando?” A resposta: um sorriso e mais. “Para entender a conversa das árvores entre elas e conosco, devemos aprender sua linguagem”. E aconselha aos prefeitos, responsáveis pelo bem estar das árvores e das pessoas nas  cidades: “Plantem pequenas florestas nas praças e não apenas árvores solitárias”. Para a felicidade da vida vegetal e dos seres humanos. A vida secreta das árvores, traduzido em várias línguas, foi publicado no Brasil e pode ser encomendado via internet. A não se perder.

Luzilá Gonçalves Ferreira-Membro da Academia Pernambucana de Letras

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