A mãe da menina Beatriz, Lúcia Mota, realizou na manhã desta terça-feira (08) um ato de repúdio, na frente da Câmara de Vereadores de Petrolina. O protesto foi contra o espaço concedido na tribuna da Casa Plínio Amorim ao advogado Wank Medrado, que defende Alisson Henrique Carvalho, suspeito de ter apagado imagens das câmeras de segurança que poderiam ter ajudado nas investigações do assassinato de Beatriz.
Parentes e amigos da menina Beatriz se manifestaram através de faixas, cartazes e um carro de som. No microfone, Lúcia Mota, disse que não concordava com a atitude da Câmara de Vereadores. "Este é um ato de repúdio contra os vereadores da Câmara de Petrolina. No dia do crime, a polícia pediu a Alisson as imagens das câmeras, e o que foi que Alisson disse no dia? Porque ele não entregou as imagens naquele dia para a polícia? Muitas perguntas precisam ser respondidas pelo advogado de Alisson, mas não é aqui não, é no judiciário. É onde ele está respondendo um processo por ter obstruído as investigações do caso Beatriz", esclareceu Lúcia.
"A Câmara de Vereadores está promovendo esta vergonha com dinheiro público", declarou Lúcia Mota.
O advogado Wank Medrado explicou que "o objetivo dessa reunião é pedir que a Câmara de Vereadores, dentro da importância que exerce, no caso do povo, possa atuar no caso da menor Beatriz Angélica, para evitar que injustiças sejam cometidas, que eu digo sempre que a gente precisa olhar a situação por dois ângulos. Nós temos dois ângulos, de um lado uma morte trágica, a morte da criança que precisa de uma resposta, e de outro lado, temos uma acusação injusta contra Alisson de ter apagado imagens", destacou.
O uso da tribuna livre é concedido a quem faz solicitação prévia por meio de ofício à Câmara de Vereadores de Petrolina.
Em setembro deste ano, Alisson Henrique que se encontrava foragido desde 2018, teve um pedido de prisão revogado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. A pesar disso, o inquérito envolvendo Alisson continua porque o arquivamento depende da conclusão do inquérito policial da morte de Beatriz. Ele foi acusado de ter apagado as imagens do circuito interno do colégio onde a menina Beatriz foi encontrada morta com 42 facadas, em dezembro de 2015.
Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina, Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola. A irmã de Beatriz era uma das formandas.
A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.
Em fevereiro de 2016 a Polícia divulgou um retrato falado do suspeito de matar a menina. Em março de 2017 a polícia divulgou um vídeo com imagens detalhadas do suspeito de cometer o crime. Até o momento, quatro delegados ficaram à frente das investigações do assassinato de Beatriz.
Lucia Mota, mãe da menina Beatriz se reuniu com o governador Paulo Câmara no final de agosto e solicitou a federalização das investigações.
A reportagem deste Blog Geraldo José solicitou mais uma vez explicações para a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Pernambudo, quanto as acusações que houve erro nas investigações e que as imagens foram apagadas por erro da perícia.
Fotos: Jean Brito - Jornalista