Banda de Pife do Crato-Ceará mais de 200 anos de tradição


Banda de Pifano do Crato-Ceará
Dois séculos de uma tradição que resiste ao tempo.

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto comemorou mais de 200 anos de resistência, com todo vigor das gerações que já passaram pela formação do grupo.

Visitei o grupo na cidade do Crato, Ceará. A cada acorde segurava uma lágrima que teimosa caia.

É que eu lembrava da minha entrevista com o mais antigo integrante do grupo, o Mestre Raimundo Aniceto, o primeiro pife da banda, que faleceu este ano, mas as gerações vão dando sequência ao legado.

O Grupo  lançou o livro ‘Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto: Memórias e Afetos’, que reúne vários artigos de pessoas que têm de alguma forma uma relação com o grupo, e um acervo fotográfico para fazer um registro da data.

Eles prometem que “a luta pela valorização da cultura continuará”. Buscam forças na história dos seus ancestrais, desde o avô que fundou a banda de Pife, até o seu pai, José Lourenço da Silva, um índio kariri que trouxe consigo as cabaças e também a alcunha de Aniceto.
  
O sentimento ainda é forte com a perda de um dos grandes líderes que passou pelo grupo, deixando uma marca de alegria e resistência pela preservação da cultura. Os irmãos com lágrimas nos olhos traduzem o mesmo pensamento do seu irmão, quanto à permanência da tradição. “A família não é grande, mas é comprida. O grupo só termina se o mundo acabar de uma vez só”.

O grupo continua sustentado por instrumentos de sopro e percussão, como pífanos, zabumba, caixa e pratos de metal, compõe inspirado no trabalho da roça e na observação do cotidiano da vida do sertão. Atualmente, a banda é composta por seis descendentes dos índios Kariri, todos eles agricultores do Crato.

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