CONSULTA INDICA NECESSIDADE DE FORTALECER JORNALISMO PROFISSIONAL

O fortalecimento do jornalismo como forma de combater a desinformação foi um dos consensos formados a partir de consulta aberta pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A entidade rram recolhidas mais de 1,3 mil contribuições de pessoas físicas e de organizações governamentais, empresariais e do desenvolvimento científico e tecnológico.

A rápida disseminação de informações falsas ou distorcidas, transmitidas de forma intencional para obter resultados como influenciar em eleições, enfraquecer instituições ou disputar debates públicos foi um dos temas avaliados no processo.

Esse fenômeno, chamado de infodemia, é possibilitado, segundo as contribuições à consulta, por três fatores principais: a coleta e análise massiva de dados; a segmentação dos públicos em nichos específicos pelas plataformas; os sistemas algorítmicos com foco em aumentar o tempo de engajamento dos usuários nas plataformas e o retorno financeiro dos conteúdos feito fundamentalmente com publicidade.

As estratégias anticompetitivas também foram apontadas como um problema no setor. De acordo com o relatório elaborado com base nas contribuições, a concentração de dados nas plataformas se transforma em um grande poder econômico, que pode ser usado para atuar em outros mercados. Essa dinâmica prejudica ainda mais as possibilidades de concorrência. “Em deterioração de inovação e qualidade de produtos e serviços, com impactos também em outros âmbitos, como liberdade de expressão e proteção de dados”, acrescenta o documento.

Uma grande divergência nas contribuições está na transparência no funcionamento das plataformas. Enquanto as empresas defendem que essas informações passam por questões comerciais sensíveis relacionadas aos modelos de negócio, as organizações da sociedade civil argumentam que se trata de pontos de interesse público.

Projetos de lei-A regulação das plataformas atualmente é tema de diversos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, apesar de alguns assuntos levantados na consulta ainda não serem tratados pelo Legislativo. Um deles é o Projeto de Lei (PL) 2.630 de 2020, conhecido como Projeto de Lei das Fake News (notícias falsas).

Segundo a conselheira do CGI, Bia Barbosa, um dos temas com destaque na consulta tratados no PL é o aumento da responsabilização das plataformas por conteúdos com monetização ou impulsionamento. Ou seja, as empresas devem responder por conteúdos pelos quais os produtores recebem remuneração da plataforma ou que, por pagamento, ganharam mais alcance nas redes.

O financiamento do jornalismo profissional pelas plataformas digitais é tratado em outro projeto de lei, o 2.370 de 2019, após o tema ser desmembrado do PL das Fake News. “A questão do fortalecimento do jornalismo como uma saída para o enfrentamento à desinformação hoje não está mais dentro do [PL] 2.630, mas na sua origem a questão da remuneração do jornalismo, do uso de conteúdos produzidos por empresas jornalísticas, por iniciativas de jornalismo, pelas plataformas digitais, aparece como uma medida de mitigação desses riscos que estão colocados a direitos fundamentais e a democracia”, enfatizou Bia.

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CARUARU LANÇA PROGRAMAÇÃO 111 ANOS DE NACIMENTO DE LUIZ GONZAGA, REI DO BAIÃO

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Fundação de Cultura, irá realizar a V Semana Viva Gonzaga – 111 anos do Rei do Baião. Neste ano, o evento será realizado de 11 a 13 de dezembro, com programação gratuita.

A Semana contará com palestra, aula espetáculo, diversas homenagens, noite do forró e o tradicional “Café com Gonzaga”, que irá acontecer no Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, próximo à estátua do Rei do Baião. Confira abaixo todas as atividades que serão realizadas nesta edição do evento:

Programação da V Semana Viva Gonzaga – 111 anos do Rei do Baião

Segunda-feira, dia 11 de dezembro

14h – Palestra “A importância dos compositores caruaruenses na obra de Luiz Gonzaga”, com o professor e historiador José Urbano, no hall da Fundação de Cultura. Em seguida, os presentes poderão conferir as vestes e itens pessoais do Rei do Baião, que pertencem ao Museu do Barro e estarão expostos na Fundação.

Terça-feira, dia 12 de dezembro

19h – Aula-espetáculo com o compositor e Patrimônio Vivo Municipal, Onildo Almeida, sobre a importância das suas músicas na obra de Luiz Gonzaga, que será realizada no auditório do Centro Universitário Uninassau.

Quarta-feira, dia 13 de dezembro – Data de nascimento de Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró

7h – Café com Gonzaga, que irá contar com mais de 100 artistas Gonzagueanos de Caruaru e Região. O café da manhã, que terá muito forró, será no Pátio de Eventos, embaixo da estátua do Rei do Baião;

12h – Homenagens a 35 personalidades gonzagueanas, com entrega de diplomas e obras de arte de artistas do Alto do Moura, no hall da Fundação de Cultura. Na ocasião, ainda haverá o lançamento do edital do São João 2024.

19h – Forró Gonzagueano com o trio As Fulô e outros artistas no letreiro “Caruaru”, em frente à Estação Ferroviária. Esta ação será em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres.


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POETA VIOLEIRO SEBASTIÃO DIAS MORRE DE INFARTO

Sebastião Dias, repentista e ex-prefeito de Tabira, no Sertão de Pernambuco, faleceu na tarde deste domingo (3). 

“Com enorme tristeza, comunicamos o falecimento do nosso poeta Sebastião Dias, ocorrido às 13 horas, no Hospital do Coração do Cariri, na cidade de Barbalha. Na manhã deste domingo o quadro evoluiu para uma pneumonia e por volta das 12h30 sofreu uma parada cardíaca. A equipe médica fez todas as manobras possíveis para reanimá-lo, às 13 horas o poeta nos deixou”, informou o filho de Sebastião, Zé Ivan Dias, em nota publicada nas redes sociais.

O poeta sofreu um infarto na noite do dia 25 de novembro, quando participava de uma cantoria na cidade de Icó, no Ceará. Sebastião desmaiou e foi socorrido pelos amigos. Posteriormente, foi reanimado por uma equipe médica e transferido para o Hospital de Barbalha, no Ceará. 

“A poesia de Sebastião continuará a ecoar em nossos corações. A família agradece o apoio e o carinho de todos”, acrescenta o texto.

O velório acontecerá no Centro Lítero-cultural Poeta Zé de Mariano, em Tabira. O enterro está previsto para as 16h, no cemitério Parque da Saudade.


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LEMBRANDO LUIZ GONZAGA, ANTES QUE SEJA TARDE

Lembrando Luiz Gonzaga, antes que seja tarde Texto de Aderaldo Luciano

Vou recontar esse momento sutil. Enquanto descia de Santa Teresa, num tempo bem passado, com o ator Beto Quirino, com o saudosíssimo poeta Chico Salles e com o também poeta Ivamberto Albuquerque, eu procurava na imaginação o disco gonzagueano no qual o Rei do Baião encantara para a eternidade suas versões para canções completamente estranhas ao seu repertório tradicional.

O Canto Jovem de Luiz Gonzaga veio e vem, de certa forma, contrapor-se ao discurso segregador. Procurando um melisma que também avoasse pelo dissonante, a sanfona e a voz do bardo encaixaram-se com certa delicadeza, mastigando mansamente as notas quase deslocadas da bossa nova e do tropicalismo.

Naquele disco não havia arranjos sertanejos, rascantes, severos. Havia, e está lá, um diálogo com o que se chamava, na época, de novo, de jovem. Gonzaga teve coragem, enfrentou. A célebre Caminho de Pedra, de Tom e Vinícius, é um ponto a se prestar bem atenção. Em Asa Branca, com alguma novidade no arranjo, a participação de Gonzaguinha marcará o reencontro de pai e filho.

Seguem-se Nelson Mota, Dori Caymmi, Antonio Carlos e Jocafi, Capinan e Edu Lobo, presentes. Note-se a fotografia de capa tendo como cenário o Edifício Avenida Central, no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro. Note-se, ainda, a pose e o figurino atualizado à cidade e à moda bossanovidadosa. As faixas:

Chuculatera (Jocafi – Antônio Carlos)

Procissão (Gilberto Gil)

Morena (Gonzaguinha)

Cirandeiro (Capinan – Edu Lobo)

Caminho de Pedra (Tom Jobim – Vinicius de Moraes)

Asa Branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)

Vida ruim (Catulo de Paula)

O milagre (Nonato Buzar)

No dia que eu vim me embora (Caetano Veloso – Gilberto Gil)

Fica mal com Deus (Geraldo Vandré)

O cantador (Nelson Motta – Dori Caymmi)

Bicho, eu vou voltar (Humberto Teixeira)

https://www.youtube.com/watch?v=DdluVJcY9hs

O Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões. Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos.

Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O olhar de Gonzaga furou o ventre de todas as coisas e seres, escaneou suas vísceras, revirou seus mistérios, escrutinou suas entranhas. A mão do homem deslizou pelas teclas sensíveis da concertina, seus dedos pressionaram os pinos, procurando os sons baixos e harmônicos. Os pés do homem organizavam o primeiro passo, sentindo o caminho, testando o equilíbrio. A cabeça erguida, o queixo pra frente, a barriga desforrada e o pulmão vertendo cem mil libras de oxigênio, vibrando as cordas vocais: era Lua nascendo.

O peito de Gonzaga abrigava o canto dolente e retotono dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. Viva Luiz Gonzaga do Nascimento, sempre na mira de nossos corações.

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ALEMBERG QUINDINS PARTICIPA DO SEMINÁRIO O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NO ENFRENTAMENTO À POBREZA

Com a participação do criador da Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, nesta quarta-feira, dia 29, às 9h, no auditório do Museu de Arte do Rio de Janeiro, será promovido o seminário “O papel da comunicação no enfrentamento à pobreza”. O encontro pretende fomentar uma discussão qualificada sobre a extrema pobreza no país. Ao longo de toda a manhã, o público poderá assistir a debates sobre o cenário atual desse importante desafio que o Brasil precisa superar e os caminhos para uma comunicação mais eficaz, inclusiva e legítima.

A programação conta com a colaboração de Eliana Sousa Silva, fundadora e diretora da Associação Redes de Desenvolvimento da Maré, e mediação do jornalista Caco Barcellos. O tema do primeiro painel é: “O papel do jornalismo no enfrentamento à extrema pobreza”. Participarão dessa conversa o diretor de jornalismo da Agência Mural, Vagner de Alencar; a jornalista e CEO do Notícia Preta, Thais Bernardes; a jornalista da Maré de Notícias, Jéssica Pires e a jornalista Luciene Kaxinawá, do Canal Futura. 

 Já o segundo painel tem mediação do jornalista do Canal Futura,  Leone Gabriel e aborda o tema: “Caminhos para a construção de uma comunicação legítima e diversa”, trazendo os seguintes debatedores: o jovem ator, roteirista e aprendiz Gabriel Vieira Santos, a integrante da diretoria do coletivo Serra Pelada Produções, Raquel Moraes, a atriz, roteirista e criadora de conteúdo, Luana Xavier, o criador da Fundação Casa Grande, Alemberg Quindins e a chefe de cozinha e fundadora da Favela Orgânica, Regina Tchelly. 

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IV SEMINÁRIO DA CHAPADA DO ARARIPE PATRIMÔNIO DÁ HUMANIDADE SERÁ REALIZADO EM EXU ENTRE OS DIAS 11 A 13 DEZEMBRO


Cantar sua terra é dever sagrado, como bem dita o poeta Patativa do Assaré. O IV Seminário da Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade será realizado em Exu, Pernambuco entre os dias 11 a 13 dezembro. Com o objetivo de valorizar a Campanha da Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade o tema do seminário dessa vez terá como foco Luiz Gonzaga, Exu do Gonzagão Turismo no Coração do Sertão.

A programação consta também com visita sos Museus Organicos do Ciclo do Couro, Comunidade das Tabocas.

O criador da Fundação Casa Grande, Ceará, Alemberg Quindins e a professora Conceição Lopes participam do evento com a palestra: A Arqueologia Social Inclusiva  e Terriório encantado dos Kariris.

Também consta na programação o 3 Ciclo Matinal de Conversa-Saberes e Fazeres na Chapada do Araripe, com os educadores Sivalnete Benedito, Vilmar Lermen e o analista ambiental Antonio Alencar. (Agrodoia)

CHAPADA DO ARARIPE PATRIMÔNIO DÁ HUMANIDADE-Localizada no nordeste brasileiro, é uma região de rara beleza que abriga uma riqueza natural e cultural singular. Entre os seus diversos encantos, destaca-se a conexão profunda entre a paisagem exuberante e a tradição musical que ecoa por entre suas serras e vales. Nesse cenário de contrastes e emoções, emerge a figura icônica de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, cuja música se entrelaça de maneira indissociável com a terra natal.

A paisagem sonora da Chapada do Araripe é uma sinfonia de elementos naturais, onde os ventos sussurram a saudade do mar, as águas dos riachos, os pássaros, preenchem o ambiente com seus cantos melódicos. Esse cenário idílico se tornou a fonte de inspiração para muitos artistas, como tão bem expressa o Luiz Gonzaga.

Nascido em Exu, município situado aos pés da Chapada do Araripe, Luiz elevou a cultura nordestina a patamares inéditos por meio de sua música autêntica. Suas composições reverberam como um eco que ressoa pelas encostas da Chapada, capturando a alma da região e narrando as alegrias e desafios do povo sertanejo.

Cantar sua terra é dever sagrado, como bem dita o poeta Patativa do Assaré. A terra natal era para Luiz Gonzaga mais do que uma expressão artística; era um ato de amor e gratidão. Suas canções, impregnadas de sentimento, celebram a vida simples do sertanejo, os costumes, as festas populares e, acima de tudo, a resiliência frente às adversidades. Em cada acorde de sanfona, em cada verso entoado, Gonzaga imortalizou a Chapada do Araripe e sua gente, transformando o local em um símbolo musical do Brasil.

Assim, ao adentrar os recantos da Chapada do Araripe, é impossível não sentir a presença viva da herança deixada por Luiz Gonzaga. Suas melodias continuam a embalar as brisas que cruzam a paisagem, e sua influência perdura como uma homenagem eterna à beleza e autenticidade desse pedaço único do país.

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12 CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA COMEÇA NESTA SEGUNDA-FEIRA


O 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) inicia atividades hoje (20), feriado da Consciência Negra, a partir das 9h, na Fundição Progresso. O evento comemora 20 anos de existência e traz inovações para o Rio de Janeiro. As atividades vão ocupar ainda espaços como Passeio Público, Circo Voador, Associação Cristã de Moços, Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Esdi/UERJ), Cine Odeon. A programação completa do evento pode ser acessada aqui.

Com o tema escolhido para este ano - Agroecologia na boca do povo - o encontro reafirma compromisso com a agricultura sustentável e a justiça ambiental. Iniciado em 2003, em Porto Alegre (RS), as atividades foram aumentando e se adaptando ao longo dos anos, na busca de respostas coletivas para desafios sociais, políticos e ambientais enfrentados pelo país.

Pela primeira vez fora de uma universidade, como ocorria tradicionalmente, o CBA se estenderá até o dia 23 deste mês. A mudança marca o retorno à normalidade após desafios enfrentados com a pandemia da covid-19.

Significados
Segundo o coordenador executivo da comissão organizadora, Paulo Petersen, a escolha do tema tem significado especiail. "É como se fosse a agroecologia entrando na boca do povo em forma de alimentação saudável, uma vez que voltamos a níveis da década de 1990 em relação à fome."

"Depois de muitos anos de políticas públicas, o país saiu do Mapa da Fome, mas voltamos muito rapidamente a essa situação. O que a gente diz, com essa afirmação da agroecologia na boca do povo, é que é preciso combater a fome com alimento saudável. E para produzir alimento saudável, tem que ser em base agroecológica”.

Segundo Petersen, isso significa não só produzir alimentos sem química, sem agrotóxicos, mas também com processos saudáveis do ponto de vista da relação com a natureza e dos processos de trabalho.

“Hoje, a própria agricultura é responsável por boa parte da emissão de gases de efeito estufa. Falamos também da saúde do ponto de vista ambiental, planetário e não só da saúde humana. A agroecologia combina essa possibilidade de tanto alimentar o povo com alimento saudável, mas também fazer uma produção saudável com a natureza”.

Celebração
A presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), promotora do evento, Fernanda Savicki, afirmou que foram quatro anos de ausência de grandes encontros com a agroecologia. “Somado a isso, temos a retomada da democracia no cenário político nacional. É um momento de celebração da vida, porque o tema é, sobretudo, celebração da vida em todas as suas manifestações e diversidades”, destacou.

Para ela, a agroecologia envolve uma transformação social ampla. “Reverbera no enfrentamento à fome, acesso à terra e territórios, direitos humanos e combate ao racismo e machismo, justiça ambiental, saúde, ciência, cultura e demais temas que se tramam na superação das crises sanitárias, climáticas e políticas atuais, que são profunda e essencialmente ecológicas, e trilham a construção de sistemas agroalimentares agroecológicos e na transformação social”.

Mudanças climáticas
Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) - Cozinha das Tradições. Prato do Rancho Tania - Comunidade Caiçara de São Gonçalo em Paraty. Foto: Divulgação/CBA
Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) - Foto Divulgação/CBA
O coordenador do evento, Paulo Petersen considera a atividade aliada no combate às mudanças climáticas, contribuindo para a melhoria do meio ambiente, porque a produção de base agroecológica trabalha junto com a natureza, junto com os processos baseados na fotossíntese, no manejo de biomassa, em biodiversidade, produzindo bastante por área, mas sem consumir combustível fóssil. “Isso tem efeito grande na emissão de gases de efeito estufa."

Cerca de 5 mil pessoas participam do congresso. São pesquisadores, docentes, estudantes, técnicos, agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, além de ativistas de movimentos sociais, com impactos para a população local. O congresso aborda 16 eixos temáticos e será sede de dois festivais, sendo um de cinema e outro de arte e cultura, englobando música, exposições, dança, literatura e teatro.

Cinema, cultura e sabores
O Festival Internacional de Cinema Agroecológico (FicaEco) vai apresentar 215 obras inscritas de cinco países e 23 estados brasileiros. O Festival de Arte e Cultura da Agroecologia (Faca) tem 95 propostas artísticas, das quais 15 foram selecionadas para integrar a programação cultural do congresso.

O CBA 2023 promove a inovação na agricultura com o Terreiro de Inovações Camponesas, onde agricultoras e agricultores vão compartilhar conhecimentos e experiências.

Nos Barracões de Saberes haverá apresentações de atividades autogestionadas promovidas por pessoas e grupos envolvidos em práticas agroecológicas em todo o Brasil. Haverá também a exposição Muvuca de Sementes, que faz uma mistura de sementes nativas e crioulas, e o Memorial dos Encantados, ambiente criado para homenagear pessoas que atuaram pela agroecologia e morreram recentemente.

Comissão de Alimentação
Parte essencial é a Comissão de Alimentação, que fornecerá refeições baseadas em alimentos agroecológicos, com mais de 50 diferentes tipos de alimentos cultivados por agricultores familiares da região metropolitana do Rio. A equipe da cozinha conta com mais de 40 pessoas. A ala das Comedorias terá 32 barracas de grupos e empreendimentos solidários.

A Feira Saberes e Sabores conta com a participação de 260 feirantes. Com entrada gratuita, será realizada no Passeio Público, região central da capital fluminense, durante os dias 21, 22 e 23 de novembro, de 8h às 18h.

Estarão reunidos no espaço cerca de 300 agricultores, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, com destaque para as diversas produções do estado do Rio de Janeiro e para as articulações das redes de agricultura urbana do Sudeste do país.

O objetivo da Feira Saberes e Sabores é comercializar produções nacionais em um espaço diverso, combinando alimentos e artesanatos que representam a diversidade da agroecologia no Brasil, proporcionando geração de renda, reconhecimento de tradições alimentares e oportunidades concretas de diálogos entre campo e cidade.
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