LEMBRANDO LUIZ GONZAGA, ANTES QUE SEJA TARDE

Lembrando Luiz Gonzaga, antes que seja tarde Texto de Aderaldo Luciano

Vou recontar esse momento sutil. Enquanto descia de Santa Teresa, num tempo bem passado, com o ator Beto Quirino, com o saudosíssimo poeta Chico Salles e com o também poeta Ivamberto Albuquerque, eu procurava na imaginação o disco gonzagueano no qual o Rei do Baião encantara para a eternidade suas versões para canções completamente estranhas ao seu repertório tradicional.

O Canto Jovem de Luiz Gonzaga veio e vem, de certa forma, contrapor-se ao discurso segregador. Procurando um melisma que também avoasse pelo dissonante, a sanfona e a voz do bardo encaixaram-se com certa delicadeza, mastigando mansamente as notas quase deslocadas da bossa nova e do tropicalismo.

Naquele disco não havia arranjos sertanejos, rascantes, severos. Havia, e está lá, um diálogo com o que se chamava, na época, de novo, de jovem. Gonzaga teve coragem, enfrentou. A célebre Caminho de Pedra, de Tom e Vinícius, é um ponto a se prestar bem atenção. Em Asa Branca, com alguma novidade no arranjo, a participação de Gonzaguinha marcará o reencontro de pai e filho.

Seguem-se Nelson Mota, Dori Caymmi, Antonio Carlos e Jocafi, Capinan e Edu Lobo, presentes. Note-se a fotografia de capa tendo como cenário o Edifício Avenida Central, no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro. Note-se, ainda, a pose e o figurino atualizado à cidade e à moda bossanovidadosa. As faixas:

Chuculatera (Jocafi – Antônio Carlos)

Procissão (Gilberto Gil)

Morena (Gonzaguinha)

Cirandeiro (Capinan – Edu Lobo)

Caminho de Pedra (Tom Jobim – Vinicius de Moraes)

Asa Branca (Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira)

Vida ruim (Catulo de Paula)

O milagre (Nonato Buzar)

No dia que eu vim me embora (Caetano Veloso – Gilberto Gil)

Fica mal com Deus (Geraldo Vandré)

O cantador (Nelson Motta – Dori Caymmi)

Bicho, eu vou voltar (Humberto Teixeira)

https://www.youtube.com/watch?v=DdluVJcY9hs

O Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões. Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos.

Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O olhar de Gonzaga furou o ventre de todas as coisas e seres, escaneou suas vísceras, revirou seus mistérios, escrutinou suas entranhas. A mão do homem deslizou pelas teclas sensíveis da concertina, seus dedos pressionaram os pinos, procurando os sons baixos e harmônicos. Os pés do homem organizavam o primeiro passo, sentindo o caminho, testando o equilíbrio. A cabeça erguida, o queixo pra frente, a barriga desforrada e o pulmão vertendo cem mil libras de oxigênio, vibrando as cordas vocais: era Lua nascendo.

O peito de Gonzaga abrigava o canto dolente e retotono dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. Viva Luiz Gonzaga do Nascimento, sempre na mira de nossos corações.

Nenhum comentário

ALEMBERG QUINDINS PARTICIPA DO SEMINÁRIO O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NO ENFRENTAMENTO À POBREZA

Com a participação do criador da Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, nesta quarta-feira, dia 29, às 9h, no auditório do Museu de Arte do Rio de Janeiro, será promovido o seminário “O papel da comunicação no enfrentamento à pobreza”. O encontro pretende fomentar uma discussão qualificada sobre a extrema pobreza no país. Ao longo de toda a manhã, o público poderá assistir a debates sobre o cenário atual desse importante desafio que o Brasil precisa superar e os caminhos para uma comunicação mais eficaz, inclusiva e legítima.

A programação conta com a colaboração de Eliana Sousa Silva, fundadora e diretora da Associação Redes de Desenvolvimento da Maré, e mediação do jornalista Caco Barcellos. O tema do primeiro painel é: “O papel do jornalismo no enfrentamento à extrema pobreza”. Participarão dessa conversa o diretor de jornalismo da Agência Mural, Vagner de Alencar; a jornalista e CEO do Notícia Preta, Thais Bernardes; a jornalista da Maré de Notícias, Jéssica Pires e a jornalista Luciene Kaxinawá, do Canal Futura. 

 Já o segundo painel tem mediação do jornalista do Canal Futura,  Leone Gabriel e aborda o tema: “Caminhos para a construção de uma comunicação legítima e diversa”, trazendo os seguintes debatedores: o jovem ator, roteirista e aprendiz Gabriel Vieira Santos, a integrante da diretoria do coletivo Serra Pelada Produções, Raquel Moraes, a atriz, roteirista e criadora de conteúdo, Luana Xavier, o criador da Fundação Casa Grande, Alemberg Quindins e a chefe de cozinha e fundadora da Favela Orgânica, Regina Tchelly. 

Nenhum comentário

IV SEMINÁRIO DA CHAPADA DO ARARIPE PATRIMÔNIO DÁ HUMANIDADE SERÁ REALIZADO EM EXU ENTRE OS DIAS 11 A 13 DEZEMBRO


Cantar sua terra é dever sagrado, como bem dita o poeta Patativa do Assaré. O IV Seminário da Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade será realizado em Exu, Pernambuco entre os dias 11 a 13 dezembro. Com o objetivo de valorizar a Campanha da Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade o tema do seminário dessa vez terá como foco Luiz Gonzaga, Exu do Gonzagão Turismo no Coração do Sertão.

A programação consta também com visita sos Museus Organicos do Ciclo do Couro, Comunidade das Tabocas.

O criador da Fundação Casa Grande, Ceará, Alemberg Quindins e a professora Conceição Lopes participam do evento com a palestra: A Arqueologia Social Inclusiva  e Terriório encantado dos Kariris.

Também consta na programação o 3 Ciclo Matinal de Conversa-Saberes e Fazeres na Chapada do Araripe, com os educadores Sivalnete Benedito, Vilmar Lermen e o analista ambiental Antonio Alencar. (Agrodoia)

CHAPADA DO ARARIPE PATRIMÔNIO DÁ HUMANIDADE-Localizada no nordeste brasileiro, é uma região de rara beleza que abriga uma riqueza natural e cultural singular. Entre os seus diversos encantos, destaca-se a conexão profunda entre a paisagem exuberante e a tradição musical que ecoa por entre suas serras e vales. Nesse cenário de contrastes e emoções, emerge a figura icônica de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, cuja música se entrelaça de maneira indissociável com a terra natal.

A paisagem sonora da Chapada do Araripe é uma sinfonia de elementos naturais, onde os ventos sussurram a saudade do mar, as águas dos riachos, os pássaros, preenchem o ambiente com seus cantos melódicos. Esse cenário idílico se tornou a fonte de inspiração para muitos artistas, como tão bem expressa o Luiz Gonzaga.

Nascido em Exu, município situado aos pés da Chapada do Araripe, Luiz elevou a cultura nordestina a patamares inéditos por meio de sua música autêntica. Suas composições reverberam como um eco que ressoa pelas encostas da Chapada, capturando a alma da região e narrando as alegrias e desafios do povo sertanejo.

Cantar sua terra é dever sagrado, como bem dita o poeta Patativa do Assaré. A terra natal era para Luiz Gonzaga mais do que uma expressão artística; era um ato de amor e gratidão. Suas canções, impregnadas de sentimento, celebram a vida simples do sertanejo, os costumes, as festas populares e, acima de tudo, a resiliência frente às adversidades. Em cada acorde de sanfona, em cada verso entoado, Gonzaga imortalizou a Chapada do Araripe e sua gente, transformando o local em um símbolo musical do Brasil.

Assim, ao adentrar os recantos da Chapada do Araripe, é impossível não sentir a presença viva da herança deixada por Luiz Gonzaga. Suas melodias continuam a embalar as brisas que cruzam a paisagem, e sua influência perdura como uma homenagem eterna à beleza e autenticidade desse pedaço único do país.

Nenhum comentário

12 CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA COMEÇA NESTA SEGUNDA-FEIRA


O 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) inicia atividades hoje (20), feriado da Consciência Negra, a partir das 9h, na Fundição Progresso. O evento comemora 20 anos de existência e traz inovações para o Rio de Janeiro. As atividades vão ocupar ainda espaços como Passeio Público, Circo Voador, Associação Cristã de Moços, Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Esdi/UERJ), Cine Odeon. A programação completa do evento pode ser acessada aqui.

Com o tema escolhido para este ano - Agroecologia na boca do povo - o encontro reafirma compromisso com a agricultura sustentável e a justiça ambiental. Iniciado em 2003, em Porto Alegre (RS), as atividades foram aumentando e se adaptando ao longo dos anos, na busca de respostas coletivas para desafios sociais, políticos e ambientais enfrentados pelo país.

Pela primeira vez fora de uma universidade, como ocorria tradicionalmente, o CBA se estenderá até o dia 23 deste mês. A mudança marca o retorno à normalidade após desafios enfrentados com a pandemia da covid-19.

Significados
Segundo o coordenador executivo da comissão organizadora, Paulo Petersen, a escolha do tema tem significado especiail. "É como se fosse a agroecologia entrando na boca do povo em forma de alimentação saudável, uma vez que voltamos a níveis da década de 1990 em relação à fome."

"Depois de muitos anos de políticas públicas, o país saiu do Mapa da Fome, mas voltamos muito rapidamente a essa situação. O que a gente diz, com essa afirmação da agroecologia na boca do povo, é que é preciso combater a fome com alimento saudável. E para produzir alimento saudável, tem que ser em base agroecológica”.

Segundo Petersen, isso significa não só produzir alimentos sem química, sem agrotóxicos, mas também com processos saudáveis do ponto de vista da relação com a natureza e dos processos de trabalho.

“Hoje, a própria agricultura é responsável por boa parte da emissão de gases de efeito estufa. Falamos também da saúde do ponto de vista ambiental, planetário e não só da saúde humana. A agroecologia combina essa possibilidade de tanto alimentar o povo com alimento saudável, mas também fazer uma produção saudável com a natureza”.

Celebração
A presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), promotora do evento, Fernanda Savicki, afirmou que foram quatro anos de ausência de grandes encontros com a agroecologia. “Somado a isso, temos a retomada da democracia no cenário político nacional. É um momento de celebração da vida, porque o tema é, sobretudo, celebração da vida em todas as suas manifestações e diversidades”, destacou.

Para ela, a agroecologia envolve uma transformação social ampla. “Reverbera no enfrentamento à fome, acesso à terra e territórios, direitos humanos e combate ao racismo e machismo, justiça ambiental, saúde, ciência, cultura e demais temas que se tramam na superação das crises sanitárias, climáticas e políticas atuais, que são profunda e essencialmente ecológicas, e trilham a construção de sistemas agroalimentares agroecológicos e na transformação social”.

Mudanças climáticas
Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) - Cozinha das Tradições. Prato do Rancho Tania - Comunidade Caiçara de São Gonçalo em Paraty. Foto: Divulgação/CBA
Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) - Foto Divulgação/CBA
O coordenador do evento, Paulo Petersen considera a atividade aliada no combate às mudanças climáticas, contribuindo para a melhoria do meio ambiente, porque a produção de base agroecológica trabalha junto com a natureza, junto com os processos baseados na fotossíntese, no manejo de biomassa, em biodiversidade, produzindo bastante por área, mas sem consumir combustível fóssil. “Isso tem efeito grande na emissão de gases de efeito estufa."

Cerca de 5 mil pessoas participam do congresso. São pesquisadores, docentes, estudantes, técnicos, agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, além de ativistas de movimentos sociais, com impactos para a população local. O congresso aborda 16 eixos temáticos e será sede de dois festivais, sendo um de cinema e outro de arte e cultura, englobando música, exposições, dança, literatura e teatro.

Cinema, cultura e sabores
O Festival Internacional de Cinema Agroecológico (FicaEco) vai apresentar 215 obras inscritas de cinco países e 23 estados brasileiros. O Festival de Arte e Cultura da Agroecologia (Faca) tem 95 propostas artísticas, das quais 15 foram selecionadas para integrar a programação cultural do congresso.

O CBA 2023 promove a inovação na agricultura com o Terreiro de Inovações Camponesas, onde agricultoras e agricultores vão compartilhar conhecimentos e experiências.

Nos Barracões de Saberes haverá apresentações de atividades autogestionadas promovidas por pessoas e grupos envolvidos em práticas agroecológicas em todo o Brasil. Haverá também a exposição Muvuca de Sementes, que faz uma mistura de sementes nativas e crioulas, e o Memorial dos Encantados, ambiente criado para homenagear pessoas que atuaram pela agroecologia e morreram recentemente.

Comissão de Alimentação
Parte essencial é a Comissão de Alimentação, que fornecerá refeições baseadas em alimentos agroecológicos, com mais de 50 diferentes tipos de alimentos cultivados por agricultores familiares da região metropolitana do Rio. A equipe da cozinha conta com mais de 40 pessoas. A ala das Comedorias terá 32 barracas de grupos e empreendimentos solidários.

A Feira Saberes e Sabores conta com a participação de 260 feirantes. Com entrada gratuita, será realizada no Passeio Público, região central da capital fluminense, durante os dias 21, 22 e 23 de novembro, de 8h às 18h.

Estarão reunidos no espaço cerca de 300 agricultores, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, com destaque para as diversas produções do estado do Rio de Janeiro e para as articulações das redes de agricultura urbana do Sudeste do país.

O objetivo da Feira Saberes e Sabores é comercializar produções nacionais em um espaço diverso, combinando alimentos e artesanatos que representam a diversidade da agroecologia no Brasil, proporcionando geração de renda, reconhecimento de tradições alimentares e oportunidades concretas de diálogos entre campo e cidade.
Nenhum comentário

NORDESTE TERÁ SECA MUITO FORTE EM 2024, ALERTA METEREOLOGIA


Depois de provocar enchentes na Região Sul e a seca histórica no Norte do país, o fenômeno El Niño vai provocar, nos primeiros quatro meses do ano que vem, uma severa estiagem no Nordeste. A previsão é consenso na comunidade científica, que cobra dos governos federal e estaduais políticas públicas emergenciais para atender a população do semiárido nordestino e mitigar prejuízos econômicos — principalmente, na produção agropecuária. As informações são do Correio Braziliense/reportagem Vinicius Doria.

Desde junho, a Casa Civil da Presidência da República vem coordenando uma sala de crise para avaliar os impactos do El Niño em todo o país, que conta com a participação de vários ministérios e órgãos de pesquisa e monitoramento. Só para a Região Norte, foram feitas 11 reuniões até agora. Os cenários para o Nordeste começaram a ser avaliados neste mês. O Brasil tem 1.038 municípios monitorados mais diretamente por estarem mais sujeitos a desastres naturais.

Um dos órgãos estratégicos da sala de crise é o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). "O Cemaden tem monitorado os impactos do El Niño nas cidades, na agricultura, na geração de energia hidrelétrica, em vários setores. A partir desse monitoramento rotineiro, ações são tomadas pelo governo federal, que vai ouvir, também, outros setores, inclusive empresas privadas", disse a diretora do Cemaden, Regina Alvalá.

A professora participou, ontem, de um debate na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, que contou com a participação de outros especialistas na questão da emergência climática. Ela alertou, ainda, que está previsto um recrudescimento da seca na Amazônia antes da chegada da temporada de chuvas, que está atrasada.

"A seca na Amazônia era esperada apenas para o verão, mas chegou antes. Entre março e maio do ano que vem, quando o El Niño começa a decair, a gente espera a falha na estação chuvosa no Nordeste e piora da seca na Amazônia", explicou Regina.

"Estamos avisando com meses de antecedência para que os governos se preparem e mantenham monitoramento contínuo", alertou o físico, meteorologista e membro da academia José Marengo, que também integra o Cimaden. Segundo estudos, as temperaturas no Norte e no Nordeste podem ficar entre 0,5°C e 2,5°C acima da média no ano que vem.

O engenheiro e meteorologista Carlos Nobre — um dos principais nomes das pesquisas sobre aquecimento global — apresentou num cenário que beira a catástrofe, caso não sejam implementadas medidas para mitigar os efeitos do aquecimento global, que potencializou o fenômeno El Niño neste ano. O risco, para a Amazônia, é a "savanização" — a transformação de quase metade da área de floresta em savanas pobres de biodiversidade.

No Nordeste, as projeções para os próximos anos também são preocupantes. Segundo ele, áreas do semiárido já começam a virar semidesertos. "Se nada for feito para conter as emissões (de gases do efeito estufa), em 2100 as ondas de calor podem se tornar tão extremas que, por exemplo, a região tropical do planeta terá áreas que irão exceder os limites fisiológicos e sociais humanos", disse.

"É muito importante que os governos federal, estaduais e municipais tenham políticas para atacar essa seca. Centenas de milhares de cisternas podem demorar (para serem instaladas), mas, pelo menos, é preciso apoiar as populações com relação ao fornecimento de água e à proteção da produção agrícola. Precisamos retomar, neste ano, a resposta a essa seca que virá", advertiu Nobre.

Correio Braziliense Foto: Ícaro Alexandre – Ascom/PMJ


Nenhum comentário

LUIZ GONZAGA VIVE E A FOTOGRAFIA FUTURISTA DO REINADO DO BAIÃO

“Uma imagem vale mais que mil palavras” é uma expressão de autoria do filósofo chinês Confúcio, utilizada para transmitir a ideia do poder da comunicação através das imagens.

O significado deste ditado está relacionado com a facilidade em compreender determinada situação a partir do uso de recursos visuais, ou a facilidade de explicar algo com imagens, ao invés de palavras (sejam escritas ou faladas).

O pensador político e filósofo Confúcio (Chiu Kung era seu verdadeiro nome) viveu entre 552 e 479 a.C, e ficou conhecido como o Mestre Kung, devido aos seus sábios provérbios.

Já dizia o poeta: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. Na certeza dessa premissa, a possibilidade de revisitar um presente e futuro feliz é sempre uma experiência prazerosa. E a fotografia tem esse poder. Ao olhar para uma foto, riquezas de detalhes são observadas e, na nossa mente, uma cena é reconstruída.

Momentos históricos de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga em tempos de recursos digitais, facilidades de armazenamento estão ao alcance de um clique. Agora a internet, tempos digitais oferece um acervo de milhares de fotos com uma riqueza de detalhes impressionante.

A fotografia continua sendo a única forma de eternizar algo que é importante, seja esse algo um lugar, um objeto, um momento especial ou até mesmo pessoas especiais. A fotografia é um importante instrumento para gravar momentos sobre a história da humanidade.

O significado da palavra fotografia no grego quer dizer “escrita da luz”. Fotografar não é apenas um clique, é a inspiração, é a arte, é a paixão de quem eterniza momentos!

A bióloga Ana Vartan Ribeiro de Alencar Ulisses, “nascida e criada os dentes” em Exu, Pernambuco, fez um clique que é pura arte durante as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, no Parque ASA BRANCA, neste ano de 2021.

A foto acima é um registro que reflete a Luz da esperança em um futuro de cultura e conhecimento.

“Sempre gostei muito do movimento que as Festas do Gonzagão proporcionavam na cidade,  a casa sempre cheia com os parentes (amigos de seu Luiz como tio Egídio  que recebia Luiz Gonzaga em sua casa lá Salvador BA) que vinham de fora, mas foi na escola que de uma professora chamada Joana Darck através de um trabalho que ela passou que despertou o interesse propriamente dita por seu Luiz. Comecei a conversar com pessoas que conheciam a história dele e só foi aumentando a admiração“, conta Ana Vartan.

“Hoje faço parte da ONG Parque Aza Branca , sou biólogo de formação, acredito muito no Turismo rural de base comunitária aqui na cidade para fortalecer ainda mais os movimentos culturais/turísticos/ambientais que vez ou outra dão uma enfraquecida principalmente na pandemia que estamos passando e pensando em tudo que vem acontecendo quando vi a criança passando por mim com a sanfona, a chinela e o chapéu de couro foi como um sinal divino dizendo: acredite! O legado de seu Luiz Gonzaga é forte e vai semear esse chão por muitos e muitos anos“, revela Ana.

“Fiquei tão emocionada ao ver a cena que quase não saia a foto. Um criança linda que encheu-me os olhos de esperança por dias melhores“, finalizou Ana Vartan.

O professor doutor em Ciência da Literatura, Aderaldo Luciano, pronunciou que Luiz Gonzaga é fotografia visionária, o “Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões. Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Luiz Gonzaga quase seríamos sonâmbulos.”

Luiz Gonzaga, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O olhar de Gonzaga furou o ventre de todas as coisas e seres, escaneou suas vísceras, revirou seus mistérios, escrutinou suas entranhas. A mão do homem deslizou pelas teclas sensíveis da concertina, seus dedos pressionaram os pinos, procurando os sons baixos e harmônicos. Os pés do homem organizavam o primeiro passo, sentindo o caminho, testando o equilíbrio. A cabeça erguida, o queixo pra frente, a barriga desforrada e o pulmão vertendo cem mil libras de oxigênio, vibrando as cordas vocais: era Lua nascendo.

O peito de Gonzaga abrigava o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. Viva Luiz Gonzaga do Nascimento, sempre na mira de nossos corações.

Nenhum comentário

BARRACA VERIFIQUE ORGANIZAÇÃO SEU ZÉ

Momentos históricos de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga em tempos de recursos digitais, facilidades de armazenamento estão ao alcance de um clique. Agora a internet, tempos digitais oferece um acervo de milhares de fotos com uma riqueza de detalhes impressionante.

O significado da palavra fotografia no grego quer dizer “escrita da luz”. Fotografar não é apenas um clique, é a inspiração, é a arte, é a paixão de quem eterniza momentos!

A fotografia continua sendo a única forma de eternizar algo que é importante, seja esse algo um lugar, um objeto, um momento especial ou até mesmo pessoas especiais. A fotografia é um importante instrumento para gravar momentos sobre a história da humanidade.

A  foto mostra a "Barraca Verifique" que ficava situada na subida da Serra do Araripe, antes da divisa Ceará X Pernambuco, no sentido Crato - Nova Olinda.

De propriedade do senhor José Alvino, a barraca ficou imortalizada na canção de mesmo nome, composta pelo artista Joãozinho do Exu.

Quem viaja do Exu, Pernambuco para o Crato, Juazeiro do Ceará, guarda sempre na lembrança, hoje apenas recordação da "Barraca Verifique", onde Luiz Gonzaga, tomava uma bicada/lapada de Catuaba. Neste caminho duas músicas tocam: Vou pro Crato e Barraca Verifique:

"Descendo aquela ladeira,

nunca mais vou esquecer

Pedaço de chão gostoso,

na barraca verifique catuaba vou beber

Se passo por lá, tenho que parar

Pra ver seu Zé, sua mão apertar Eita catuaba boa vou correndo to à toa,

quero no Crato chegar. 

Haja o que houver sei que chego lá. Nem que eu passe o dia inteiro

eu chego no Juazeiro

pra meu padrinho visitar.

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial