FESTIVAL DE MÚSICA 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL ABRE INSCRIÇÕES

Em comemoração ao centenário do rádio no país, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) promove o Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil, com inscrições gratuitas a partir das 18h de 1º de agosto. O objetivo é valorizar a produção de artistas nacionais e revelar obras musicais inéditas.

Para celebrar a efeméride, a Rádio MEC, a Rádio Nacional e a Rádio Nacional do Alto Solimões abrem espaço nas suas programações para cantores, compositores e instrumentistas. As gravações concorrentes devem ter identificação com o perfil musical das emissoras públicas.

Com novo formato, que contempla os eventos musicais consagrados já realizados pelas rádios geridas pela EBC, o Festival de 2022 vai premiar os vencedores em cinco categorias: música clássica, instrumental, infantil, popular e regional do Alto Solimões, restrita aos autores da região de Tabatinga (AM) e da Tríplice Fronteira.

Os interessados podem concorrer com até duas obras por categoria. A duração de cada produção deve ser de no máximo seis minutos para música popular, infantil e regional do Alto Solimões. Já as composições nas categorias música clássica e instrumental podem ter até dez minutos.

Os artistas têm até o dia 31 de agosto para garantir sua participação e devem preencher o formulário online e fazer upload do material solicitado no regulamento do Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil.

A seleção das músicas ganhadoras valoriza o voto popular. A participação do público por votação na internet considerada nas etapas do concurso definirá várias finalistas. A escolha das outras concorrentes fica a critério da Comissão Julgadora formada por personalidades de notório saber ou em atividade na área musical e profissionais da EBC.

O Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil será organizado em etapas e tem início com a abertura do período de inscrições. As três fases seguintes englobam a seleção, a divulgação e a veiculação das músicas classificadas, semifinalistas e finalistas na programação das emissoras, respectivamente, de acordo com votação popular pela internet e análise da Comissão Julgadora. Ao final, as obras vencedoras são selecionadas e anunciadas.

No primeiro momento após o término das inscrições, a Comissão Julgadora seleciona até cem músicas classificadas para a segunda etapa. O número de obras por categoria vai atender a proporcionalidade de músicas inscritas.

As produções escolhidas na fase inicial serão executadas na programação das emissoras para apreciação dos ouvintes que podem votar nas músicas de sua preferência. Os critérios da Comissão Julgadora para avaliar as obras observam a qualidade artística (música, letra, partitura e interpretação), originalidade e a qualidade da gravação.

As composições classificadas na segunda fase ainda passam por uma semifinal, também com veiculação nas rádios, até a definição das obras finalistas na quarta etapa. Esta fase reunirá selecionadas músicas por categoria, definidas por votação popular através da internet e pelos critérios da Comissão Julgadora.

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PARA CELEBRAR 33 ANOS SAUDADES DE LUIZ GONZAGA, EXU INAUGURA MUSEUS OFICINAS DO CICLO DO COURO

Para celebrar os 33 anos de saudade de Luiz Gonzaga, que morreu no dia 02 de agosto de 1989, o município de Exu, Pernambuco, inaugura na próxima terça-feira, os Museus Oficinas do Ciclo do Couro-Museu Oficina Mestre Zé Venceslau, Museu Oficina Xico Aprígio e Museu Oficina Tonho dos Couros.

A inauguração acontece no Sítio Chapada dos Gomes, às 9hs. A solenidade integra a programação dos 33 anos de saudades de Luiz Gonzaga.

Os Museus Orgânicos têm como principal premissa estabelecer um vínculo entre o legado histórico do saber dos mestres da cultura e onde inicia e reside a tradição: suas moradas, explica Isa Araújo Apolinário, Secretária de Cultura e Turismo de Exu.

"Os Museus Orgânicos tem o poder de tornar as casas dos mestres em lugares de memória e de afeto, permeados de fotografias, vestimentas, instrumentos e tudo aquilo que marca o cotidiano dos mestres. Para além dos objetos pessoais, os Museus Orgânicos mostram aos visitantes o bem mais precioso, embora intangível, que é o saber", finaliza Isa. 

CAMINHADA DA SANFONA E MISSA: Neste domingo, 31 de julho, no Parque Aza Branca acontece a Missa da Saudade, 33 anos sem Luiz Gonzaga e a Caminhada das Sanfonas, a partir das 10hs da manhã.


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GONZAGUEANOS MANTEM LEGADO DE LUIZ GONZAGA VIVO EM JUAZEIRO E PETROLINA

Em 1989, ano da morte de Luiz Gonzaga, Diego Silva de Andrade era um uma criança, 4 anos. Nascido no Distrito de Pilar, Caraíbas Metais,  o hoje empresário vai completar 37 anos. Herdou do seu saudoso pai o gosto pela música de Luiz Gonzaga.

Diego é um dos gonzagueanos que todos os anos, na data do nascimento de Luiz Gonzaga, 13 dezembro é presença na festa do Rei do Baião.

Ele coleciona um acervo de discos raros de Luiz Gonzaga. São lps, alguns raríssimos, em formato de cera e revistas. Diego possui um grande número de fotos com os nomes mais renomados da música brasileira, exemplo Gilberto Gil e Dominguinhos. O amor pela obra de Luiz Gonzaga despertou em Diego a vontade de aprender a tocar sanfona. 

"Um dos momentos mais fortes e emocionantes foi participar em 2012 dos 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga lá em Exu, terra onde ele nasceu. Marcou a minha vida", relata Diego. Recentemente Diego esteve realizando uma visita ao compositor Onildo Almeida que vive em Caruaru, agreste de Pernambuco, um dos mais talentosos parceiros do Rei do Baião.

Outro momento especial, de acordo com Diego foi fazer o aniversário temático para festejar o aniversário do seu primeiro filho, de 3 anos, com o tema sobre Luiz Gonzaga. "É natural buscarmos transmitir para as novas gerações o valor e importância de Luiz Gonzaga para a cultura brasileira", diz Diego.

Luiz Gonzaga (1912 - 1989) é um dos principais nomes da história da música brasileira, completará 110 anos em dezembro. E, para comemorar a data, Paulo Vanderley, que desenvolve pesquisas sobre a vida e a obra do artista, iniciou uma série de ações. Uma destas atividades é o podcast “Luiz Gonzaga - 110 anos do Nascimento”, que está disponível nas plataformas de streaming Spotify e Anchor.

Os episódios já podem ser escutados. toda quarta-feira. Diego Andrade é um dos participantes do Podcast. Paulo Vanderley diz que o objetivo do programa durante o ano é dialogar com pessoas próximas do artista e de seu trabalho. Nos conteúdos já houve conversas com Lenine, Fábio Passadisco, Breno Silveira e Chambinho. 

Em Juazeiro, para homenagear Luiz Gonzaga, existe um grupo de pessoas, que se dedica a estudar a vida e obra de Luiz Gonzaga. O Bloco O Gonzagão foi idealizado em 1996, portanto são 26 anos valorizando e preservando a memória do sanfoneiro Luiz Gonzaga. Neste dia 02 de agosto de 2018, o Grupo mais uma vez presta homenagens ao Rei do Baião. Sanfoneiros e pesquisadores formaram uma roda de sanfona para celebrar a ausência física do sanfoneiro do Riacho da Brígida.

O presidente do Bloco O Gonzagão, João Luiz, diz que é tradição todo ano,  dia 02 de agosto, a festa da saudade e no dia do nascimento especial 13 de dezembro, o grupo se unir e ir participar da Missa de Ação de Graças em Exu.  "Ouvimos música, uns trazem discos vinil antigo, até fita cassete, outros já mostram a tecnologia mais avançada que tem destaque Luiz Gonzaga. E assim mantemos viva a história de Luiz Gonzaga".

No espaço, localizado no bairro João XXIII em Juazeiro, onde funciona o ponto de Encontro dos Gonzagueanos, existe uma exposição de quadros da vida e obra de Luiz Gonzaga e toda uma gastronomia nordestina. 

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PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA DO PRÓXIMO DOMINGO CELEBRA OS 33 ANOS DE SAUDADE DE LUIZ GONZAGA

Alemberg Quindins é Pintor, escritor, músico, socioeducador, arqueólogo e criador da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri.

Domingo 31 de agosto de julho no Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, às 8hs www.radiocidadeam870.com.br e Rádio FM 95.7, o Café Prosa será com Alemberg Quindins. 

Você vai saber o motivo do Estado de Espírito do vento/cariri que sopra com saudade do Mar. Patativa do Assaré. Luiz Gonzaga e Padre Cícero, arqueologia e gestão cultural são temas da conversa.

Alemberg diz que a Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura. O Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. Você vai entender a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo.

"A Chapada é um platô central. Aqui, era o único lugar onde Lampião se ajoelhava e deixava as armas na porta. Território sagrado", diz Alemberg. 

O Memorial do Homem Kariri teve sua origem a partir das pesquisas de mitologia e etnomusicologia dos pesquisadores, músicos e produtores culturais: Alemberg Quindins e Rosiane Limaverde. 

Atualmente, a Casa Grande se consolida como ponto de memória da ancestralidade, da mitologia e da arqueologia do cariri cearense, utilizando-se da arte como ferramenta capaz de proporcionar uma imersão mais consciente destes assuntos.

Francisco Alemberg de Souza Lima, o Alemberg Quindins, é um dos criadores da Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri em 1992 com o intuito de valorizar a história do povo da região, o Vale do Cariri, e ser um centro de memória.

Em conversa com o BLOG NEY VITAL e que será transmitida no programa NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS, na Rádio Cidade Am, Alemberg explica que a Chapada do Araripe é uma confluência de quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Piauí e Paraíba.

"Um resumo do Nordeste. A Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado você tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, por exemplo; de outro, do lado de cá, temos Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura".

Ainda de acordo com Alemberg a Chapada do Araripe é um platô central. "Aqui, era o único lugar onde Lampião se ajoelhava e deixava as armas na porta. Território sagrado. Portanto, o Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural do Ceará por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. É onde você entende a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo. Nosso manancial é esse: a cultura. A maioria dos mestres da cultura popular estão aqui. E, da forma como acontece em solo caririense, essa reunião de tanta coisa, não vamos encontrar em nenhum outro lugar do Estado".

A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, é uma instituição sem fins lucrativos, de utilidade pública federal. O local se tornou espaço de vivência em gestão cultural para crianças e jovens do sertão e tem como objetivos constantes no seu estatuto, pesquisar, preservar, coletar, juntar em acervo, comunicar, exibir, para fins científicos, de estudo e recreação, a cultura material e imaterial do Homem Kariri e de seu ambiente".

"Nós resgatamos a cultura local nas áreas de arqueologia, mitologia, artes e comunicação", conta Alemberg. Os alunos mantêm um canal de TV, de rádio, uma editora de gibis e um museu que conta com um rico acervo de 2.600 HQs e 1.600 títulos de clássicos do cinema. A ideia é desenvolver a capacidade de liderança das crianças a partir dos laboratórios de produção.

Arte, cultura, música e TV. Essas são apenas algumas das atividades oferecidas pela Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, Cariri do Ceará Francisco Alemberg Quindins, músico e educador social da ONG que forma cidadãos e os transformam em protagonistas da própria história neste período de isolamento social tem participado de lives, transmissões ao vivo que tem contribuindo ainda mais para a divulgação do trabalho desenvolvido com as crianças.

No próximo mês de dezembro a Fundação vai completar 27 anos, o espaço guarda algumas artes indígenas dos primeiros habitantes da região; possui uma rádio; dispõe de uma editora de gibis, com um acervo com mais de 3 mil títulos; tem ainda um teatro; e uma banda de lata, que encanta quem visita a fundação.

Para registrar tanta coisa boa, a fundação conta com um canal virtual, a TV Casa Grande, cujo objetivo é dar voz, mostrar a arte dos moradores da região e documentar a cultura local.

O sucesso da fundação rendeu a ela o título de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e muita visibilidade para cidade de Nova Olinda, que recebe, por ano, mais de 50 mil visitantes.

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PROJETO CORDEL NO FUSCA DO POETA FALCÃO GANHA POPULARIDADE EM EXU E REGIÃO

O poeta Falcão inovou ao montar, num fusca, a itinerante idéia de divulgar o cordel pelas ruas de Exu, Pernambuco e região da Chapada do Araripe. 

Em Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, Antônio Givaldo Taveira dos Santos, é conhecido pelo nome de Poeta Falcão.

O poeta Falcão teve a idéia de lançar o Cordel no Fusca. A proposta ganhou popularidade e hoje o cordelista é convidado para participar de palestras, oficinas em outras cidades.

Nascido no dia 21 de abril de 1969, no sítio lagoa do meio Exu Pernambuco, o poeta é casado com Maria de Jesus Soares Taveira, com a qual tem uma filha,  Sarah Taveira Soares.

"Inicialmente minha trajetória poética aos dez anos de idade. Desde pequeno ouvia as poesias de Patativa do Assaré, nos rádios de pilha, minha mãe era leitora de cordéis. Atualmente sou autor de quase trinta cordéis e três livros de poesia popular brasileira", afirma o poeta. 

Ele conta que ainda em 2019 teve a ideia de criar o Projeto Cordel no Fusca, para servir de atração turística  no Museu do Gonzagão, o qual comercializa cordéis. 

"No futuro pretendo adesivar no fusca com figuras de literatura de cordel, e  fotos do Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré, com cores da bandeira de Pernambuco.

Nas redes sociais, Poeta Falcão recebe centenas de incentivos para realizar esse é um belo sonho. "O incentiva as crianças, jovens e adultos, a adquirir a prática da Leitura da literatura de cordel, para isso preciso angariar fundos para a concretização do projeto. Preciso de patrocinadores", finaliza o Poeta Falcão.


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ACAVASF REALIZA CAMPANHA DE DEVOLUÇÃO DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS EM JUAZEIRO

Chegou a hora de devolver as embalagens vazias de agrotóxicos. Os produtores rurais são o público alvo da campanha, pois em muitos casos existe dificuldade para dar a destinação adequada às embalagens, que são altamente tóxicas. Quando as embalagens são abandonadas no campo, enterradas ou queimadas podem contaminar o solo, a água e o ar, além de colocar em risco a saúde humana e os animais.

Vários orgãos e entidades, exemplo Codevasf,  estão apoiando a Associação do Comércio Agropecuário do Vale do São Francisco (Acavasf) no recebimento itinerante de embalagens vazias de agrotóxicos.

A iniciativa faz parte de uma lei federal e busca incentivar e educar os agricultores para o cuidado com o solo fértil, contribuindo para a preservação do meio ambiente. O cronograma para devolução acontecerá entre os dias 01 de agosto e 03 de outubro.

Projeto Maniçoba NH 1, DIA 01 de agosto e NH-2 (16 de agosto); Projeto Tourão (19 de agosto); Mandacaru (22 de agosto); Salitre (12 de setembro); Curaçá NH-1, NH-2, e NH-4 (29 de setembro) e NH-3 ao lado da casa de bomba (03 de outubro), sempre em horário comercial, das 09h às 12h/ das 13h às 17h.

Entrega: Para facilitar a entrega, recomenda-se a tríplice lavagem, separação de tampas coloridas das brancas e retirada dos lacres. Após a entrega dos pequenos produtores, as embalagens são levadas para uma Central de recebimento, em Petrolina, onde passam pelo processo de classificação e prensa.






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LUIZ GONZAGA E A CULTURA BRASILEIRA

Luiz Gonzaga, através da sua música, deu origem a uma das mais significativas representações da cultura brasileira. Sua música e o baião, sua mais expressiva criação, revolucionaram o imaginário do povo brasileiro. Um universo ímpar de significações que alargou as fronteiras da nossa identidade nacional, incluindo o povo nordestino no imaginário do Brasil.

Há quem diga que o Nordeste, tal qual o compreendemos, foi uma invenção de Seu Lua. A grandeza de sua obra fez dele um dos representantes mais ilustres da cultura brasileira, pelo que dela ele soube traduzir e o que a ela soube, com sua genialidade, acrescentar.

Ainda jovem, tornou-se um símbolo do País inteiro. Entre meados das décadas de 1940 e 1950, o baião foi o estilo musical mais tocado no Brasil. O baião é, reconhecidamente, tanto quanto o samba, uma expressão brasileira, por excelência. Em qualquer parte deste planeta. E Luiz Gonzaga, o maior ídolo da música popular brasileira. Desde então, nunca mais deixou de ser ouvido, tocado e composto.

Referência e nostalgia. Quando eu me encontrava exilado, tinha em Luiz Gonzaga a referência mais viva e contagiante do Brasil. Confesso que ouvir suas canções era um sentimento perturbador, me descolava da vida na Suécia onde eu havia encontrado acolhida, era feliz e razoavelmente integrado. Lembranças da minha infância, saudades do que havia deixado para traz, dor do exílio e banzo. Frequentemente choramingava solitário de nostalgia.

Luiz Gonzaga foi uma dádiva para nossa formação cultural em momento de grande expansão urbana. Gonzaga surgiu para o Brasil no Rio de Janeiro num momento privilegiado. A indústria do disco e a rede radiofônica já tinham a maturidade tecnológica e cultural, para entender um talento como o seu, capaz de unir o país de ponta a ponta, com alto nível de elaboração.

Luiz urbanizou sua tradição, predominantemente rural e interiorana. Como todo grande artista, foi capaz de traduzir o seu mundo, universalizando-o; capaz de absorver em seu processo criativo toda a vivência cultural dos nordestinos e torná-las objeto de admiração e de afeto para milhões de brasileiros.

O Brasil é um país tão extenso e tão diverso que precisa ser o tempo todo apresentado a si mesmo. Foi isso o que Seu Luiz fez, apresentou ao Brasil um Nordeste que o Brasil desconhecia. Um mundo cheio de novidades, dores e belezas. Poucos terão cantado tão bem quanto ele e seus parceiros os dramas do povo nordestino; mas, acima de tudo, foi a alegria de viver do nordestino que ele mais intensamente nos revelou. Muitos brasileiros aprenderam a amar e respeitar o Nordeste depois de serem cativados pela rara beleza da voz confiante de Gonzagão, e pelo seu sorriso, exprimindo uma inabalável alegria de viver.

Gonzaga surgiu como representante típico da massa cabocla do sertão. Destinado a plantar no coração da metrópole as sonoridades, os versos e a memória coletiva de um povo que nunca sonhava em ir para a cidade, e só o fazia quando o seu mundo começava a se acabar, pelo latifúndio, pela seca e falta de oportunidade. Como o então presidente Lula. Outro ilustre brasileiro oriundo dessa tragédia nordestina.

JUCA FERREIRA-Sociólogo e ex MINISTRO DA CULTURA

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