ROTA DO VAQUEIRO-SABENÇAS E CANTORIAS NO SERTÃO EMOCIONA EXUENSES, TURISTAS E VISITANTES

Fé. Arte. Cultura. Banda de Pife de Seu Louro. Sanfona e Violas. A noite desta quinta-feira (31), em Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, foi marcada de muita emoção e sons, valorização da cultura do vaqueiro. Com o objetivo de garantir um auxílio aos fazedores de cultura da região, o tradicional evento Missa do Vaqueiro de Serrita, ganhou três prévias no mês de março.

O projeto “A Rota do Vaqueiro – sabenças e cantorias no Sertão” envolveu três municípios sertanejos: Moreilândia (dia 26), Serrita (dia 29) e Exu (dia 31). A programação contou com apresentações de trios de forró pé de serra, repentistas, aboiadores, bandas de pífanos, recitais e depoimentos gravados. 

O evento encantou centenas de pessoas na frente da Igreja Matriz. O cantor Kinho Ramalho, a produtora Nadir viajaram de Caruaru para prestigiar o evento.

O projeto foi viabilizado com recurso do da Lei Aldir Blanc e apoio das prefeituras e do Governo de Pernambuco. Segundo os organizadores, as festividades devem gerar cerca de 140 empregos. 

A literatura sempre retrata a devoção, mística e forte emoção que é sentida na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros.

“Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos", resta agora o terceiro domingo de julho chegar para ouvir os versos de Ivanildo Vila Nova, em Serrita, Pernambuco. (Texto: jornalista Ney Vital. Fotos: Rafael-@belezasdomeuexu


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JOQUINHA GONZAGA COMPLETA 70 ANOS NESTA SEXTA-FEIRA (01) DE ABRIL

Joquinha Gonzaga completa nesta sexta-feira (01), 70 anos  de nascimento. O sanfoneiro, cantor e compositor é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família.

A história conta que Aos 13 anos de idade ganhou um fole de oito baixos, dado pelo tio famoso, Luiz Gonzaga, que achava o sobrinho com cara de sanfoneiro. A partir daí não largou mais a sanfona e tempos depois tornou-se discípulo fiel do Rei do Baião.

No ano de 1970, ingressou na Força Aérea Brasileira na Ilha do Governador no Rio de Janeiro. Cinco anos depois abandonou a carreira militar e entrou de vez no mundo da música, passando a acompanhar Luiz Gonzaga, como sanfoneiro da sua banda de apoio.

Joquinha Gonzaga casou a primeira vez em 1979, no Rio de Janeiro, com a
Francisca Salustiano com quem teve dois filhos: Pablo Salustiano Maciel e
Patrícia Salustiano Maciel. 

Do segundo casamento com Maria Pereira dos Santos, conhecida por Nice. Do matrimônio nasceu os filhos Sara Luiza dos Santos Maciel e Luiz Januário dos
Santos Maciel.

O seu primeiro disco foi lançado em 1986, intitulado “Forró, Cheiro e Chamego”.
Foi a partir daí que o tio-rei via no sobrinho, o herdeiro de toda uma herança
cultural. Após a morte de Luiz Gonzaga e consequentemente a do primo Gonzaguinha, em 1990, Joquinha mudou-se para o município de Exú, no Sertão pernambucano, para cuidar dos interesses do tio e do primo, dando continuidade as atividades de implementação do “Museu do Gonzagão” no Parque “Aza” Branca.

Entre os anos de 1990 e 1993, dedicou-se aos shows regionais procurando manter a tradição do seu mestre Luiz Gonzaga, participando ativamente de grandes eventos culturais do Nordeste.Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga.

Ao lado do tio Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um". Joquinha Gonzaga aos 70 anos reside atualmente em Exu, Pernambuco. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de sanfona 8 Baixos) e ainda tem como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da valorização cultural.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watsap: (87)999472323

CLIPE: Tanta saudade preservada num velho baú de prata dentro de mim. Digo num velho baú de prata porque prata é a luz do luar. Este baú é como um museu pessoal, o museu que todos temos, feito de lembranças, quinquilharias e reminiscências que alimentam o nosso presente. Como todos os museus pessoais, o da canção tem qualquer coisa que vai além do eu...é futuro”.

Os versos do cantor e compositor Gilberto Gil pode traduzir o sentimento do clipe gravado pelo sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário, tocador de 8 Baixos, Joquinha Gonzaga, valorizando o patrimônio de Exu Pernambuco. A música é um universo de riquezas culturais.

O clipe mostra a letra da música Espelho das águas do Itamaragy, composta por Gonzaguinha e Joquinha Gonzaga. No último dia 08 de setembro Exu, Pernambuco, completou 114 anos de Emancipação Política. Exu é privilegiada pela sua diversidade cultural e abraçada pela exuberante beleza da Chapada do Araripe,

Em contato com a REDEGN, Joquinha Gonzaga, disse que apesar das dificuldades que todos os cantores e músicos enfrentam o momento é de otimismo. 

"Resolvi prestar mais esta declaração de amor juntando voz e imagens da nossa Exu, Pernambuco e assim o Brasil conhece nossas riquezas culturais", disse Joquinha

MÚSICA - ESPELHO DAS ÁGUAS DO ITAMARAGY:

Quando Gonzaga chegava no exu

Naquela cadeira abraçava os amigos

Olhando o açude contava histórias

Do espelho das águas do Itamaragy

O sol se deita em cada entardecer

E a lua derrama sua luz de prata

E o verde da mata em volta vem beber

Mulheres, latas, roupas e homens

Meninos, moleques e animais

A vida da minha cidade está toda ali

No espelho das águas do Itamaragy

Meus zamô deixa não, essa história se quebrar

Meus zamô deixa não, esse espelho se quebrar

Deixa não, cuida aí,

Do espelho das águas do Itamaragy


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FALTA COMPROMISSO COM A CULTURA NOVAMENTE APONTAM FORROZEIROS

Ao que tudo indica, diferentemente do que ocorreu no Carnaval, o São João será, de fato, festejado em 2022. Após dois anos de cancelamentos por causa da Covid-19, as prefeituras dos principais polos da festa, principalmente no Nordeste, começam a se organizar para o ciclo junino, tendo como fundamento a decisão tomada pelos Governos de liberar a realização de shows e eventos com a capacidade máxima.

Todavia, existe um descontentamento com as programações que estão sendo divulgadas. Segundo, a categoria de forrozeiros, que valoriza a cultura, a avaliação que "mais uma vez as autoridades públicas, através dos prefeitos e secretários de cultura, tem prestigiado através de contratos, artistas que não tem identidade com os festejos juninos".

Às vésperas do início do ciclo junino, forrozeiros de diversos estados denunciam a descaracterização do São João com a ausência de sanfoneiros nas grades de programação das festas organizadas pelas prefeituras no Nordeste. O cantor, compositor, Poeta e Enfermeiro  paraibano "Alexandre Pé de Serra", através das redes sociais, desabafou e denúncia o que ele denomina de injustiça com a cultura.

Confira:

"É com tristeza ,mas é  a realidade nua e crua.  Foram muitos anos de Resistência, de luta ,de Guerra ,de incontáveis batalhas a favor de uma coisa que não combina com esses adjetivos descritos na introdução esse texto.  É meus amantes da Cultura, estão acabando e se brincar ,acabaram com as reais tradições juninas, tradições populares .

Como um humilde colaborador da nossa cultura popular NORDESTINA, sugiro aos nossos " Políticos "Que entre com projetos para se fazer em todos os municípios, Estados do nosso país. Museus para guardar o que resta ou o que restou do nosso FORRÓ. 

Decepcionado  ,amargurado, magoado,feito de otário eu Estou, como sei também que inúmeros lutadores da nossa Música Popular Brasileira estão. 

Vocês podem até querer exterminar a nossa cultura ,mas jamais vão calar a nossa voz,o nosso grito a nossa livre inspiração de cantar a nossa Música de Raiz, a nossa Música Popular Brasileira. 

Assinado Alexandre Pé de Serra . Poeta ,Cantor, compositor,Produtor cultural , forrozeiro e Enfermeiro . #devolvameusaojoao  #somosforró #somosresistencia

O protesto de Alexandre lembrou o ano de 2017, quando um coro dos sanfoneiros lançaram a campanha "Devolvam o nosso São João", encabeçada pelos músicos Joquinha Gonzaga e Chambinho do Acordeon, que denunciavam uma descaracterização do São João nas programações dos festejos públicos.

Na época o cantor e compositor Alcymar Monteiro defendeu uma maior valorização do forró. O manifesto, que ocorre nas redes sociais, conta com a participação de dezenas de músicos de diversos estados do Nordestes. Portando cartazes de protesto, eles chamam a atenção para o espaço dedicado aos gêneros tradicionais em um dos principais festejos da cultura nordestina.

O sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário Joquinha Gonzaga, um dos herdeiros musicais do Rei do Baião, avaliou acreditar que veteranos do forró sofrem com os "novos" arranjos das grades de programações dos festejos juninos nas principais cidades no Nordeste. 

O cantor Paraibano,compositor, Poeta e Enfermeiro  paraibano "Alexandre Pé de Serra" nasceu na capital João Pessoa e com raízes em Serraria no brejo paraibano. Ele traz no seu cantar o Nordeste traduzido em forró, xote, xaxado, arrasta-pé, baião e outros gêneros da música popular nordestina.

Enveredando  pelas estradas da vida musical com um estilo único no seu cantar, no declamar e alegrando por onde passa com sua música e o seu show. 

Com 22 anos de carreira musical e forrozeira  dedicados ao legítimo forró. Já vem no seu matulão discográfico com: 10( Dez )CDs e 02 (Dois) DVDs, sendo o primeiro nos seus 15 anos de carreira gravado  em João Pessoa sua terra natal  e o outro um documentário gravado em Monteiro dentro das festividades do Festival Zabé da Loca ,no cariri paraibano, cidade onde se respira versos e melodias.

Como compositor ,dezenas de artistas do gênero já gravaram algumas das suas composições. 

Alexandre Participou de alguns festivais por seu  estado, a Paraíba,  como também em outros por esse nordeste. Sempre enaltecendo nosso forró,a nossa cultura popular nordestina. 

Alexandre Pé de Serra se solidifica como um legítimo seguidor dos mestres: Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, dentre outros. Com um jeito simples e singular de interpretar e compor. Ele vem com um show Alegre, Cultural e fiel as suas origens forrozeiras. Como ele sempre diz: "Um Abraço Forrozado". 

Um dos destaques este ano 2022 é uma Canção em parceria com os  poetas ,Antônio Carneiro e Cicinho Gomes In Memoriam. 

Uma Bela Homenagem ao poeta ZÉ MARCOLINO . Zé Marcolino poeta,compositor e cantor que o Rei do Baião, como também centenas de artistas gravaram suas canções. 

Música: Um Terço de Saudade.  De: Alexandre Pé de Serra, Antônio Carneiro e Cicinho Gomes.

Redação redeGN Texto Ney Vital Foto Reprodução redes sociais

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BARRAGEM SOBRADINHO CHEGA A 100% DE VOLUME ÚTIL NESTA SEXTA-FEIRA, 01 DE ABRIL

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informa que o reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho chegará a 100% de seu volume nesta sexta-feira, 1 de abril.

A vazão de saída do reservatório permanecerá em 3.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) até nova avaliação, visando a recuperação do nível no reservatório de Itaparica. Atualmente, o reservatório de Sobradinho se encontra com 98,91% de sua capacidade.

A Usina de Xingó, por sua vez, terá a vazão reduzida dos atuais 2.000 m³/s – que permanecerá neste patamar nos dias úteis – para 1.500 m³/s, em finais de semana e feriados, em virtude do processo de otimização energética para atendimento do Sistema Interligado Nacional – SIN, conforme determinação do Operador Nacional do Sistema (ONS).

O controle das vazões na Bacia do Velho Chico vai assegurar a manutenção dos reservatórios num patamar de segurança hídrica para o período seco, que seguirá de maio a novembro. “Com os reservatórios cheios, teremos a tranquilidade da geração e do abastecimento humano para usos múltiplos”, explicou João Henrique Franklin, diretor de Operação da Companhia.

A situação hidrológica no Rio São Francisco é permanentemente monitorada pela Chesf, que pode alterar a vazão de acordo com a evolução nos índices pluviométricos ou com a necessidade de geração, conforme sejam as necessidades de geração de energia apresentadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A Companhia reforça o pedido de atenção para a importância da não se ocupar as áreas no leito do rio, haja vista eventual aumento no nível das águas, visto que ainda estamos durante o período úmido, que se prolonga até final de abril.


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PODCAST SOBRE LUIZ GONZAGA INICIA AÇÕES EM COMEMORAÇÃO AOS 110 ANOS DO REI DO BAIÃO

O dia 13 de dezembro de 2022 marca os 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Mas, as comemorações já começaram pelas mãos de Paulo Vanderley, um dos principais pesquisadores e referência nacional sobre a vida do artista. 

O projeto, que culminará com o lançamento de um livro, já começou com o lançamento do podcast “Luiz Gonzaga 110 anos de Nascimento”, reunindo símbolos importantes da carreira do sanfoneiro, cantor e compositor.

A partir do dia 30 de março de 2022, o primeiro episódio já estará disponível. A proposta do podcast é oferecer um bate-papo descontraído entre amigos apaixonados pela obra de Luiz Gonzaga. Esse é o DNA do podcast “Luiz Gonzaga 110 anos de Nascimento”. Ao todo, o projeto reunirá mais de 50 programas. Em cada uma das gravações, haverá convidados especiais, como Elba Ramalho, Waldonnys, Fagner e Espedito Seleiro. Disponibilizado nas principais plataformas de hospedagens de podcast, cada episódio será liberado às quartas-feiras.

Além do podcast, o projeto em homenagem aos 110 anos do Rei do Baião conta também com o site www.luizluagonzaga.com.br, uma websérie e um livro que reúne o maior acervo de pesquisa sobre o artista já publicado no Brasil. O site Luiz Luz Gonzaga, de visual renovado, foi relançado para o público em 13 de dezembro de 2021 dia em que se comemorou os 109 anos de nascimento do artista. A plataforma leva assinatura do pesquisador Paulo Vanderley, apaixonado pela obra gonzagueana, reunindo no ambiente vitual um amplo acervo sobre a carreira de Luiz Gonzaga, tais como discos, fotos e documentos raros.

A página foi criada há 16 anos, com supervisão técnica de Walmar Pessoa, e é considerada, hoje, o maior acervo digital da obra de Gonzaga. Paulo Vanderley, reuniu, ao longo do tempo, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, conservou o material nos arquivos dentro de sua própria residência. Até que, em 2005, resolveu disponibilizar para o grande público por meio da internet. O site chegou à marca de 8 milhões de acessos somente em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga.

O site foi relançado numa série de eventos em Exu, terra natal do homenageado, e teve seu grande momento com uma live. Numa conversa leve e descontraída, Paulo convidou o ator e influenciador digital Max Petterson, cearense apaixonado pela cultura nordestina, e Espedito Seleiro, artista plástico e mestre da arte do couro que trabalhou no desenvolvimento do figurino de Luiz Gonzaga. Juntos, prestaram uma justa homenagem ao Rei do Baião e apresentaram detalhes do acervo disponível no novo formato do site.

EXPANSÃO DA MEMÓRIA: Além do site, o pesquisador Paulo Vanderley também está envolvido na produção do livro "Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento". A obra promete ser um dos documentos mais definitivos de consulta sobre a carreira de Gonzaga e um valioso instrumento de pesquisa sobre a canção brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de LPs, fotografias raras”, destaca o pesquisador.

O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. Ele será narrado em primeira pessoa pelo próprio Luiz Gonzaga, com trechos extraídos de gravações de entrevistas concedidas a rádios, jornais e canais de tv pelo próprio artista entre os anos 1940 e 1980. “É como se você estivesse lendo um texto com aquela voz inconfundível de Gonzaga”, adianta Paulo Vanderley.

Além disso, o autor traz um relato preciso sobre a trajetória do Rei do Baião, construída entre a memória pessoal e os relatos de nomes consagrados da música que conviveram com Gonzaga, como Fagner, Lenine, Santana, o cantador e Maciel Melo, outros ícones da MPB. A previsão de lançamento do livro é para o São João de 2022.

O projeto conta com o apoio de importantes parceiros como a Betânia, Uninassau, Cerbrás, Grupo S&S e Cevema.

REFERÊNCIA NACIONAL: A experiência e o conhecimento fizeram de Paulo Vanderley uma referência nacional no tema, tanto que ele foi convidado como consultor em importantes projetos sobre Gonzaga, como o Museu Cais do Sertão, no Recife, o filme "Gonzaga: de pai pra filho", de Breno Silveira, e do desfile campeão do carnaval do Rio de Janeiro em 2012, da Unidos da Tijuca de Paulo Barros.

Aos poucos, Paulo conseguiu transportar esse valioso material para o mundo digital. Agora, na nova versão do site, o público conseguirá navegar pelas fotografias raras, a história da discografia completa, conferir a letra na íntegra das canções gravadas, vídeos raros e ler curiosidades colhidas pelo coordenador do site durante a convivência com ícones da MPB.

“É uma forma de manter viva a memória de um dos maiores nomes da nossa música e reconectar todo esse legado com novas gerações. Eu fico animado com esse interesse por Gonzaga. Ele foi e é muito importante para nossa cultura”, relata Paulo, animado com o sucesso do projeto.

FICHA TÉNICA - PODCAST

Apresentação: Paulo Vanderley

Produção: Viu Cine

Técnico de som: Mago Andrade

Música: Lucas Campelo

Episódios de lançamento:

Ep 01 Lenine e Fábio Passadisco

Ep 02 Breno Silveira e Chambinho, diretor e protagonista do filme “Gonzaga de pai para filho”.

*ASSESSORIA DE IMPRENSA-MARA CRISTINA - (85) 9.87864973. REBECA NOLÊTO - (85) 9.81481803

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CULTURA E TURISMO: SEU BILINO, TOCADOR DE SANFONA DE 8 BAIXOS SERÁ HOMENAGEADO NA CAMINHADA DAS SANFONAS, EM MOREILÂNDIA

Seu Bilino, saudoso e afamado tocador de sanfona 8 Baixos, Pé de Bode será o nome homenageado no evento Caminhada das Sanfonas, no próximo mês de maio, em Moreilândia, Pernambuco. “As pessoas não morrem, ficam encantadas… a gente morre é para provar que viveu".... A frase é do escritor João Guimarães. A reflexão tem o objetivo de valorizar a obra deixada por seu Bilino e manter viva a valorização da arte de tocar sanfona.

A produtora cultural Marlla Teixeira vai promover a Caminhada das Sanfonas, desta vez no município de Moreilândia, Pernambuco. Marlla conta que o evento vai prestar uma homenagem ao saudoso sanfoneiro, conhecido por 'Seu Bilino", que morreu/desencarnou no dia 14 de agosto do ano passado. 

"Mestre Bilino", batizado de Antônio Felizardo Alves, nasceu em Moreilândia, Pernambuco. Em vida Seu Bilino foi afinador de sanfona de 8 Baixos, também tocava sanfona de 120 baixos. Mas era apaixonado mesmo pela arte de tocar a sanfona de 8 Baixos. Fazia questão de frisar: Sou afinador de sanfona dos 8 aos 120 baixos.

A família e amigos de Seu Bilino aguardam o evento que vai acontecer em maio, mês de anivérsário do sanfoneiro com bastante ansiedade.

João Everaldo Alvez Felizardo, é o filho casula, 41 anos, mora em Serrita, Pernambuco, Terra dos Vaqueiros e da tradiconal Missa é formado em Letras, coordenador Pedagógico e diz que o evento vai reunir sanfoneiros e pessoas admiradoras da arte de toda a região, de Serrita, Bodocó, Ouricuri e Exu. "Avalio com muito carinho esta Caminhada das Sanfonas em Moreilândia. Meu pai sempre foi uma pessoa simples, prestativa no que diz respeito a participações  culturais nas escolas e projetos envolvendo o aprendizado da sanfona. Essa é uma homenagem que vai reunir sanfoneiros de toda região", diz João Everaldo.

“A Caminhada das Sanfonas foi criada no ano de 2019, em Exu Pernambuco, com o objetivo de valorizar toda a cadeia produtiva que envolve os sanfoneiros, gerando renda e emprego nas regiões sertanejas, promovendo a Cultura Gonzagueana e suas vertentes“, conta Marlla, ressaltando que é um evento gratuito e ganha um formato itinerante. "Faremos novas Caminhadas da Sanfona com o objetivo de garantir espaços cada vez maiores para o desenvolvimento cultural, social e econômico dos Municípios", afirma Marlla.

Marlla diz que Luiz Gonzaga em vida sempre pedia para não ser esquecido: "Por isto veio a proposta de fazer da Caminhada das Sanfonas de Exu, agora em outros municipios e temos certeza que isto vai ser mais um motivo de encontro da família gonzagueana que desta vez vai marcar presença em Moreilândia no próximo mês de Maio. Aguardem  dia".

VALORIZAÇÃO DA SANFONA DOS 8 AOS 120 BAIXOS: Seu Bilino começou a tocar ainda era menino, em 1958, quando seu pai comprou uma sanfona de 8 Baixos para ele. Naquela época os forrozeiros tocavam nos casamentos, nos aniversários. “Bilino contava que o seu pai comprou umasanfona pra eu tocar pra ganhar um dinheirinho. Nessa época o povo tocava à noite toda”.

O sanfoneiro, pesquisador Leo Rugero, aponta que a "Sanfona de 8 Baixos, Pé de Bode ou Fole de 8 Baixos, como também é chamado é um instrumento fundamental para a música nordestina e brasileira. No nordeste do Brasil, ele adquiriu características de afinação próprias que o tornaram diferente. Portanto, no nordeste ele desenvolveu um sotaque próprio, que é representativo de nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único".

Atualmente, a arte do tocador de sanfona de 8 baixos está ameaçada, porque seus instrumentistas não encontram mais espaço merecido nas
programações de Rádio e Televisão. O Tocador de 8 Baixos é capaz de agregar uma comunidade e produzir cultura, representá-la e
difundi-la, contribuindo para o fortalecimento de nossa própria identidade.

Em 2013, Seu Bilino contou para a jornalista Maria Peixoto, reportagem Um Modesto Tocador de 8 Baixos, portal Cultura de Pernambuco, que  teve dois mestres: um foi seu pai, que lhe ensinou duas coisas, uma é que “a música é pra ser tocada com carinho e amor, bem e sempre feliz”. A outra é que tem músicas que devem ser guardadas pra momentos especiais. “Meu pai dizia ‘Num toque essa música atoa não. Toque num momento especial, que você fica feliz e eu também fico”, ensina.

O outro mestre de Bilino foi Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga.  “Eu tocava com Severino Januário, eu considero ele meu mestre. Eu toco as músicas dele, tem gente que até chora. Hoje eu estou tocando as letras dele por causa dele. É um xote tão bom de dançar que todo mundo arrupeia os cabelos”, brincava Seu Bilino.

Ele só ficava triste com a falta de reconhecimento do seu mestre “Severino dos 8 Baixos não era mostrado na televisão. O homem tocava um 8 Baixos daquele jeito e num era mostrado. Eu fiquei meio triste, andei um tempo sem tocar”, conta o tocador que também não tem a atenção dos holofotes, apesar de seu talento merecido.

O vínculo com a família de Luiz Gonzaga começou desde cedo, Seu Bilino contava que seu pai só afinava o instrumento com Seu Januário: “Ele trazia o 8 Baixos dele porque ele era mestre, aí quando a sanfona dele quebrava.  Ele vinha pra aqui”. E, Bilino, criança, vinha dentro de um caçoá, de Serrita, sua cidade, para Exu.

Em vida Seu Bilino teve consciência de que estava cada vez mais raro ENCONTRAR pelas bandas do Araripe um tocador de 8 Baixos, “Daqui a uns 50, 100 anos quem tocar 8 Baixos vai ser chefe majoritário do mundo inteiro”, Bilino sentia prazer quando conseguia passar seu conhecimento a alguém.  “A coisa que  eu acho mais feliz no mundo sou eu ensinar uma criança a tocar sanfona 8 Baixos, porque de acordeon tá cheio já de tocador”, profetizava Seu Bilino.
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REVISTA KURUMA'TÁ: ADERALDO LUCIANO E TOINHO CASTRO CONVERSAM COM JORGE DU PEIXE

A Revista Kuruma’tá é uma ideia de Aderaldo Luciano e Toinho Castro, nascida e alimentada por muita conversa ali no Largo da Carioca, apreciando os passantes e frequentadores da banca do Olivar. Tiveram a ideia e soltaram no mundo, pra fermentar. Kuruma’tá agora é peixe que nada na prosa e na poesia, nos sons da falas e instrumentos, nas artes e olhares, nas histórias. A água de Kuruma’tá é narrativa.

A noite de ontem, dia 29, Aderaldo Luciano e Toinho Castro conversaram no youTube, com o cantor e compositor Jorge Du Peixe, que recentemente gravou o trabalho disponível em todas as plataformas digitais interpretando Luiz Gonzaga, intitulado Baião Granfino. A imprensa nacional, destaca que a obra eterna de Luiz Gonzaga ganhou mais uma releitura, desta vez com a marcante voz grave de Jorge Du Peixe, vocalista do Nação Zumbi.

Confira texto Aderaldo Luciano: 

O Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há mais cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões. Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos. Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores. O seu peito abrigava o canto dolente e retotono dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali, buscando eternidade. E um dia, em 2021, dele saltou-nos Jorge du Peixe.

Em releituras belas e disciplinadas, sem macular as melodias, sem invencionices modernosas, Baião Granfino, de Jorge du Peixe, prolonga a alma gonzagueana, avança sobre os nossos dias com seu timbre rouco, mas afinado, seu selo grave, em momento tão agudo de nossas crises existenciais. Jorge segura o baião como um filho frágil, acabado de vir ao mundo. E o baião o sustenta com sua vitalidade. Quanta beleza em suas veredas sonoras, quanta sutileza no seu cantar que, a alguns deve ter assustado, mas que a mim, apaixonou-me. Não feriu a majestade, vestiu-se e caminhou com ela. Trouxe o Assum Preto e sua sina complexa, difícil, dolente, talvez anunciando a sua mesma dor, abrindo um álbum cheio de lirismo e paz, dentro na luta.

A Sanfona Sentida nos fala tão delicada em nosso coração à mostra que nos faz chorar, pelo fôlego que nos falta enquanto sociedade vilipendiada por dias sem ar. O instrumental, corretíssimo, entre a sanfona chorona e chorosa, apaixonante, e um baixo em marcação profunda, capoeirística algumas vezes. Uma percussão adornada pela bateria disciplinada, ciente de suas entradas e saídas. Certezas me carregam de que Dominguinhos aprova, entre as nuvens doiradas. Não sei se Anastácia o ouviu, mas em ouvindo, não se furtará ao peito aberto e receptivo. É minha opinião.

A seleção de canções e sua disposição no álbum, iniciada com Assum Preto, como escrevi acima, essa seleção e essa disposição foram pensadas, anotadas, estudadas, cronometradas. Há um prólogo épico, uma invocação, seguida de uma proposição e um oferecimento. Segue-se uma contação de histórias de amor e alumbramento (Orélia), de despedida e sofrimento (Qui Nem Jiló), de dor na solidão (Sabiá), de redescoberta do amor e da existência (Acácia Amarela). Na sétima casa do álbum, esse número místico e completo, Jorge du Peixe entra com a louvação à ancestralidade (Rei Bantu). Depois dessa iluminação, a vestimenta do baião cumpre seu destino (Baião Granfino).

Cacimba Nova lança um olhar melancólico ao passado de fausto, mas Pagode Russo nos chama de volta à terra e nos grita e empurra para a celebração, pois estamos vivos e fazendo acontecer para a eternidade que virá. Quando o Fole Roncou, as almas recebem o ápice dessa celebração, com guitarras, pedais, eletricidade e a beleza absoluta de Cátia de França, encarnação do talento, do engenho e da arte. Belo álbum que em mim trouxe de volta a Ideia, a Letra, a Vida. Obrigado, Jorge du Peixe, sua voz arrancou-me a lágrima. E com ela, novamente, o Texto. Como diz Cátia, na última frase dos trabalhos: “Isso é eterno!”

*Aderaldo Luciano, nascido em Areia, na Paraíba, é poeta pautado pela estética da poesia do povo. Estudioso da poesia e da música do Brasil profundo, é mestre e doutor em Ciência da Literatura, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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