FUNDAÇÃO CASA JOSÉ AMÉRICO COMPLETA 40 ANOS COM EXTENSA PROGRAMAÇÃO

 

A Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa, inicia as comemorações dos 40 anos de criação da instituição, em dezembro. Os eventos virtuais se estenderão pelo decorrer do ano de 2021, culminando em 10 de janeiro de 2022, data em que se comemora os 40 anos de inauguração do museu.

As atrações poderão ser acompanhadas pelo canal da FCJA, no YouTube, contemplando os mais diversos segmentos artístico-cultural: literatura, música, cinema, seminários, homenagens, inaugurações, entre outras atrações. Tudo isso conectado com o rico universo que compõe a vida e obra do escritor José Américo.

“Queremos destacar a importância da Fundação mas também colocá-la no caminho do futuro, realizando novas pesquisas, digitalizando e organizando o acervo, para disponibilizar ao público, planejando novas ações para os próximos anos. Tem o caráter da celebração, mas também o entrelaçamento da história da cultura paraibana e o legado de José Américo de Almeida”, detalhou o presidente da FCJA, Fernando Moura.

A criação da Fundação Casa de José Américo aconteceu no dia 10 de dezembro de 1980, com a Lei 4.195, assinada pelo então governador Tarcísio Burity, determinando como sede a casa onde o ilustre imortal paraibano viveu os últimos 22 anos de sua existência, situada na orla do Cabo Branco.

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PARA COMBATER O EXCESSO DE RUÍDO E ACELERAÇÃO TECNOLÓGICA LIVRO INDICA O SILÊNCIO COMO UMA FORMA DE EXISTÊNCIA

A viralização de notícias falsas, ou fake news, em inglês, é um dos grandes problemas dos últimos anos. A professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e jornalista especializada em Comunicação Digital Pollyana Ferrari faz uma reflexão sobre os fenômenos das bolhas de informação e da rapidez com que informações falsas são compartilhadas sem checagem pelas redes sociais no livro "Como Sair das Bolhas", das editoras Educ e Armazém da Cultura, lançado na semana passada.

Para combater essa aceleração tecnológica, Pollyana propõe, em seu livro, uma relação diferente com o excesso de ruído e o silêncio como uma forma de existência. Ela recomenda o uso dos oito passos de Buda (compreensão, pensamento, fala, ação, esforço, atenção, concentração e modo de vida corretos) antes de compartilhar mensagens.

“Primeiramente, devemos reconhecer que as notícias falsas são, na verdade, uma variedade de desinformações que pode variar entre a correta utilização de dados manipulados, a utilização errada de dados verdadeiros, a incorreta utilização de dados falsos e outras combinações possíveis. A sociedade do fluxo informacional, a velocidade das redes sociais, dos aplicativos, tudo nos deixa inquietos, e a inquietude só causa prejuízos: compartilhamos o que não lemos, aceitamos a sedução como verdade, pois ela nos conforta no momento de angústia", diz trecho do livro.

Confira a entrevista com Pollyana Ferrari:

*Brasil de Fato: Como sair das bolhas? Polyanna Ferrari: Tendo uma postura de transitar, de perceber que o mundo é diferente, que as pessoas não são iguais. Eu falo no livro que a gente tem mais muros pichados e grafites do que varandas gourmets pasteurizadas, iguais. As pessoas se acostumaram nas redes sociais, se são de esquerda, não ter ninguém que pensa diferente, se são veganos, a mesma coisa. Foram limpando suas timelines e seus convívios nas redes e ficando só com quem pensa igual. E isso é muito ruim. O importante é cultivar democraticamente o debate público. Então, sair das bolhas é uma volta a você conseguir conviver.

*Voê acha que a tecnologia aumentou a propagação de fake news ou isso já existia antes?

É uma relação de escala. Sempre teve fake news. Eu relato no livro que Roma antiga tinha, mas não era nessa escala grande. Depois das redes sociais e todas essas plataformas do Google, muita gente ganhou voz. As pessoas com smartphone viraram mídia. Isso é muito bacana, mas ao mesmo tempo você tem muita gente propagando muita coisa e a checagem não fez parte dessa década. Não fomos treinados para checar. A eleição do [Donald] Trump [presidente dos Estados Unidos] mostrou para o jornalismo, para nós, um alerta de que era preciso checar as informações recebidas. As pessoas não foram educadas a checar, chega no Whatsapp e as pessoas acreditam. E não é só o jovem que propaga fake news. Então, na questão de escala, a tecnologia propaga muito mais do que antes dessas redes.

*E Você acha que seria possível diminuir a propagação das fake news?

Não compartilhando e não curtindo. Primeiro, você checa, joga no Google, tenta ver a procedência do texto, qual a fonte, quando foi publicado, se é uma coisa velha, se a foto foi manipulada. E agora também temos vídeos fakes [falsos]. Então, a gente tem que aprender socialmente a checar. É fundamental ter as agências de checagem, bots e algoritmos de checagem, mas nunca vai ter fim. Vamos pensar em eleições, 140 milhões vão votar e temos três agências de checagem (Aos Fatos, Lupa e Pública), mesmo se tivesse 6.000 agências de checagem, não iam dar conta.

Como você avalia o trabalho dessas agências?

Eu comecei em 2016 essa minha pesquisa, comecei olhando os jornais primeiro e cheguei às agências. São iniciativas fora das grandes redações muito bem-vindas. Acho que avançamos muito com as agências, os códigos de ética, os grupos de checadores. Precisamos ter mais e vão surgir mais. Acho legal, mas sempre pensar na educação de quem dissemina, senão não vai ter fim. Quantas agências de checagem precisariam ter no mundo?

Tem discussão o e silêncio no seu livro. Como aplicar isso nas redes?

Isso. Eu volto aos oito passos do Buda, técnica milenar, não numa ideia de doutrinar para religião, mas é sobre ser ético, respirar, pensar. Porque nessa velocidade que as pessoas compartilham, normalmente é porque não leem, tirando os que compartilham porque produziram e ganham dinheiro com isso. As pessoas leem só o título e passam pra frente. Os pensadores de psicologia cognitiva dizem que o cérebro precisa de três a cinco minutos, então se parar pra respirar e pensar e voltar à essa questão do silêncio, desligar o celular pra dormir. Parece dicas holísticas, mas faz todo sentido nessa pressa de compartilhar conteúdo que não está dando certo. Todo mundo virou colunista de tudo, todo mundo dá um palpite, o dedo está o tempo todo ali, as pessoas curtem até marca. A ideia do silêncio é isso, tanta evolução tecnológica e eticamente e moralmente estamos comprometidos. O Whatsapp é o maior propagador de mentiras e o grande perigo nessa eleição vai ser isso.

Sore eleição, qual a análise que você faz desse cenário?

Fake news em ano de eleição é um perigo. Gostaria de dizer que, infelizmente, acho que vai ter muita barbárie. Até porque o brasileiro está falando sobre isso só agora em 2018. Teve a eleição do Trump, quando os grandes veículos como The Washington Post e BBC falaram disso, alertaram muito sobre esse perigo, mas acho que foi no caso da Marielle [Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março] que a gente conseguiu ver a proporção, como é rápido o desserviço do MBL [Movimento Brasil Livre]. E vão continuar agindo. Então, como a gente faz? Primeiro, desconfie de tudo. Cheque, veja se o perfil existe, quem mandou, explica para seu tio, seu pai, mãe, que compartilha fake news, e respeite o outro. Tem que ser um eterno exercício, checagem de fatos tinha que estar na grade das escolas, os professores tinham que debater, aprender a checar é aprender a conviver e ouvir outras vozes, outras opiniões.

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LIVRARIAS LANÇAM CAMPANHA PARA ATRAIR LEITORES PARA LOJAS FÍSICAS

Com números em queda desde a popularização do e-commerce, as livrarias exclusivamente físicas passaram em 2020 por outro grande dilema, a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Com o fechamento temporário do comércio para clientes presenciais e rigorosas medidas de restrição de circulação de pessoas em centros comerciais, os estabelecimentos culturais sofreram perdas significativas.

Para tentar contornar a situação, uma iniciativa inspirada em movimentos internacionais foi adotada por um grupo de mais de 120 livrarias do país. Com o mote #TudoComeçaNaLivraria, a campanha visa resgatar o hábito e as vantagens de se folhear um livro em meio a um acervo imenso de obras, como nos tempos pré-internet.

Valorizar as livrarias como ponto de conexão entre livreiros, autores, editores, distribuidores e leitores é um dos objetivos da iniciativa, que visa ainda fortalecer livrarias físicas como vitrine para o lançamento de novos títulos. A campanha conta com apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL), da Associação Nacional de Livrarias (ANL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

“Infelizmente, o Brasil tem muitas cidades sem livrarias”, disse o diretor executivo da Editora WMF Martins Fontes, Alexandre Martins Fontes, um dos coordenadores da campanha. “Uma cidade não é uma cidade sem uma livraria“, disse Martins Fontes, citando o autor inglês Neil Gaiman, responsável pela série Sandman.

Alexandre Martins Fontes disse que as livrarias se dividem em duas categorias. Há aquelas que fizeram opção de manter apenas a presença física e não ter atuação online, enquanto a outra categoria reúne livrarias físicas que também atuam pela internet.

As livrarias pertencentes à primeira categoria, que operam apenas com lojas físicas, foram obrigadas a fechar as portas. E mesmo depois que reabriram, ainda estão preocupadas com o futuro. 

“Não há no mundo livraria física que tenha um movimento equivalente àquele que tinha antes da pandemia. É inquestionável que a pandemia afetou, acima de tudo, as livrarias que optaram por esse modelo. E essas livrarias, na minha visão, são absolutamente fundamentais para a saúde da sociedade e das cidades brasileiras”, comentou Martins Fontes.

A pandemia provocou uma queda média de 40% nas vendas desses estabelecimentos, em relação ao ano passado. Para muitas livrarias físicas, porém, que ficaram fechadas, as perdas atingiram 90% a 100%, disse o livreiro e editor. Muitas ainda não conseguiram retornar ao desempenho que apresentavam antes da pandemia. Fontes estimou que, atualmente, a queda nas vendas deve variar entre 20% e 25%.

Já as livrarias incluídas na segunda categoria, que além de lojas físicas também vendem online, sofreram um pouco menos. A queda nas vendas presenciais foi compensada pelo crescimento dos negócios feitos via internet. As vendas pelas lojas virtuais surpreenderam e as pessoas passaram a consumir mais livros, no mundo todo.

O que os editores perceberam, entretanto, é que as vendas online não tiveram o resultado esperado no que diz respeito aos novos títulos, aos lançamentos de livros, como acontecia nas livrarias físicas, que funcionam como ponto de encontro e de confraternização para as pessoas. “A livraria investiu no espaço físico como ponto de encontro para seus clientes”, disse Martins Fontes. “Isso mostra como a livraria física é importante como vitrine daquilo que está sendo lançado”.

Categórico, Martins Fontes afirma que “as editoras chegarão à conclusão que as livrarias físicas são fundamentais para os lançamentos”.

“Esse é o ponto que nós estamos dando ênfase nessa campanha, porque a livraria física não é só um local de encontro e de confraternização, mas ela é, acima de tudo, essa grande vitrine da indústria editorial. A importância da livraria é gigantesca”, disse.

Alexandre Martins Fontes anunciou que, no período de 11 a 13 de dezembro, as principais livrarias brasileiras farão uma grande exposição de livros novos publicados a partir de outubro no país, dando descontos especiais e fazendo promoções para os clientes. “Essa é a ideia, que a gente crie campanhas ao longo dos próximos anos, para fazer com que as pessoas se sintam convidadas para visitar as livrarias”.

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CAMPANHA ELEITORAL AJUDOU A AUMENTAR CASOS DA COVID-19 NO BRASIL, AFIRMA MÉDICO

A campanha eleitoral no Brasil pode ser apontada como vilã na alta de contaminações por coronavírus, diz o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto. Segundo ele, o movimento de políticos nas ruas pedindo votos, aliado aos planos de relaxamento da quarentena definidos pelos governos, contribuíram para que os hospitais em todo o Brasil voltassem a registrar aumento de internações.

Vecina Neto, porém, faz questão de destacar que a eleição não pode ser demonizada. "O comportamento das pessoas, o exercício da eleição não teve grande problema. Os cuidados que foram tomados foram bastante adequados. Mas a forma como foram conduzidas as campanhas eleitorais e toda permissividade, isso sim eu acho complicado", destacou ele, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), professor da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do Estadão.Continua depois da publicidade

*A campanha eleitoral pode ser apontada como vilã na alta de contaminações? Acho que sim, porque houve aglomeração, o é mortal. Quando se junta muita gente, facilita o trabalho do vírus e dificulta a dispersão de aerossóis. As gotículas que saem das nossas bocas se disseminam, são emitidas para outras pessoas. Como uma parte da campanha é feita no corpo a corpo, com certeza influenciou no aumento. Mas não é só isso. Houve também um relaxamento, com abertura de estabelecimentos que não deveriam abrir.

*Seria melhor termos cancelado as eleições deste ano? O comportamento das pessoas no exercício da eleição (dia da votação) não teve grande problema. Os cuidados tomados foram bastante adequados. Mas a forma como foram conduzidas as campanhas eleitorais e toda a permissividade, acho complicadas.

*Em São Paulo, a revisão do Plano São Paulo (programa estadual de reabertura econômica) foi remarcada para o dia seguinte da eleição, em 30 de novembro. Para você foi uma definição política?

É uma pergunta que já está respondida. Foi para não perder votos. Infelizmente foi o que movimentou os políticos.Continua depois da publicidade

*Os governos relaxaram demais a quarentena? Bares e restaurantes com poucas janelas e pouca ventilação não poderiam ter sido abertos. O ar-condicionado não adianta. Não há solução mágica para o vírus. O que existe é o que sabemos: a gente emite aerossóis, eles são respirados, encontram nossos olhos diretamente ou se depositam em cima de superfícies em que podemos colocar as mãos e depois levar aos olhos e boca. É dessa forma que a gente se infecta.

*Em 2021 nós enfrentaremos os mesmos problemas? Goste ou não goste, a maior parte do ano que vem será exatamente assim. Se a gente der moleza, o número de casos e de mortes vai continuar aumentando. Enquanto não conseguir ter acesso à vacina e vacinar um monte de gente, nós vamos ter problemas. Isso precisa ficar claro na cabeça das pessoas. (Correio Braziliense)

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PREVISÃO DE CHUVAS PARA O RIO SÃO FRANCISCO GERA EXPECTATIVAS PARA 2021

A previsão meteorológica para a Bacia Hidrográfica do São Francisco é de boas chuvas neste período úmido, que começou em novembro deste ano e segue até abril de 2021. Com isso, o Nordeste fica na expectativa de que sua maior barragem, a de Sobradinho, na Bahia, possa acumular volume de água similar a este ano, quando alcançou 94% de seu volume útil.

O diretor de Operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, em entrevista ao Programa na Rural FM, de Petrolina (PE), informou que o Reservatório de Sobradinho está com 54% de sua capacidade, o que é considerado bom para aguardar as próximas chuvas. “Bem diferente da situação de 2015, quando chegamos a 1% nesta época”, disse.

Ele destacou a extrema segurança da barragem de Sobradinho, atestada inclusive por órgãos externos, que está preparada para o período chuvoso. “Estamos fazendo a operação de Sobradinho com plena segurança”, disse Franklin.

O diretor explicou que a vazão atual a partir do Reservatório de Sobradinho é de 2.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) e neste fim de semana, (28), vai ficar mais baixa, com 1.700 m³/s – este mês de novembro, já chegou a ser 2.900 m³/s. 

“O Nordeste está atualmente exportando energia elétrica para as regiões Sul e Sudeste. Como a geração eólica da Região está bastante positiva, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pode tomar essa decisão de reduzir a produção de energia pelas hidrelétricas”, explicou.

João Henrique Franklin acrescentou que a situação, entretanto, é variável e poderá haver novo aumento de vazão dentro dos patamares operativos regulares. “Passamos muitos anos com o rio seco, agora o Rio São Francisco está reocupando sua calha”.

O diretor afirmou que a situação do Nordeste, com água em Sobradinho e possibilidades de chuvas na Bacia Hidrográfica do São Francisco é extremamente positiva e motivo de orgulho para os nordestinos poderem contribuir, significativamente, para o abastecimento energético do País.

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CIDA PEDROSA GANHA PRÊMIO O LIVRO DO ANO E DIZ QUE SOLO PARA O O VIALEJO NASCEU DAS MEMÓRIAS EM BODOCÓ, PERNAMBUCO

Foi numa viagem entre sertões, de Bodocó (Pernambuco) até Crato (Ceará), que a pernambucana Cida Pedrosa escreveu as primeiras páginas de Solo para vialejo, considerado o livro do ano, segundo o Prêmio Jabuti 2020. Na serra, escreveu dez páginas. Depois, em Petrolina (Pernambuco), encontrou a foto que é a capa da publicação, quatro personagens negros no que seria uma jazz band, e que deu origem ao conceito que permeia a obra de poesia.

 “Começou da ideia de uma diáspora dos negros e negras que viviam no sertão de Bodocó (cidade natal da autora), também desse rastro de musicalidade e as memórias coletivas”, explica.

A autora reacendeu as próprias memórias e também de lembranças de outras pessoas para contar uma história de Bodocó, mas que se relaciona com o mundo: os caminhos feitos por negros, negras e índios no sertão e essa relação com a música, principalmente, o blues. “Vou falando dessa musicalidade da negritude, que é ao mesmo tempo tão próxima e distante. O blues nasceu nos Estados Unidos na terra gelada dos campos de algodão, enquanto também está aqui nos campos de algodão numa terra árida”, comenta.

“Eu sai do Sertão para o mar, pois sou sertaneja. Esse é um livro da volta, uma migração ao contrário. Eu migro do mar para o Sertão e vou contando sobre os sons dos negros e das negras, de mim mesma. Eu me reencontro com a minha ancestralidade, com minha bisavó indígena, com o meu pai e com minha mãe, que me ensinaram a ler mesmo sem nunca terem ido para a escola”, afirmou na transmissão via YouTube. 

Chegar a essa temática tão atual não foi intencional, mas acabou acontecendo pelo fato da escritora ter buscado uma literatura afetiva, de forma a conseguir falar da “própria aldeia, de modo universal”. “O que acontece é que os fatos da minha aldeia são universais. Porque em qualquer outro lugar do mundo as pessoas podem estar vivendo algo parecido. Fiz um mergulho dentro de mim, numa busca muito pessoal, mas, ao mesmo tempo, coletiva”, define. Ela conta que percebeu a força do livro ainda quando lia trechos para os filhos, ambos poetas, o companheiro e amigos. “Fiz algumas leituras e as pessoas se emocionavam, isso foi deixando claro que eu estava no caminho certo”, lembra.

Cida Pedrosa é a primeira mulher pernambucana a vencer o prêmio. Com 57 anos, ela começou a escrever aos 14. O primeiro livro foi publicado aos 19, uma obra que ela diz “nem gostar mais”. “Com o tempo a gente vai se aprimorando, aprendendo, acredito muito no exercício amoroso da palavra”, revela. A premiação, para ela, traz um reconhecimento de uma trajetória de 10 publicações, entre elas, Claranã (2016), que chegou a ser finalista do Prêmio Oceanos de Literatura, e de um livro que a traz orgulho.

Neste ano, a escritora também escreveu um livro inspirado na pandemia de covid-19. Intitulado Estesia, a obra traz percepções em texto e imagens dos sentimentos de ver Recife modificada na quarentena. O livro foi escrito em formato de haicai e está disponível apenas em formato digital, à venda na Amazon. “É um livro em que eu escrevia e fotograva. Ando todo dia com o meu cachorro observando a cidade vazia. Ao mesmo tempo via coisas belas, mas também tinha o medo”, explica.

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NOVA VERSÃO DA MÚSICA SERENATA AGORA NA VOZ DE RAIMUNDO FAGNER E NELSON GONÇALVES

Uma nova versão de “Serenata”, clássico de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa, ganha as plataformas digitais levada pelas vozes de Fagner e Nelson Gonçalves.

O single integra a sequência de lançamentos do artista cearense – o primeiro dele foi “Lábios que Beijei”- antecedendo o novo álbum previsto para dezembro. 

Fã de Nelson Gonçalves, Fagner se utilizou da tecnologia para impor a voz do ídolo no dueto. O novo single do seu primeiro disco pela gravadora Biscoito Fino, reúne clássicos da música popular gravados originalmente por vozes da Era do Rádio. Pixinguinha, Silvio Caldas, Cartola, Orestes Barbosa, Vinícius de Moraes e Chico Buarque, entre outros, integram a lista.

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