GOVERNADORES DO NORDESTE SE BASEIAM NO COMITÊ CIENTÍFICO PARA ORIENTAR REGIÃO NO COMBATE AO CORONAVÍRUS

O Consórcio Nordeste, grupo que reúne os nove estados da região brasileira, convidou cientistas para atuarem em um comitê de combate ao coronavírus (covid-19). A ideia é propor medidas articuladas entre estados e municípios da região Nordeste baseadas no conhecimento científico.

O coordenador do comitê, o neurocientista Miguel Nicolelis, explica o funcionamento. 

“Nós formamos um comitê com representantes de todos os nove estados do Nordeste, dividimos o comitê em nove subcomitês e também criamos uma plataforma de colaboração virtual, chamada Projeto Mandacaru, que já tem mais de 700 cientistas espalhados pelo Brasil, inclusive com colaboradores de fora do Brasil, que está nos ajudando a coletar todas as informações sobre os casos, o espalhamento do vírus no Nordeste, bem como os trabalhos científicos que estão sendo feito mundo à fora tentando entender que inimigo é esse e como combater”, detalhou.

Uma das primeiras ações do comitê é reforçar a importância do isolamento social e analisar os impactos da medida no achatamento da curva de propagação do coronavírus. 

O Comitê Científico é formado por médicos, cientistas, físicos e pesquisadores 
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PROJETO DE LEI PREVÊ AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR

O Governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe),um projeto de lei instituindo o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PEAAF), instrumento que visa regulamentar a compra institucional de alimentos contemplando a agricultura de base familiar e a economia solidária. Com a medida a expectativa é incentivar e promover a inclusão social, modernização da produção, o consumo de alimentos saudáveis e a geração de emprego e renda no campo.

A iniciativa assegura que, pelo menos, 30% das compras governamentais de alimentos tenham como origem a produção da agricultura familiar. "Vamos iniciar o programa com foco de atingir esse percentual, mas a medida que as associações, cooperativas e organizações do campo tenham condições de ampliar essa oferta, vamos ampliar essa proporção", explica o secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Dilson Peixoto.

A medida abrange as compras governamentais diretas, as indiretas ­– no caso da contratação de alimentação preparada, que passará a contemplar a aquisição obrigatória de insumos da agricultura familiar, pesca artesanal e comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) – e propõe a criação de uma ação de compras diretas com doação simultânea, destinadas ao fornecimento de hospitais, escolas públicas, presídios e instituições de amparo social.

"O Estado tem uma demanda natural de aquisição de alimentos e nada mais natural que essas compras contemplem a agricultura familiar, comunidades indígenas e quilombolas e a pesca artesanal. É uma forma de o Estado gerar emprego e renda no campo", destacou Dilson.
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RIO SÃO FRANCISCO: BARONESAS CONTINUAM DANDO SINAL DE POLUIÇÃO EM PETROLINA E PAULO AFONSO

Suspensão do abastecimento de água, prejuízos na piscicultura e pesca artesanal, fechamento da grande maioria dos estabelecimentos às margens do Rio São Francisco, perdas no turismo, comprometimento do lazer. Essas são algumas das consequências sociais que a presença das baronesas, bioindicadoras da quantidade de matéria orgânica na água, tem provocado na região de Glória e Paulo Afonso, na Bahia.

Há pelo menos quatro anos a população que sobrevive de atividades ligadas ao uso do Rio São Francisco vem amargando prejuízos que ultrapassam a casa dos milhões. De acordo com a Associação Aquicultura do Rio São Francisco – PEIXE SF, o acumulado passa dos R$ 15 milhões nos diversos setores (piscicultura, turismo, captação de água). Em Glória, 27 pequenos (até 10 toneladas por mês) e médios (até 50 toneladas por mês) produtores já deixaram a piscicultura por não ter como repor a produção perdida. Além dos municípios de Jatobá, Belém de São Francisco e Itacuruba, em Pernambuco, que também passam pelo mesmo problema.

As baronesas também continuam presentes nas marges do rio São Francisco em Petrolina e Juazeiro. De acordo com o Comitê Hidrográfico da Bacia do São Francisco, a ausência de saneamento básico em muitas das cidades influência, de modo determinante, no despejo inadequado de esgoto nos rios. 

O MP ainda destaca que, de acordo com os apontamentos feitos durante as etapas da FPI na Bahia, o Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (NUSF) elaborou diagnóstico onde foi detectado que, em 2017, 63% das obras sobre saneamento básico não foram concluídas ou não foram recebidas pelo prestador de serviço de saneamento básico.


De acordo com o Ministério Público da Bahia, as questões da crise hídrica pela qual passou o Velho Chico, afetam as águas da Bacia do São Francisco, tanto em quantidade quanto em qualidade. A promotora de justiça Luciana Khoury destaca que o aparecimento de maior quantidade de macrófitas aquáticas, comprometendo o uso das águas para diversas finalidades teve maior expressão nos últimos anos. “As baronesastem ocorrido na região de Paulo Afonso e Glória após o longo período de estiagem enfrentado. 

No ano de 2019, chegaram informações da gravidade da situação. A presença das baronesas provocoumuitas consequências sociais desastrosas para a população,tais como a suspensão do abastecimento de água em povoados do município de Glória, impactos em muitas pisciculturas da região, em especial no povoado da Quixabá, também em Glória. Além disso, soubemos dealguns produtores que perderam toda a produção.Também houve impacto para os pescadores artesanais, que ficaram impedidos de pescar e o fechamento da grande maioria dos estabelecimentos da Prainha, em Paulo Afonso,respingando no turismo”, destacou.

Essa situação é reafirmada pelos produtores Ivan Lima Silva, mais conhecido como Pirão, e Lucas de Carvalho Gomes, que deixou de produzir por não ter mais forças para competir com o avanço das baronesas. Lucas, que trabalhava na área há oito anos, relata que em 2017 perdeu 30% da produção.Em 2018 e 2019, esse volume chegou a 40% e, este ano, a perda foi de 100% da produção. “Esse ano perdemos qualquer possibilidade de continuar. Com isso, são oito famílias desempregadas. A situação é desesperadora para muitos de nós”, afirmou.

Ao longo desse tempo foram realizadas audiências públicas convocadas por diversos atores da sociedade. E, em 2019, o MPBA realizou uma audiência com o objetivo de mapear os problemas e pactuar soluções. Como desdobramento desse encontro, foi assumidopor diversas entidades que contribuem de alguma maneira para as causas ou daqueles que possuem responsabilidade para a solução dos problemas, o polo ativo de Ação CivilPública para a adoção de providências. A ACP tramita na Justiça Federal. 

“Um outro desdobramento relevante é que foram levantados aspectos sobre a adequação da retirada mecânica das baronesas ou não, e isso foi discutido por vários especialistas que deram orientações, tendo a prefeitura de PauloAfonso, naquela época, investido em equipe e recursos para a retirada das baronesas na Prainha. Além disso, observou-se após sobrevoos feitos na região que grande parte das baronesas provém do Rio Moxotó e se concentram em locais de águas mais paradas como na Prainha (PauloAfonso), e Quixaba (Glória), sendo assim necessário aprofundar informações sobre a situação no Rio Moxotó”, destacou a promotora Luciana Khoury.

Nesse caso, foi sugerida a criação de uma equipe específica durante uma etapa de campo da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI Pernambuco) realizada em julho de 2019. A intenção do grupo foi mapear pontos de concentração das baronesas, lançamentos de esgotos não tratados, lançamentos de outros efluentes, presença de pisciculturas além da área da Bahia e Pernambuco, e outros pontos em que foram identificados o uso de agrotóxicos e fertilizantes, possíveis causas que se somam às demais que contribuem para agravar a quantidade de matéria orgânica no Rio. (Fonte: CHBSF)
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LIVRO DO PESQUISADOR E PROFESSOR WILSON SERAINE GANHA INDICAÇÃO DE LEITURA EM PROGRAMA REDE NACIONAL DE TELEVISÃO

Neste domingo (19), em rede nacional e internacional de Televisão, o apresentador Fausto Silva, o Faustão, no Programa da Rede Globo indicou o livro A Festa da Asa Branca-uma história com pássaros cantados por Luiz Gonzaga, editora IMEPH, autoria do professsor e escritor Wilson Seraine Filho (Teresina/Piauí) e ilustração de Moisés Rego, como fonte de informação cultural.

Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, professor Wilson declarou que desde a apresentação na vitrine de leituras, vem recebendo manifestações de todo o Brasil.


"Estou orgulhoso porque, cada vez mais atingimos nosso propósito que é difundir o legado do Rei do Baião. Mais do que ampliar a percepção sobre esses pássaros, o livro também apresenta alguns aspectos  da cultura nordestina, como ênfase para culinária, na literatura de cordel, no ecossistema sertão e ainda nos saberes populares", disse Wilson.


O trabalho esta disponível através do www.livrariaentrelivros.com.br

No início deste ano, no mês de janeiro, o professor e pesquisador piauiense, Wilson Seraine, recebeu o título de Cidadão Exuense durante sessão solene realizada na Câmara Municipal de Vereadores – Plenário Luiz Gonzaga, na cidade de Exu, Pernambuco. A condecoração foi em agradecimento aos trabalhos realizados por Wilson Seraine em defesa do legado de Luiz Gonzaga e na propagação da cultura nordestina. A honraria foi aprovada por unanimidade pelos vereadores.

Durante a solenidade, o professor relembrou os motivos que o levaram a estudar cultura nordestina. “Lembro como se fosse hoje da emoção que senti quando participei, pela primeira vez, da Missa do Vaqueiro, em 1987. Antes desse momento, já tinha sedimentado na memória as canções dos discos Danado de Bom, Nesta Estrada da Vida e Pense N’Eu. Possuía ainda as inúmeras leituras realizadas acerca da nossa cultura. Foi assim, vendo de perto, a Missa do Vaqueiro, que reacendi o apreço que sempre tive pela cultura nordestina, em especial, pela cultura gonzaguiana”, contou Wilson Seraine.

Wilson Seraine é piauiense, de Teresina. Formado em Licenciatura Plena em Física na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA-RS). É professor de física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), autor de 9 livros nos segmentos de educação e cultura popular,  é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, membro da Academia Piauiense de Literatura de Cordel, integra o Conselho Estadual de Cultura do Estado do Piauí, preside a 1ª Colônia Gonzagueana do Brasil, localizada em Teresina,  membro efetivo do Conselho Editorial da Editora da Universidade Federal do Piauí, desde 2018, e integra o Conselho Estadual de Cultura do Piauí, desde 2012. 

Wilson é fundador da Procissão das Sanfonas, que leva a música do Rei do Baião pelas ruas do Centro de Teresina e a Missa de Santa Luzia, uma homenagem ao nascimento de Luiz Gonzaga. Ele também apresenta, na FM Cultura de Teresina, o programa semanal “A Hora do Rei do Baião”. Há mais de 25 anos Wilson estuda a história e obra de Luiz Gonzaga e é considerado um dos especialistas mais respeitados do Brasil quando se trata da vida e obra do “Rei do Baião”.

A admiração de Wilson pela literatura de cordel resultou no livro “A Literatura de Cordel no Ensino de Ciências”. A obra é resultado da dissertação de mestrado defendida por ele, em 2009, e comprova que a literatura de cordel pode colaborar para a compreensão de conteúdos didáticos e que é possível incorporá-la à prática docente.

Em parceria com o cordelista Pedro Costa, que faleceu em 2017, Wilson Seraine inovou na apresentação do livro, a introdução e a conclusão vêm em formato de cordel, mostrando, na prática, ao leitor como os versos podem ensinar.

Seraine reúne em sua casa, livros, revistas, cordéis, chapéus, CDs, DVDs, LPs, discos de 78 RPM, partituras e fotos de Luiz Gonzaga. Atualmente, já são mais de 1000 itens em sua coleção particular.São dezenas de rádios, radiolas, telefones, máquinas fotográficas, relógios, gravuras, cartazes, quadros, bebidas e outros utensílios que lembram a cultura popular nordestina e obra de Gonzaga. 

Pelo seu trabalho, Wilson Seraine recebeu diversos prêmios e reconhecimentos, entre eles:
Título de Cidadão de Fortaleza - CE(2019).
Título de Cidadão de Trizidela do Vale - MA (2019);
Medalha da Ordem do Mérito Renascença do Piauí[29]| outorgada pelo Governo do Estado do Piauí (2019);
Troféu Luiz Gonzaga - Orgulho de Caruaru | Espaço Cultural Asa Branca do Agreste (2016);
Troféu Amigo do Salão do Livro do Piauí - SALIPI (2015);
Troféu Asa Branca - Fundação Vovô Januário | EXU/PE (2015);
Prêmio Eficiência - Categoria Educação e Cultura |coordenado pela Academia Piauiense de Mestres Maçons (2015);
Troféu Viva Dominguinhos de Cultura| Prefeitura Municipal de Garanhuns, em Pernambuco. (2015);
Troféu Centenário do Rei do Baião | Rádio AM Cidade 860 de Fortaleza, no Ceará (2013);
Troféu Luiz Gonzaga: O Pernambucano do Século|promovido pela Colônia Gonzaguiana do Ceará (2010);

Medalha do Mérito Cultural Firmino Teixeira do Amaral | organizado pela Fundação Nordestina do Cordel (2001).
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CANTOR GERALDO AZEVEDO SE EMOCIONA E AGRADECE LIVE DA ORQUESTRA PHILARMÔNICA 21 DE SETEMBRO

O maestro Hélio Lima e a Philarmônica 21 de Setembro estão sem sair pelas ruas de Petrolina para anunciar os festejos tão tradicionais. Seguindo a tradição, a música emociona, os músico proporcionaram, em tempos de distanciamento social, uma apresentação através de live que foi refletido em emoção em todo o Brasil.

Detalhe: a apresentação teve o comentário postagem do cantor e compositor Geraldo Azevedo: "Que lindo o trabalho que a Orquestra Philarmônica 21 de Setembro, de Petrolina, fez com essa minha canção tão emblemática. Cada um de sua casa, levando a arte para as pessoas por meio da internet. Que maravilha. Obrigado pelo presente, meus queridos".

A música exibida foi "Principio do Prazer". Ano passado o cantor e compositor Geraldo Azevedo foi homenageado da Philarmônica 21 de Setembro durante o Concerto ‘Azevedo pela Cidade’, quando a Orquestra interpretou sucessos do artista petrolinense.

Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, o maestro Hélio Lima disse que os laços de amizade, respeito, admiração por Geraldo Azevedo aumenta a cada dia".

“O ‘Azevedo pela Cidade’ não foi um simples concerto. Na verdade estamos falando de um grande espetáculo! Uma linda declaração de amor à Petrolina. Esperamos que em breve, assim que passar estes tempos, nossa Orquestra, Patrimônio e seus músicos, se juntem novamente com as pessoas para se deleitar com este presente da prefeitura para os amantes da música brasileira”, destaca. 

A Orquestra Philarmônica 21 Setembro de Petrolina completa este ano 110 anos de existência. Fundada em 1910 por Juvêncio Rodrigues Coelho, a Philarmônica 21 de Setembro foi regida inicialmente pelo maestro Ciciliano Carvalho e contou com a colaboração de músicos ilustres como a petrolinense, Adelaide Ribeiro, o  literato Cid Carvalho, entre outros.

A Philarmônica 21 de Setembro desde 1988 é Patrimônio Municipal da Cultura.
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PETROLINA: COLECIONADOR MANTÉM CENTRO DE CULTURA EMOÇÕES ROBERTO CARLOS

O cantor Roberto Carlos fará uma live com show ao vivo para comemorar seu aniversário neste domingo (19). Roberto Carlos completa 79 anos.

Que Petrolina é uma cidade eclética em relação à música, ninguém tem dúvidas, considerando também as influências do Estado vizinho Bahia. Mas se há fãs para todos os gêneros artísticos, quando se fala do Rei Roberto Carlos, ninguém supera Adriano Thales Valdevino, 50 anos, um dos maiores colecionadores de discos, objetos raros, fonogramas gravados no exterior, souvenires, documentos e revistas que contam a trajetória do ‘cabeça’ da Jovem Guarda.

Até pouco tempo, todo seu acervo era guardado a sete chaves. Agora pode ser visto pelo público no Centro Cultural Emoções, aberto há 5 anos na Rua Castro Alves, centro da cidade sertaneja. 

Para surpresa de Adriano, ainda durante as obras aconteceu a visita de um assessor direto do artista junto com os integrantes da banda pop RC na Veia. O baterista e um dos vocalistas é Dudu Braga, filho de Roberto Carlos, que se emocionou.

A visita virou um evento do lado de fora, com direito a show pelo aniversário do rei, em abril de 2015. “Vieram conhecer o espaço e dar contribuições na organização do material. Foi um momento grandioso, com conversas e apresentação de músicas do Rei”, diz Adriano.

O acervo do colecionador é histórico e de uma contribuição imensurável à memória do artista e música brasileira. São várias vitrines expondo discos raros em vinil, CDs, fitas cassetes, filmes em VHS, DVD, revistas, pôsteres, entre outras peças que traduzem a história do menino de Cachoeiro do Itapemirim (ES).

Na ala principal do centro, uma das vitrines expõe fotos e documentos da infância e família. Nela estão cópias plastificadas da certidão de nascimento, comprovante do exame de admissão escolar, matrícula do conservatório de música... “Roberto Carlos começou fazendo piano, que era mais comum às mulheres na época, e depois estudou outros instrumentos”, comenta Adriano, que já mostrou parte de seu acervo no Globo Repórter. 

O visitante pode apreciar todo material distribuído de forma cronológica por décadas. Em duas delas, bem conservados, estão os discos em vinil mais raros feitos para o mercado estrangeiro, como títulos fora de catálogo e exclusivos para o Japão, Israel, Itália, França, EUA, Costa Rica e mais países latinos. Há um dos discos recolhidos no Brasil pelo regime militar. 

Há uma rica coleção de revistas raras e extintas com reportagens de capa sobre Roberto Carlos, a exemplo da Cruzeiro, Super Star, Contigo, Grande Hotel e Intervalo, que cobriu toda temporada da Jovem Guarda.

Na vitrine filmografia, o lado ator de Roberto Carlos junto com os amigos Erasmo e Wanderléia estão expostos em uma película original do cinema e nos VHSs dos filmes Ritmo de Aventura, Roberto e o Diamante Cor de Rosa e A 300 Km por Hora, todos dos anos 60 até 1971.

“Os visitantes podem assistir na sala de imagem a algum filme. Dispomos de todos os especiais da TV Globo e outros programas do Brasil e exterior com a presença do cantor”, acrescenta o curador do espaço. Entre as raridades está um Roberto Carlos despojado e dançante no ritmo do samba e da bossa nova, em registro de um programa gravado na Itália.

De acordo com o curador, o centro recebe caravanas de turistas que passam por Petrolina. A entrada custa um quilo de alimento não perecível, destinado a programas sociais da região, mas o voluntário pode doar uma cesta básica.

Na infância, a paixão de Adriano por uma única música de Roberto Carlos acabou desenhando o fanatismo do garoto pela trajetória do Rei. Tudo começou no Recife depois da separação dos pais, quando ele ficou morando com a mãe e os irmãos. Era começo da década de 80, até que um dia a mãe ouvia um disco do cantor. A canção Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo impressionou o menino, então com 12 anos. Certo dia, com saudade do pai, que morava em Fortaleza, pegou o LP e ouviu incansavelmente a mesma faixa. “Ouvi tanto que o disco começou a enganchar. Aí eu usava o truque de colocar uma caixa de fósforo sobre o braço da antiga vitrola, para não pular”, conta.

Naquele mesmo ano, o pai esteve no Recife para lhe visitar e disse que queria dar um presente. Seria um brinquedo, mas o menino surpreendeu dizendo que queria ir a uma loja de discos da Avenida Conde da Boa Vista. Lá, pediu ao pai que comprasse um disco de Roberto. Acabou ganhando vários. 

Não parou mais e começou a mergulhar na obra do compositor. Nascia então um colecionador. “Lia constantemente o que saía, comprava mais discos, camisas, revistas e jornais que tinham reportagens. Era minha juventude, havia os relacionamentos, e aí sempre me espelhava nas canções românticas”, justifica. 

O colecionador já contabiliza mais de 40 anos de garimpagem em sebos, lojas, bancas de revistas, com amigos, conhecidos e outros colecionadores.

E o primeiro encontrou com o ídolo? “Foi um show inesquecível em Campina Grande (PB), quando tive acesso ao palco e ao camarim, e fiz a primeira foto com ele”, lembra Adriano. 

Não parou mais. Assistiu a apresentações em várias cidades. Assim tornou-se amigo de músicos e assessores. Em uma dessas ocasiões, conseguiu provar ao Rei que ele havia gravado a canção Jesus Cristo em língua inglesa num compacto de 1971, lançado na Holanda. 

Roberto Carlos só acreditou quando teve uma cópia na mão dada por Adriano. Em 2012, o fã embarcou pela primeira vez no Cruzeiro. E foi no mar que recebeu o sinal de um empresário que o apoiou para abrir o Centro Cultural Emoções. “Meu ideal é compartilhar a trajetória de Roberto Carlos, que é a história da cultura e da música brasileira”, completa Adriano.

Fonte: Emanuel Andrade-Especial para o JC
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CAOS DA DOR: A QUE PONTO PODE CHEGAR A DESESPERANÇA DE UM POVO DIANTE DE TÃO CALAMITOSA EPIDEMIA

A história de fé da Igreja de São João do Araripe, no município de Exú, no Sertão pernambucano, é contada pela primeira vez no livro “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-Pernambuco – Sesquicentenário (1868/2018)”, de Thereza Oldam de Alencar.

O livro remonta a trajetória do Barão de Exú, bisavô da autora, que construiu a igreja como pagamento de uma promessa ao santo, e relembra as tradições e festejos até os dias atuais. Também traça a história da família Alencar, importante na política da região. Aos 89 anos, Thereza vive atualmente em Exu.

“Fui juntando peças e ouvindo a voz da tradição. Entrevistei octogenários que guardavam importantes informações e fui vendo se formar, diante de mim, uma linda história de amor e fé. Foram quatro anos de pesquisa e peleja, andando, trabalhando e trabalhando. E, também, me baseei em o que minha mãe – nora do Coronel João Carlos, criado pelo Barão – escreveu”, conta Thereza.

A história começa com a chegada dos Alencar, vindos de Portugal, ainda no século XVII, e vai até o Barão de Exú, Gualter Martiniano de Alencar Araripe, nas fazendas Araripe e Caiçara. Com o “caos de dor” trazido pela epidemia de cólera no Crato, Ceará, vizinho a Exu, entre 1862 e 1864.

No livro consta a informação que o Jornal O Araripe, na cidade do Crato, Ceará, publicou na época, um conjunto de de medidas sanitárias que deveriam ser adotadas por todos para combater o risco de contaminação da cidade pelo vibrião colérico, extremamento contagioso.

"O Barão de Exu fez uma promessa a São João, para que a doença não se alastrasse por seu povo. Com a graça alcançada, o fazendeiro iniciou a construção da igreja, inaugurada na véspera do Dia de São João em 1868. Em seu testamento, deixou expresso que seus descendentes cuidassem da igreja", revela Thereza Oldam.

Os 150 anos do Araripe também se entrelaçam com a vida de outro conhecido morador de Exu: Luiz Gonzaga. A bisavó do Rei do Baião se abrigou na Fazenda Caiçara, também do Barão, durante a peste de cólera. Foi na igreja que os pais de Gonzagão, Januário e Santana, se casaram. Gonzaga eternizou os 100 anos da igreja na canção “Meu Araripe”. Foi Thereza, a autora do livro, quem escreveu, inclusive, a apresentação do disco “São João do Araripe”, em 1968.

“Meu sonho é que a história dessa igreja seja disseminada por todos. Pelos devotos, pela nossa família, por Exu, por Pernambuco, pelo Brasil. É uma história simples e verdadeira e não pode ser esquecida. É um santuário de fé, patrimônio histórico e cultural do povo de Exu. Não é só um prédio bonito. Sua argamassa é feita de amor e fé”, conclui a autora.

Dividido em 12 capítulos, “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)” faz um passeio detalhados sobre esses 150 anos, misturando a história dos Alencar, dos Gonzaga, do município de Exu e do povoado do Araripe. Sua última parte, intitulada “Memorial Idílico do Araripe”, conta com depoimentos de 33 personalidades da região ou que têm uma relação de carinho com o lugar. Entre eles, o jornalista Francisco José e Dominique Dreyfus, biógrafa francesa de Luiz Gonzaga.

O livro tem prefácio escrito pelo advogado Dario Peixoto, filho de Thereza, e orelha da capa escrita pelo ator e humorista piauiense João Claudio Moreno. A contracapa tem autoria do marido da autora, Francisco Givaldo Peixoto de Carvalho, também escritor. E a orelha da contracapa, com perfil biográfico da autora, foi escrito pelo poeta e escritor cearense José Peixoto Júnior.
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