Agrovale contrata 60 novos aprendizes; jovens farão parte do programa 'Aprendiz no Cultivo de Cana'

A disputa por uma vaga no mercado de trabalho está cada vez mais acirrada, refletindo diretamente nos iniciantes. 

Em Juazeiro (BA), o campo é o setor que mais oferece emprego, embora a mão de obra qualificada esteja desfalcada. De olho nisso, começou na manhã desta quinta-feira (28) a quarta turma do programa 'Aprendiz no Cultivo de Cana-de-Açúcar', desenvolvido pelo Centro de Excelência em Fruticultura do SENAR e a Agrovale.

A empresa juazeirense contratou 60 jovens aprendizes, com idade entre 18 e 24 anos, que devem ter 960 horas de jornada teórico-prática até março de 2020. Na aula inaugural, a turma foi recepcionada pela coordenadora adjunta do SENAR, Liziane Rocha, e depois recebeu material didático e instruções sobre o funcionamento do curso. De acordo com Liziane, eles estarão prontos para o módulo prático na Agrovale a partir de outubro.

"Este ano o programa terá dois grupos, um com 30 alunos no período da manhã e outro com mais 30 na parte da tarde. A ideia é desenvolvermos habilidades básicas e específicas voltadas ao cultivo da cana-de-açúcar, com os aprendizes tendo contato direto com a empresa, absorvendo melhor o conhecimento que eles adquirirem aqui [no SENAR] no módulo teórico", ela explica.

Nos próximos sete meses, os jovens verão conteúdos, como: competências interpessoais e integração no trabalho, comunicação oral, escrita, matemática aplicada, saúde e segurança do trabalhador; além de temas específicos a exemplo da estrutura fisiológica das plantas, viveiros, planejamento e implantação de cultura, demarcação de área, plantio, irrigação, colheita, manejo, corte, noções de mecanização e análise de laboratórios.

Uma grade de assuntos que o aprendiz João Victor Matos, de 20 anos, pretende aproveitar ao máximo. Originário de uma família de pequenos agricultores, o rapaz, que mora no bairro Alto da Aliança, sabe que o setor agrícola no Vale do São Francisco oferece grandes oportunidades.

"Já tenho curso técnico, estou fazendo faculdade, e busco com esse curso adquirir maturidade e a experiência necessária para me inserir definitivamente no mercado de trabalho", conta.

A Agrovale foi a empresa que mais criou vagas de empregos formais na cidade baiana, equivalendo a 61% do total de contratados em Juazeiro, em 2018. Segundo a gestora de Recursos Humanos da empresa, Roberta Bispo, a demanda por profissionais capacitados deve beneficiar os aprendizes.

"A Agrovale está sempre oportunizando pessoas que não só desejam um emprego, mas que querem crescer profissionalmente. Somos a empresa que mais gera trabalho e renda para as milhares de famílias da região, e com o programa Aprendiz no Cultivo de Cana-de-Açúcar nosso objetivo é integrar mais ainda esses trabalhadores", disse.

Além da chegada de uma nova turma, nesta quinta-feira o Centro de Excelência em Fruticultura do SENAR se despediu da turma de aprendizes 2018/2019. Iniciado à tarde com depoimentos dos jovens e discursos dos instrutores, o evento serviu para a entrega de certificados dos dois grupos que concluíram a formação.

Fonte: CLAS Comunicação & Marketing
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RODOVIA ASA BRANCA ESBURACADA E MUSEU LUIZ GONZAGA É PREJUDICADO COM AUSÊNCIA DE TURISTAS

A Rodovia Asa Branca foi inaugurada nos anos 80 e faz parte do cancioneiro de Luiz Gonzaga, com letra de João Silva, mas parece que os representantes do povo esqueceram de manter a poesia e o sentido de desenvolvimento que a estrada representa para a região.

A Rodovia Asa Branca, que liga os estados do Ceará e Pernambuco, está praticamente intransitável. Motoristas reclamam dos buracos e a insegurança do trafego ao longa da estrada.

O empresário Marcos Silva é um dos usuários da Rodovia Asa Branca, no trecho compreendido entre Ouricuri e o Crato no Ceará. "Infelizmente é uma lástima. Um descaso. E leve em conta que são centenas de turistas que usam a rodovia para visitar a terra de Luiz Gonzaga, Exu e certamento muitos deixam de vir devido as péssimas condições da rodovia".

O Parque Asa Branca, onde foi instalado o Museu de Gonzagão está localizado nas margens da Rodovia.

O motorista Hélio Gomes, que também utiliza constantemente a rodovia disse que sempre que chove abre buraco no asfalto. "Isso acontece sempre, chegando o período de chuva aumenta a buraqueira".

Um dos pontos mais críticos ocorre entre Ouricuri e Bodocó, vai fazer no próximo mês um ano que a ponte sobre o Riacho do Pequi rompeu, na rodovia Asa Branca, no estado de Pernambuco, moradores das duas cidades planejam uma “protesto festa de aniversário” no próximo dia 13 de abril para “comemorar” a data. 

O protesto está sendo organizada através de grupos de Whatsapp. 


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Trecho entre Bodocó e Ouricuri está interditado devido chuvas, construção da ponte é a principal reivindicação

A ponte do Rio Pequi, trecho entre Bodocó e Ouricuri, na Rodovia Asa Branca, principal acesso Pernambuco ao Ceará, mais uma vez provoca transtorno com as chuvas caídas no últimos dias.

Motoristas e moradores em contato com a redação consideram um descaso por parte do Governo do Estado e orgão municipais a falta de providências que já vai completar rum ano e "a população assiste os mesmos problemas".

Este Blog Ney Vital publicou ano passado que a ponte cedeu durante a enchente no ínicio de abril quando ruas e avenidas de Bodocó, ficaram alagadas no município. 

A chuva, na época em menos de 24 horas, atingiu mais 90 milímetros na cidade. Rios e riachos transbordaram e a água invadiu as casas e moradores perderam móveis e eletrodomésticos. Há quase 60 anos, Bodocó não enfrentava uma enchente nessas proporções.

A assessoria de imprensa do do Governo do Estado enviou nota ao Blog. Confiram:

A Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), explica que o acesso ao município de Bodocó, no Sertão do Estado, está acontecendo provisoriamente pela PE-560, devido às fortes chuvas que atingiram a região no último fim de semana. Para garantir a segurança da população, o principal desvio que dá acesso à cidade, a PE-545, foi interditado por conta do nível elevado do Rio Pequi. No momento, técnicos do órgão aguardam a normalização do nível do rio para que as máquinas tenham condições de realizar a recuperação do desvio o mais breve possível.

Com relação à reconstrução da ponte sobre o Rio Pequi, o DER reforça que está trabalhando para retomar as obras e que o edital deve ser lançado ainda em abril.  

Atualmente, o órgão está concluindo a readequação do projeto e esclarece que a ação já conta com a garantia plena dos recursos por parte do Governo Estadual. Após a conclusão da licitação, a obra deve ser finalizada em até quatro meses.

Comunicação Seinfra PE
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PRIMEIROS DISCOS DE CÁTIA DE FRANÇA SÃO RELANÇADOS E CHEGAM ÀS PLATAFORMAS DIGITAIS


Um desejo antigo dos fãs de Cátia de França se torna realidade. Os discos 20 Palavras ao Redor do Sol e Estilhaços, lançados há 40 e 39 anos, respectivamente, ganharam nova edição, chegando até mesmo aos serviços digitais de streaming, tornando trabalhos clássicos da paraibana acessíveis a milhões de pessoas.

O relançamento, através da Sony Music, conta com a remasterização dos trabalhos, assinada por Luigi Hoffer e Carlos Savalla, e também contará com uma série de ações para celebrar os 40 anos de 20 Palavras ao Redor do Sol, lançado em 1979. Cátia rodará por todo o Brasil com uma turnê que reproduzirá na íntegra o repertório do álbum, além de disponibilizar uma nova versão do vinil para venda.

A reação a essas iniciativas está sendo, de acordo com Cátia de França, a melhor possível, tanto da crítica especializada quanto dos fãs. "Eu vejo adolescentes e jovens que chegam até mim nos shows falando que conheceram meu trabalho por conta do avô, que tinha músicas como 'Ensacado' gravadas em uma fita cassete. Ouço isso constantemente", comenta a cantora, em entrevista ao CORREIO.

Tem até DJ turco usando suas músicas em formato remix. "Ele fez uma nova leitura da música 'Sustenta a pisada', que já está na internet. O despertar do interesse pela minha música vem dos lugares e camadas mais inesperados", completa a cantora.

Nascida em João Pessoa, Cátia de França tem seis discos de estúdio e se tornou uma lenda viva da música regional brasileira. Suas canções já foram gravadas por grandes nomes da MPB, como Elba Ramalho, Amelinha e Xangai, além de ter participado de festivais de música popular na década de 1960, época em que viajou à Europa com um grupo folclórico.

Em 20 Palavras ao Redor do Sol está sua canção mais celebrada, "Kukukaya (Jogo da asa da bruxa)", lançada posteriormente por Elba Ramalho. A gravação do disco, por sinal, contou com a presença de Elba e de seu irmão, Zé Ramalho, padrinho musical de Cátia. "Naquela época, Zé estava estouradaço. Ele tinha muito prestígio e, por conta disso, abriu portas para que apostassem no meu trabalho. Zé não teve o egoísmo e a soberba que alguns artistas que ganham fama tem, ele foi bastante generoso e me deu muita força", recorda.

Tanto nesse trabalho quanto em Estilhaços, Cátia mergulha na poesia de grandes escritores para realizar suas canções, sendo o de maior destaque o pernambucano João Cabral de Melo Neto, alguém que ela chegou a conhecer e ganhar sua "bênção" pessoalmente. "Trabalhava para sua filha, Inês Cabral, e cheguei a fazer músicas para alguns de seus filmes. Ela me levou até João Cabral, que soube da minha vontade de musicar poemas dele, e ele aprovou", relembra.

No entanto, se engana quem acha que Cátia está envolvida apenas com a dita "alta cultura". Morando na região rural do interior do Rio de Janeiro, ela ao mesmo tempo se isola para reconectar-se com a natureza e utiliza a internet para conectar-se com o mundo inteiro.

Durante mais de meia hora de conversa, ela citou frases ditas por artistas vencedoras do Oscar deste ano ("Muito importante a Regina King, uma atriz negra, ganhando um prêmio como aquele") e citou um livro "inusitado". "Ah, um dos livros que tô lendo agora é A Dança dos Dragões, daquela série lá dos tronos", afirma, se referindo à Crônicas de Gelo e Fogo, série de livros que inspirou a série Game of Thrones.

Dentre a agenda que incluem essas leituras, turnê nacional com o disco relançado e também em um projeto com as cantoras Ceumar e Déa Trancoso, ela também está se articulando para gravar um DVD, a convite da Prefeitura de Niterói e já seleciona repertório para um novo disco de inéditas. "Regina Limeira está morando aqui perto e estamos fazendo algumas coisas juntas. Musicamos uma letra de Khrystal, aquela cantora potiguar que está no musical de Elza. Aos poucos, tô montando tudo", revela.


Fonte: Correio Paraiba André Luiz Maia
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Mesa de debates “Mulheres, Direitos Humanos e Atual Conjuntura Política” acontecerá no Campus Juazeiro da Univasf

Com o tema “Mulheres, Direitos Humanos e Atual Conjuntura Política”, será realizada uma mesa de debates sobre direitos das mulheres e luta contra a violência, nesta sexta-feira (28).

 O encontro acontecerá na sala do Núcleo Temático 31 (NT 31), às 9h, no Campus Juazeiro, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O evento é gratuito e aberto para toda a comunidade. A mesa de debates é promovida pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres de Juazeiro e conta com apoio da Univasf.

O debate terá a participação da fundadora e presidente da ONG TamoJuntas, Laina Crisóstomo; da representante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco em Petrolina, Viviane Costa; e da representante do Setorial Feminista de Rua Juventude Anticapitalista, Kamila Lopes. A discussão será mediada pela presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres de Juazeiro, Katussia Almeida.

Segundo Katussia, o evento é uma motivação e fortalecimento para que outras mulheres se envolvam na luta pelos seus direitos. “Nós acreditamos que a informação e as temáticas que abordamos ajudam a minimizar a violência na região, levando para os espaços conscientização, onde mais pessoas são sensibilizadas”, relata.

Durante todo o mês de março, foram realizadas intervenções no Vale do São Francisco em alusão ao mês da Mulher, entre elas, palestras, atos e caminhadas. A presidente do Conselho destaca que a mesa de debates encerra esta programação. “Será a oportunidade para conscientizar a população a se engajar no combate à violência contra a mulher”, afirma Katussia.

Fonte: Ascom Univasf-Beatriz Granja

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ADEMAR MARIANO, UM BAIANO APAIXONADO PELA HISTÓRIA DO RÁDIO

Na coleção é possível encontrar Rádios da década de 40 e 50 e lógico os mais modernos, sintonia em FM. "Já adquiri até a aquele que tem pen-drive", diz Ademar. Ainda encontramos os raros ABC A Voz de Ouro, Transglobe-9 faixas, Semp, Caravelle, Motoradio, Philco 8 faixas. Dezenas deles são a valvulas. 

Para a história oficial é o dia 7 de setembro de 1922 que marca a primeira transmissão de rádio no Brasil. Todavia na memória do povo primeira rádio do Brasil é a Clube de Pernambuco, a icônica PRA-8 que comemora este ano seu centenário de fundação. 

O 6 de abril de 1919 marca a histórica reunião de um grupo de amadores da telegrafia sem fio que nesta data registrou a fundação oficial da rádio. Portanto a história da Rádio Clube de Pernambuco é pregressa à história oficial da rádio no Brasil”

A Clube é a precursora do rádio como veículo de comunicação e foi protagonistas de uma revolução. Documentos oficiais e publicações em jornais da época comprovam o vanguardismo.

Apesar de sua reconhecida importância no Brasil, o Rádio tem sido objeto de poucas publicações. Nem mesmo a expansão dos cursos de graduação e a consolidação dos mestrados e doutorados modificaram de forma significativa essa situação. 

Na região do Vale do São Francisco, Ademar Mariano de Freitas, nasceu há 75 anos em Casa Nova, Bahia. Mora em Petrolina desde os 10 anos. 

Desde a infância é apaixonado por Rádio. Éle é merecedor de um capítulo a parte no quesito guardar a história do Rádio e contribuir com o conhecimento das novas gerações.

"Seu Ademar" é de fato um historiador é merecedor de todas atenções e de  uma publicação sobre sua paixão através das ondas hertzianas. Explica-se: Ademar é colecionador de Rádio, discos vinil e carro antigo. 

São mais de 60 aparelhos e cada um deles recebe depoimentos memorialísticos sobre ano, origem e o nome dos principais programas das emissoras de rádio. A casa de "Seu Ademar", sem exagero, podemos informar: é um Museu. Um Centro de Cultura e Memória do Rádio...

Os Rádios estão espalhados na casa. Na sala, na cozinha e até no quarto."Já o conheci com Rádio. Casamos e hoje cada filho ganhou um desses rádios bem antigos para perpetuar o amor, a paixão pelo Rádio", revela Maria de Lurdes Lima Freitas, sorriso largo e amigável  ressalta que um dos programas mais apreciados são os da Madrugada da Globo, Rio de Janeiro, e os transmitidos na Rádio Nacional. 

"Os regionais preferimos os que falam dos baiões de luiz Gonzaga", revela dona Lurdes, ressaltando que são mais de 50 anos casados. "uma sintonia perfeita de felicidade e muita comunicação".

Muito organizado "Seu Ademar" possui até uma oficina para "cuidar", consertar, fazer reparos nos rádios quando necessário. Ele mesmo enfrenta a empreitada. Detalhe: todos os rádios estão funcionando perfeitamente.

Na coleção é possível encontrar Rádios da década de 40 e 50 e lógico os mais modernos, sintonia em FM. "Já adquiro até a aquele que tem pen-drive", diz Ademar. Ainda encontramos os raros ABC A Voz de Ouro, Transglobe-9 faixas, Semp, Caravelle, Motoradio, Philco 8 faixas. Dezenas deles são a valvulas. 

"Seu Ademar" possui pelo Rádio um sentimento de companheiro e amigo. Estabele com os receptores uma oportunidade, vários presentes permanentes de recriar o ambiente mágico, imagético, cumplicidade e também demonstra carinho, fidelidade e agredecimento pelo maior veículo de comunicação do brasil: o Rádio. 


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RÁDIO: CANTOR E COMPOSITOR JURANDY DA FEIRA PARTICIPARÁ NA QUINTA (28) DO PROGRAMA DE FRANCISCO FERNANDES NA GRANDE RIO AM

O cantor e compositor Jurandy da Feira, participará nesta quinta-feira (28) do Programa Francisco Fernandes, transmitido na Rádio Grande Rio Am 680, a partir das 17hs. O programa é um dos líderes de audiência no horário.

Morador do Rio de Janeiro há mais de 40 anos, Jurandy mantém a sua essência e nunca deixa de estar bem perto do Nordeste, ao tomar em consideração suas escolhas estéticas e de repertório. Jurandy é o compositor entre outros sucessos das músicas Frutos da Terra, Nos Cafundó de Bodocó, Canto do Povo, além de Terra Vida Esperança. Para Jurandy da Feira, a resistência é seu alimento e é o que faz sentido para seguir no meio musical, pois somente o talento não basta. 

A história conta que Luiz Gonzaga costumava acolher em casa compositores, em quem descobrisse afinidades, e acreditasse, obviamente, no talento. Depois de avisar que seriam gravados por ele, vinha o convite para ir ao Rio de Janeiro. Jurandy teve o privilégio de ser um amigo de Luiz Gonzaga.

Jurandy Ferreira Gomes é conhecido como Jurandy da Feira, o “da Feira” foi praticamente imposto por Luiz Gonzaga. Quando começou a aparecer como artista em sua cidade natal, Tucano, no sertão da Bahia, ele era chamado de Jurandy da Viola, por causa do violão, seu instrumento desde a adolescência.

“Quando Luiz Gonzaga gravou a primeira música minha, quando fui olhar no selo do disco. Estava lá Jurandy da Feira. Fui conversar com ele. Disse que aquilo não ia pegar bem na minha cidade, porque iam pensar que eu queria ser de Feira de Santana. Ele disse que não era de Feira de Santana, mas da feira, a feira do povo, do cantador. Acabei concordando, mas até hoje eu tenho que me explicar ao povo de lá”, conta Jurandy.

Jurandy revela que Luiz Gonzaga em vida, sorria e se divertia com esta história e explicava: "Eu botei assim, para lembrar o lado de cantador, de poeta de cordel em feiras livres do Interior". 

Em depoimento o rei do Baião apontava que o "talento de Jurandy é de uma riqueza muito grande, igual a dia de feira."

Para o ano de 2019, Jurandy da Feira, está repleto de poesia, música e um novo CD. No próximo sábado ele participa do lançamento do CD Vozes do Sertão em Ouricuri, Pernambuco, trabalho que reúne Joquinha Gonzaga, Flávio Leandro, Joaozinho de Exu e Tácyo Carvalho.

O compositor tinha 24 anos quando conheceu o Rei do Baião. Foi levado a ele por José Malta, um jornalista, e produtor dos shows de Gonzagão. 

“Fomos para Exu, para a casa de Luiz Gonzaga. Passei uma semana lá. Mas era aquela coisa. Ninguém chegava a Gonzaga. Ele é que chegava às pessoas. Era fechado, meio cismado. Foi ele que se chegou pra mim, e perguntou sobre o violão que eu havia levado comigo. Se eu tinha um violão, por que não tocava? Quis saber se eu fazia músicas. Pediu para cantar para ele. Depois me disse que queria uma música que falasse de Bodocó”. 

Passou algum tempo e Jurandy mostrou a música Nos cafundó de Bodocó, conta o compositor. O cafundó, foi porque eu achei que a cidade ficava longe de tudo. Naquela época ainda estavam asfaltando as estradas, e fui da Bahia até lá de Karmann-Ghia (carro esportivo, de dois lugares, saído de linha em 1971), a maior poeira, foi um sofrimento a viagem até o sertão pernambucano”.

Luiz Gonzaga gostou da composição e gravou Nos cafundó de Bodocó. Veio o inevitável convite para ir ao Rio de Janeiro. A música foi aprovada pelos produtores de Gonzagão na época, coincidentemente dois pernambucanos, Rildo Hora e Luiz Bandeira. 

Nos cafundó de Bodocó entrou num dos melhores álbuns de Luiz Gonzaga nos anos 70, Capim novo (1976). Lula gravaria mais outras três composições de Jurandy, que sacramentariam uma amizade que durou até o final da vida de Lua. 

O baiano Jurandy da Feira, portanto, testemunhou os bons e maus momentos de Luiz Gonzaga em suas duas últimas décadas de vida: “Ele passou uma época em baixa. Várias vezes assisti a apresentações suas numa churrascaria chamada Minuano, na estrada Rio/São Paulo. Era aquele barulho de churrascaria. Mas quando ele dava o boa noite., pra começar a cantar, menino ficava quieto. Os adultos se calavam. Ficava silêncio enquanto ele cantava”.

Foi Luiz Gonzaga que levou Jurandy para gravadora, e ajudou a suas músicas serem gravadas por nomes como Trio Nordestino, Terezinha de Jesus. Atualmente Jurandy da Feira é um dos artistas mais admirados no meio da cultura brasileira e gonzagueana.

“Ele, Luiz Gonzaga, chegou a me prestigiar num show num colégio de padres em Tucano, minha terra natal. Passou a me apelidar de “minha paz”, porque quando chegava sempre desejava a ele: “Uma paz, seu Luiz”, relembra emocionado Jurandy.

Jurandy traz a poesia do ritmo da cultura brasileira na alma. É fartura de dia de Feira. Luiz Gonzaga sabia reconhecer um fiel discípulo.
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