GREGÓRIO FILÓ MENEZES, POETA DAS BANDAS DE SÃO JOSÉ DE EGITO

Tem verso que é bonito. Tem verso que é bem feito. Tem verso que é bem feito e bonito.Gregório Filomeno de Menezes é mestre nesta terceira opção. Autodidata, compenetrado,leitor voraz, perfeccionista; lapida seu tesouro poético com o respeito e a dedicação que todos os poemas merecem ter.

Quem conhece sabe que ele abomina hipocrisia; prefere usar a franqueza, mesmo que contrarie o interlocutor. Ferrenho defensor da verdade, inclusive nas várias histórias engraçadas e interessantes vividas pelo nossso povo, e que ele narra com precisão e riqueza de detalhes.

Gregório  nasceu no dia 13 de fevereiro de 1944, no sítio Cachoeira, municipio de São José do Egito, Pernambuco, abraçando desde cedo, com sua alma inspirada, firme em sua trajetória andarilha, a defesa incondicional da conduta ética no pensamento político. Gregório é filho de um agricultor digno e poeta, José Filomeno e de Teresa Maria de Jesus.

Gregório viveu a infância no meio rural, e já na adolescência ganhava a vida negociando carvão com seu irmão Zuca, no então próspero povoado do Feliciano, município de Sertânia, Pernambuco, no vale do Moxotó.

Gregório ganhou a estrada, exercendo as atividades de representante comercial e algumas funções como servidor público. Mas sem se afastar muito, para estar sempre de volta ao Pajeú, seu chão natal, sua fonte, seu roteiro eterno. Nessa terra, nasceram, também, seus filhos; alguns destes, com a natural capacidade de versejar, convivem cotidianamente com a poesia de outros autores e escrevem seus próprios versos. Tem plena afinidade com o tema.

Gregório não apenas escreve: além de poeta valoroso, sabe explicar didaticamente todo o fenômeno poético que caracteriza e engrandece as regiões do Pajeú, em Pernambuco e do Cariri, Paraíba; lançando teorias, explicando as origens, citando os grandes nomes do passado e do presente.

"Em Gregório Filó, a gente vê
Uma digna e honrosa trajetória:
Coerente, senhor de sua história,
Incisivo ao mostrar tudo em que crer.
Militante do velho MDB,
Integrado onde tem sabedoria
Bom de farra, eleição, democracia,
Professor de assunto do repente
E agora nos tranz como um presente
Seu legado de bela poesia"

*Fonte: Mauricio Menezes-poeta e escritor

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ALMIR SATER E O DOM DE SER FELIZ SEMPRE TOCANDO EM DEFESA DA PAZ

Avesso às tecnologias, vestido com bota e chapéu, Almir Sater é um sujeito simples e por isso encanta por onde passa. Na verdade, não apenas devido a esse motivo. O talento para tocar viola faz do instrumentista um dos maiores nomes da música brasileira.

O trabalho de Almir Sater visa manter vivas as chamas da música sertaneja de raiz. “Sou assim mesmo. Caboclo nascido e criado em Mato Grosso, que conviveu com pessoas que sabem valorizar as coisas da terra e reconhecer a igualdade do ser humano, isso não pode mudar. Temos que melhorar a cada dia sendo sabedores que um ser humano não é mais que o outro por ter talento diferente ou mais dinheiro".

Almir Satter possui uma carreira reconhecida nacionalmente. Para ele, o sentimento que o move é a satisfação de ver que o público aprova seu jeito simples de ser, a sua música executada com carinho para os que apreciam a arte. “Prefiro que as pessoas escutem minha música de olhos fechados”, contou. Ele também não tem página oficial nas redes sociais nem na internet em geral. “Se eu fizer um site oficial, vou ter a responsabilidade de colocar conteúdo nele sempre e não quero isso”, justificou.

Um dos maiores sucesso da carreira de Almir Sater é a música “Tocando em Frente”, feita em parceria com o amigo Renato Teixeira. A canção, que tem como início “ando devagar porque já tive pressa”, é conhecida e admirada por muitos.

Quando fala da música, Almir se emociona e diz lembrar claramente do dia em que a composição foi feita. “Essa música foi pura inspiração. Certo dia, fui jantar na casa do Renato, em determinado momento, a esposa dele chamou a gente para jantar. Nesse intervalo, fizemos essa música. Não acredito em uma composição tão instantânea como aquela que a gente fez ali, naquele 

momento, e que se tornou uma música muito tocada. Sou muito feliz por isso”, revelou. “Acho que essa música veio como um presente pra gente poder cantar essa mensagem tão bonita. Acho que essa música foi psicografada mesmo”, completou, em entrevista para a TV Cultura.

A música "Tocando em frente" fala do aprendizado ao percorrer uma vida e que cada um tem o necessário pra poder ser feliz, de saber que é capaz de “compõe a sua história”, sabendo dos percalços da vida, de saber quando deve entrar e sair de cena.
A gente fica mais velho, mas com mais capacidade de ser feliz, ao ver e compreender o mundo e com isso tocar a vida em frente e ter o dom de ser feliz.
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NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO


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NOS CAFUNDO DE BODOCÓ A SONORIDADE DA PALAVRA QUE REVELA MUNDOS

Cada arte emociona o ser humano de maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

Fui a Bodocó, o homem que pesquisa é um lutador. Desbravador. Deve vestir a roupa do destemor e despir os pés para adentrar os caminhos, sentindo o chão que pisa...há anos eu precisava sentir a poeira dos caminhos de Bodocó. 

Bodocó. Desde menino a palavra Bodocó zumbe nos meus ouvidos. Na cidade, o sentimento invadia meus pensamentos, alma de menino cantador/jornalista: "Nas quebradas caem as folhas fazendo a decoração. Chora o vento quando passa nas galhas do aveloz. Chora o sapo sem lagoa todos em uma só voz. Chora toda a natureza na esperança, na incerteza de Jesus olhar pra nós...Nos cafundó de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó. Nos cafundó de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó"... 

Na companhia do amigo Flávio Leandro/Cissa/Emanuel, Jurandy da Feira, Miguel Alves Filho, Franci/Dorinha, no Rancho Febo, tive a felicidade de apreciar a sonoridade da palavra Bodocó.

A cidade é mencionada na canção "Coroné Antônio Bento", que integra o primeiro LP de Tim Maia, de 1970. A música conta a história do casamento da filha de um "coronel", que dispensa o sanfoneiro e chama um músico do Rio de Janeiro para animar a festa. A canção é de autoria de Luis Wanderley e João do Vale.

A cidade também consta na música Pau de Arara (Guio de Moraes)..."Quando eu vim do sertão, seu moço, do meu Bodocó, a malota era um saco e o cadeado era um nó, só trazia a coragem e a cara, viajando num pau de arara, eu penei, mas aqui cheguei".

E uma das mais belas ja citadas aqui: Nos Cafundó de Bodocó, de Jurandy da Feira. "Nas caatingas do meu chão se esconde a sorte cega/Não se vê e nem se pega por acaso ou precisão/ Mas eu sei que ela existe pois foi velha companheira do famoso Lampião".

Também ouvi atentamente o relato de Flávio Leandro quando mostrava uma análise, diálogo/pesquisa, a gênese de nossas raízes. Flávio aproxima nossos ancestrais ao termo, a cultura árabe. Lembrei que Elomar, em sua cantiga O Violeiro, canta “Deus fez os homens e os bichos tudo fôrro...”. De forria para fôrro, de fôrro para forró, celebração da liberdade, da quebra do jugo e dos grilhões. 

E  aqui registro, o magistral Emanuel, o Manu, filho de Flávio/Cissa, na batida do Pandeiro. Ritmo e talento.

Miguel Filho me levou a caminhar na história de Bodocó. Pedra Claranã. Capela São Vicente de Paulo e histórias que envolvem Bodocó e a família de Luiz Gonzaga.

Miguel Filho é o típico sertanejo. Humildade franciscana. Compositor da safra das palavras de qualidade.  Miguel é compositor parceiro de Flávio Leandro, nas músicas Utopia Sertaneja, uma das mais belas da literatura brasileira; e de Fuxico. Miguel tem músicas gravadas também com o Quinteto Violado, Pedras de Atiradeira e Experiências.

E assim a sonoridade Bodocó ganhou ainda mais beleza e sentido. Compreendi que existem palavras que são portas/janelas servem para revelar mundos e situações. Bodocó és encantamento de um janeiro de 2018. 
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ESTUDO DEMONSTRA QUE MÚSICA BRASILEIRA PERDEU QUALIDADE

A música brasileira é bastante diversificada – vai da bossa nova ao rap, da MPB ao sertanejo, do samba ao axé. Porém, críticos e parte do público têm contestado sua qualidade, apontando o empobrecimento dessa importante manifestação cultural do país. Estudo publicado pelo analista Leonardo Sales na internet demonstra verdade nessa premissa.

Em Análise da música brasileira, Sales estudou acordes e letras. Um dos parâmetros adotados foi a evolução temporal da produção nacional, considerando todos os ritmos. Segundo ele, houve declínio da complexidade da música criada no Brasil, quando se leva em conta os acordes (quantidade, tamanho e raridade).

A primeira “queda” nesse quesito se deu nos anos 1960. Depois, a tendência se fortaleceu no fim dos anos 1980 e início dos 1990, permanecendo constante até hoje.

O analista cita três razões para o fato: a absorção da música brasileira pelo rock – primeiramente, com a Jovem Guarda, na década de 1960, quando houve a primeira queda no quesito acordes –; a popularização do rap e do hip-hop, com harmonias mais simples nos anos 1980; e a guerra televisiva dos anos 1990, que influenciou a linha de criação de hits. “A produção de música de prateleira foi o golpe final na complexidade das composições brasileiras”, diz Sales.

 Por outro lado, o pesquisador aponta artistas e estilos mais complexos da cena brasileira. O ranking geral, que considera variáveis relacionadas a acordes e letras (raridade, quantidade, percentual e tamanho), é encabeçado por Chico Buarque. O autor de Construção lidera o índice de raridade de acordes e ocupa a terceira posição no quesito quantidade de palavras.

O segundo colocado nesse ranking da complexidade é Djavan. O alagoano se destacou nas categorias raridade de acordes e quantidade de harmonias diferenciadas. O ranking dos 10 mais tem ainda Ivan Lins, João Bosco, Ed Motta, Caetano Veloso, Lenine, Vinicius de Moraes e Gilberto Gil.

O estudo destaca Ed Motta e Lenine, que tiveram bons índices relativos a acordes de suas composições. Lenine é o autor que mais usa harmonias desconhecidas, enquanto Ed Motta se destaca na área de acordes únicos.
De acordo com Sales, a MPB é o estilo mais completo em relação a harmonias, seguida por bossa nova, samba e pagode (analisados como gênero único) e gospel.

Quando se fala de amplitude de vocabulário, o campeão é o rap, seguido por MPB e música regional. “Alguns resultados me surpreenderam. Outros eu já esperava. O protagonismo da MPB já era previsto, com sua música muito complexa. Sabia também que as letras do rap teriam destaque, apesar de o gênero trazer harmonia mais simples”, comenta Leonardo Sales.

De acordo com ele, o grupo Facção Central apresentou mais variações de letras. Nos anos 1990, essa banda de rap se tornou famosa com versos fortes que denunciam as mazelas do país. Destacam-se ainda Apocalipse 16, Chico Buarque e Caetano Veloso.

 Levando em consideração a similaridade de acordes, Leonardo Sales chegou a cinco classificações relativas à musica brasileira, batizadas de Feijoada clássica, Mistureba, Leve seu filho pro bom caminho, Ouça com seus pais e Pra ninguém reclamar.

Mistureba engloba rock oitentista, axé, forró atual e sertanejo atual, reunindo Legião Urbana, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Asa de Águia, Babado Novo, Cheiro de Amor, Fernando & Sorocaba, Falamansa e Calcinha Preta. Polêmico? Leonardo explica: “A impensável junção da Legião e Asa de Águia ocorre no Mistureba porque ali se juntaram os acordários mais enxutos, como é próprio da Legião, dadas as influências do rock inglês e do punk. A axé music também investe em harmonias simples.”

Em Pra ninguém reclamar (MPB atual, axé, pagode, reggae e funk melódico), o pesquisador reuniu Lenine, Chico César, Cássia Eller, Claudinho e Buchecha, Perlla, Netinho, Banda Eva, Natiruts e Armandinho. As demais classificações são menos surpreendentes. Leve seu filho pro bom caminho, por exemplo, mescla rock dos anos 1990 e punk (Raimundos, Charlie Brown Jr., Tianastácia, Mamonas Assassinas e Planet Hemp).

Ouça com seus pais tem MPB e samba (Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maysa, Herivelto Martins, Baden Powell, Toquinho, Cartola, Arlindo Cruz e Exaltasamba), enquanto Feijoada clássica juntou brega, sertanejos antigos e Jovem Guarda. A íntegra do estudo Análise da música brasileira está disponível em https://leosalesblog.wordpress.com/
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FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS 2018: 5º EDIÇÃO ACONTECERÁ DE 19 A 21 DE ABRIL

A Prefeitura de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, divulgou no dia do aniversário do Mestre Dominguinhos (12 de fevereiro), a data 5ª edição do Festival Viva Dominguinhos. O evento acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de abril, nos polos Praça Cultural Mestre Dominguinhos e Espaço Colunata (palco Canta Dominguinhos).

O Festival valoriza a obra do sanfoneiro falecido em julho de 2013 e é um dos pontos de encontro dos amantes do forró e da música brasileira e fãs do eterno Dominguinhos. O objetivo do festival é perpetuar a obra deixada pelo homenageado, um dos mais talentosos sanfoneiros do Brasil. 


Além das apresentações musicais, o festival contará com uma série de aulas-espetáculos em escolas públicas e privadas sobre a vida e obra do homenageado, além de introdução à sanfona, com noções de como o instrumento é tocado, sua sonoridade e notas musicais.

José Domingos de Morais, o Dominguinhos, foi um grande instrumentista, cantor e compositor brasileiro. Exímio sanfoneiro, teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Sua formação musical tinha influências de baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz. Dominguinhos, nasceu em Garanhuns,  dia 12 de fevereiro, no  agreste de Pernambuco continuará sendo um dos mais importantes e completos músicos, instrumentistas, tocador de sanfona. É imortal em discos, DVD e milhares de entrevistas por este Brasil afora.
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RANGEL ALVES DA COSTA: POÇO REDONDO E O VIRGULINO TRISTE PELA ALMA CANSADA DE LAMPIÃO

Lampião e seu bando percorreram quase o Nordeste inteiro. Em cada lugar a cangaceirama deixou marcas de sua passagem. Contudo, em estados como Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas, a presença foi mais constante, principalmente pela teia de protetores e apoiadores que Lampião teceu com maestria.

Do mesmo modo, alguns municípios e povoações receberam a visita do bando com mais constância. Os sertões dos referidos estados eram frequentemente percorridos pelo bando e, consequentemente, pela volante no encalço. Contudo, mesmo que as refregas e perseguições não permitissem que o bando se demorasse em determinado em local, certamente que Lampião tinha suas predileções.

Desde os testemunhos orais aos relatos dos historiadores, firmou-se o entendimento de que Lampião sempre gostou de bandear para o sertão sergipano. A verdade é que o Capitão se sentia bem na proximidade de amigos como o Coronel João Maria de Carvalho (da Serra Negra, município baiano vizinho a Poço Redondo) e Teotônio Alves China, o China do Poço. Certamente não acoitava aos pés dos serrotes baianos por causa de Zé Rufino e seu quartel-general também na Serra Negra. Então permanecia nas terras de Poço Redondo.

Lampião certamente gostava de se amoitar na região limítrofe entre o Velho Chico e as montanhas e carrascais sertanejos. Ficava, a um só tempo, perto do caminho das águas e das veredas espinhentas mais adiante. E a Gruta do Angico é assim, de um lado a então grandeza do rio e do outro e arredores a selva de catingueiras, facheiros, umburanas, mandacarus e xiquexiques. E a gruta ou grota fica, pois, entre serras dessa brutal e encantadora paisagem.

Outro fator de relevância para a predileção pelo sertão sergipano está também no grande número de coiteiros da região. Pedro de Cândido, suposto delator de Lampião, era coiteiro filho da dona da Fazenda Angico, Dona Guilhermina. Durval, então aprendiz na lide da serventia aos homens das caatingas, também era filho da proprietária. E pelos arredores os préstimos de outros sertanejos como Mané Félix e Messias Caduda, dentre muitos outros.

Há relatos afirmando que Lampião se sentia em casa na região de Poço Redondo. Quando deixou as distâncias hostis e esturricantes do Raso da Catarina, no sertão baiano, o Capitão dizia abertamente que não via a hora de chegar logo ao Angico para um repouso mais demorado. Estava muito cansado, sem dúvidas, pois já chegando aos vinte anos de luta pisando em sangue, com quase toda uma vida vivida na mira do mundo.

Dizem até que houve premeditação na escolha do Angico. Além do cansaço da luta, também estava de alma cansada. Nesta última fase da vida, o Lampião já era outro homem buscando o seu destino. Já não era o feroz comandante, mas apenas o homem compreendendo a si mesmo. Estava mais apegado às coisas sagradas, mais tomado de fé, mais reflexivo. E também muito mais entristecido. Não suportava mais viver aquela desdita na vida.

O que aconteceria a 28 de Julho, quando os homens comandados por João Bezerra se fizeram de vaga-lumes no cerco ao bando para chaciná-lo, assemelha-se muito mais a uma consequência a uma fatalidade. Ora, o cangaço estava destinado a morrer ali. Lampião não queria mais combater, mas apenas sobreviver. Lampião não queria mais um fogo na sua vida, mas tão somente um destino de um homem qualquer. Mas também sabia que era impossível. Daí o sofrimento de Virgulino. O Virgulino triste pela alma sofrida de Lampião.

E todo o desfecho da saga se deu nas terras sertanejas do Poço Redondo. E não há outra localidade nordestina onde o cangaço se fez tão presente. Mais de duas dezenas de poço-redondenses se tornaram cangaceiros do bando do Capitão. Coiteiros, fazendeiros, pessoas influentes de então, todos indistintamente serviram à cangaceirama. Por fim, há o cenário maior de toda a história do cangaço: a Gruta do Angico.

Portanto, cada município ou estado nordestino tem o direito de chamar para si o reconhecimento e as homenagens ao Capitão e seu bando, mas o verdadeiro museu do cangaço está mesmo em Poço Redondo, não entre paredes e objetos cangaceiros, mas na história viva, nos cenários e paisagens que falam por si mesmos. Não só no Angico, mas também na Maranduba e outros arredores de fogo e sangue.

Fonte: Escritor, pesquisador e advogado Rangel Alves da Costa
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