TRADIÇÃO E FÉ MARCAM A MISSA DOS CHAPÉUS EM JUAZEIRO DO CEARÁ

No dia em que a Igreja Católica celebrou o dia de todos os santos, em Juazeiro do Norte, sul do Ceará, o dia que é reconhecido por lei como o Dia do Romeiro. Na celebração tradicional na Basílica de Nossa Senhora das Dores, os romeiros participaram da missa dos chapéus. É como os devotos começam a se despedir da visita ao túmulo onde está enterrado o Padre Cícero. A romaria de finados é maior do ano no Ceará e uma das maiores do país.


Na última noite da Romaria da Esperança, os padres celebraram missa na basílica de Nossa Senhora das Dores, na intenção dos milhões de devotos que durante todo o ano vão de longe pagar promessas a Nossa Senhora das Dores e a Padre Cícero.


A primeira romaria de finados aconteceu em novembro de 1934, três meses após a morte de Padre Cícero. De acordo com a Diocese do Crato, Aromaria de finados é verdadeiramente a romaria em homenagem a Padre Cícero. Nasceu após a morte de padre cícero e está cada vez mais grandiosa, pela presença dos romeiros e pelo crescimento da organização. 
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Xaxado mostra tradição e resistência em encontro em Serra Talhada

O pau que batia o feijão para retirar da vagem o caroço, após a colheita, fez surgir o ritmo. Da prática (xaxar), veio o nome. E com o tempo, fez-se dança. O xaxado possui hoje um festival só seu, que já está em sua 13ª edição. Ele é realizado em Pernambuco em Serra Talhada, Sertão do Pajeú - cidade que já foi conhecida como Vila Bella, e local no qual o bando de Lampião teria difundido o ritmo.

Essas são algumas das versões históricas, mas fato é que o 13º Encontro Nordestino de Xaxado começa hoje e segue até o próximo domingo, em múltiplos polos da cidade sertaneja.

Num grupo que era formado só por homens, vivendo entre fugas e combates, é compreensível saber que mulheres não dançassem o xaxado. As espingardas, fiéis companheiras dos cangaceiros, faziam as vezes de damas, seguindo ao lado dos homens, durante o arrastar de passos.

A exclusão feminina permanece apenas nos nomes dos grupos mais antigos, como Cabras de Lampião e Herdeiros do Xaxado. Apenas. Pois quem preside esse bando todo é, sim senhora, uma mulher. Cleonice Maria dirige e coreografa e espetáculo, que é o mesmo desde 1995.

Encontro Nordestino de Xaxado seleciona mais de 20 grupos para sua 13ª edição
Peça é encenada em Serra Talhada em comemoração aos 120 anos de Lampião

“O espetáculo dos Cabras de Lampião nunca foi mudado. Porém, periodicamente, apresentamos o maior espetáculo ao ar livre dos sertões brasileiro, 'O Massacre de Angico - a Morte de Lampião'”, afirma. 

“Como em qualquer outra montagem cênica, os dançarinos sugerem e ajudam na criação das coreografias. Na verdade, as coreografias estão prontas há vinte e três anos. Apenas alguns retoques são dados quando aparece uma ideia interessante”, complementa. No que se refere ao figurino, a mudança é recorrente, sem perder a originalidade e autenticidade de como os cangaceiros se vestiam.

O evento conta ainda com oficinas de dança, palestras sobre patrimônio, feira de artesanato da região, mostra de comedoria sertaneja, apresentações musicais, passeio turístico ecológico ao Sítio Passagem das Pedras (onde nasceu Lampião) e à Fazenda Pedreira (do primeiro inimigo de Lampião, Zé Saturnino) e o Baile Perfumado, uma festa no Clube da Fazenda São Miguel, com o forrozeiro Assisão.

O encontro é um grande divulgador da cultura nordestina e conta com incentivo do Funcultura/Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado.
Mas, em Serra Talhada, o xaxado não é tema só uma vez ao ano.

“Costumo dizer que o xaxado começa cedo em Serra Talhada, a nossa cultura por ele já vem enraizada em nosso povo. Temos grupos formados apenas por crianças, os Herdeiros do Xaxado. Frequentemente, os pais procuram o Museu do Cangaço (nossa sede) para matricular as crianças que ficam aperreando em casa, querendo dançar xaxado. As aulas são semanais e gratuitas”, revela Cleonice.

Fonte: Fundação Cabras de Lampião-Diário de Pernambuco

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MENOS CISTERNAS: GOVERNO REDUZ ORÇAMENTO DE PROGRAMA CONTRA SECA NAS ZONAS RURAIS

Um dos principais e mais reconhecidos programas federais contra seca no semiárido sofre com cortes de verbas e tem uma previsão de redução de 95% no orçamento do próximo ano, o que ameaça inviabilizar a construção de cisternas nas zonas rurais do Nordeste. A fila de espera por uma cisterna de primeira água destinada para consumo doméstico, segundo a ASA (Articulação do Semiárido, entidade que reúne 3.000 organizações sociais dos nove Estados da região semiárida), chega a 350 mil damílias.

Apesar dos avanços, do reconhecimento internacional (o programa foi premiado em setembro, na China) e da necessidade de mais cisternas, segundo a PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional, a previsão para 2018 é de que haja investimento de R$ 20 milhões, o que significa um corte de 95% em relação ao orçamento deste ano ano --quando a verba prevista foi de R$ 248 milhões.
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Durval Muniz, professor em tempos de ser encantador de palavras

Jornalista Ney Vital e Professor Pós-dourado Durval Muniz
Durval Muniz de Albuquerque Júnior é de profissão historiador, o que não o impede de ser também um 'encantador' de palavras. 

Como Michelet, Durval Muniz em vez de simplesmente redigir, escreve. Escrita audaciosa, provocativa, criativa e elegante, não diria, contudo, que ele escreva com uma "linguagem de em dia-de-semana", como suplica um 'famigerado' personagem de Guimarães Rosa. Mas que ele nos conduz para o terreno 'nebuloso' e 'temerário' da arte literária, disso, não tenho dúvida. Cuidado, historiadores! Durval Muniz, tal como Foucault, é um desses 'sujeitos' perturbadores da boa ordem científica, desses que se colocam entre o sono dogmático e a vigília epistemológica 'só' para provocar a polêmica.

Vivemos um momento de desidentificação com a memória nacional e regional. O livro de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, “A Invenção do Nordeste e outras artes” (Cortez Editora, 2006) é uma boa prova disso. O trabalho de pesquisa para a realização do doutorado em História na Unicamp, defendido em 1994 apresenta o surgimento de um recorte espacial, de um lugar imaginário e real no mapa do Brasil, que todos nós conhecemos profundamente, não importa de que maneira, mas que nunca pudemos imaginar com uma existência tão recente. 

E falar do Nordeste é inventariar os muitos estereótipos e mitos que emergiram com o próprio espaço físico reconhecido no mapa composto por alguns estados e cidades. É mobilizar todo o universo de imagens negativas e positivas, socialmente reconhecidas e consagradas, que criaram a própria idéia de Nordeste.

Um trabalho de pesquisa aprofundado que desconstrói foucaltianamente os discursos que deram visibilidade e que tornaram dizível a região nordestina. O que o livro interroga não é apenas por que o Nordeste e o nordestino são discriminados, marginalizados e estereotipados pela produção cultural do país e pelos habitantes de outras áreas, mas ele investiga por que há quase 90 anos dizemos que somos discriminados com tanta seriedade e indignação. Como, por meio de nossas práticas discursivas, reproduzimos um dispositivo de poder que nos reserva o lugar de pedintes lamurientos.

“Nós, os nordestinos, costumamos nos colocar como os constantemente derrotados, como o outro lado do poder do Sul, que nos oprime, discrimina e explora. Ora, não existe esta exterioridade às relações de poder que circulam no país, porque nós também estamos no poder, por isso devemos suspeitar que somos agentes de nossa própria discriminação, opressão ou exploração. Elas não são impostas de fora, elas passam por nós.

Longe de sermos seu outro lado, ponto de barragem, somos ponto de apoio, de flexão. A resistência que podemos exercer é dentro desta própria rede de poder, não fora dela, com seu desabamento completo”, escreveu no prefácio.

“O Nordeste é tomado, neste texto, como invenção, pela repetição regular de determinados enunciados, que são tidos como definidores de caráter da região e de seu povo, que falam de sua verdade mais interior”. As fontes utilizadas foram desde o discurso acadêmicos, passando pela publicação em jornais de artigos ligados ao campo cultural, à produção literária e poética de romanistas e poetas nordestinos ou não, até músicas, filmes, peças teatrais, que tomaram o Nordeste por tema e o constituíram como objeto de conhecimento e de arte.

Divididos em três capítulos, o primeiro, Geografia em Ruínas acompanha as transformações históricas que possibilitaram a emergência da idéia de Nordeste, desde a emergência do dispositivo das nacionalidades, passando por uma mudança na sensibilidade social em relação ao espaço, à mudança da relação entre olhar e espaço trazido pela modernidade e pela sociabilidade burguesa, urbana e de massas.

O segundo capítulo, Espaços da Saudade, aborda esta invenção regional, o surgimento do Nordeste como um novo recorte espacial no país, rompendo com a antiga dualidade Norte/Sul. A seca, o cangaço. O messianismo, as lutas de parentela pelo controle dos Estados, são temas que fundarão a própria idéia de Nordeste, uma área de poder que começa a ser demarcada, com fronteiras que servirão de trincheiras para a defesa dos privilégios ameaçados.

No terceiro capítulo, Territórios da Revolta, é abordado uma série de reelaboração da idéia de Nordeste, feitas por autores e artistas ligados ao discurso de esquerda. Nordeste gestado, a partir dos anos 30, por meio de uma operação de inversão das imagens e enunciados consagrados pela leitura conservadora e tradicionalista que dera origem à região. Obras como as de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Portinari, João Cabral de Melo Neto produzem Nordestes vistos pelo avesso, Nordeste como região da miséria e da injustiça social. Estes Nordestes, construídos pelo avesso, ficam presos, no entanto, aos mesmos temas, imagens e enunciados consagrados e cristalizados pelos discursos tradicionalistas.
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UMIDADE DO AR EM PETROLINA É COMPARADO A REGIÕES DO DESERTO

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um alerta sobre a baixa umidade do ar para esta terça feira (31) em Pernambuco. As regiões mais afetadas serão Agreste e Sertão de Pernambuco. No alerta, também foi informado sobre a presença de uma massa de ar seco, que inibe a formação de nuvens propiciando a elevação do calor.

Segundo a Apac, a baixa umidade, pode provocar complicações alérgicas e respiratórias devuido ao ressecamento das de mucosas, nariz e da pele e irritação nos olhos. Outro alerta diz respeito ao potencial de incêndios em pastagem e regiões de mata, devido ao calor.

Segundo a Apac, a umidade relativa do ar deve permanecer com números abaixo de 20% e com temperaturas ultrapassando 37º C, no período da tarde e início da noite, no Sertão. No Agreste os valores podem atingir temperaturas acima dos 34º C nos próximos dias.

De acordo com a agência, no Sertão foram registrados números abaixo de 20%. Em Serra Talhada a umidade relativa do ar chegou a 13%, 

A recomendação é evitar exercícios físicos ao ar livre nos horários de 11h e 15h. O ambiente deve ser umidificado com vaporizadores e toalhas molhadas e sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol, além do uso do protetor solar e ingestão de água, conforme a Apac.
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ENCONTRO NORDESTINO DE XAXADO ACONTECERÁ EM SERRA TALHADA

O Encontro Nordestino de Xaxado, chega a sua 13ª edição. O evento acontece entre os dias 01 e 05 de novembro, em Serra Talhada, Sertão do Pajeú. O Encontro, que é um dos mais importantes do interior do Estado, reúne grupos de xaxado de todo Nordeste, além de convidados do Sul e Norte. 

A programação consta de oficinas de danças, palestra sobre Patrimônio, feira de artesanatos da região, mostra de comedoria sertaneja, apresentações musicais, passeio turístico ecológico ao Sítio Passagem das Pedras (onde nasceu Lampião) e a Fazenda Pedreira (do primeiro inimigo de Lampião, Zé Saturnino) e o Baile Perfumado, no Clube da Fazenda São Miguel, com Assisão, o Encontro de Xaxado é um grande divulgador da cultura nordestina.


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FILME DOCUMENTÁRIO OS GONZAGUEANOS É DESTAQUE NO BRASIL

Gonzaguianos - um grupo de amigos que se reúne todos os anos e troca materiais, divide experiências e fala sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. 

Trata-se de um registro do Encontro dos Gonzaguianos em Caruaru, que aconteceu em novembro de 2014, no Espaço Cultural Asa Branca do Agreste, situado no bairro Villa Kennedy. Assim como explica o professor orientador do documentário, Jurani Clementino, a ideia surgiu durante as atividades de uma das disciplinas que ele ministra na instituição. "Todos os anos, os nossos alunos são convidados a elaborar um trabalho semelhante, onde eles têm a oportunidade de produzir, desenvolver e editar o material, contribuindo para o desenvolvimento crítico sobre a prática profissional", observa.

Convidado a participar do encontro, Jurani Clementino afirma ter enxergado uma oportunidade de registrar o trabalho que é desenvolvido pelos Gonzaguianos, através das câmeras e da criatividade dos futuros jornalistas. "Estavam presentes pessoas como o professor Luiz Ferreira, que nos recebeu em sua casa com muito entusiasmo", complementa o professor.

Esta primeira versão do documentário está sendo lançada com 28 minutos de duração, e, além dos depoimentos de Jurani Clementino e Luiz Ferreira, carinhosamente chamado pelo grupo de ‘‘Ferreirinha'', também inclui os de outros sete Gonzaguianos: o compositor Alexandre Valença (PE), o músico Gilvan Santos (PE), o cantor e compositor Israel Filho (PE), o colecionador Antiógenes Viana (PE), o escritor Kydelmir Dantas (RN), o radialista e jornalista Ney Vital (PB) e o pesquisador Paulo Corrêa (SE).

Ao menos dez alunos do 6º período do curso participaram do processo de gravação. Os demais contribuíram com a edição.

Para o professor, o movimento que está sendo registrado pelo documentário pode ser comparado ao dos "beatlemaníanos" - os fãs do The Beatles. "As pessoas que fazem da banda britânica uma filosofia de vida. No caso dos Gonzaguianos, também trata-se de pessoas extremamente antenadas com a obra de Gonzaga e com o legado dele. É um grupo, inclusive, muito articulado", observa.

Entre eles, o cantor e compositor Israel Filho que, com muita precisão, lembra a primeira vez em que esteve com o Rei do Baião. "Foi no dia 29 de janeiro de 1979, durante a realização de um show em homenagem a ele, em Caruaru. Nos encontramos neste dia e iniciamos os primeiros contatos. Voltamos a nos encontrar algum tempo depois, em Santa Bárbara d'Oeste (SP), e dias depois estive na casa dele, no Rio de Janeiro. No dia 13 de julho de 1985, durante um show que Gonzagão estava fazendo no Forrozão, em Caruaru, ele me chamou para o palco, para me apresentar, e cantamos juntos por quase 40 minutos. Surgiu, então, uma amizade, que teve continuidade com muitas idas e vindas para Exu", detalha Israel Filho.

O cantor revela que, por sugestão da então companheira de Gonzagão, Maria Edelzuita Rabelo, os dois iriam gravar uma música. Por ironia do destino, em agosto do mesmo ano (1989), Luiz Gonzaga morreu.

Este ano o evento acontecerá no dia 11 de novembro e terá caráter nacional.
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