Durval Muniz, professor em tempos de ser encantador de palavras

Jornalista Ney Vital e Professor Pós-dourado Durval Muniz
Durval Muniz de Albuquerque Júnior é de profissão historiador, o que não o impede de ser também um 'encantador' de palavras. 

Como Michelet, Durval Muniz em vez de simplesmente redigir, escreve. Escrita audaciosa, provocativa, criativa e elegante, não diria, contudo, que ele escreva com uma "linguagem de em dia-de-semana", como suplica um 'famigerado' personagem de Guimarães Rosa. Mas que ele nos conduz para o terreno 'nebuloso' e 'temerário' da arte literária, disso, não tenho dúvida. Cuidado, historiadores! Durval Muniz, tal como Foucault, é um desses 'sujeitos' perturbadores da boa ordem científica, desses que se colocam entre o sono dogmático e a vigília epistemológica 'só' para provocar a polêmica.

Vivemos um momento de desidentificação com a memória nacional e regional. O livro de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, “A Invenção do Nordeste e outras artes” (Cortez Editora, 2006) é uma boa prova disso. O trabalho de pesquisa para a realização do doutorado em História na Unicamp, defendido em 1994 apresenta o surgimento de um recorte espacial, de um lugar imaginário e real no mapa do Brasil, que todos nós conhecemos profundamente, não importa de que maneira, mas que nunca pudemos imaginar com uma existência tão recente. 

E falar do Nordeste é inventariar os muitos estereótipos e mitos que emergiram com o próprio espaço físico reconhecido no mapa composto por alguns estados e cidades. É mobilizar todo o universo de imagens negativas e positivas, socialmente reconhecidas e consagradas, que criaram a própria idéia de Nordeste.

Um trabalho de pesquisa aprofundado que desconstrói foucaltianamente os discursos que deram visibilidade e que tornaram dizível a região nordestina. O que o livro interroga não é apenas por que o Nordeste e o nordestino são discriminados, marginalizados e estereotipados pela produção cultural do país e pelos habitantes de outras áreas, mas ele investiga por que há quase 90 anos dizemos que somos discriminados com tanta seriedade e indignação. Como, por meio de nossas práticas discursivas, reproduzimos um dispositivo de poder que nos reserva o lugar de pedintes lamurientos.

“Nós, os nordestinos, costumamos nos colocar como os constantemente derrotados, como o outro lado do poder do Sul, que nos oprime, discrimina e explora. Ora, não existe esta exterioridade às relações de poder que circulam no país, porque nós também estamos no poder, por isso devemos suspeitar que somos agentes de nossa própria discriminação, opressão ou exploração. Elas não são impostas de fora, elas passam por nós.

Longe de sermos seu outro lado, ponto de barragem, somos ponto de apoio, de flexão. A resistência que podemos exercer é dentro desta própria rede de poder, não fora dela, com seu desabamento completo”, escreveu no prefácio.

“O Nordeste é tomado, neste texto, como invenção, pela repetição regular de determinados enunciados, que são tidos como definidores de caráter da região e de seu povo, que falam de sua verdade mais interior”. As fontes utilizadas foram desde o discurso acadêmicos, passando pela publicação em jornais de artigos ligados ao campo cultural, à produção literária e poética de romanistas e poetas nordestinos ou não, até músicas, filmes, peças teatrais, que tomaram o Nordeste por tema e o constituíram como objeto de conhecimento e de arte.

Divididos em três capítulos, o primeiro, Geografia em Ruínas acompanha as transformações históricas que possibilitaram a emergência da idéia de Nordeste, desde a emergência do dispositivo das nacionalidades, passando por uma mudança na sensibilidade social em relação ao espaço, à mudança da relação entre olhar e espaço trazido pela modernidade e pela sociabilidade burguesa, urbana e de massas.

O segundo capítulo, Espaços da Saudade, aborda esta invenção regional, o surgimento do Nordeste como um novo recorte espacial no país, rompendo com a antiga dualidade Norte/Sul. A seca, o cangaço. O messianismo, as lutas de parentela pelo controle dos Estados, são temas que fundarão a própria idéia de Nordeste, uma área de poder que começa a ser demarcada, com fronteiras que servirão de trincheiras para a defesa dos privilégios ameaçados.

No terceiro capítulo, Territórios da Revolta, é abordado uma série de reelaboração da idéia de Nordeste, feitas por autores e artistas ligados ao discurso de esquerda. Nordeste gestado, a partir dos anos 30, por meio de uma operação de inversão das imagens e enunciados consagrados pela leitura conservadora e tradicionalista que dera origem à região. Obras como as de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Portinari, João Cabral de Melo Neto produzem Nordestes vistos pelo avesso, Nordeste como região da miséria e da injustiça social. Estes Nordestes, construídos pelo avesso, ficam presos, no entanto, aos mesmos temas, imagens e enunciados consagrados e cristalizados pelos discursos tradicionalistas.
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UMIDADE DO AR EM PETROLINA É COMPARADO A REGIÕES DO DESERTO

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um alerta sobre a baixa umidade do ar para esta terça feira (31) em Pernambuco. As regiões mais afetadas serão Agreste e Sertão de Pernambuco. No alerta, também foi informado sobre a presença de uma massa de ar seco, que inibe a formação de nuvens propiciando a elevação do calor.

Segundo a Apac, a baixa umidade, pode provocar complicações alérgicas e respiratórias devuido ao ressecamento das de mucosas, nariz e da pele e irritação nos olhos. Outro alerta diz respeito ao potencial de incêndios em pastagem e regiões de mata, devido ao calor.

Segundo a Apac, a umidade relativa do ar deve permanecer com números abaixo de 20% e com temperaturas ultrapassando 37º C, no período da tarde e início da noite, no Sertão. No Agreste os valores podem atingir temperaturas acima dos 34º C nos próximos dias.

De acordo com a agência, no Sertão foram registrados números abaixo de 20%. Em Serra Talhada a umidade relativa do ar chegou a 13%, 

A recomendação é evitar exercícios físicos ao ar livre nos horários de 11h e 15h. O ambiente deve ser umidificado com vaporizadores e toalhas molhadas e sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol, além do uso do protetor solar e ingestão de água, conforme a Apac.
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ENCONTRO NORDESTINO DE XAXADO ACONTECERÁ EM SERRA TALHADA

O Encontro Nordestino de Xaxado, chega a sua 13ª edição. O evento acontece entre os dias 01 e 05 de novembro, em Serra Talhada, Sertão do Pajeú. O Encontro, que é um dos mais importantes do interior do Estado, reúne grupos de xaxado de todo Nordeste, além de convidados do Sul e Norte. 

A programação consta de oficinas de danças, palestra sobre Patrimônio, feira de artesanatos da região, mostra de comedoria sertaneja, apresentações musicais, passeio turístico ecológico ao Sítio Passagem das Pedras (onde nasceu Lampião) e a Fazenda Pedreira (do primeiro inimigo de Lampião, Zé Saturnino) e o Baile Perfumado, no Clube da Fazenda São Miguel, com Assisão, o Encontro de Xaxado é um grande divulgador da cultura nordestina.


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FILME DOCUMENTÁRIO OS GONZAGUEANOS É DESTAQUE NO BRASIL

Gonzaguianos - um grupo de amigos que se reúne todos os anos e troca materiais, divide experiências e fala sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. 

Trata-se de um registro do Encontro dos Gonzaguianos em Caruaru, que aconteceu em novembro de 2014, no Espaço Cultural Asa Branca do Agreste, situado no bairro Villa Kennedy. Assim como explica o professor orientador do documentário, Jurani Clementino, a ideia surgiu durante as atividades de uma das disciplinas que ele ministra na instituição. "Todos os anos, os nossos alunos são convidados a elaborar um trabalho semelhante, onde eles têm a oportunidade de produzir, desenvolver e editar o material, contribuindo para o desenvolvimento crítico sobre a prática profissional", observa.

Convidado a participar do encontro, Jurani Clementino afirma ter enxergado uma oportunidade de registrar o trabalho que é desenvolvido pelos Gonzaguianos, através das câmeras e da criatividade dos futuros jornalistas. "Estavam presentes pessoas como o professor Luiz Ferreira, que nos recebeu em sua casa com muito entusiasmo", complementa o professor.

Esta primeira versão do documentário está sendo lançada com 28 minutos de duração, e, além dos depoimentos de Jurani Clementino e Luiz Ferreira, carinhosamente chamado pelo grupo de ‘‘Ferreirinha'', também inclui os de outros sete Gonzaguianos: o compositor Alexandre Valença (PE), o músico Gilvan Santos (PE), o cantor e compositor Israel Filho (PE), o colecionador Antiógenes Viana (PE), o escritor Kydelmir Dantas (RN), o radialista e jornalista Ney Vital (PB) e o pesquisador Paulo Corrêa (SE).

Ao menos dez alunos do 6º período do curso participaram do processo de gravação. Os demais contribuíram com a edição.

Para o professor, o movimento que está sendo registrado pelo documentário pode ser comparado ao dos "beatlemaníanos" - os fãs do The Beatles. "As pessoas que fazem da banda britânica uma filosofia de vida. No caso dos Gonzaguianos, também trata-se de pessoas extremamente antenadas com a obra de Gonzaga e com o legado dele. É um grupo, inclusive, muito articulado", observa.

Entre eles, o cantor e compositor Israel Filho que, com muita precisão, lembra a primeira vez em que esteve com o Rei do Baião. "Foi no dia 29 de janeiro de 1979, durante a realização de um show em homenagem a ele, em Caruaru. Nos encontramos neste dia e iniciamos os primeiros contatos. Voltamos a nos encontrar algum tempo depois, em Santa Bárbara d'Oeste (SP), e dias depois estive na casa dele, no Rio de Janeiro. No dia 13 de julho de 1985, durante um show que Gonzagão estava fazendo no Forrozão, em Caruaru, ele me chamou para o palco, para me apresentar, e cantamos juntos por quase 40 minutos. Surgiu, então, uma amizade, que teve continuidade com muitas idas e vindas para Exu", detalha Israel Filho.

O cantor revela que, por sugestão da então companheira de Gonzagão, Maria Edelzuita Rabelo, os dois iriam gravar uma música. Por ironia do destino, em agosto do mesmo ano (1989), Luiz Gonzaga morreu.

Este ano o evento acontecerá no dia 11 de novembro e terá caráter nacional.
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FRANCISCO FERNANDES E A HORA MAIS SIGNIFICANTE DO RÁDIO: AVE MARIA

Em tempos de visualizar os minutos e horas em tablets, smartphones e uma tecnologia que de certa forma trava os sentimentos mais sublimes. Quando assistimos a inversão de valores morais e culturais no mundo, temos o comunicador Francisco Fernandes, através da Rádio Grande Rio Am, em Petrolina, segundos de riqueza espiritual que fortalece o corpo para as lutas diárias.

Ás 18horas, todos os dias, a voz de Luiz Gonzaga ecoa: "Quando batem ás seis horas! De joelho o sertanejo reza a sua Oração...Ave Maria"...Chico Fernandes, nome artístico faz o gesto: "Benção Mãe! Benção Pai"...Francisco proporciona a família que escuta o Rádio, uma hora de calma e reflexões que são sempre bem vindas, ainda mais, nestes tempos necessários pela conquista da Paz.

Este é um dos momentos mais significativos do Rádio. E logo me vem a mente: "Seis horas, esta é a hora do Angelus. Hora da anunciação. A humanidade esquece por um momento a sua luta inglória, deixa de lado os pensamentos pecaminosos, a perseguição desenfreada dos homens contra os próprios homens e contempla a paz da natureza, uma sombra pálida do olhar de Maria.

Nos templos, nas ruas e nos campos, as preces brotam espontâneas de todos os lares: Esta é a hora do Angelus. A hora da anunciação. Nós vos suplicamos Maria que olheis por nós, vossos filhos ingratos. Dai-nos a graça do arrependimento e a vossa benção materna, porém, mais do que nós, Maria, outros necessitam do vosso apoio, nessa hora. Os que morrem de necessidade, os que blasfemam, os que não crêem. 

Iluminai-os Virgem Santíssima...Olhai para os que perderam a fé. Protegei-os, vislumbrai-os como um relâmpago aos olhos do apóstolo Paulo. Lembrai-vos deles nessa hora, Maria e sede, para todo o sempre, louvada e bendita Ave Maria Cheia de Graças".

Benção Mãe! Benção Pai...



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CULTURA: LUCIANO PEIXINHO RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO DE PETROLINA

Luciano Peixinho Campos, diretor de programação da TV Grande Rio Afiliada da Rede Globo recebe nesta quinta-feira (26) o título de Cidadão Petrolinense. O Título foi aprovado por unanimidade e a data da entrega marca o aniversário do homenageado. A proposta foi do vereador Gabriel Menezes.

Nas redes sociais Luciano Peixinho disse ser "este o maior sonho de qualquer pessoa que chega nessa linda e maravilhosa terra para somar. Muito obrigado a câmara de vereadores de Petrolina e em especial o poeta e vereador Gabriel Menezes autor do projeto. Viva o Sertão, viva a nossa cultura".

Luciano Peixinho é sertanejo, natural de Canudos na Bahia. Veio para Petrolina em 1990. Sempre foi encantado pela cultura brasileira, principalmente a ligada ao cancioneiro de Luiz Gonzaga.

Na justificativa o vereador conta que Luciano Ingressou na TV Grande Rio em 1991, onde adquiriu o desejo de registrar as manifestações culturais pelo sertão pernambucano e, de mostrar ao mundo, que a região não era de vacas magras e solo rachado, e sim, de crescimento e desenvolvimento social, economico, cultural e turístico.

Formado em Marketing e Propaganda e pós-graduado em Metodologia do Ensino na Educação Superior, Luciano Peixinho foi professor de Câmera e Iluminação no SENAC de Petrolina. Atualmente, é Gerente de Programação, Operações e Produção da TV Grande Rio, uma das afiliadas da Globo.

Recentemente Luciano Peixinho esteve na Europa. Na oportunidade fez a direção de um clipe com artistas brasileiros, como o cantor e ex The Voice Brasil, Del Feliz, Flávio Leandro, Elisson Castro e Fabio Carneirinho.

Um dos destaques na carreira profissional de Luciano Peixinho foi em 1999, deu início ao Grande Rio Comunidade, programa que mostrava as belezas e cultura do sertão, ao lado da repórter Mônica Carvalho, produtores Samuel Brito e Ney Vital produzindo diversos documentários que retratavam as manifestações culturais presentes no sertão de Pernambuco.

"Luciano merecidamente receberá o titulo de cidadão petrolinense por ser um apaixonado por Petrolina e região, pelos serviços prestados a cultura e ao vale do São Francisco", finalizou Gabriel Menezes.

Luciano Peixinho em 2006, ganhou o prêmio 'Rede Globo de Jornalismo', na categoria Telejornalismo Comunitário, com a exibição da série “Amor Imperfeito”, que trouxe  à tona, casos de violência contra as mulheres e, com o mesmo trabalho, recebeu no ano seguinte, o “5º Prêmio Tim Lopes”, no Rio de Janeiro, na categoria Direitos Humanos.

Luciano também recebeu o prêmio 'Destaques de Ouro 2016', que homenageia personalidades que se destacaram pela prestação de serviços em suas respectivas áreas. Teve o trabalho tambem reconhecido pelos trabalho na produção da minissérie 'Amores Roubados', gravada nos Sertões da Bahia, Alagoas e Pernambuco e, fez parte do núcleo de produção de arte de Velho Chico, novela com um dos maiores índices de audiência da emissora nos últimos anos.
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POETA CANTADOR FLÁVIO LEANDRO E 25 DE OUTUBRO DATA DE ANIVERSÁRIO

Flávio Leandro faz aniversário no dia 25 de outubro. Nascido em Bodocó, traz no destino a marca da sinceridade, sensibilidade, coragem, determinação, Fé e todo sentimento humano, dos nativos de escorpião.

Flávio Leandro Poeta cidadão do mundo traz no matulão poesia, harmonia, ritmo e melodia. Sentimento tatuado em pés de xique xique, mandacaru, música "zunindo" pura e verdadeira qual as águas do Rio São Francisco e o fole de oito baixos de Januário e 120 baixos de Luiz Gonzaga.

Em cada verso escrito e cantado na voz de Flávio Poeta Danado e Cantador sinto a história caririzeira de Zé Marcolino que imortalizou o sentido da palavra Poeta e Amizade...e assim cantou Zé Marcolino: "Num dia de reboco de casa no sertão do Nordeste é o dia da grande festa, da grande reunião. 

Existe dois tipos de de reboco: o de barro sacudido e aquele que o sujeito passa a colher de pedreiro pra ficar bem lisinha...essa é a casa do sertanejo mais caprichoso. E então o pai de família mais caprichoso só leva a filha para um lugar desses, prá se divertir e gozar do momento mais significativo.

Então prá lá me dirigi para encontrar a mulher amada...na hora da aproximação! Peguei-a na cintura, sai cortando o  chão pelo pé com ela dançando e nessa conversa de esperança a noite passou, lá vinha a madrugada, a barra quebrando, o sol nascendo acabou-se a Festa"...

É isto Flávio Leandro, eu vi, juro que vi na beira do Rio São Francisco o sorriso de Dominguinhos e Luiz Gonzaga, João do Vale e Jackson do Pandeiro, juntos a cantar Parabens Prá Você em nota que o povo sabe.

Feliz Aniversário Poeta..."aí vai ser amor pra mais de duzentos anos pelos meus planos vou fazer uma casinha...com a varanda voltada pro sol nascente...se avexe não se trabalhar ainda for o meu defeito derrubo um eito de estrelas prá te dar! Avante...e vai Frutificando...Obrigado pela tua existência Poeta Cantador Flávio Leandro.

*Ney Vital - Jornalista Pós-graduado em Ensino de Comunicação Social. 
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