Feijoada do Joquinha Gonzaga marcará festa de aniversário do Rei do Baião em Exu

Os Gonzagueanos que participarão das festividades dos 104 anos de luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em Exu, Pernambuco, terão um encontro na sombra do umbuzeiro, a partir das 11hs do sábado 10 dezembro, na Fundação  Vovô Januário, localizado na avenida Edmundo Dantas 620. Trata-se da feijoada do Joquinha, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário. 

A entrada custará R$25 com direito a uma camisa. 

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. A festa de aniversário de Luiz Gonzaga acontecerá entre os dias 09 e 11 de dezembro em Exu.
 
A feijoada nasceu da necessidade de um lugar para marcar o encontro dos fãs e admiradores de Luiz Gonzaga que chegam de todos os lugares do Brasil para festejar a data de aniversário de Luiz Gonzaga.
 
"Sempre estou contando histórias, músicas de meu tio, músicas minhas, dos meus colegas. Não fujo da minha tradição, das minhas características, que é o forró, o xote, o baião e é assim que eu faço sempre, não fujo disso. Eu procuro sempre dar uma satisfação ao público que tem uma admiração à minha família, Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Daniel Gonzaga, Gonzaguinha. Esse é o meu estilo musical, a festa que faço para o povo", diz Joquinha.
 
João Januário Maciel-Joquinha Gonzaga, nasceu em 01 de abril de 1952. Joquinha nome artístico dado pelo Rei do Baião. Joquinha é filho de Muniz, segundo Luiz Gonzaga irmã que herdou o dom de rezar muito.
Joquinha aos 12 anos ganhou uma sanfona de oito baixos, pé de bode viajou o Nordeste ao lado de Luiz Gonzaga. Ganhou gosto pelo instrumento e hoje é puxador de Sanfona, 120 baixos.

Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga. O primeiro LP-disco Joquinha Gonzaga gravou em 1986-Forró Cheiro e Chamego. Em 1988 gravou com Luiz Gonzaga "Dá licença prá mais um".
 
Em 1998 Joquinha Gonzaga participou da homenagem "Tributo a Luiz Gonzaga", em Nova York, no Lincoln Center Festival. Joquinha Gonzaga gravou recentemente Retrato do Nordeste ao lado de Dominguinhos.
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Luiz Gonzaga vive na alma da gente brasileira

Gilberto Amado disse a propósito da morte de sua mãe: "Apagou-se aquela luz no meio de todos nós". Para o Nordeste, e tenho certeza para todo o país, a morte de Luiz Gonzaga foi o apagar de um grande clarão. Mas com seu desaparecimento não cessou de florescer a mensagem que deixou, por meio da poesia, da música e da divulgação da cultura mais brasileira.

Nascido em Exu, no alto sertão de Pernambuco, na chapada do Araripe, na divisa com o Ceará, "arribou" e ganhou o Brasil e o mundo, mas nunca se esqueceu de sua origem. Sua música, a música de Luiz Gonzaga e parceiros compositores é politicamente comprometida com a busca de solução para a questão regional nordestina, com o desafio de um desenvolvimento nacional mais homogêneo, mais orgânico e menos injusto.

Telúrico sem ser provinciano, Luiz Gonzaga sabia manter-se preso às circunstâncias regionais sem perder de vista o universal. Sua sensibilidade para com os problemas sociais, sobretudo nas músicas em parceria com Zé Dantas, era evidente: prenhe de inconformismo, denúncia do abandono a que ainda hoje está sujeito pelo menos um terço da população brasileira, mormente a que vive no chamado semiárido.

Luiz Gonzaga é o responsável pelo que atualmente existe de melhor na música brasileira. A força da voz e a puxada da sanfona presente nas toadas e cantorias tonificou a nossa música, retirando-a do empobrecimento cultural em que se encontrava nos ano 40 e cá prá nós, continua atual nos tempos de hoje de tanta pobreza cultural.

A música de Luiz Gonzaga é o sentido de nossa identidade cultural pois consegue ser genuinamente nacional, posto que de defesa de nossas tradições e evocação de nossos valores.

Luiz Gonzaga interpretou o sofrimento e também as poucas alegrias de nossa gente em ritmos até então desconhecidos, como o baião, o forró, o xaxado, as marchinhas juninas e tantos outros.

Pesquisadores e estudiosos da obra gonzagueana apontam que até hoje por meio da letra da toada "Asa Branca", Luiz Gonzaga continua elevando à condição de epopéia a questão nordestina. Parafraseando Gilberto Freyre, podemos afirmar que "Asa Branca" é o hino do Nordeste: o Nordeste na sua visão mais significativamente dramática, o Nordeste na aguda crise da seca.

Luiz Gonzaga não morreu! Em sua obra Luiz Gonzaga está vivo e vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".
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Alerta: Umidade relativa do ar em Petrolina atinge nivel semelhante aos desertos

A umidade relativa do ar registrada em Petrolina esta manhã, dia 28, chegou a níveis críticos, semelhantes aos do deserto Saara. O nível da umidade chegou a 13 %.  A baixa umidade na cidade é semelhante a de desertos na África que possui uma média entre 10% e 15% de umidade.

"Segundo a escala usada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é de 60%. Petrolina fica longe disto.

 A unidade relativa abaixo de 12%  é considerada estado de emergência, por isto os médicos orientam para não praticar nenhum tipo de esporte e interromper atividade ao ar livre das 10 às 16h. Devem ser suspensas as aulas de educação física, coleta de lixo, entregas dos correios e é recomendado evitar aglomerações como cinemas.

Recomendações para dias secos:
Para evitar diversos problemas de saúde como complicações alérgicas e respiratórias, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos, a OMS faz algumas recomendações.
- evite praticar exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h;
- evite aglomerações em ambientes fechados;
- umidifique os ambientes com vaporizadores e toalhas molhadas;
- use soro fisiológico para olhos e narinas;
- e consuma bastante água.

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Caboclinhos agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil

Os caboclinhos, expressão da cultura centenária sobretudo em Pernambuco, foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O registro foi aprovado  pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do órgão, em reunião realizada em Brasília.

Cultura presente também no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Alagoas e Minas Gerais, os caboclinhos são classificados pelos brincantes como uma homenagem aos primeiros habitantes do território que veio a se chamar Brasil. Os grupos – alguns com mais de 100 anos e ainda ativos – se apresentam nas ruas – principalmente no carnaval - vestidos com penas e pedrarias, em uma releitura carnavalesca dos trajes indígenas tradicionais, e dançam com agilidade os diferentes toques que representam temas de rituais da população indígena.

“Tem o toque de guerra, que é a preparação para o combate; o de perré, para pedir a chuva; o de baião, que é mais festivo, usada para comemorar qualquer coisa que a tribo quisesse; e o toré, que tem um aspecto religioso”, ensina o presidente do Clube Carnavalesco Tribo Indígena Tupã, do Recife, e secretário da Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco (Accipe), Amauri Rodrigues de Amorim.

Como o próprio nome indica, a reverência ao caboclo (tanto o brasileiro filho de índio e branco como a entidade presente na umbanda, por exemplo) está presente na brincadeira, assim como o culto à Jurema, árvore nativa do Norte e do Nordeste do Brasil considerada sagrada e base de um chá usado em rituais. A brincadeira também tem referência na colonização do território brasileiro.

A estimativa da associação de Pernambuco é que existam cerca de 70 grupos de caboclinhos  no estado – 30 apenas no Recife. O governo do estado fez o pedido de registro como patrimônio imaterial do Brasil em agosto de 2013, mesma ocasião em que foram solicitados os registros do maracatu nação, maracatu de baque solto e o cavalo narinho, expressões culturais transformadas em patrimônio nacional em dezembro de 2014.

Fonte:  Lílian Beraldo-Agencia Brasil
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Superlua vai acontecer no dia 14 de dezembro

A Lua irá parecer maior do que o normal na semana que vem. O fenômeno astronômico Superlua acontece quando o astro chega mais perto da Terra em sua órbita elíptica. Nesse período, o nosso satélite pode parecer até 14% maior e 30% mais brilhante do que costuma ser.

A primeira ocorreu em outubro e a última irá aparecer no dia 14 de dezembro. A melhor maneira de apreciar a Superlua é ir a um local aberto, longe dos grandes centros urbanos. Isso porque a iluminação artificial e a poluição podem atrapalhar a visão.

Fonte: Revista Exame
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Josias de Souza: Trump é a vitória da mediocridade, hipernacionalismo ressentido e traços de xenofobia e desprezo a liberdade de expressão

O espetáculo confuso que os Estados Unidos proporcionam ao mundo neste dia 9/11 produz efeitos tão devastadores quanto aqueles que se seguiram ao ataque de 11/9. Tomada pela radicalidade das mudanças que pode provocar no mundo, a eleição de Donald Trump é equiparável ao histórico ataque terrorista. A diferença é que, dessa vez, os americanos dispensaram o inimigo externo, produzindo um inusitado autoataque —uma espécie de trumpicídio.

Se o triunfo de Trump ensina alguma coisa é que todas as premissas sobre as quais o establishment americano construiu os seus valores depois da Segunda Grande Guerra estão com o prazo de validade vencido. O isolamento que a opção por Trump representa é um convite do império para que as nações comecem a planejar um novo começo. Mais ou menos como Deus fez depois do Dilúvio.

O sucesso de Trump é um prêmio à mediocridade. Seu hipernacionalismo ressentido, com traços de xenofobia, racismo, isolacionismo e desprezo à liberdade de expressão são sinais de que o mundo pós-9/11 não será o mesmo. Quando escreverem o enredo da geração atual é do topete de Trump que falarão os historiadores, e não da popularidade de Barack Obama, representado na disputa pelo ‘mal menor’ Hillary Clinton, um outro nome para desastre.

Resta agora saber o seguinte: o recomeço que se esconde sob o penteado exótico de Trump é um prenúncio do quê? Seja o que for, o mundo não será melhor do que já foi. Um presidente dos Estados Unidos que diz não acreditar no aquecimento global e que guindou à condição de prioridade a construção de um muro na fronteira com o México pode resultar em qualquer coisa, menos em coisa boa.

Fonte: Josias de Souza-Folha São Paulo
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Quinteto Violado: Missa do Vaqueiro um disco temático de intervenção social e política forte encantadora

Por todo o século XIX, a cidade do Recife foi se constituindo no grande portal da cultura brasileira. A literatura e a filosofia deitaram-se em suas ruas a partir de sua Faculdade de Direito. Nos becos e vielas estavam se fortalecendo os movimentos culturais do povo: um pouco de maracatu, um pouco de frevo surgindo devagar, o mela-mela e tudo que confluiria para uma produção artística imponente na primeira metade do século XX. Já a partir da década de 60 desse mesmo século, o XX, forjaram-se alguns movimentos musicais determinantes.

A Paraíba recebia esses manifestos sonoros e os deglutia pensando também em fortalecer sua própria vida. De alguma forma, chegaram até nós, habitantes das soleiras interioranas, os discos produzidos no cenário sócio-temporal recifense. A formação de grupos musicais assentados na tradição, aplicando elementos da modernidade em seus arranjos, subvertendo esteticamente as melodias e harmonias, escrevendo frases tangentes, mas nunca centrífugas, esses elementos nos ofertaram cachoeiras de prazeres acústicos.

Foi assim que o Quinteto Violado nos ofereceu um disco temático de intervenção social e política tão forte que nos encantou em todos os aspectos. Missa do Vaqueiro, cumprindo a tradição litúrgica, mas pautando-a pela necessidade cabocla, denunciava todos os desmantelos políticos infectantes do solo e da alma do Jesus Sertanejo. Preparado a partir da missa real, tomou nosso imaginário e fortaleceu-nos na tomada de consciência quanto à civilização do couro e sua importância.

Na mesma pisada a Banda de Pau e Corda, com o disco Frevo, nos oferecia a rua primordial recifense, aquela adornada com o frevo vindo de Olinda amolando as Pás, afinando as Vassouras, gritando que o Recife acordou e observando que, nos cabelos de Rosinha (o próprio Recife) a rosa nunca amarelou. Os arranjos deixaram de lado o furor dos clarins, trombones, trompetes e clarinetas e abraçaram os bordões, as primas, as sextas e as nonas dos instrumentos de bojo de madeira. Foi eletrizante, incluindo uma formação sonora diferente, como um regional.

Se o Quinteto trouxera o gado e seus tangedores e a Pau e Corda, a rua e seus habitués, o Quinteto Armorial vestia sua armadura e nos apresentava o Imaginário Armorial, codificado por um Ariano mais radical, quase sectário. A proposta, conduzida com a observação rigorosa dos ditames do mestre e mentor, consumara-se no disco inviolável Do Romance ao Galope Nordestino. Com aquele som peninsular, dialogando com o mourisco, o andaluz e a alma sertaneja, o pacote musical nos trazia uma canção chamada Toré, uma arquitetura africana e indígena, com um pife intrometendo-se todo o tempo entre as violas, os violinos e a percussão.

Mas, vocês convirão comigo que em todo o percurso cultural de uma cidade as inovações, as ousadias requerem sempre a mão viva do talento, a técnica: o engenho e a arte. Entre eles, num repente sagrado e necessário, surgiu um som tão diferente e, ao mesmo tempo tão aparentado que nos causou espanto e arrepio: era o voo da Ave Sangria dizendo logo na abertura que, lá fora, "é esse cansaço!"

 A capa com uma figura mítica meio ave, meio mulher, num cenário também sertanejo, vestindo uma túnica e vendo-se por ela o corte vaginal. Eram balada e rock e letras psicodélicas. Bem diferente dos três anteriores, a Ave Sangria nos sangrava com outra proposta. O decorrer da década de 70 consolidaria esse estilo em outros artistas. Nós vivemos essas coisas. E sobrevivemos. Ainda!

Fonte: Aderaldo Luciano-professor, doutor em Ciencia da Literatura
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