Foto: Zé Paulo, filho de Zé Marcolino presenteia Dominguinhos Cd de músicas do pai.
No dia 20 de setembro de 1987 a voz de José Marcolino Alves (Zé Marcolino) silenciava por ocasião da morte causada por acidente próximo a São José do Egito, Pernambuco.
No dia 20 de setembro de 1987 a voz de José Marcolino Alves (Zé Marcolino) silenciava por ocasião da morte causada por acidente próximo a São José do Egito, Pernambuco.
Nascido em Sumé, na Paraíba, berço da poesia do Pajeú e do Cariri
nordestinos. Veio à luz no dia 28 de junho de 1930. Em 1961 conhece Luiz Gonzaga
em Sumé, na Paraíba. Foi o início de uma grande e frutífera parceria. Cantou No
Piancó, Pássaro Carão e Serrote Agudo. Gonzagão tratou de leva-lo para o Rio de
Janeiro. Na temporada, o Velho Lua gravou o disco Véio Macho, com seis músicas
de Marcolino, que toca gonguê nesse disco gravado pela RCA. No LP A Triste
Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e
Cantiga de Vem-vem.
Zé Marcolino retorna para a Paraíba, onde fica no município de Prata até
1973. Foi para Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra
Talhada de vez. Inteligente, bem-humorado, observador, Marcolino tinha os
versos nas veias como a caatinga do Sertão. Não fazia por dinheiro, mas porque
aquilo revelava o que sua alma podia transformar em arte, em poesia.
Zé Marcolino casou com Maria do
Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de
Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e
José Itagiba. Sete ao todo. Mais de 50 músicas de sua autoria foram
gravadas por diversos cantores. Sua simplicidade era peculiar.
Indagado numa entrevista no Rio de Janeiro "se pretendia ser apenas
compositor", Zé Marcolino comentou tímido: "Seu Luiz Gonzaga, na
vinda aqui para o Rio, apresentou-me como cantor em Paulo Afonso (BA). Quer que
eu cante aqui também. Vou ver se tenho coragem para isso".
Zé Marcolino constumava contar das cartas
que enviava para o mestre Luiz Gonzaga. Ainda tentou encontrar Seu Lua em
Floresta dos Navios, mas abordou o Rei do Baião em Sumé mesmo e terminou
acompanhando-o para uma turnê no Rio. A saudade do Sertão o fez voltar para o
pé de serra onde deixou ficar seu coração. Até hoje, intelectuais, magistrados,
promotores, advogados, jornalistas, músicos e literatas reverenciam José
Marcolino Alves.