BANCOS DE SEMENTES REFORÇAM RESILIÊNCIA DO SEMIÁRIDO

Enquanto o mundo debate as metas climáticas e o colapso dos ecossistemas, no coração do Semiárido brasileiro pulsa uma rede silenciosa de resistência. São as casas e bancos comunitários de sementes crioulas, estruturas simples carregadas de história, saber e biodiversidade.

Ali, agricultores e agricultoras selecionam, guardam, multiplicam e trocam variedades de sementes adaptadas ao clima local, mantêm vivas práticas ancestrais e constroem, dia a dia, respostas concretas à crise ambiental.

As famílias estão envolvidas profundamente nessa movimentação. Trazem até uma carga de emoção nos nomes de “batismo” das sementes, como: sementes da “liberdade”, “resistência” ou “paixão”.

Essas estruturas comunitárias fazem parte de um sistema de gestão coletivo, organizado pelas próprias famílias agricultoras. Muitas nasceram dentro do Programa Sementes do Semiárido, coordenado pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e hoje representam uma frente importante na luta contra a desertificação e o esvaziamento rural.

O mais recente mapeamento promovido pela ASA, o “Levantamento Avaliativo das Casas ou Bancos de Sementes no Semiárido” – lançado durante um seminário transmitido pelo YouTube – revela a abrangência e o impacto dessa rede. São 875 casas e bancos de sementes em 29 territórios, que beneficiam diretamente mais de 15 mil famílias. Ao todo, foram identificadas 262 variedades de feijão, 108 de milho, 75 de fava e dezenas de hortaliças, frutíferas e espécies florestais nativas.

É importante destacar o papel dessa linha de ação ao se considerar, no panorama nacional, o Boletim Temático Desertificação, lançado em julho de 2025. Ele mostra que cerca de 18% do território brasileiro está suscetível à desertificação.E que aproximadamente 39 milhões de pessoas vivem em Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD).

Essas regiões cresceram 170 mil km² entre 2000 e 2020, um território maior que os estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas somados. A desertificação, nessas áreas, compromete solos, água, biodiversidade e segurança alimentar.

Do território às negociações-A foto mostra uma pequena casa simples de alvenaria pintada de branco, com telhado de telhas de barro, no meio de uma área rural. Acima da porta, em letras verdes, está escrito: “Casa de Sementes da Fartura Lauro Chaves dos Santos”. Em frente ao prédio estão dois homens usando chapéus de palha, um deles vestido de preto e o outro de jaqueta amarela, ambos sorrindo. À esquerda, no primeiro plano, há flores cor-de-rosa. O céu está azul com nuvens brancas, e a casa é cercada por árvores e um cercado rústico de madeira

A cada safra, guardiãs e guardiões escolhem os grãos mais resistentes e adaptados às condições climáticas da região e com isso, alimentam o ciclo da agrobiodiversidade | Foto: Kléber Nunes / ASA

A cada safra, guardiãs e guardiões escolhem os grãos mais resistentes e adaptados às condições climáticas da região. Com isso, alimentam o ciclo da agrobiodiversidade e enfrentam os efeitos do aquecimento global com práticas sustentáveis, sem depender de pacotes tecnológicos externos.

“O uso de sementes adaptadas é extremamente importante porque garante, num primeiro momento, a autonomia e a soberania alimentar dessas famílias. Além disso, é um elemento fundamental para a manutenção da diversidade biológica, pois essas sementes estão adaptadas ao clima local”, explica o pesquisador Fernando Curado, da Embrapa Alimentos e Territórios.

Para a ASA, o fortalecimento desses bancos deve ser entendido como política climática e não apenas como ação agrícola. “As práticas desenvolvidas pelas famílias guardiãs em seus territórios servem como recomendações para a formulação de novas políticas públicas capazes de superar esses desafios revelados pelo estudo (Levantamento Avaliativo das Casas ou Bancos de Sementes no Semiárido). São medidas que precisam promover a agrobiodiversidade, entendendo esta como ferramenta para criar sistemas mais resilientes de produção e consumo de alimentos saudáveis, ao mesmo tempo preservando os biomas”, defende Claudio Ribeiro.

Esse protagonismo das comunidades é ainda mais relevante diante dos desafios ambientais enfrentados por territórios como o de Jucati (PE), onde vive o agricultor Givaldo Pimentel. O município está entre os 100 brasileiros com maior percentual de área em desertificação severa – níveis 4 e 5 -, segundo o Boletim Temático Desertificação. Diante desse cenário, a expectativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) é que a realização da COP30 no Brasil ajude a colocar o tema no centro das negociações globais e a atrair investimentos que fortaleçam soluções baseadas na natureza e no conhecimento dos povos do Semiárido.

Patrimônio ameaçado-A imagem mostra de perto uma vagem de feijão aberta, segurada por uma mão. Dentro dela, estão três grãos de feijão ainda frescos, de cor branca com manchas e pintas rosadas, que dão um aspecto rajado. O fundo da foto está desfocado, mas é possível perceber outras vagens

A seca prolongada, a falta de apoio técnico, o avanço de transgênicos e o desinteresse das novas gerações ameaçam a continuidade do trabalho | Foto: Cláudio Ribeiro / ASA

Apesar da importância, os bancos de sementes enfrentam riscos reais. O estudo da ASA revela que pouco mais da metade das casas e bancos mapeados estão desativados ou extintos (50,4%). Dos 49% restantes, 42,6% estão funcionando e outros 7% não existem mais. As porcentagens correspondem a 441, 373 e 61, respectivamente. A seca prolongada, a falta de apoio técnico, o avanço de transgênicos e o desinteresse das novas gerações ameaçam a continuidade do trabalho.

“Muitas vezes o pessoal desanima da roça de sementes, principalmente pelo valor comercial da semente crioula”, relata Givaldo, que faz parte da Rede Municipal de Sementes de Jucati. O agricultor também afirma que existem questões financeiras que dificultam, principalmente na hora de realizar encontros e reuniões, “Isso é o nosso grande desafio para manter o banco de sementes”.

As dificuldades se agravam com o afastamento das novas gerações. “Nós temos dificuldades com os jovens. Tanto na sucessão rural, quanto no banco de sementes”, conta Givaldo. Ele explica que, mesmo dentro da própria família, o incentivo à educação formal acaba afastando os jovens do campo: “A gente mesmo costuma dizer que o filho ou o sobrinho tem que estudar para ter uma vida melhor”.

Apesar do êxodo rural ser uma realidade em muitas regiões, há movimentos que apontam para o caminho inverso. Em diversas comunidades, jovens que tiveram acesso à educação formal estão retornando ao campo com um novo olhar sobre a agricultura familiar. Combinam o saber acadêmico com os conhecimentos tradicionais.

Além das dificuldades de sucessão, outro risco preocupante é a contaminação por transgênicos. Segundo o pesquisador Fernando Curado, o problema atinge especialmente cultivos de polinização aberta, como o milho crioulo, que sofre contaminação cruzada por meio do pólen transportado por vento, água ou insetos.

Essa realidade tem gerado preocupação entre agricultores, que relatam a perda de variedades crioulas. Curado reforça que “as ações têm se voltado para o monitoramento dessa contaminação”, mas reconhece que isso ainda é insuficiente. Para ele, “os riscos principais estão exatamente na perda dessa agrobiodiversidade, a partir da erosão genética”.

Mesmo diante desse cenário, a ASA reforça que é possível reverter parte das perdas. “As que estão inativas podem voltar a operar com ações simples, como a recomposição dos estoques”, afirma Claudio Ribeiro, assessor de coordenação do Programa Sementes do Semiárido da ASA.

Ele ainda destaca que manter quase metade das casas ativas já é, por si só, um feito relevante: “Essa realidade de resistência das famílias agricultoras e guardiãs tem ainda mais valor se considerarmos que, em mais da metade desse tempo, vivemos sob os governos Temer e Bolsonaro, marcados por severos contingenciamentos de recursos públicos destinados aos programas sociais”.

A desmobilização, segundo ele, foi agravada pela pandemia de Covid-19, que paralisou ações em campo e enfraqueceu redes locais. “Essa conjuntura evidencia a importância de políticas públicas contínuas, investimento em assessoria técnica agroecológica e o fortalecimento de redes de cooperação entre as comunidades, como pilares fundamentais para garantir a sustentabilidade e a longevidade dessas iniciativas”, defende. (O ECO NORDESTE)


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FESTIVAL JUÁ LITERÁRIA ACONTECE ENTRE OS DIAS 22 A 25 DE OUTUBRO

O Festival Juá Literária promete transformar Juazeiro na cidade da arte e da leitura, com música, poesia, dança, literatura, teatro e cultura popular em uma programação pensada para toda a família. O evento gratuito acontecerá de 22 a 25 de outubro e vai reunir grandes nomes como Arnaldo Antunes, Russo Passapusso, Letícia Sabatella, Xangai, Itamar Vieira Junior, Xico Sá, Ana Mametto, Maciel Melo, Mariana Aydar e muito mais.

O Festival, que é realizado pela Prefeitura de Juazeiro, por meio da Secretaria de Educação/Seduc, conta com a curadoria de Maviael Melo e será uma culminância do programa Juá Literária. A iniciativa engloba uma série de ações de educação, cultura e arte, para a formação de estudantes cada vez mais leitores e integrando família, sociedade e escola em uma viagem ao mundo transformador da leitura.

Durante os quatro dias de evento, o Festival vai reunir cerca de 80 atrações em shows musicais, mesas redondas, lançamentos de livros, contação de histórias, apresentações teatrais, a Kombi do Zé Livrório, Cineteatro Busarte, Carreta Literária, Feira de Livros, oficinas e mesa de autógrafos. A programação vai acontecer, simultaneamente, na Orla II de Juazeiro, no Centro de Cultura João Gilberto, nos nove distritos, no Quintal do Poeta e no Rio São Francisco.

O Festival ainda conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, Fundação Pedro Calmon, Editora IMEPH, Ande Livros. A produção é assinada pela Carranca Produções e pela Entre Versos e Canções Produções Artísticas. (ASCOM/PMJ)

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O RÁDIO NASCEU EM PERNAMBUCO: 06 DE ABRIL DE 1919

Pernambuco tem uma contribuição determinante para a história do rádio no Brasil. Aqui, em 6 de abril de 1919, o extinto Jornal do Recife noticiava: “Consoante convocação anterior, realizou-se ontem na Escola Superior de Eletricidade, a fundação do Rádio Clube, sob os auspícios de uma plêiade de moços que se dedicam ao estudo da eletricidade e da telegrafia sem fio. Ninguém desconhece a utilidade e proveito dessa agremiação, a primeira do gênero fundada no país.”

Era o marco inicial de uma conquista de nomes como o radiotelegrafista Antônio Joaquim Pereira. A Rádio Clube foi a pioneira em função de ter feito a primeira transmissão oficial, em um estúdio improvisado na Ponte d’Uchoa, no Recife.

Em fevereiro de 1923, a Rádio Clube de Pernambuco passou a operar com um transmissor de 10 W, tendo sua abrangência aumentada para toda a área do Recife. Toda essa história levantou um amplo debate na sociedade e uma certeza entre estudiosos e pesquisadores: a Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar) atesta que a data de nascimento oficial do rádio no Brasil é 6 de abril de 1919.

A notícia foi localizada em uma microfilmagem do Jornal do Recife, durante pesquisa do professor Pedro Serico Vaz Filho, da Universidade Anhembi Morumbi (UAM), que desde o fim dos anos 1990 investiga a história do rádio. A nova data de aniversário foi corroborada por mais notícias localizadas pelo pesquisador em jornais e revistas, publicados dentro e fora de Pernambuco, inclusive sobre o estatuto da nova emissora.

Jovens curiosos: “Claro que não foi uma rádio com a estrutura que nós temos. Eram jovens estudantes curiosos, que estudavam a radiotelegrafia e resolveram montar uma estação de rádio, [de caráter] bem amador, bem experimental. Mas já deram o título de Rádio Clube de Pernambuco”, disse Vaz Filho em entrevista à Agência Brasil.

Além da investigação em periódicos impressos, o pesquisador reviu a bibliografia a respeito e fez entrevistas com diferentes fontes que testemunharam o funcionamento da Rádio Clube ainda na primeira metade do século 20.

“Os preparativos para a fundação da emissora, segundo apuração com o ex-presidente da Rádio, também pesquisador Antônio Camelo, aconteceram na Rua das Mangueiras, atualmente Rua Leo Coroado, no bairro da Boa Vista”, descreveu a reportagem de Vaz Filho.

Segundo ele, “a Imprensa Oficial do Estado publicou no dia 7 de abril de 1919, um despacho da prefeitura recifense, doando um pavilhão do Jardim 13 de Maio, atualmente Parque 13 de Maio, para funcionar como sede da Rádio Clube.”

As descobertas de Pedro Vaz Filho sobre a primazia da Rádio Clube confirmam o que o professor, jornalista e radialista Luiz Maranho Filho, sempre defendeu. O pai de Maranho Filho trabalhou na emissora pioneira.

Data avalizada: a Carta de Natal, produzida a partir desse estudo, confirmou: “Avalizam essa decisão os dados apresentados há mais de três décadas pelo pesquisador Luiz Maranho Filho (UFPE) e validados, mais recentemente, pelo pesquisador Pedro Serico Vaz (Anhembi Morumbi).”

O novo entendimento sobre o nascimento do rádio no Brasil muda o conteúdo das aulas dos cursos de jornalismo, audiovisual e publicidade nas faculdades de comunicação.

De acordo com Vaz Filho, o líder da fundação da Rádio Clube de Pernambuco foi o radiotelegrafista e contabilista Augusto Joaquim Ferreira, também de perfil intelectual, mas não acadêmico. “Ele e outros jovens pensaram naquela possibilidade como meio de comunicação, não exatamente para levar educação às pessoas, o objetivo era outro: levar informações”, como ainda se dá hoje no rádio escutado no dial dos aparelhos de pilha ou na podosfera acessada pelos serviços de streaming.

Só isso para explicar por que, em Pernambuco, o rádio continua sendo um veículo tão forte, popular e protagonista do desenvolvimento do Estado.

Diariamente, dezenas de prefixos, estado afora, produzem entretenimento, levam informação, prestam serviço e ajudam Pernambuco a ser um estado referência na comunicação no país.

Agregado às novas tecnologias e multiplataformas, o rádio pernambucano é cada vez mais dinâmico, forte, moderno e interativo. Por isso, no radinho, no aplicativo, na web, nas redes sociais, Pernambuco não desliga o rádio!

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MEMÓRIA E FÉ: EXPOSIÇÃO BENZA ESTREIA RETRATANDO REZADEIRAS DO SERTÃO DE PERNAMBUCO

O município de Salgueiro (PE) receberá, nesta semana, a abertura da exposição "Benza", assinada pela fotógrafa e pesquisadora Karen Lima. O projeto retrata a força simbólica, cultural e espiritual das rezadeiras do Sertão pernambucano, reunindo 35 fotografias que transitam entre o documental e o poético. 

Realizada com o incentivo do Governo de Pernambuco, através do Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB), a mostra estará aberta para visitação nos dias 4 e 5 de setembro na Praça Carlos Pena, das 16h às 20h e das 9h às 15h, respectivamente; e no sábado (6), na Praça de Eventos da Comunidade de Conceição das Crioulas, das 10h às 17h. 

A exposição mergulha nas histórias, na fé e na espiritualidade de cinco guardiãs de saberes ancestrais em Pernambuco: Mãe Joana, do Quilombo Conceição das Crioulas (Salgueiro); Rita Pankará e Dona Terezinha, de Orocó; Dona Teinha, de Floresta; e Mãe Neide, de Petrolina. Produzidas a partir de pesquisas realizadas por Karen Lima em visitas a essas localidades, as fotografias buscam retratar a essência de cada uma delas e valorizam tanto a imagem quanto a oralidade dessas mulheres, reconhecidas como referências comunitárias e espirituais em seus territórios. 

Montada em estrutura itinerante, a instalação propõe uma experiência sensorial, com fotografias impressas em tecido, monóculos que remetem à memória familiar e recursos de audiodescrição para pessoas cegas. "Queríamos que a exposição chegasse às comunidades, para que elas mesmas pudessem se ver nas imagens. É um reconhecimento, uma forma de valorização e difusão das histórias dessas mulheres", explica Karen Lima.

Ricas em sabedoria, as rezadeiras no Sertão de Pernambuco guardam aspectos importantes da cultura local. De acordo com Karen, a tradição das rezadeiras carrega saberes transmitidos de geração em geração e que ainda resistem, mesmo diante do risco de desaparecimento. "A exposição também se propõe a preservar essa herança cultural tão importante. Ao fotografar essas mulheres, sinto que preservo não só uma tradição, mas também parte da minha própria história", afirma a fotógrafa e pesquisadora. Após a estreia, "Benza" segue para os municípios de Floresta e Orocó, em locais comunitários e de acesso livre ao público.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Política Nacional Aldir Blanc Pernambuco e tem apoio financeiro do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura - Governo Federal. 



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POETA CANTADOR PETROLINENSE ALDY CARVALHO É INDICADO PARA O PRÊMIO RECONHECIMENTO ARTÍSTICO NA CÂMARA VEREADORES DE SÃO PAULO

O poeta e cantador petrolinense, Aldy Carvalho, é  indicado pela segunda vez  a receber prêmio  de reconhecimento artístico na Câmara Municipal de São  Paulo em cerimônia  no dia 24 de setembro de 2025.

Aldy Carvalho é um artista do sertão de Pernambuco, cuja obra reflete o rico universo nordestino. Como poeta, cantador, escritor, compositor e violonista, sua arte é um verdadeiro mosaico de sons e histórias.

O Prêmio Mceys Qualidade Brasil é um projeto social sem fins lucrativos, idealizado pelo Mceys Instituto de Produção Cultural (MIPC) e Mceys PRO Produções e Eventos, criado no ano de 2015, na cidade de São Paulo, com o objetivo de promover um momento de reconhecimento aos trabalhos sociais dos(as) intérpretes, autores, músicos(as) e produtores que participavam exercendo suas respectivas funções no dia a dia de trabalho com a Mceys PRO Produções e Eventos, se restringindo somente a este ciclo artístico até o segundo semestre de 2016, quando a mesa coordenadora do prêmio, em reuniões, aprovou uma nova ideia adotando mais oportunidades na configuração do processo de indicados(as).

O evento foi expandido, não apenas homenageando e certificando o meio artístico pelos trabalhos sociais que realizam, mas também todas as pessoas e profissionais que os envolvem e contribuem de alguma forma para com suas atividades bem sucedidas, classificando-as em categorias a serem indicados(as), honrando os serviços prestados a nossa sociedade, principalmente com sentimento gratuito e o espírito de doação. Sendo assim, o perfil do indicado(a) ao PRÊMIO MCEYS QUALIDADE BRASIL será conveniente ao seu currículo de vida social, sem escolha de gêneros, etnias, religiões e classes sociais.

Para a definição do objeto de honra atribuído aos(às) indicados(as) a serem laureados(as), a mesa coordenadora elege anualmente um tema, visando a disseminação da cultura, preservação ambiental e o compromisso social.

 Os homenageados, apoiadores e voluntários são convidados a doar alimentos não perecíveis no dia do evento. Os mantimentos arrecadados são destinados aos 9 núcleos assistenciais do Mceys Instituto de Produção Cultural (MIPC), atendidos e apoiados em São Paulo e Grande São Paulo. 

O projeto tem como objetivo despertar a doação, o sentimento de voluntariado e valorização pela cultura. Além  disso, tem como missão incentivar e estimular positivamente o ser humano.

Dentre os homenageados desta edição de 2025  destaca-se o poeta e cantador Aldy Carvalho 

O evento, aberto ao público em geral, será  realizado na Câmara  Municipal de São Paulo em 24 de setembro de 2025

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GERALDO AZEVEDO É TEMA DE PROJETO ARTÍSTICO CULTURAL EM PETROLINA

A Escola Municipal de Educação em Tempo Integral Professor Anézio Leão realizou a culminância do projeto "Anézio canta Geraldo", iniciado em março deste ano, que integra a proposta anual da Rede Municipal de Educação "Eu, você, o mundo pro que der e vier". A iniciativa homenageou os 80 anos do cantor, compositor e poeta petrolinense Geraldo Azevedo, levando para a sala de aula música, arte e identidade cultural.

Durante todo o processo, os estudantes participaram de oficinas criativas inspiradas em cinco grandes sucessos do artista: Barcarola, Dia Branco, Bicho de Sete Cabeças, Dona de Minha Cabeça e Táxi Lunar. O resultado foi apresentado em grande estilo com exposição dos trabalhos produzidos no pátio interno da escola. Na quadra, as crianças emocionaram o público com apresentações de dança coreografadas ao som das canções.

Os estudantes Mikaele Silva Souza (5º ano A), Heitor Gonçalves de Souza Silva (4º ano C) e Miguel Matos Lima (2º ano B) tiveram papel especial  e protagonizaram ao abrir o evento com a biografia de Geraldo Azevedo e a contextualização histórica das músicas trabalhadas. As professoras de Arte Andréa Shirley Sousa dos Santos (1º ao 3º ano) e Richelly Cavalcanti de Sousa (4º e 5º ano) foram responsáveis pela condução das atividades ao longo do projeto que ficará marcado como uma homenagem de Petrolina a um de seus maiores ícones culturais.

Um dos momentos mais marcantes do evento, foi a presença da senhora Gracilda Azevedo, irmã de Geraldo Azevedo, que expressou sua emoção diante da homenagem. 

"Não existem palavras para descrever o que foi feito aqui. É muita felicidade ver esse carinho na nossa terra. Geraldo foi uma criança como esses alunos, começou a se interessar pela música com nossa mãe, e mesmo tendo ido para o Recife para estudar engenharia, a música falou mais alto. Ele enfrentou muitas dificuldades, mas venceu e hoje orgulha toda a cidade. As apresentações foram lindas, e eu levo comigo tudo que vi aqui para mostrar a ele. Tenho certeza de que Geraldo ficará muito emocionado em saber o quanto é amado", destacou. (Fonte Texto: Fabiana Diniz - Assessora de Comunicação da Secretaria de Educação e Esporte)

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DESERTIFICAÇÃO É UM DOS PROCESSOS AMBIENTAIS MAIS GRAVES DA ATUALIDADE

A desertificação é um dos processos ambientais mais graves da atualidade. Ela ocorre quando solos férteis, sob a pressão combinada de fatores climáticos e da ação humana, perdem progressivamente sua capacidade produtiva.

O desmatamento, o uso intensivo da terra, o sobrepastoreio, as queimadas e a má gestão da água aceleram esse processo. Já as mudanças climáticas contribuem para intensificar secas prolongadas e ondas de calor que fragilizam os ecossistemas.

De acordo com relatório “The Global Threat of Drying Lands”, da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), mais de três quartos de todas as terras do Planeta ficaram mais secas nas últimas três décadas até 2020 — em comparação com o período de anterior.

A organização também estima que 40% da superfície terrestre já se enquadra em regiões áridas ou semiáridas. Nessas áreas vive um terço da população mundial, em sua maioria em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Segundo Aldrin Martin Pérez Marín, pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), coordenador do Observatório da Caatinga e Desertificação e correspondente científico do Brasil junto à UNCCD, o problema não pode ser reduzido a uma questão ambiental.

“Esse processo […] toca a vida de milhões de pessoas, fragiliza a agricultura familiar, ameaça a segurança alimentar e coloca em risco o futuro da nossa Caatinga – bioma único, 100% brasileiro, que é, ao mesmo tempo, floresta, cultura e esperança”, afirma.

O Brasil também convive com esse problema. O Semiárido brasileiro é considerado uma das regiões mais vulneráveis do Planeta. Segundo o Insa, quase 30 milhões de habitantes, estão concentrados áreas onde a desertificação já é uma realidade.

Ainda conforme o Instituto, cerca de 85% do Semiárido apresentam algum grau moderado de desertificação, enquanto 9% estão desertificados. Para o pesquisador, compreender a gravidade da desertificação exige olhar para além dos números,e observar também seus efeitos sobre a vida das pessoas.

“Hoje, o País enfrenta desafios climáticos e ambientais que exigem não apenas ações urgentes, mas também uma mudança paradigmática na forma como lidamos com a convivência com a semiaridez. […] Nesse contexto, a desertificação tornou-se um dos maiores problemas ambientais enfrentados pelo Brasil, especialmente no Semiárido”, comenta Aldrin.

Além da degradação ambiental, há impactos diretos sobre a população. Famílias agricultoras ainda enfrentam quedas na produtividade, pecuaristas veem seus rebanhos morrerem pela falta de pastagem, e jovens acabam migrando para centros urbanos em busca de sustento.

“Se a terra adoece, adoece também o povo que dela depende. Agricultores familiares, povos indígenas, comunidades quilombolas e assentados da reforma agrária são os que mais sentem a degradação avançar”, explica o pesquisador.

O fenômeno da desertificação está ligado às mudanças climáticas. A elevação das temperaturas médias, combinada à irregularidade das chuvas, gera um ciclo de degradação que se retroalimenta.

O pesquisador Aldrin Martin Pérez Marín explica que, com o uso excessivo e sem cuidados adequados, o solo começa a perder sua fertilidade, fica exposto ao vento e à água da chuva, que levam embora o material fértil | Foto: Arquivo pessoal

Segundo Aldrin, o processo de desertificação é uma espécie de ciclo vicioso. Inicia com a ocupação de uma área específica, seguida pela derrubada da vegetação nativa, e uso do solo para a pecuária ou agricultura.

Ele ainda completa: “com o uso excessivo e sem cuidados adequados, o solo começa a perder sua fertilidade, fica exposto ao vento e à água da chuva, que levam embora o material fértil, e empobrecem ainda mais a área”.

Esse ciclo é sentido de forma ainda mais intensa no Semiárido brasileiro. A agricultura de sequeiro, predominante na região, depende diretamente da regularidade das chuvas. Quando elas falham, a produção acompanha.

A configuração atual fragiliza a economia regional, gera insegurança alimentar e pressiona os serviços públicos urbanos diante da migração forçada. Portanto, o combate à desertificação é também uma estratégia de adaptação às mudanças climáticas.

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