ÁGUAS DO VELHO CHICO AVANÇAM E ELEVAM NÍVEL DO RIO PIRANHAS

O avanço das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) em direção ao Rio Grande do Norte alcançou, nesta quarta-feira (13), o município de São Bento, no sertão paraibano. Nos próximos dias, a água deve chegar ao território potiguar, beneficiando milhares de moradores do semiárido, incluindo municípios que enfrentam histórico de escassez hídrica. As medições feitas pelos técnicos do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) apontaram uma elevação de 4 centímetros do nível do Rio Piranhas.

É a primeira vez que a água do PISF chegará, de forma regulamentada, ao semiárido potiguar. O processo de vazão começou na última terça-feira (5), a partir da Estação de Bombeamento EBI-1, no município de Cabrobó (PE), passando pela estrutura de controle da Barragem Caiçara, em Cajazeiras (PB). Na quarta-feira (6), o percurso seguiu pela Barragem Engenheiro Avidos e, na sexta-feira (8), pela Barragem de São Gonçalo, em Sousa (PB). Na terça-feira (12), a água alcançou os municípios de Pombal e Paulista, no norte da Paraíba.

Após São Bento, a água seguirá rumo à divisa com o Rio Grande do Norte e deve chegar no município de Jardim de Piranhas, já em solo potiguar, na sexta-feira (15). Depois, a água será destinada aos principais reservatórios do estado: a Barragem de Oiticica, em Jucurutu, com capacidade de 742 milhões de metros cúbicos, e a Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do Rio Grande do Norte, com capacidade de 2,4 bilhões de metros cúbicos, localizado na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu, nos municípios de Itajá, São Rafael e Jucurutu. Com a chegada da água nesses açudes, estima-se que milhares de pessoas serão beneficiadas, fortalecendo atividades econômicas locais e promovendo maior segurança hídrica para o estado.

O percurso até o território potiguar compreende 412 km e envolve um complexo sistema de reservatórios e canais. “Essa liberação de água é histórica para o estado do Rio Grande do Norte, porque é a primeira vez que está sendo liberada água da transposição do São Francisco, após manobras de testes feitas pelo governo passado. Nós, do MIDR, estamos atendendo ao pedido feito pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos”, disse o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.

A operação é resultado de uma articulação entre o Governo Federal e os governos estaduais da Paraíba e do Rio Grande do Norte, visando reforçar o abastecimento humano, irrigação agrícola e dessedentação animal em regiões historicamente afetadas pela seca. Técnicos do MIDR monitoram permanentemente a qualidade e quantidade de água, garantindo que a distribuição ocorra de forma eficiente e contínua.

Caminho das águas e PISF-O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do país, no âmbito da Política Nacional de Recursos Hídricos. Com 477 quilômetros de extensão, distribuídos em dois eixos (Leste e Norte), o empreendimento assegura a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba — estados onde a estiagem é frequente.

Recentemente, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, percorreu trechos do chamado “caminho das águas”, acompanhando de perto o andamento das obras estruturantes que possibilitam a chegada das águas do São Francisco ao Rio Grande do Norte. “Essa liberação marca mais um avanço na missão de garantir segurança hídrica ao povo nordestino. O Rio Grande do Norte é uma das pontas dessa grande engenharia que é o PISF, e estamos chegando lá com planejamento, responsabilidade e olhar social”, afirmou Waldez Góes.

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ONILDO ALMEIDA 97 ANOS

Excepcionalmente, vou pedir licença aos leitores de O Poder para falar de Onildo Almeida, o primeiro parceiro musical do meu pai. Já publiquei esse texto no ano passado, mas hoje eu não poderia deixar de homenagear esse ícone do País de Caruaru, e do Brasil, o “Homem da Feira”, que está completando 97 anos, ainda com um vozeirão, encantando a todos. Parabéns, Onildo! Republico um artigo que escrevi nos seus 89 anos.

Há alguns anos, fui para a homenagem a Onildo Almeida. O evento, organizado pelo presidente do Instituto Histórico de Caruaru, Walmiré Dimeron, com o apoio do empresário Djalma Cintra Filho, aconteceu no Espaço País de Caruaru, do Polo Comercial. Na ocasião, houve o lançamento de um livro e a projeção de um documentário sobre o homenageado, uma exposição de discos e fotos do seu acervo pessoal, além de depoimentos de amigos e familiares e de um bate papo com o compositor. Emocionado, Onildo agradeceu, cantando várias de suas canções, entre elas a imortal “A Feira de Caruaru”. Sensacional!

Voltei para casa tão entusiasmada que decidi, também, homenageá-lo, escrevendo algumas linhas sobre ele. Para tanto, procurei dados nos escritos do meu pai, que era fã do seu primeiro parceiro musical. Muitos não sabem, mas a primeira música que Seu Nelson compôs, em 1957, foi “Capital do Agreste”, em parceria com Onildo. Uma homenagem ao centenário da cidade. Gravada por Luiz Gonzaga em disco de 78 rpm, junto com “A Feira de Caruaru”, fez sucesso na época.

Encontrei vários registros nelseanos sobre Onildo. Escolhi trechos do livro “Vasto Mundo – Panorama visto do Monte” (1981): “Antigamente se dizia que todo 13 de agosto é dia de o Diabo andar solto no meio do mundo, dia aziago, por conseguinte. Pois bem, sem ser diabólico e sem ter cauda de capiroto, deu as caras neste vale de lágrimas, exatamente em 13 de agosto de 1928, um velho e querido amigo meu: Onildo Almeida, o menino da Ponte Velha, no País de Caruaru, filho de Zinha, que era excelente tocador de bandolim, violão, banjo e violino, integrante destacado da orquestra de cordas do saudoso Bloco Carnavalesco Lira Independente, dos velhos carnavais caruaruenses. 

Zinha era José Francisco de Almeida, comerciante de secos e molhados, casado com Flora Camila de Carvalho Almeida, havendo, por seu leito, os seguintes filhos: Ivanilda, Onildo, Letícia, Idelcina, José, Zenilda e Cleide”. Consta ainda no referido livro que: “Onildo, com apenas oito anos de idade, já cantava no coro da igreja evangélica; foi oficial de alfaiate, aprendiz de João Boinha, na Alfaiataria João Barbalho; fez o curso secundário no Ginásio de Caruaru, no tempo de Dr. Luiz Pessoa; na vida artística, estreou como crooner de orquestra matuta na sede do Esporte Clube Caruaruense; sua primeira composição musical, em 1945, foi o fox intitulado, ‘Não me abandones’; ainda em 45, chegou a tocar na Jazz Acadêmica, no Recife, mas seu lugar era Caruaru, onde se realizaria como músico e excelente compositor que é; a sua grande chance profissional ocorreu em setembro de 1951, com o surgimento da Rádio Difusora de Caruaru, na qual integrava o conjunto vocal, ‘Os Caetés’, junto com o inesquecível Luiz Queiroga e outros rapazes; na Difusora, Onildo foi homem de sete instrumentos: cantor, controlist a, redator, crítico musical, a gota”.

Por fim, seu Nelson afirma “Onildo Almeida, um nome que é uma legenda no cancioneiro popular nordestino, oxente!”. Esta é a minha homenagem a esse ícone do País de Caruaru!

Valéria Barbalho é médica e cronista.

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BEBÊS PREMATUROS NO CEARÁ PREFEREM O BALANÇO DA REDE

O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, atende cerca de 55 municípios cearenses e é referência no estado em técnicas não invasivas para a recuperação de prematuros. Uma delas é a redeterapia, usada com bebês com quadro clínico estável.

Rafaela e a mãe, a professora Jamile Lima, ainda experimentam os benefícios do tratamento feito na unidade. Após complicações durante a gravidez, Rafaela veio ao mundo prematuramente, no dia 9 de agosto deste ano.

Com 28 semanas incompletas de gestação e apenas 730 gramas, a pequena Rafaela figura no quadro de bebês prematuros extremos. Mãe e filha foram atendidas na Unidade Neonatal do HRN e ainda aguardam a tão esperada alta médica.

O HRN conta a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), que atende prematuros em quadros clínicos mais complicados, além das unidades de Cuidado Intermediário Convencional (Ucinco), para pacientes com dificuldades na amamentação, por exemplo, e a de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (Ucinca), onde Rafaela e a mãe estão. A unidade acentua o ganho de peso das crianças prematuras saídas da Utin.

O Hospital Regional trabalha com foco nas ações conjuntas e em atividades terapêuticas. “O bebê ainda não consegue ficar muito do colo e na redinha ele fica mais aconchegado. A rede adequada ao seu tamanho faz com que ele se sinta abraçado e o nível de oxigênio melhora”, detalha a coordenadora do Serviço de Neonatologia, Cristiane Lemos.

“Ela está com 1,524 Kg e a previsão é que a gente saia quando ela estiver com 1,800 kg. Cada graminha é uma conquista”, conta Jamile. No Projeto Canguru, o vínculo entre mãe e filha se tornam ainda mais forte, o que ajuda, também, na recuperação das duas. “Fico no quarto com outras mães e eu que dou banho, remédio, tudo com o acompanhamento dos médicos”, lembra.

Rafaela e Jamile passaram por todas as unidades de atendimento neonatal do Hospital Regional. Agora, com quadro bastante evoluído, mãe e filha estão quase prontas para ir para casa. “Aqui nós temos formações e por isso meu sentimento hoje é de segurança. A gente foi lutando e hoje está tudo bem. Eu vou pra casa já segura de como cuidar da minha filha”, conta Jamile.

É direito de pais e mães ter livre acesso ao recém-nascido quando necessário o internamento após o parto, mesmo que a criança dê entrada em Unidades de Terapia Neonatal Intensiva (UTI Neonatal).

Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 10% dos bebês nascem antes do tempo no País, quadro que pode trazer complicações à saúde das crianças.

Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado a fornecer uma atenção humanizada não só ao recém-nascido, mas também a toda sua família.


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UNIVASF LANÇA CAMPANHA CONTRA ASSÉDIO MORAL E SEXUAL, DISCRIMINAÇÃO

A Comissão de Combate ao Assédio e à Discriminação (CCAD) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) lança nesta segunda-feira (11) uma campanha de sensibilização contra o assédio moral e sexual e a discriminação. A campanha tem como ideia central “Assédio e Discriminação: problema de todos, responsabilidade coletiva” e visa sensibilizar a comunidade acadêmica para a compreensão de que este é um problema que diz respeito a todos e suas consequências devem ser assumidas de forma coletiva, despertando o compromisso para a mudança.

A ação será realizada via redes sociais oficiais e com a fixação de cartazes em locais estratégicos em todos os campi da Univasf. O primeiro cartaz tem como mensagem “Não é brincadeira, se ofende!” e reafirma que ofensa disfarçada de brincadeira afeta o bem-estar do indivíduo e exige o cuidado de todos.

A campanha de sensibilização é parte das ações da Comissão de Combate ao Assédio e à Discriminação (CCAD) e integra o Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação (PSPEAD) da Univasf, que estabelece as diretrizes para a prevenção e o combate ao assédio moral e sexual e a discriminação no âmbito da Instituição. O Plano completo, elaborado pela CCAD, está disponível para acesso no site da comissão.

Para falar com a Comissão de Combate ao Assédio e à Discriminação (CCAD) da Univasf basta enviar mensagem para o e-mail: ccad@univasf.edu.br.

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EVASÃO ESCOLAR É QUESTÃO DE ESTADO, DIZ LULA

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou nesta segunda-feira (11) o Prêmio MEC da Educação Brasileira a estudantes, municípios e escolas da rede pública do país. A cerimônia foi realizada no Palácio do Planalto.

A premiação foi entregue a 116 projetos, escolhidos por apresentarem melhores práticas de inclusão e diversidade, qualidade da educação pública, desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), acesso e permanência, avanço na alfabetização e educação em tempo integral e desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a partir da análise de dados da educação básica e outros indicadores, segundo informou o Ministério da Educação.

Em discurso, Lula destacou que uma das prioridades do governo é o investimento em educação, citando a criação do programa Pé-de-Meia, voltado a estudantes de baixa renda do ensino médio da rede pública inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).

A iniciativa funciona como uma poupança com o objetivo de promover a permanência na escola e a conclusão desta etapa de ensino.

“[Evasão escolar] é um problema do governo, do Estado. O Estado não pode transferir a sua responsabilidade para a família ou para Deus. É preciso que a gente assuma a responsabilidade e, por isso, criamos o Pé-de-Meia”, afirmou Lula, ao criticar falta de investimentos de governos passados no setor.

“Não é possível fazer [educação] de graça. Ela custa”, destacou o presidente, que também citou a necessidade de infraestrutura escolar, laboratório e contratação e pagamento de professores.

O presidente disse ainda que o governo federal tem articulado com estados e municípios o cumprimento da meta de alfabetizar 80% das crianças até o 2° ano do ensino fundamental até 2030.

Prêmio MEC da Educação Brasileira

Dos premiados, 54 foram alunos que obtiveram maiores notas na redação do Enem, além de quatro estados, 35 municípios e 20 escolas pelos altos desempenhos em oito categorias: educação infantil, alfabetização, anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental, ensino médio, Enem, educação em tempo integral e educação profissional e tecnológica. Também foram homenageados 49 professores. 

Os vencedores receberam troféus, medalhas, certificados e prêmios entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. Os valores deverão ser usados para melhoria da infraestrutura escolar e reconhecimento dos profissionais de educação.

“A sensação que eu tive aqui ao entregar esse prêmio para vocês é como se eu estivesse entregando o Oscar da resiliência, da teimosia para pessoas que acreditam que não há nada impossível neste planeta quando a gente tem vontade. Não existe espaço para desanimar”, afirmou Lula ao se referir ao Prêmio MEC.

A entrega da premiação teve a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, de secretários de educação, estudantes, professores, parlamentares e ministros de outras pastas.

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TRANSIÇÃO ECOLÓGICA: CÁRITAS PROPÕE PROTAGONISMO DE POVOS TRADICIONAIS

A menos de três meses da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), a Cáritas Brasileira divulgou nesta segunda-feira (11) um documento que reúne propostas para uma transição ecológica pautada por justiça climática e protagonismo das comunidades tradicionais.

Com o título Documento de Posições da Cáritas Brasileira para a COP30: Por uma transição justa, inclusiva, popular e democrática, o texto sistematiza iniciativas de enfrentamento aos principais desafios relacionados à crise climática, em defesa da vida e da construção de alternativas sustentáveis.

De acordo com a diretora-executiva da Cáritas Brasileira, o documento é reflexo de um trabalho de fortalecimento e promoção de iniciativas pela transição ecológica justa no Brasil, que já é desenvolvido pelo organismo humanitário.

“A Cáritas Brasileira acredita que, para construir uma sociedade do bem viver, nós precisamos ter uma forte relação de sustentabilidade com o meio ambiente e todos os seres vivos”, reforça.O documento reúne propostas em sete eixos temáticos:

financiamento;

perdas e danos;

refúgio climático para atingidos pela crise;

iniciativas de tecnologias sociais;

agroecologia e segurança alimentar;

mitigação e direitos humanos e ambientais;

e transição energética.

Estão incluídas soluções internacionais, como o reconhecimento da dívida ecológica histórica dos países do Norte Global e mais desenvolvidos para com o Sul Global, e nacionais, como mais atuação do governo brasileiro para garantir estratégias de financiamento climático viáveis e com acesso direto aos recursos por parte de comunidades e organizações locais.

Também é proposta a integração das ações de mitigação das emissões, apresentada na forma de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês) às agendas de direitos humanos e ambiental.

Outra sugestão é o reconhecimento da agroecologia como estratégia de garantir sustentabilidade alimentar e a instituição de consulta às comunidades tradicionais sobre iniciativas que afetam seus territórios.

De acordo com a Caritas Brasileira, que tem origem na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e reúne 198 entidades em todo o país, a proposta será levada aos diversos ambientes de negociação da COP30. O objetivo é garantir que as demandas resultantes da escuta e das experiências da rede em todo o país cheguem aos tomadores de decisões.

“Essas demandas são urgentes, porque dizem respeito a demandas reais de povos originários, comunidades tradicionais, comunidades rurais, urbanas e periféricas, que no final são os mais atingidos pela emergência climática e são os que menos contribuem para ela”, destaca Lucas D’Avila, assessor nacional da Cáritas Brasileira. (Agencia Brasil)

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GOVERNO LANÇA CONSULTA PÚBLICA SOBRE SUSTENTABILIDADE DO JORNALISMO AMBIENTAL

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), por meio da Secretaria de Políticas Digitais (SPDIGI), lança nesta segunda-feira, 11 de agosto, a Consulta Pública de Tomada de Subsídios sobre Sustentabilidade do Jornalismo Ambiental e sobre a Amazônia. A iniciativa tem como objetivo reunir contribuições para fortalecer o jornalismo voltado à cobertura ambiental e à região amazônica, especialmente em um contexto de recentes ameaças à liberdade de imprensa, à segurança de comunicadores e à integridade da informação.

Apesar de o Brasil ter avançado 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a segurança de jornalistas e comunicadores, especialmente os que atuam na cobertura socioambiental, continua sendo um desafio.

A consulta pública ficará aberta até 7 de setembro de 2025, na Plataforma Participa + Brasil. Ela é direcionada a jornalistas, comunicadores(as), veículos de mídia, especialistas, representantes de instituições públicas e da sociedade civil. O objetivo é diagnosticar os desafios enfrentados por quem atua na cobertura ambiental e da Amazônia, identificar formas de apoio à sustentabilidade do setor e receber sugestões para políticas públicas que garantam condições seguras, plurais e democráticas para o exercício da comunicação. A Consulta Pública tem como objetivo o desenvolvimento de diagnóstico sobre a temática. Denúncias que precisam de ações do Estado devem ser enviadas ao Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

A consulta está dividida em quatro eixos principais:

Violências contra comunicadores ambientais e da Amazônia

Proteção e segurança no exercício do jornalismo

Promoção e acesso à informação sobre meio ambiente e Amazônia

Desafios e especificidades da cobertura na região amazônica

MESA DE TRABALHO CONJUNTAS - O questionário da consulta foi elaborado pela Mesa de Trabalho Conjunta sobre a implementação das medidas cautelares MC-449/22, concedidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em favor de Bruno Pereira, Dom Phillips e de membros da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). A mesa é resultado de um acordo entre o Estado brasileiro, beneficiários e representantes das vítimas, com o objetivo de fortalecer a proteção de comunicadores, defensores ambientais e lideranças indígenas na região.

Antes do lançamento oficial da consulta, representantes da Secom/PR integraram missão interinstitucional ao Vale do Javari (AM), coordenada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), que reuniu diversos órgãos federais, familiares das vítimas e organizações da sociedade civil. Durante a missão, foi realizada uma reunião da Mesa de Trabalho Conjunta na sede da Univaja, com escuta ativa de comunicadores locais e articulação de ações imediatas de proteção coletiva.

Como parte da missão, foi promovido o primeiro momento de escuta pública, por meio do debate “Jornalismo, comunicação e desinformação na Amazônia”, com comunicadores locais. A atividade teve como foco a identificação de demandas regionais específicas e marca o início do processo participativo de construção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade do jornalismo ambiental.

A escuta realizada por meio da Tomada de Subsídios articula-se também com os compromissos da Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre a Mudança do Clima, lançada pelo Brasil, Nações Unidas e Unesco em 2024. A iniciativa propõe uma abordagem ampla para garantir a integridade das informações relacionadas à crise climática e ao meio ambiente — pilar essencial para o fortalecimento do jornalismo socioambiental.

SUSTENTABILIDADE - Para a SPDIGI, garantir a sustentabilidade do jornalismo significa ir além da viabilidade econômica: trata-se de promover um ecossistema informativo livre, seguro, diverso e acessível. Isso envolve:

Condições dignas para o exercício da atividade jornalística;

Garantias legais e institucionais à liberdade de imprensa;

Ambientes digitais mais transparentes;

Proteção à integridade física e mental de comunicadores;

Políticas públicas que fomentem inovação, pluralismo e diversidade.

A consulta pública é uma ferramenta de escuta ativa da sociedade e parte fundamental do processo de formulação de políticas públicas orientadas pelos direitos humanos, pela justiça climática e pela democratização da comunicação.

Como participar: Acesse a consulta pública pela plataforma Participa + BrasiI.

Para envio de estudos e materiais complementares (até 20MB), utilize o e-mail dlib@presidencia.gov.br. Assunto: “Tomada de Subsídios – Jornalismo Ambiental”).

As contribuições recebidas serão consolidadas em relatório público e subsidiarão ações, programas e marcos normativos em elaboração pela Secom/PR.


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