DOMINGUINHOS O ENCANTADOR DE SANFONAS FARIA 84 ANOS NESTA QUARTA-FEIRA (12)

 Vem amor, vem cantar

Pois meus olhos

Ficam querendo chorar

Deixe a mágoa pra depois

O amor é mais importante a dois

Os versos da música Sanfona Sentida, na voz e acompanhados pelo dedilhar de Dominguinhos (1941-2013), inspiraram o professor de história Gustavo Alonso, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para o título da biografia do artista nascido em Garanhuns (PE). A letra é de autoria de Anastácia, uma das principais parceiras profissionais, e também uma das companheiras de vida do músico.

O livro, que deve ser lançado no ano que vem (2026) pela editora Todavia (com previsão de 380 páginas), traz detalhes sobre a inventividade, a mistura de ritmos e até polêmicas da vida do artista que ficou conhecido como uma referência da sanfona e do forró, e um herdeiro musical do “rei do baião”, o também pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989). A data de nascimento de Gonzagão, 13 de dezembro, passou a ser reconhecida como o Dia Nacional do Forró

 “[Essa imagem] de ele ser o herdeiro de Gonzagão era uma questão tensa para Dominguinhos pelo menos até a morte do Rei do Baião. Às vezes, ele abraçava essa ideia. Às vezes, não”, disse o biógrafo, que também é músico, em entrevista à Agência Brasil.

“Era um gênio. Muito humano, com fraquezas, carências, dificuldades e capacidades. Um artista intuitivo.”

A infância humilde em Garanhuns, na década de 1940, com os pais camponeses, passou a ter um outro tom quando foi tocar com dois irmãos no centro da cidade, o mais velho, Moraes, e o mais novo, Valdomiro. “No total, a família teve 16 filhos e seis morreram. Em 1949, eles estavam tocando em frente ao Hotel Tavares Corrêa para ter dinheiro para o almoço. A renda da plantação não dava para todo mundo”, explica o pesquisador.

Foi quando o astro Luiz Gonzaga chamou o trio para tocar com ele. E deu aos meninos um telefone e um endereço no Rio de Janeiro. “Luiz Gonzaga fazia e fez isso com muita gente. Na época, o Dominguinhos não tocava sanfona, mas pandeiro”.

Em 1954, a família foi para o Rio. Todos em caminhão pau-de-arara. Dominguinhos ainda era chamado de Neném do Acordeon.

Depois de trabalhar até como tintureiro com seus 13 anos de idade, Dominguinhos procurou Gonzagão no Rio de Janeiro, ganhou confiança e passou a ser um faz-tudo do experiente músico. “Com o tempo, Dominguinhos passou a buscar um caminho próprio dele, flertando com o pessoal da MPB, por exemplo”. Ia além: misturava forró com jazz e fazia um ritmo de forma mais desconstruída, sobretudo na obra instrumental.

Nas décadas de 1960 e 1970, o artista frustrou quem imaginava que ele poderia ser uma voz contra a ditadura, tal como Gonzagão, que não enfrentou o regime de exceção em suas obras. A morte de Gonzagão e depois de Gonzaguinha, em 1991, foi, para o pesquisador, fundamental para ele aceitar, informalmente, o rótulo de herdeiro do Rei do Baião. Inclusive, nos anos 1990, ele recebeu apoio estatal para um projeto chamado “Asa Branca”, em que ele levava forró pelo país para cultuar a memória do músico que o descobriu.

Dominguinhos, diferentemente do Gonzaga, nunca parou de gravar música instrumental. “Nessas músicas, eu diria que estão as mais virtuosísticas obras dele”, avalia o pesquisador. Depois, o artista passou a assumir a imagem com um chapéu de vaqueiro e nunca deixou de usar. “Era mais comum ele aparecer com roupas modernas, camisas floridas, cabelos grandes em um flerte com os tropicalistas”.

O biógrafo explica que foi Anastácia (que era mais conhecida do que o parceiro) quem o ensinou a cantar. Era uma relação profissional e amorosa em que as letras também mergulhavam em empolgação ou melancolia.

“Anastácia é uma compositora que ele conhece em 1967 e tem um caso amoroso com ela. Eles viram amantes e ficam juntos até 1978”.

O término abrupto deixou mágoa na artista, que foi entrevistada pelo pesquisador. Hoje ela tem 83 anos de idade, vive em São Paulo (SP) e, segundo o pesquisador, revela detalhes da vida com Dominguinhos.

Ela guardou tristeza profunda, destruiu fotografias com o antigo parceiro, mas reconhece que foi o amor da vida dela. As traições recorrentes do artista, além de a desanimarem, foram inspirações para composições. Ficaram 30 anos sem se comunicarem e só se encontraram quando Dominguinhos descobriu o câncer que iria matá-lo.

A história de amor clandestina começou em uma turnê com Luiz Gonzaga. Depois, passaram a viver e se encontrar em São Paulo. “Foi lá, inclusive, que compuseram Eu Só Quero um Xodó, que é um grande clássico”.

“Antes, era Anastácia quem o levava para conhecer as pessoas. Ela era uma compositora. Ele compunha temas instrumentais”. A artista explicava como escolher e desenvolver um tema, e voltar para o refrão. “Ela deu a régua e o compasso para ele no mundo da canção”, diz o biógrafo. A parceria ganha os sons de baiões, xotes, forrós e também boleros.

A união musical rendeu discos como Domingo, Menino Dominguinhos (1976). Outros álbuns que o pesquisador destaca são Apôs, tá Certo (1979), Querubim (1981) e Simplicidade (1982).

“São os meus preferidos. A discografia dele é longa. Depois tem a parceria com o Nuno Cordel também, em meados dos anos 1980, quando ele não tem mais a Anastácia. Ele se separa dela em 1978 e também da esposa no Rio de Janeiro porque ele se apaixona por outra artista, Guadalupe, com quem ele ficou casado por cerca de dez anos”.

Dominguinhos, sem Anastácia, passou a procurar compositores como Nando Cordel, Chico Buarque, Djavan e Gilberto Gil. “Ele teve grandes parceiros”. Mas o artista apreciava aqueles que respondiam rapidamente. Por isso, sentia falta da antiga companheira.

Dominguinhos, na avaliação do biógrafo, trouxe uma feição nova para o gênero do Luiz Gonzaga. A sanfona que ele usou mais tempo na vida foi um modelo Giulietti, ítalo-americana, que ele comprou usada na Inglaterra.

“Ele se encantou com aquela sonoridade”. E isso fez parte das transformações musicais dos anos 1970. “Ele é um agente fundamental desse momento”.

O forró misturado a outras influências entoaram uma nova história para a música nordestina. O pesquisador afirma que não houve um batismo oficial de Rei do Forró, mas considera que Dominguinhos ajudou a moldar o ritmo que é ouvido no século 21.

“Hoje em dia, todo sanfoneiro quer ter o instrumento igual do Dominguinhos”. E também a inventividade de uma sanfona que não parou, que cantava o amor, celebrado com xodós, que “alegre meu viver” e pela busca de estar “de volta para um aconchego”.

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ONILDO ALMEIDA O AUTOR DA FEIRA DE CARUARU E DA HORA DO ADEUS

 Quem nunca foi a Caruaru e de lá saiu cantando que em sua feira há de tudo, que atire a primeira pedra sobre este cronista! Tem massa de mandioca, batata assada, tem ovo cru, laranja e manga, batata-doce, queijo e caju. Tem cenoura, jabuticaba, guiné, galinha, pato e peru.

Tem bode, carneiro e porco, se duvidar isso é cururu. Tem cesto, balaio, corda, tamanco, greia, tem boi tatu. Tem fumo, tem tabaqueiro, tem tudo e chifre de boi zebu. Caneco, arcoviteiro, peneira, boi, mel de uruçu. Tem carça de arvorada, que é pra matuto não andar nu.

Na feira de Caruaru, tem coisa pra gente ver. De tudo que há aí no mundo, nela tem pra vender. Não há uma canção mais famosa no mundo sobre a terra do Coronel Ludujero! Se vivo fosse, Nelson Barbalho, que imortalizou a cidade como “O País de Caruaru”, certamente concordaria comigo em número, gênero e grau.

“A Feira de Caruaru”, canção imortalizada na voz de Luiz Gonzaga, saiu da pena de outro gênio parceiro do Rei do Baião: o caruaruense Onildo Almeida, que está entre nós, com 97 anos, esbanjando saúde e charme na sua Caruaru.

Já fiz até um Sextou com ele, programa musical que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, no qual exibiu uma incrível vitalidade e uma lucidez impressionante. Nele, Onildo contou uma história fantástica: a despedida precoce do Gonzagão dos palcos da vida que não se concretizou por obra do próprio Onildo, que deu uma bronca no rei e depois lhe presenteou com a música “A hora do Adeus”.

Onildo Almeida é acadêmico e com o tempo virou Doutor Honoris Causa da UFPE. Parceiro musical e amigo de Luiz Gonzaga por cerca de 32 anos, gravou junto com o Rei do Baião 22 músicas. Entre os clássicos, além da composição “A Feira de Caruaru”, se imortaliza também com “Aproveita Gente”, “Regresso do Rei”, “Sanfoneiro Zé Tatu” e “A Hora do Adeus”.

Onildo contou que em 1967, o Rei do Baião o pediu para escrever uma música que representasse o fim da sua bem-sucedida carreira. Segundo Onildo, Gonzaga sentia que o tempo dele no cenário musical havia chegado ao fim. No início, Onildo se recusou, mas depois fez a canção.

“Uma semana depois [do pedido de Gonzaga] fui ao Rio de Janeiro. Meus colegas de rádio de Caruaru estavam lá e nos encontramos. Luiz Queiroga, que era um deles, tirou um papel do bolso com umas palavras e disse: ‘Vocês querem ver o que é talento? Onildo, coloca música nisso aí’. Quando eu abri o papel, tinham dois versos: O meu cabelo já começa prateando, mas a sanfona ainda não desafinou / A minha voz vocês reparem eu cantando, que é a mesma voz de quando meu reinado começou. E eu fiz desses verso uma música”, relembrou, na entrevista ao Sextou.

Quando Onildo voltou para Caruaru, percebeu que Queiroga havia escrito poucos versos e decidiu completar a obra. “Dias depois, Luiz Gonzaga chegou perguntando se eu havia feito a música para ele. Respondi que não faria, mas acabei mostrando ‘A Hora do Adeus’, com os meus versos e os de Luiz Queiroga”, acrescentou.

Emocionado, Gonzaga chorou ao ouvir a música pela primeira vez. E a gravou, mas ela não marcou o fim da carreira do Rei do Baião. Para Onildo, “A Hora do Adeus” é uma das principais obras dele porque conta a história de Gonzaga do começo. “É uma canção importante porque conta a história do que é, para mim, o maior nome da música popular brasileira. Gonzaga não era só cantor, era compositor e instrumentista, por isso o acho o maior. Ele mudou e despertou no governo a realidade nordestina. Deu nome ao baião, xote, xaxado, coco de roda. Ninguém queria saber da música nordestina, era música de subdesenvolvimento. Mas, por causa da música de Gonzaga, o Nordeste mudou a cara”, ressalta Onildo.

O pequeno gigante Onildo Almeida é tão fenomenal quanto Zé Dantas, Humberto Teixeira e João Silva, o trio de ouro das melhores composições de Gonzagão. “A feira de Caruaru”, em 1957, vendeu, entre março e maio daquele ano, 100 mil cópias, configurando o primeiro grande recorde musical do Nordeste.

No mesmo ano, Onildo gravou o primeiro de seus dois discos na Mocambo, interpretando de sua autoria “A feira de Caruaru nº 2” e o xote “Casamento antigo”. Em 1960, a cantora Marinês gravou, de sua autoria, o xaxado “História de Lampião”.

Em 1961, a mesma cantora gravou dele e Jacinto Silva o coco “Gírias do Norte” e a moda de roda “Marinheiro”, de motivo popular, com arranjos dele. Em 1962, Marinês voltou a gravar composições de sua autoria: as modas de roda “Siriri, sirirá” e “Meu beija-flor”.

No mesmo ano, teve seu forró “Sanfoneiro Zé Tatu” gravado por Luiz Gonzaga. Gravou também no mesmo período, de sua autoria, os baiões “Zé Dantas”, em homenagem ao famoso compositor, falecido naquela ocasião, e “Vaquejada”. Em 1967, gravou, de sua parceria com Luiz Queiroga, “Hora do adeus” no LP “Óia eu aqui de novo”.

Em 1970, no LP “Sertão 70”, Luiz Gonzaga gravou o “Xote de saiote”. Em 1973, no LP “O fole roncou”, Luiz Gonzaga gravou, de Onildo e Janduhy Filizola, músico do Quinteto Violado, a composição “Cidadão de Caruaru”. Em 1974, compôs com Luiz Gonzaga “É sem querer”. Em 1978, teve sua composição “Onde o Nordeste garoa” gravada por Luiz Gonzaga no disco “Dengo maior”.

Em 1980, compôs com Luiz Gonzaga “Lá vai pitomba”. Em 1983 teve a música “Saudade de você” gravada por Jorge de Altinho e “Sai do sereno” por Dominguinhos. Em 1984, compôs com Luiz Gonzaga “Regresso do rei”. No mesmo ano, Jorge de Altinho gravou “Lamento”.

Em 1985, mais uma de suas parcerias com Luiz Gonzaga, “Sanfoneiro macho”, deu nome ao disco do Rei do Baião naquele ano. Em 1987, a cantora Marinês gravou no LP “Balaio de paixão” um pot-pourri com suas composições “E tará-rá-rá”, “Minha açucena” e “Meu benzim”.

No mesmo ano, Jorge de Altinho gravou “Sem você”. O Trio Nordestino obteve grande sucesso com a composição “Amor pra te dar”, parceria de Onildo e Agripino Aroeira. Em 1994, sua composição “A volta do regresso”, com Irandir Costa foi gravada pelo cantor Falcão no disco “Dinheiro não é tudo, mas é cem”.

Em 2001, teve a composição “ABC do amor” gravada por Flávio José. Com 543 composições gravadas, tendo sua composição “A feira de Caruaru” registro de gravações em 34 países, desde o final dos anos 1990, Onildo passou também a atuar como empresário, assumindo a posse e o comando da Rádio Cultura de Caruaru. Em 2006, completando 50 anos de gravação, “A feira de Caruaru” foi gravada no Japão, cantada na língua daquele país.

Em 2011, foi lançada uma coletânea, pela Star Music, com 23 músicas de sua autoria interpretadas por Luiz Gonzaga, em anos variados. As suas canções gravadas foram: “A feira de Caruaru”, “Capital do agreste” (c/ N. Barbalho), “Sanfoneiro Zé Tatu”, “Cidadão de Caruaru” (c/ Janduhy Finizola), “regresso do Rei” (c/ Luiz Gonzaga), “Hora do Adeus” (c/ Luiz Queiroga), “Zé Dantas”, “Só Xote”, “Queimando lenha”, “Tei-Tei no arraiá”, “Sanfoneiro macho” (c/ Luiz Gonzaga), “Tá bom demais”, “Lá vai Pitomba”, “Xote do saiote”, “Bom pra uns” (c/ Juarez Santiago), “Onde o nordeste garôa”, “É noite de São João”, “Meninas do grotão”, “É sem querer” (c/ Luiz Gonzaga), “Aboios” (c/ Luiz Gonzaga), “A feira de Caruaru (ao vivo)”, “Renascença” e “Aproveita gente”.

Foi na rádio em que trabalhava que Onildo Almeida conheceu e se tornou amigo de Luiz Gonzaga. O pernambucano de Exu foi um dos maiores divulgadores do trabalho do músico caruaruense. Em 2021, Onildo recebeu uma bela homenagem dos seus conterrâneos pelo conjunto da sua obra: Patrimônio Vivo de Caruaru, iniciativa da Fundação de Cultura do berço de Vitalino. (Texto jornalista Magno Martins)

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MORRE VITAL FARIAS, CANTOR E COMPOSITOR, AOS 82 ANOS

Morreu na manhã desta quinta-feira (6 fevereiro) o cantor e compositor Vital Farias, um dos nomes mais importantes da história da música brasileira. Ele tinha 82 anos e estava internado desde a última quarta (5) no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, na Grande João Pessoa após sofrer um infarto agudo do miocárdio.

Vital Farias nasceu em 1943, no sítio Pedra d'Água, município de Taperoá, na Paraíba. Ele era o caçula de uma família de 14 irmãos. Alfabetizado em casa, se mudou para João Pessoa aos 18 anos para servir ao exército. Se apaixonou pelo violão e aprendeu o instrumento de forma autodidata. Posteriormente chegou a dar aulas de violão e de teoria musical no Conservatório de Música de João Pessoa.

Elba Ramalho afirmou através de sua assessoria que "teria muito a falar sobre Vital Farias", e relembrou momentos em que, junto com Vital, celebrou a musicalidade nordestina.

"Tanta música que saia pelas mãos, veias e coração, preenchendo nossas noites de poesia! Sempre tivemos um bom trato, um para com o outro, muito respeito e admiração! Amo cantar suas canções, todas elas.

Estivemos juntos em muitos momentos, tanto no palco como na boemia! Vi nascer alguns dos seus clássicos e até servi de fonte de inspiração como na bela 7 Cantigas para voar! Agora só a saudade e o desejo que ele encontre paz na eternidade, no jardim do Céu; nos braços do Criador!

Valeu companheiro. Um breve aviso: não se admire se um dia um beija- flor invadir, a porta da tua casa, te der um beijo e partir: fui eu!", escreveu 

Dono de sucessos como Canção em dois tempos, Ai, que saudade d’ocê, o artista começou a carreira com o lançamento de um álbum autointitulado em 1978. Antes havia feito parte dos movimentos artísticos do início da década de 1970 no Rio de Janeiro, para onde se mudou para se aprofundar nos estudos de música. Um dos principais destaques do início da carreira é a participação no espetáculo Gota d’água.

O trabalho de Vital Farias viajou o Brasil e foi importante para o desenvolvimento da música brasileira. “Ele tem uma contribuição e uma história muito forte, sobretudo a partir das cantorias, pelo o trabalho que ele tinha junto com Xangai, Elomar e Geraldo Azevedo e pela criação de peças únicas e muito importantes para a musicalidade brasileira”, afirma Marcus Alves, diretor-executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), orgão equivalente à secretaria de cultura da capital paraibana, ao Correio. “O nosso coração fica muito triste com a notícia da perda do Vital Farias. Ele era um verdadeiro símbolo da nossa música popular brasileira”, complementa.

A Paraíba perde um ícone, uma figura marcante e um dos maiores nomes da música a ter se desenvolvido no estado para ganhar o país. “A cidade de João Pessoa e o estado da Paraíba lamentam esse momento. A música popular brasileira perdeu um grande protagonista criativo e provocativo”, comenta o diretor-executivo. “A gente perdeu uma pessoa muito importante que marcou diversas gerações. Porém, ele deixa uma grande contribuição na nossa memória afetiva. Quantas pessoas não tem uma lembrança importante em torno das grandes músicas dele”, exalta.

Cantoria-Além de composições que marcaram a música popular brasileira, Vital Farias fez parte de um dos mais longevos e essenciais projetos da história do showbiz no Brasil: o espetáculo Cantoria. Gravado originalmente em 1984, no Teatro Castro Alves, em Salvador, o show era um encontro de titãs da música de repente e do cancioneiro sertanejo: além de Vital, estavam no palco Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai.

O show, que levava a assinatura do produtor musical Mário de Aratanha, da Kuarup Discos, foi um dos primeiros a serem registrados ao vivo em LP com o emprego de um sistema digital, e é referência absoluta na música de viola de repente. Fazem parte do repertório canções que se tornaram clássicos da MPB, como Ai, que saudade d'ocê, de Vital Farias; Desafio do auto da Catingueira, de Elomar; e O ABC do preguiçoso, de Xangai. Além dessas, o espetáculo traz músicas como Caravana, Moça bonita, Talismã, Cantiga de amigo, Sabor colorido, Estampas Eucalol e Cantilena de lua cheia.

Nas palavras do violonista e arranjador João Omar, filho de Elomar, o Cantoria é um verdadeiro “encontro de trovadores do sertão”. A declaração foi dada na ocasião do reencontro do espetáculo, em 2023, quando Vital e companhia voltaram a apresentar o repertório pelo país. O concerto foi realizado duas vezes em Brasília, uma em 2016 e outra em 2023, dessa vez com a participação de João Omar.

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FRANZÉ SOUZA, COMUNICADOR DO CARIRI

Franzé Sousa, ainda na fase colegial, iniciou a profissão de Radialista, pela Rádio Cultura de Várzea Alegre-CE,(atualmente Cultura FM), sua cidade natal. Aos 6 anos de carreira, migrou para a Radiodifusão de Juazeiro do Norte e atuou na Rádio Vale do Cariri AM e FM durante 7 anos. Em 1992, migrou do rádio para a Tv Verdes Mares de Fortaleza, afiliada à Rede Globo, onde trabalhou por quase 25 anos e se desligou da emissora em julho de 2016 já aposentado por tempo de contribuição à Previdência Social.

O Comunicador Franzé tentou carreira política, disputando vagas para Deputado Estadual nas Eleições de 2014 e para Vereador do Crato em 2016. Não obtendo êxito nos dois pleitos eleitorais, em janeiro de 2017, Franzé Sousa voltou ao rádio através da FM Som Zoom Sat Cariri do Crato e ao mesmo tempo na Tv Verde Vale, emissora local de Juazeiro do Norte.

Em seguida, atuou por 15 meses na FM Salesiana Padre Cícero também em Juazeiro, e desde setembro de 2019, atua no Jornalismo da Rádio Educadora do Cariri FM, emissora porta-voz da Diocese de Crato. O comunicador Franzé Sousa formou-se em Letras. Se pós graduou em Geografia e Meio Ambiente e por último, se graduou novamente em Desporto e Lazer (Educação Física). Tudo pela URCA - Universidade Regional do Cariri. Franzé é casado com a servidora pública estadual Mundinha Sousa. Os dois são pais da enfermeira Ana Cecília Sousa.

Aos 62 anos de idade, dos quais 42 dedicados à missão de pesquisar e transmitir notícias, "meu propósito sempre foi e continua sendo: enaltecer o Cariri e sua gente, onde eu estiver", afirma o jornalista Franzé Sousa.

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APÓS CHUVAS AGRICULTORES PLANTAM NA ESPERANÇA DA COLHEITA

O chão molhado dá o sinal para o agricultor começar os trabalhos. Agricultores retomam o plantio cheios de esperança. A expectativa do agricultor era que o ano de 2025 começasse com chuva. "Essa Graça foi alcançada", afirma o agricultor Cosme Damião. Por isso, o terreno destinado ao plantio de milho e feijão tem quase um hectare e está praticamente pronto para receber as sementes.

O BLOG NEY VITAL conversou com famílias de agricultores na zona rural de Juazeiro e Petrolina e eles relatam a reportagem sobre os preparativos para o início do plantio.  Com a voz embargada de emoção os agricultores explicam que quando a chuva cai, a natureza responde depressa. O verde tinge a paisagem. Folhas começam a brotar nos galhos secos.  Rios que tinham evaporado voltam a correr.  Açudes acumulam água. E, como por encanto, o cenário se enche de vida.

"A chuva chegou e está trazendo esperança e boas expectativas para os agricultores. Estamos planando feijão, milho. A chuva é sempre uma benção", diz Cosme.

O mês de fevereiro é o mais importante. É quando os agricultores esperam pelas primeiras chuvas. “É muito bonito quando a gente vê as plantas crescendo, tudo verdinho. Com fé em Deus, será um ano bom pra gente do campo”, acredita o agricultor.

“A gente não desiste não porque a gente quer ter uma qualidade de vida. A gente não tem emprego. O emprego daqui é a gente cuidar dos animais, das plantações, plantar milho e feijão, e assim a gente vai vivendo. Minha maior alegria é com a chuva é colocar a enxada no ombro e ir para a roça”, diz a agricultora Nelci Martins.


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PROJETO ARARINHA AZUL: 41 AVES CHEGAM AO SERTÃO DE CURAÇÁ

Nesta quarta-feira, 29 de janeiro de 2025, o Projeto de Reintrodução das Ararinhas-Azuis celebra mais um marco histórico: a chegada de mais 41 ararinhas-azuis da Alemanha ao Brasil. A ação, promovida pela Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), pelo Zoological, Rescue and Rehabilitation Center, da Índia (GZRRC) e pela BlueSky.

De acordo com a assessoria de imprensa "após o sucesso da primeira transferência em março de 2020, o novo grupo de aves contribui para o fortalecimento do projeto, possibilitando futurassolturas e assegurando que a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) permaneça fora do risco de extinção.

Toda a operação de transporte das aves foi realizada em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Agência de Defesa eFiscalização Agropecuária de Pernambuco (ADAGRO) e contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), empresa CCR-Aeroporto Petrolina e ICMBio, reforçando os esforços globais para a conservação dessa espécie emblemática.

A chegada das aves simboliza um momento crucial para a preservação da biodiversidade na região de Curaçá, Bahia, habitat natural da espécie, e consolida o compromisso conjunto de diferentes organizações para garantir a sobrevivência da ararinha-azul.

Para celebrar a ocasião, será realizada uma coletiva de imprensa no dia 29 de janeiro, na qual a ACTP, GZRRC e a BlueSky irão atualizar a sociedade sobre os avanços e próximos passos do projeto, além de detalhar a operação de transferência das aves para o Brasil.

Representantes do IBAMA, ICMBio, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, MAPA, ADAGRO, IF Sertão e da empresa CCR também estarão presentes na coletiva, disponíveis para entrevistas e esclarecimentos.

O evento reunirá especialistas, ambientalistas e parceiros do projeto, reforçando a colaboração internacional em prol da sobrevivência da ararinhaazul e da conservação do bioma Caatinga.

Sobre o Projeto de Reintrodução das Ararinhas-Azuis Iniciado em parceria com instituições nacionais e internacionais, o projeto é um exemplo bem-sucedido de colaboração global para salvar uma espécie daextinção. Após ser declarada extinta na natureza, a ararinha-azul retorna gradualmente ao seu habitat natural, um triunfo que reflete o poder da ciência e da união pela vida.

Sobre a BlueSky-A BlueSky é uma empresa comprometida com a restauração ambiental e a conservação da biodiversidade no bioma Caatinga. Com tecnologia e inovação, já recuperou mais de 300 hectares de áreas degradadas e trabalha para atingir a meta ambiciosa de reflorestar 50 mil hectares nos próximos anos.

A empresa também lidera a gestão do Criadouro Científico para Fins Conservacionistas em Curaçá-BA, contribuindo diretamente para o Projeto de Reintrodução das Ararinhas-Azuis.

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FILME LÉGUA TIRANA SERÁ LANÇADO EM JULHO DE 2025

 A história de Luiz Gonzaga, dessa vez focada na infância, inspirou a produção do filme ‘Legua Tirana’. O filme retrata a vida e obra do icônico Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião, e mergulha desde a infância e adolescência do artista, explorando suas raízes de retirante do Sertão nordestino, revelando as conexões profundas entre sua música e a rica e complexa cultura que marcou sua obra. Gonzaga é apresentado como símbolo da fusão cultural e da identidade cultural, por ter sido capaz de unir influências históricas, religiosas e étnicas em sua música cativante.

No elenco, estão nomes como Luiz Carlos Vasconcelos, Cláudia Ohana e Tonico Pereira, além de talentos regionais que enriquecem a autenticidade da produção. A O2 Play divulgou na internet o primeiro teaser de "Luiz Gonzaga - Légua Tirana", que acompanhou as exibições de "O Auto da Compadecida 2" nos cinemas.

As filmagens aconteceram em cidades do Sertão do Araripe, principalmente em Exu, Pernambuco, terra onde nasceu o Rei do Baião.

A REDEGN acompanhou as filmagens nas comunidades de Pamonhas, Barro, Tabocas, Brejo de Santo Inácio, Serrinha, Araripe, Gritadeira, Caiçara e Gameleira, todos localizados em Exu, Pernambuco.

O Projeto Légua Tirana  já colhe os frutos com prêmios.  O Filme Légua Tirana venceu o 15º Festival de Cinema de Triunfo em dezembro de 2024. "Légua Tirana" ainda levou os prêmios de Melhor Roteiro, Direção de Arte, Trilha Sonora e Ator, dado para Kayro Oliveira, detalhe, Kairo tem apenas 13 anos. Quem também participa do longa é o sanfoneiro e ator Chambinho do Acordeon, nome que ganhou o cinema nacional em “Gonzaga: de Pai pra Filho”. 

O idealizador do projeto é Marcos Carvalho é na atualidade um dos mais talentosos cineastas brasileiros. Marcos é também o idealizador do Projeto Cinema no Interior e um dos diretores e produtores do longa-metragem “Na quadrada das águas perdidas”, realização da Mont Serrat Filmes e vencedor de mais de 16 prêmios, dentre eles, melhor filme, fotografia e trilha sonora no IV Festival de Cinema de Triunfo.

Marcos Carvalho agora conta a história de Luiz Gonzaga, dessa vez focado na infância do Rei do Baião: ‘Legua Tirana’. O filme Légua Tirana é um mergulho no universo de cores, ritmos e sonoridades de onde Luiz Gonzaga surgiu para revolucionar a música brasileira. O foco seguirá o fluxo de consciência do artista em seu aprendizado de vida infantil na jornada em busca do seu dom e do seu destino.

Foi em Exu e adjacências que Luiz Gonzaga, ainda criança ao lado do pai, Januário, afamado tocador de 8 baixos e acompanhado da mãe Santana que o menino "Lua aprendeu a ouvir a natureza sertaneja que veio a alicerçar o olhar universal da cultura brasileira, a partir de Exu."

Légua Tirana é um mergulho no universo de cores, ritmos e sonoridades de onde Luiz Gonzaga surgiu para revolucionar a música brasileira. seguindo o fluxo de consciência do artista em seu momento final, o filme acompanha o menino Luiz Gonzaga em seu aprendizado de vida. 

O filme mostra a jornada de Luiz Gonzaga, em busca do seu dom e do seu destino, ele aprende a ouvir o mundo escutando músicos, rezadeiras, romeiros, cegos de feira, retirantes e finalmente com a própria natureza. De cada um desses mestres, recolhe o essencial para construir a matriz sonora da sua revolução musical.

O filme estreia em julho de 2025.

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