MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES AMPLIA OFERTA DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS

Ampliar a participação popular e democratizar o acesso à informação são duas metas latentes do Ministério das Comunicações. Por isso, uma das primeiras ações da Pasta em 2023 foi lançar três editais para a seleção do serviço de Rádio Comunitária (RADCOM). Os certames abriram oportunidade para municípios em todos os nove estados do Nordeste: Bahia (22), Rio Grande do Norte (13), Maranhão (12), Ceará (12), Pernambuco (11), Piauí (11), Paraíba (6), Alagoas (3) e Sergipe (2). É a oportunidade de fundações e associações sem fins lucrativos manifestarem interesse em atuar por meio de uma estação de rádio comunitária em Frequência Modulada (FM).

Ao todo, os editais contemplam 216 municípios de 23 estados brasileiros. "Fortalecer os mecanismos de participação social e a própria radiodifusão comunitária estão entre as nossas prioridades", destacou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Até o ano passado, 237 municípios ainda não possuíam uma entidade sequer autorizada a prestar o serviço. "Iremos analisar as inscrições recebidas em todos os editais e, se não forem suficientes, lançaremos o Plano Nacional de Outorgas (PNO) 2023 com mais oportunidade para os municípios contarem com este serviço, que é de grande importância para as comunidades", garantiu. As outorgas concedidas pelo MCom para RADCOM têm validade de 10 anos, sem direito de exclusividade.

SELEÇÃO -- Para participar da seleção, as fundações ou associações deverão enviar a documentação nos moldes do edital e preencher o formulário eletrônico disponível no Portal de Serviços do Governo Federal. Qualquer pessoa física poderá enviar requerimento em nome da entidade interessada, bastando anexar os documentos necessários para comprovar que possui poderes para representá-la. A documentação será analisada pela Secretaria de Comunicação Social Eletrônica após o término do prazo indicado. Todo o processo é eletrônico.

RADCOM -- O serviço de Rádio Comunitária foi criado para dar oportunidade à difusão de ideias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade; oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário; contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, em conformidade com a legislação profissional vigente; e permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível.

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MÚSICA NESSA ESTRADA DA VIDA, COMPOSIÇÃO DE VALDI GERALDO E APARECIDO JOSÉ A CAMINHO DOS 40 ANOS

O caminho que liga Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, Ceará, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, território das forças dos ancestrais, trabalho e dons. As paisagens agem e ardem em eco. 

Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, Valdi Geraldo Teixeira, o Neguinho do Forró, morador de Exu, cidadão do mundo.

Sempre é bom lembrar: o grande balaio musical de Luiz Gonzaga tem um exuense. A cada viagem que fazia pela região Nordeste Luiz Gonzaga "descobria", encontrava um compositor. Em Caruaru: Onildo Almeida. Rio Grande do Norte o Janduhy Finizola. Paraíba, José Marcolino, Antonio Barros. Em Pesqueira, Nelson Valença. Campina Grande, Rosil Cavalcanti. Arcoverde João Silva. No Rio de Janeiro encontrou o parceiro Humberto Teixeira, nascido em Iguatu, Ceará. José Clementino, em Varzea Alegre. Zé Dantas, em Pernambuco, para citar alguns destes poetas parceiros que deram Luz a obra e vida do Rei do Baião.

E pertinho dele, ali na curva da Chapada do Araripe, em Exu, na sua terra, Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró. Músico, compositor de quem Luiz Gonzaga gravou a música "Nessa Estrada da Vida" em 1984 no disco (LP), Danado de Bom. Neguinho do Forró é um desses talentosos compositores que contribui com o reinado de Luiz Gonzaga. 

Valdi Geraldo é compositor do sucesso da música Nessa Estrada Vida, em parceria com Aparecido José. São 39 anos dessa gravação. Um dos sucessos gravados na voz de Luiz Gonzaga e que até hoje é referência o cancioneiro da música brasileira. Nessa Estrada da Vida é uma das canções mais regravadas até os dias atuais.

A história conta que ao ouvir a música Luiz Gonzaga teve paixão de primeira. Tarimbado, o Lua, sabia quando estava diante de uma riqueza musical, viu que melodia, ritmo e harmonia são frutos do seu Reinado. Gravou.

Hoje "Nessa Estrada da Vida" é uma das músicas mais interpretadas no cancioneiro brasileiro. Recebeu regravações de Dominguinhos, Jorge de Altinho, Waldonis, fiéis seguidores e discípulos do Rei do Baião.

Detalhe: o disco "Danado de bom" vendeu mais de um Milhão de cópias, contou com a participação de Elba Ramalho na faixa "Sanfoninha choradeira" (João Silva) e Luiz Gonzaga ganha o Disco de Ouro considerado no mundo musical um dos mais belos trabalhos de um artista brasileiro.


Com a morte de Luiz Gonzaga, em agosto de 1989, foi também em Valdi Geraldo que o Gonzaguinha, o poeta da resistência, que por centenas de vezes caminhou nas estradas, visitando lugares e construindo sonhos no pé da serra do Araripe pensando em concretizar o projeto do Parque Asa Branca, Museu Gonzagão. 

Desde 1999, quando conheci, Valdi Geraldo em Exu, tenho o maior respeito e admiração por este artista. Homem de Bem. Alma de cantador. Ele, não vive comercialmente da música. É funcionário do Ministério da Saúde. Na época produzimos uma reportagem para a TV Grande Rio/Afiliada Globo destacando a obra e vida do Neguinho do Forró. As imagens foram do produtor Luciano Peixinho.

Em 2012, Neguinho do Forró, lançou um CD, Alegria e Beleza do Sertão, uma das composições mais belas da música brasileira, que se junta a lavra criativa do poeta. Valdi Geraldo cultiva a simplicidade, ou seja, sabe tratar o povo, que tanto Luiz Gonzaga pedia para não esquecer, e valorizar o seu pedaço de terra se fazendo universal.

Valdi Geraldo está marcado para a eternidade e o Brasil poderia ainda em Vida ser mais grato pela trajetória desse cantor e compositor. Caruaru, Pernambuco, através do pesquisador Luiz Ferreira souberam valorizar o artista e ele, em 2014, recebeu o título troféu Orgulho de Caruaru, através do Espaço Cultural Asa Branca do Agreste.

Luiz Gonzaga é citado por todos os compositores como um mestre na arte de sanfonizar as canções. Sanfonizar é um termo criado pelo próprio Luiz Gonzaga. O pesquisador José Teles, afirma que a maioria dos seus parceiros de Luiz Gonzaga não escondem que cederam parceria para o Rei do Baião, porém, geralmente, suavizam a revelação com um argumento: ninguém interpretaria a composição igual a ele. Ou ressaltam o talento de Gonzagão para “sanfonizar” as composições – ou seja, como usava seus dons de arranjador para enriquecê-las.

Nessa Estrada da Vida segue o poeta compositor Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró. Poeta dos bons que caminham na Luz da Chapada do Araripe. Assim ouvi e aqui reproduzo

Jornalista Ney Vital 



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GRUPO CABRAS DE LAMPIÃO LEVA XAXADO PARA A ESCOLA DE SAMBA DE SÃO PAULO

O Xaxado vai tomar conta do Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, no próximo dia 18. A Escola Mancha Verde, atual campeã do carnaval paulistano, traz para a passarela do samba o enredo: "Oxente – Sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil". E, Serra Talhada, sertão do Pajeú, vai estar presente através do grupo de Xaxado Cabras de Lampião.

Integrantes do Cabras de Lampião estão ensaiando a todo vapor para mostrar que também têm samba no pé, e que o enredo da Escola já está na ponta da língua dos participantes. Durante o desfile, o grupo estará em um carro alegórico projetando para o mundo a história e a tradição cultural do Nordeste, com recorte para Serra Talhada, capital do Xaxado e terra do famoso cangaceiro Lampião.

A presidente da Fundação Cabras de Lampião, Cleonice Maria, comemora a participação do grupo. " É um momento apoteótico para nosso trabalho, pois não se trata de um trabalho inventado agora, é uma longa estrada que continuamos percorrendo e mantendo acesa a chama da cultura nordestina. Ela explica ainda que a originalidade e a autenticidade dos Cabras de Lampião vão se misturar com as alegorias e criatividade da Mancha Verde, resultando num mega-espetáculo encantador".

Grupo Cabras de Lampião - O Grupo de Xaxado Cabras de Lampião foi fundado em 1995 para manter viva a história de Lampião, tendo como ponto de partida o xaxado e tornou-se um dos maiores divulgadores desta dança criada pelos bandoleiros do sertão. É uma trupe de artistas sertanejos - exatamente da cidade onde nasceu Virgolino Ferreira da Silva - o Lampião.

O Grupo de Xaxado Cabras de Lampião trouxe os cangaceiros para frente das luzes e o Cangaço se transformou num show de arte, com uma nova e revolucionária imagem do Rei do Cangaço. É um grupo que conduz o espectador a um mergulho no mundo mágico e místico do sertão. O Cabras de Lampião já se apresentou em todas as regiões do Brasil e no exterior, em festivais nacionais e internacionais.

O grupo tem escola de xaxado, mantém o Museu do Cangaço e o Sítio Passagem das Pedras - onde nasceu Lampião. Também realiza espetáculos de dança e eventos de caráter artístico e cultural. Ainda desenvolve um trabalho de inclusão social, através da cultura, com aulas de dança para mais de 100 crianças e adolescentes.

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BARRAGEM DE SOBRADINHO TEM 76% DE SEU VOLUME ÚTIL NESTA TERÇA-FEIRA (07)

A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) iniciou, nesta terça-feira (7), o processo de redução da vazão do volume de água no lago de Sobradinho, norte da Bahia. A defluência passará de 4 mil m³ para 3 mil m³ por segundo.

Apesar da diminuição da vazão, famílias ribeirinhas que tiveram que deixar suas casas para abrigos da prefeitura, seguem sem previsão de retorno às suas residências.

No momento, a barragem tem a ocupação de 76% da sua capacidade. Além disso, as previsões são de chuvas com pouca intensidade na região. Alguns locais que estavam submersos há pouco menos de um mês, apresentam retorno a normalidade.

De acordo com a Defesa Civil do município, a vazão coloca famílias ribeirinhas em estado de alerta. O bairro Angary, em Juazeiro, um dos mais atingidos, oito famílias foram levadas para apartamentos locados pela prefeitura.

A Chesf e as Defesas Civis da Bahia, Pernambuco e Alagoas realizaram uma reunião com mapas de áreas inundáveis das regiões ribeirinhas.

A Defesa Civil de Juazeiro afirmou que mantêm famílias em estado de alerta e já prevê prejuízos para comerciantes de algumas regiões da cidade.

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EXU: MEMORIAL HISTÓRICO CULTURAL DO ARARIPE FAZ CAMPANHA PARA AMPLIAR ACERVO

Contar a história de um povo através de peças expostas e preservadas é um dos objetivos dos museus. Localizado na Vila de Tabocas, zona rural do município de Exu, Pernambuco, o Memorial Histórico-Cultural do Araripe – Casa Antônio Saraiva Albuquerque, cumpre essa missão e por isto promove uma campanha para arrecadação de relíquias e antiguidades. 

O Memorial Histórico-Cultural do Araripe – Casa Antônio Saraiva Albuquerque conta parte da história dos municípios que fazem parte da região do Sertão do Araripe. Detalhe: para compor o acervo do Museu, não basta que o objeto seja apenas antigo; é preciso que ele tenha valor histórico e cultural. 

Com um rico e diversificado acervo de mais de 400 peças o Memorial passa por uma pequena reforma e, o objetivo da campanha é arrecadar utensílios domésticos e de trabalho, coleções pessoais, documentos antigos, fotografias, mapas, mobiliários, entre outros.

Para doar os interessados poderão entrar em contato com o curador do equipamento, o produtor cultural Francisco Robério Saraiva Fontes (Bibi Saraiva) pelo whatsapp (87) 98182683 ou pelo e-mail: araripeserra@hotmail.com

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FILHOS DE GARIS, PEDREIROS E FAXINEIRAS: PRIMEIRA TURMA COM COTISTAS NEGROS SE FORMA NO CURSO DE DIREITO DA USP


“Olhava ao meu redor e pensava: 'será que deveria mesmo estar aqui?’.”

“Eu me sentia uma extraterrestre.”

“Contei nos dedos quantos negros vi ali. Fiquei assustada.”

As frases acima foram ditas por alunos cotistas que ingressaram na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 2018, na 1ª turma — em quase 200 anos de história da instituição — a ter vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas.

Após concluírem o curso em dezembro de 2022, os estudantes reuniram-se no fim de janeiro para tirar as fotos da formatura (veja abaixo). Filhos de faxineiras, garis, pedreiros, donas de casa e professores, esses 35 jovens venceram a sensação inicial de não pertencimento à faculdade e promoveram uma série de transformações na instituição ao longo dos últimos 5 anos, como:

implementação de políticas de permanência mais efetivas, com reajuste de bolsas para jovens de baixa renda e reformas na residência estudantil;

inclusão de novos debates em sala de aula e de autores negros nas bibliografias das disciplinas.

“A gente não podia se dar ao luxo de só estudar. A primeira turma de cotistas negros tinha de ser ativa politicamente”, conta Letícia Lé, de 24 anos.

Ela relembra que havia certo espanto com a sua presença ali. “Eu andava pela faculdade e ouvia: ‘mas você estuda aqui?’. Havia um estranhamento em ver alunos como nós. Acho que agora, 5 gerações depois, os novos cotistas que entram ficam mais confortáveis de sentir que é um espaço deles também.”

Em dezembro de 2022, na turma de Letícia, formaram-se 312 estudantes.

Um dos grandes marcos dessa luta política dos alunos mais pobres aconteceu em 2019, quando, pela primeira vez em 116 anos, uma mulher negra ganhou as eleições internas para ser presidente do mais antigo centro acadêmico do Brasil: o XI de Agosto.

O cargo, que já havia sido ocupado pelo ex-senador Aloysio Nunes Filho (PSDB) e pelo ministro Fernando Haddad (PT), por exemplo, passou a ser da cotista Letícia Chagas, de 22 anos, filha de um caminhoneiro e de uma empregada doméstica aposentados.

“Meus colegas tinham pais e avós que fizeram a São Francisco [como é conhecida a faculdade] — e o direito tem muito de tradição e networking”, diz.

Chagas conta que, no começo, sentia dificuldade nas disciplinas que exigiam domínio de outros idiomas. “Faz muita diferença não ter o mesmo capital cultural que os outros alunos, porque a maioria dos escritórios exige que a gente saiba mais de uma língua [nos processos seletivos para estágio].”

Esse tipo de obstáculo pressionava o grupo.

“Nós sentíamos uma responsabilidade muito grande. Se errássemos e fôssemos mal, isso ia virar argumento contra cotas. Precisávamos ter notas boas. Era um peso.”

Com o passar dos anos e a ampliação das políticas de cotas, universidades brasileiras, inclusive a USP, passaram a oferecer programas gratuitos de aulas de inglês. Ao g1, a Faculdade de Direito afirma que atualmente tem uma parceria com escritórios para facilitar a contratação de cotistas.

A chapa de Letícia Chagas no centro acadêmico e o movimento político Travessia levantaram debates para vencer as principais dificuldades dos alunos das cotas étnico-raciais. Veja abaixo:

Os alunos de baixa renda da Faculdade de Direito da USP recebiam da instituição, em 2018, R$ 400 por mês como auxílio financeiro (atualmente, são R$ 600). Aos poucos, outros programas de assistência foram criados pela iniciativa privada, como o “Adote um aluno”, sustentado por contribuições financeiras de quem já estudou lá, e o “Projeto de Promoção à Dedicação Acadêmica”, que oferece auxílio a quem se dedica a atividades acadêmicas.

Ainda assim, para os cotistas que precisavam ajudar a família, era difícil se bancar em São Paulo.

“Nas férias, víamos no Instagram nossos colegas na Europa. Vivemos graduações diferentes, não tem jeito”, conta Erick Araújo, de 23 anos, filho de uma diarista e um dos formandos da 1ª turma com cotas étnico-raciais.

Ao g1, a Faculdade de Direito da USP diz que, “depois de muita movimentação dos estudantes sobre a insuficiência deste valor para a permanência, a universidade promete aumentar o valor [de assistência estudantil] neste ano”.

Com o aumento do número de alunos de baixa renda, uma orientação comum dos professores deixou de fazer sentido: não dava mais para pedir que a turma se dedicasse exclusivamente ao curso de direito e só trabalhasse depois do terceiro ano da graduação.

“Como que um aluno que veio de outro estado vai se manter? Esses discursos vão violentando quem não tem suporte. Criamos quilombos para nos apoiar”, conta Erick.

Reuniões entre esses alunos da 1ª turma de cotas étnico-raciais aconteciam frequentemente na Casa do Estudante, moradia estudantil gratuita no centro de São Paulo, onde vivem atualmente 55 jovens matriculados na Faculdade de Direito da USP.

O prédio estava muito degradado na pandemia. Mas, depois de uma reforma, estamos com condições melhores agora.”

No caso de Erick, foi essencial contar com a residência da universidade. Antes de passar no vestibular, ele morava em um conjunto habitacional na periferia de São Paulo. “Do Itaim Paulista até a USP, eu demoraria de 2 a 2,5 horas em cada trajeto. Teria perdido a possibilidade de participar de projetos extracurriculares, de fazer parte do centro acadêmico e de estagiar desde cedo”, conta.

Letícia Chagas diz que, na semana de calouros, o coletivo Travessia batalhou para que houvesse novos debates sobre as reformas da Casa do Estudante e as políticas de permanência.

Por meio também desse movimento político, o grupo de alunos conseguiu que professores incluíssem na bibliografia do curso novos temas e teóricos negros importantes para o direito.

“Mudaram as provocações. Não que os alunos brancos não se preocupassem com racismo; muitos eram nossos aliados. Mas a gente trouxe [esse debate] com mais ênfase”, conta Chagas.

Erick chora ao falar das mudanças que a entrada na universidade promoveu em sua vida. “Saí de uma escola muito precária e hoje tenho a oportunidade de participar intelectualmente da vida política do país.”

Outra aluna dessa turma, Gislaine Silva, de 24 anos, é filha de pedreiro e de dona de casa, e está se preparando para o seu segundo intercâmbio pela USP — já estudou na França, e, agora, vai para a Espanha.

“Saí da minha cidade [São Carlos, em SP] e cheguei a São Paulo com a minha mochilinha. Não consegui me identificar com as pessoas, me sentia um extraterrestre. Agora, [depois de 5 anos de cotas], vai ter gente pobre como eu, que veio da periferia, mostrando que a universidade é um lugar perfeito para nós.”

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JOQUINHA GONZAGA, SOBRINHO DE LUIZ GONZAGA E NETO DEJANUÁRIO

Joquinha Gonzaga completa no dia primeiro de abril de 2023, 71 anos  de nascimento. O sanfoneiro, cantor e compositor é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família.

A história conta que Aos 13 anos de idade ganhou um fole de oito baixos, dado pelo tio famoso, Luiz Gonzaga, que achava o sobrinho com cara de sanfoneiro. A partir daí  Joquinha não largou mais a sanfona e tempos depois tornou-se discípulo fiel do Rei do Baião.

No ano de 1970, ingressou na Força Aérea Brasileira na Ilha do Governador no Rio de Janeiro. Cinco anos depois abandonou a carreira militar e entrou de vez no mundo da música, passando a acompanhar Luiz Gonzaga, como sanfoneiro da sua banda de apoio. Joquinha Gonzaga casou a primeira vez em 1979, no Rio de Janeiro, com a Francisca Salustiano com quem teve dois filhos: Pablo Salustiano Maciel e Patrícia Salustiano Maciel.  Do segundo casamento com Maria Pereira dos Santos, conhecida por Nice. Do matrimônio nasceu os filhos Sara Luiza dos Santos Maciel e Luiz Januário dos Santos Maciel.

O primeiro disco de Joquinha Gonzaga foi lançado em 1986, intitulado “Forró, Cheiro e Chamego”. Foi a partir daí que o tio-rei via no sobrinho, o herdeiro de toda uma herançacultural. A composição Amei a Toa, parceria com João Silva, foi gravada na Voz de Luiz Gonzaga.

Após a morte de Luiz Gonzaga, em 1989,  e consequentemente a do primo Gonzaguinha, em 1990, Joquinha mudou-se para o município de Exú,  pernambucano, para cuidar dos interesses do tio e do primo, dando continuidade as atividades de implementação do “Museu do Gonzagão” no Parque “Aza” Branca.

Entre os anos de 1990 e 1993, dedicou-se aos shows regionais procurando manter a tradição do seu mestre Luiz Gonzaga, participando ativamente de grandes eventos culturais do Nordeste.Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga.

Ao lado do tio Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um". Joquinha Gonzaga aos 70 anos reside atualmente em Exu, Pernambuco. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de sanfona 8 Baixos) e ainda tem como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da valorização cultural.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watsap: (87)999472323

CLIPE: Tanta saudade preservada num velho baú de prata dentro de mim. Digo num velho baú de prata porque prata é a luz do luar. Este baú é como um museu pessoal, o museu que todos temos, feito de lembranças, quinquilharias e reminiscências que alimentam o nosso presente. Como todos os museus pessoais, o da canção tem qualquer coisa que vai além do eu...é futuro”.

Os versos do cantor e compositor Gilberto Gil pode traduzir o sentimento do clipe gravado pelo sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário, tocador de 8 Baixos, Joquinha Gonzaga, valorizando o patrimônio de Exu Pernambuco. A música é um universo de riquezas culturais.

O clipe mostra a letra da música Espelho das águas do Itamaragy, composta por Gonzaguinha e Joquinha Gonzaga. No último dia 08 de setembro Exu, Pernambuco, completou 114 anos de Emancipação Política. Exu é privilegiada pela sua diversidade cultural e abraçada pela exuberante beleza da Chapada do Araripe,

Em contato com a REDEGN, Joquinha Gonzaga, disse que apesar das dificuldades que todos os cantores e músicos enfrentam o momento é de otimismo. 

"Resolvi prestar mais esta declaração de amor juntando voz e imagens da nossa Exu, Pernambuco e assim o Brasil conhece nossas riquezas culturais", disse Joquinha.

Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade". 

MÚSICA - ESPELHO DAS ÁGUAS DO ITAMARAGY:

Quando Gonzaga chegava no exu

Naquela cadeira abraçava os amigos

Olhando o açude contava histórias

Do espelho das águas do Itamaragy

O sol se deita em cada entardecer

E a lua derrama sua luz de prata

E o verde da mata em volta vem beber

Mulheres, latas, roupas e homens

Meninos, moleques e animais

A vida da minha cidade está toda ali

No espelho das águas do Itamaragy

Meus zamô deixa não, essa história se quebrar

Meus zamô deixa não, esse espelho se quebrar

Deixa não, cuida aí,

Do espelho das águas do Itamaragy

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