FENAJ E SINDICATO JORNALISTAS REPUDIAM ATAQUES GOLPISTAS EM BRASILIA

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em nome dos sindicatos profissionais associados, repudiaram os ataques à democracia cometidos por bolsonaristas radicais na tarde deste domingo (8), em Brasília. Vândalos invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto e depredaram as sedes dos Três Poderes. 

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirmou, em nota, que condena da forma mais veemente os crimes contra a democracia que se desenrolam em Brasília.

"A liberdade de imprensa é inerente ao Estado democrático de direito, que não pode tolerar ou conviver com a baderna e o vandalismo", diz o texto. 

Na declaração, a ANJ condenou ainda os ataques a jornalistas que fazem a cobertura das invasões em Brasília e exigiu uma posição firme das forças de segurança contra as agressões e os atentados à liberdade de imprensa e à democracia.

Em carta aberta em suas redes sociais, a Fenaj chamou de lamentáveis os ataques à democracia brasileira, promovidos por bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições. "O Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos, depredados e saqueados por terroristas a serviço de uma força política fascista, que tem como principal líder o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)", escreveu a entidade. 

A federação e os 31 sindicatos de jornalistas condenou golpistas que insistem em "desafiar a Constituição, mantendo acampamentos em frente a quartéis do Exército, promovendo ações terroristas em Brasília e pedindo intervenção militar". 

"É inadmissível a omissão do governo do Distrito Federal, bem como a leniência de parte das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal diante da escalada anticonstitucional do bolsonarismo. Em qualquer país moderno e democrático, atitudes como as que temos visto no Brasil seriam severamente reprimidas e punidas, em defesa do bem maior e coletivo.

A entidade também reforçou os recorrentes ataques a jornalistas brasileiros, no exercício de seu trabalho, "vítimas de intimidações e agressões por membros e apoiadores desse grupo político violento e antidemocrático. São centenas os casos registrados nos últimos anos, quase uma dezena apenas na primeira semana desse ano", diz a nota. 

"Exigimos apuração e rigorosa punição dos responsáveis por este grave atentado à democracia brasileira, incluindo financiadores e realizadores. Alertamos, ainda, para a necessidade de as forças de segurança combaterem o cerceamento ao trabalho dos jornalistas, vítimas recorrentes da onda de violência das hordas bolsonaristas", conclui a Fenaj. 

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UERJ INSTITUI 2023 COMO ANO COMEMORATIVO ANA DAS CARRANCAS NO CENTENÁRIO DA ARTISTA PERNAMBUCANA

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) definiu 2023 como o Ano Comemorativo Ana das Carrancas, em celebração ao centenário da artesã pernambucana. A escolha foi oficializada pela Reitoria por meio da publicação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 001/2023.

O reitor Mario Carneiro explica que a Uerj este ano homenageia uma personalidade que representa a cultura popular brasileira e o desenvolvimento do país. Mulher negra, pobre e nordestina, Ana das Carrancas escapou da seca e da miséria pela potência de seu trabalho artístico e tornou-se uma figura relevante para a cultura nacional. “Os aspectos simbólico e biográfico de suas obras são fortíssimos, servindo também como um retrato da força do brasileiro e do poder transformador da arte”, afirma.

A escultora, ceramista e louceira Ana Leopoldina dos Santos, mais conhecida como Ana das Carrancas, foi uma das mais importantes artistas populares do sertão de Pernambuco. Nascida em 1923 no povoado de Santa Filomena, na época pertencente ao distrito de Ouricuri, Ana aprendeu a moldar o barro ainda na infância, auxiliando a mãe na fabricação de louças para complementar a renda familiar.

Em meados da década de 1950, diante de longos períodos de seca e dificuldades de encontrar trabalho, ela se mudou com o marido e as filhas para Petrolina, às margens do rio São Francisco, onde consolidaria sua carreira. As carrancas, esculturas presentes nas embarcações que navegavam pelas águas do Velho Chico, foram a fonte de inspiração para as suas primeiras obras, feitas a partir do barro do próprio rio, o que rendeu a ela o título de “A Dama do Barro”. 

As peças expostas em feiras de artesanato na cidade chamaram a atenção de pesquisadores da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, que sugeriram que elas fossem distribuídas na inauguração da Biblioteca Municipal de Petrolina, em 1963.

Ao longo dos anos 1970, Ana das Carrancas passou a ganhar projeção no Brasil e no exterior, com trabalhos expostos em diversas feiras de artes, galerias e museus. Em 2005, recebeu a Ordem do Mérito Cultural do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Cultura, Gilberto Gil. 

Hoje, a memória da artesã, falecida em 2008 aos 85 anos, é preservada graças ao Centro de Arte e Cultura Ana das Carrancas, um dos principais pontos turísticos de Petrolina. A sua famosa frase, “O barro é a minha vida, eu me sinto realizada com o meu barro”, foi considerada uma das mais impactantes do século XX, de acordo com a revista “Rolling Stone”.

Mario Carneiro aponta que a obra e a trajetória pessoal da homenageada encarnam perfeitamente os valores representados pela Uerj. “Nossa Universidade promove a emancipação através da cultura e da educação, sendo pioneira na política de cotas raciais para o ingresso na educação superior, oferecendo ensino noturno e uma ampla política de permanência estudantil”, destaca o reitor. “Esperamos que a Uerj possa servir como um caminho para mudar a vida de pessoas como a Ana das Carrancas, que elas possam se inspirar pela sua história, que tanto nos cativou”, acrescenta.

Durante o ano, a Uerj promoverá diversas atividades em memória aos cem anos de Ana das Carrancas. A primeira delas será o lançamento de um calendário contendo as datas mais marcantes da trajetória da artesã, além de links em QR Code de conteúdos multimídia. O material está sendo produzido pela Diretoria de Comunicação Social (Comuns) e terá uma versão digital disponibilizada para download, gratuitamente, em breve.

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PROFETAS DA CHUVA FAZEM ENCONTRO PARA PROGNÓSTICO DO INVERNO 2023

Os Profetas da Chuva se reúnem no próximo sábado, 14, em Quixadá, a 163,4 km de Fortaleza, para a previsão das condições climáticas do inverno de 2023 no Ceará. A lista deste ano busca contemplar 15 profetas, que irão apresentar os resultados das observações.

Quem conduzirá o evento será Helder Cortez, um dos idealizadores e organizadores. Lurdinha Leite, Erasmo Barreira, Renato Lino de Souza, Antonio Josué Viana, Paulo Costa de Oliveira, José Erismar Nobre e João Célio de Assis são os nomes já confirmados.

Esta 27ª edição marca, também, a inauguração do “Jardim dos Profetas” nas dependências do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) do Campus Quixadá, onde serão plantadas mudas de aroeira, ipê, ingazeira e oiti em memória a profetas falecidos, como: Francisco Mariano, Antônio Lima, João Ferreira Lima, Francisco Leite, Francisco dos Santos, Ribamar Lima, Antônio Paruará, Joaquim Moqueca, Francisca Nobre Cavalcante e Francisco Filismino.

No fim da programação, uma homenagem a personalidades e instituições que ainda contribuem para o desenvolvimento da cultura e do semiárido cearense será realizada.

As ações do projeto “Encontro dos Profetas da Chuva” prosseguem até o mês de junho, com agenda que prevê uma exposição, exibições de filmes documentários, lançamento de livros e um seminário temático.

A realização é do Ministério da Cultura, Dakota, Secretaria da Cultura do Estado, Instituto de Pesquisa de Violas e Poesia Cultural Popular do Sertão Central, IFCE - Campus Quixadá e a Prefeitura Municipal de Quixadá.

A cidade de Quixadá é anfitriã do "Encontro Anual dos Profetas Populares do Sertão Central" desde 1997. Eventos similares também ocorrem em outros municípios da zona rural da região Nordeste do Brasil, como em Tejuçuoca, a 148,5 km de Fortaleza, onde começaram a ser realizadas reuniões com profetas a partir de 2004.

 O Encontro dos Profetas da Chuva abre o início do calendário de eventos da cultura cearense no Sertão Central e se destaca como um dos mais importantes instrumentos de manutenção desses conhecimentos tradicionais passados de geração em geração.

Dado a importância dos profetas para a sociedade, tramita, na Câmara Federal, o projeto de Lei n° 2832/22, protocolado pelo deputado federal José Guimarães (PT), que propõe que todo segundo sábado de janeiro seja comemorado o Dia Nacional dos Profetas da Chuva. Além disso, a Indicação nº 1624/22 prevê o reconhecimento desse grupo como patrimônio cultural imaterial do Brasil.

ACERTOS: Dos últimos 12 anos, seis (2011, 2013, 2015, 2018, 2019 e 2020) tiveram resultados iguais aos previstos nos Encontros. Em 2017 e 2021, os sertanejos afirmaram que haveria "boas chuvas", mas os índices da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) não superaram a média histórica de 600 milímetros (mm), apesar de chegarem próximos.

No dia 8 de janeiro de 2022, 20 profetas foram unânimes em declarar que o Ceará teria uma quadra chuvosa acima da média, com fortes probabilidades de chuva até o mês de outubro. 

Comumente, a Funceme só divulga a previsão oficial da quadra chuvosa na segunda quinzena de janeiro. 

Serviço-XXVII Encontro dos Profetas da Chuva

Data: 14 de janeiro de 2022

Local: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)

Endereço: Av. José de Freitas Queiroz, 5000 – Quixadá

Programação: Às 8 horas - Receptivo;

Às 9 horas - Inauguração do Jardim dos Profetas com a participação de membros das famílias dos profetas homenageados e autoridades presentes;

9h30min - Programação Cultural de Acolhimento com Dom Ratinho (rabeca) e Kildere Carcará (sanfoneiro);

10 horas - Cortejo e Início do Encontro com a condução de Helder Cortez.

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INMET ALERTA PARA CHUVAS INTENSAS DURANTE FIM DE SEMANA

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, nesta quinta-feira (6), alerta de chuvas intensas em parte das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país neste fim de semana. Segundo o Inmet, também há previsão ventos intensos e riscos de alagamentos, descargas elétricas e queda de galhos de árvores.

No sábado (7) e no domingo (8), a previsão indica volumes significativos de chuva em seis estados, entre os quais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, acrescenta o instituto.

As chuvas intensas estão sendo provocadas pelo fenômeno chamado de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que teve início na noite de quarta-feira (4) e é responsável pela criação de nebulosidade nas regiões afetadas.

O Inmet recomenda que a população fique atenta aos avisos meteorológicos e siga a orientação da Defesa Civil das regiões afetadas.

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LIVRO APRESENTA TECNOLOGIAS PARA A AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO NO SEMIÁRIDO

A Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) lança o livro 'Agricultura de Baixa Emissão de Carbono em Regiões Semiáridas – Experiência Brasileira', obra que traz em 16 capítulos um amplo panorama das contribuições da pesquisa para o desenvolvimento de agroecossistemas sustentáveis. A publicação conta com 45 autores, entre cientistas da Embrapa e de instituições parceiras, estando disponível para download gratuito (clique aqui).

A obra tem como editoras técnicas as pesquisadoras da Embrapa Francislene Angelotti e Vanderlise Giongo.

Abordando os fatores naturais e históricos dentro do contexto do Semiárido brasileiro, tendo em vista o desenvolvimento de uma agricultura de baixo de carbono, o livro apresenta também diversas tecnologias e práticas que ajudam na redução da emissão de gases do efeito estufa, além de medidas de adaptação que já estão sendo executadas na região, explica a editora Franscilene Angelotti.

Dentre essas tecnologias, destaca-se a seleção de espécies de plantas tolerantes aos estresses bióticos e abióticos, uso de condicionadores de solo com múltiplas funções, adoção de sistemas de plantio direto, uso de adubos verdes, tecnologias para estocar água e melhorar sua eficiência e produtividade, a incorporação de fontes energéticas renováveis, experiências de integração lavoura-pecuária-floresta e desenhos de agroecossistemas multifuncionais.

A chefe-geral da Embrapa Semiárido, Maria Auxiliadora Coêlho, ressalta ainda o compromisso da Embrapa em torno da temática. "O Semiárido brasileiro é uma região que já vem sofrendo com os impactos negativos das mudanças climáticas sobre os seus recursos naturais e sistemas agropecuários. Frente a esses desafios, a pesquisa tem tido um papel importante em promover ações para a sustentabilidade da agropecuária regional, a segurança alimentar, a preservação dos recursos naturais e o controle das emissões dos gases do efeito estufa".

A necessidade de formulação de políticas públicas para incentivar a adoção das tecnologias também foi destacada por Auxiliadora. "O livro faz análises e traz elementos que podem subsidiar a proposição de políticas públicas, na perspectiva de aumentar a resiliência dos sistemas produtivos regionais e a capacidade adaptativa da sociedade e propor novas oportunidades econômicas", finaliza a gestora.
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CURSINHO POPULAR PAULO FREIRE DA UNIVASF ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS PARA NOVOS EDUCADORES

O Cursinho Popular Paulo Freire (CPPF), projeto de extensão vinculado à Pró-reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), está com processo seletivo aberto para ingresso de novos educadores. Nesta seleção, foram disponibilizadas 20 vagas, nas áreas de Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Linguagens, para graduandos ou graduados no ensino superior, sendo duas destinadas para compor a coordenação pedagógica. As inscrições podem ser realizadas gratuitamente até o dia 12 de janeiro.

Para se inscrever, os interessados devem preencher o formulário on-line disponível no Edital Nº 1/2023, que pode ser encontrado no site e Instagram do CPPF. Na inscrição, os candidatos deverão indicar até duas opções das disciplinas listadas no Anexo V.

O processo seletivo será composto por duas etapas de caráter classificatório e eliminatório, sendo elas uma miniaula e uma entrevista que serão realizadas no dia 14 de janeiro. A miniaula será individual de tema livre, com até 10 minutos de duração. Antes da miniaula será feita uma entrevista por competências de até cinco minutos. As etapas serão via Google Meet e todos os detalhes serão enviados para os e-mails e WhatsApps cadastrados na inscrição. O resultado final será divulgado no dia 16 de janeiro no Instagram do cursinho.

As aulas do Cursinho Popular Paulo Freire ocorrerão presencialmente aos sábados, das 8h às 12h e das 13h às 17h, totalizando oito horas. As reuniões mensais acontecerão aos sábados das 17h às 19h. Os eventos culturais e integrativos promovidos pelo CPPF poderão ocorrer aos domingos e presencialmente, conforme a necessidade. Mais informações podem ser encontradas no site e no Instagram do CPPF.

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MÚSICA ASA BRANCA E HUMBERTO TEIXEIRA

O sofrimento do amor deixado para trás e o exílio forçado por conta da seca do sertão nordestino ficaram eternizados no cancioneiro brasileiro com a música Asa Branca.

Gravada pela primeira vez em 3 de março de 1947 nos estúdios da RCA Victor, no Rio de Janeiro, a canção é eternizada na voz de Luiz Gonzaga, feita em parceria com o compositor e advogado Humberto Teixeira, o Doutor do Baião.

Asa Branca tornou-se o hino do nordestino e reflete, como poucas canções, o brasileiro. Em 2009, ficou na quarta posição em lista feita pela revista Rolling Stone Brasil entre as 100 maiores músicas da história brasileira.

Luiz Gonzaga ajudou a popularizar os versos de Asa Branca ao apresentá-la em sua primeira aparição no cinema, no filme O mundo é um pandeiro. A versão original da música, em toada, caiu no gosto popular e logo depois foi gravada em ritmo de baião.

Atualmente existem centenas de versões do sucesso, em português e outros idiomas. Entre as canções da MPB, é uma das mais regravadas. E em diversos ritmos: à capela, interpretadas por bandas e orquestras. Grandes nomes da música brasileira também já cantaram os versos de Asa Branca, como Caetano Veloso e Raul Seixas.

O escritor José Lins do Rego disse que a letra da música é um dos mais belos versos da literatura brasileira.

O professor José Mário Austragésilo, comunicador social, escritor e ator, também autor do livro “Luiz Gonzaga: o homem, sua terra e sua luta”, afirma que um dos pontos marcantes na carreira de Luiz Gonzaga foi a valorização da identidade cultural local. Com esta marca, o Rei do Baião ganhou o mundo.

“É a música representativa do povo brasileiro, da luta do povo brasileiro, desse grande compositor, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Asa Branca é a música mais importante do repertório dele. Claro que ele tem outras, mas Asa Branca é a grande bandeira da Música Popular Brasileira. Merece ser considerada o hino da MPB”, completa o escritor.

Do litoral ao sertão, Asa Branca sempre remete a alguma memória da vida e cultura de quem é nordestino. Para Val dos Santos, uma trabalhadora que mora no Recife, ouvir e cantar Asa Branca representa o regaste a histórias de antepassados: “Eu sinto saudade do que eu não conheci. Lembrança de um passado que eu não conheci. Tristeza também por muitas coisas que a gente sabe, que não existe mais. E o que está se acabando por aí. O sertão é como se não existisse para o mundo aí fora. Os políticos não valorizam o nosso sertão”.

A toada Asa Branca tem versões em dezenas de idiomas, inclusive em japonês e coreano, e é familiar abrasileiros de qualquer região, mas na década de 40, naquele tempo soava tão estranha que foi motivo de gozação em cima de Luiz Gonzaga, pelos músicos do Regional de Canhoto, que participaram da gravação, em 3 de março de 1947.

Para eles, Asa Branca era a mesma coisa que cantiga de cegos nordestinos, pedindo esmola na rua. Fizeram uma fila, um deles com uma vela acesa, cantando a música. O episódio foi contado por Humberto Teixeira numa célebre entrevista ao conhecido pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez. Assim como Juazeiro ou No Meu Pé de Serra, e várias das parcerias iniciais de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, Asa Branca era cantada pelo Sertão nordestino, com letras diferentes, e fazia parte da bagagem que os dois levaram consigo para o Rio de Janeiro.

O tempo passa e Asa Branca segue inspirando artistas de outras gerações. Anderson do Pife, que mora em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, diz que enquanto estudante de música, acredita que a letra é parte de um método brasileiro de ensino de música popular. "Essa melodia composta por conjuntos e de fácil execução, traduz o início de uma trajetória musical para quase todos os que iniciam seus estudos com ou sem ajuda de profissionais da área", diz.

Ele disse ainda que a música retrata poesia, cotidiano, paisagem e todo o referencial histórico do Nordeste. "Eis o hino do Nordeste e a primeira música que aprendi a tocar. Essa é a força que representa a Asa Branca em minha vida", finaliza. 

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