JOQUINHA GONZAGA É ATRAÇÃO DA MOSTRA CARIRI DE CULTURAS EM IGUATU, CEARÁ

Joquinha Gonzaga é uma das atrações deste sábado (27), durante a Mostra Cariri de Culturas. Este ano, o evento acontece no período de 26 a 30 de agosto, com ações em 27 municípios da região do Cariri e na cidade de Iguatu, no Centro-sul do Estado.

Joquinha Gonzaga se apresenta a partir das 20h30,  no teatro Sesc Iguatu, Ceará.

Este ano Joquinha Gonzaga completou, 70 anos  de nascimento. O sanfoneiro, cantor e compositor é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família.

A história conta que Aos 13 anos de idade ganhou um fole de oito baixos, dado pelo tio famoso, Luiz Gonzaga, que achava o sobrinho com cara de sanfoneiro. A partir daí  Joquinha não largou mais a sanfona e tempos depois tornou-se discípulo fiel do Rei do Baião.

No ano de 1970, ingressou na Força Aérea Brasileira na Ilha do Governador no Rio de Janeiro. Cinco anos depois abandonou a carreira militar e entrou de vez no mundo da música, passando a acompanhar Luiz Gonzaga, como sanfoneiro da sua banda de apoio. Joquinha Gonzaga casou a primeira vez em 1979, no Rio de Janeiro, com a Francisca Salustiano com quem teve dois filhos: Pablo Salustiano Maciel e Patrícia Salustiano Maciel.  Do segundo casamento com Maria Pereira dos Santos, conhecida por Nice. Do matrimônio nasceu os filhos Sara Luiza dos Santos Maciel e Luiz Januário dos Santos Maciel.

O primeiro disco de Joquinha Gonzaga foi lançado em 1986, intitulado “Forró, Cheiro e Chamego”. Foi a partir daí que o tio-rei via no sobrinho, o herdeiro de toda uma herançacultural. A composição Amei a Toa, parceria com João Silva, foi gravada na Voz de Luiz Gonzaga.

Após a morte de Luiz Gonzaga, em 1989,  e consequentemente a do primo Gonzaguinha, em 1990, Joquinha mudou-se para o município de Exú,  pernambucano, para cuidar dos interesses do tio e do primo, dando continuidade as atividades de implementação do “Museu do Gonzagão” no Parque “Aza” Branca.

Entre os anos de 1990 e 1993, dedicou-se aos shows regionais procurando manter a tradição do seu mestre Luiz Gonzaga, participando ativamente de grandes eventos culturais do Nordeste.Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga.

Ao lado do tio Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um". Joquinha Gonzaga aos 70 anos reside atualmente em Exu, Pernambuco. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de sanfona 8 Baixos) e ainda tem como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da valorização cultural.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watsap: (87)999472323

CLIPE: Tanta saudade preservada num velho baú de prata dentro de mim. Digo num velho baú de prata porque prata é a luz do luar. Este baú é como um museu pessoal, o museu que todos temos, feito de lembranças, quinquilharias e reminiscências que alimentam o nosso presente. Como todos os museus pessoais, o da canção tem qualquer coisa que vai além do eu...é futuro”.

Os versos do cantor e compositor Gilberto Gil pode traduzir o sentimento do clipe gravado pelo sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário, tocador de 8 Baixos, Joquinha Gonzaga, valorizando o patrimônio de Exu Pernambuco. A música é um universo de riquezas culturais.

O clipe mostra a letra da música Espelho das águas do Itamaragy, composta por Gonzaguinha e Joquinha Gonzaga. No último dia 08 de setembro Exu, Pernambuco, completou 114 anos de Emancipação Política. Exu é privilegiada pela sua diversidade cultural e abraçada pela exuberante beleza da Chapada do Araripe,

Em contato com o BLOG NEY VITAL,  Joquinha Gonzaga, disse que apesar das dificuldades que todos os cantores e músicos enfrentam o momento é de otimismo. 

"Resolvi prestar mais esta declaração de amor juntando voz e imagens da nossa Exu, Pernambuco e assim o Brasil conhece nossas riquezas culturais", disse Joquinha.

Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade". 

MÚSICA - ESPELHO DAS ÁGUAS DO ITAMARAGY:

Quando Gonzaga chegava no Exu

Naquela cadeira abraçava os amigos

Olhando o açude contava histórias

Do espelho das águas do Itamaragy

O sol se deita em cada entardecer

E a lua derrama sua luz de prata

E o verde da mata em volta vem beber

Mulheres, latas, roupas e homens

Meninos, moleques e animais

A vida da minha cidade está toda ali

No espelho das águas do Itamaragy

Meus zamô deixa não, essa história se quebrar

Meus zamô deixa não, esse espelho se quebrar

Deixa não, cuida aí,

Do espelho das águas do Itamaragy

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PESQUISADOR PAULO VANDERLEY FAZ PALESTRA: LUIZ GONZAGA-110 ANOS NASCIMENTO E O PARCEIRO DA ASA BRANCA, HUMBERTO TEIXEIRA

A região do Cariri cearense é reconhecida por ser uma vitrine de costumes e tradições onde a cultura pulsa intensamente. Neste contexto, o Sesc Ceará realiza, há mais de duas décadas, um dos principais encontros culturais do País: a Mostra Cariri de Culturas. 

Este ano, o evento acontece no período de 26 a 30 de agosto, com ações em 28 municípios da região do Cariri e na cidade de Iguatu, no Centro-sul do Estado.

O pesquisador, Paulo Vanderley, vai ministrar uma palestra com o tema os 110 anos de nascimento do cantor e o parceiro da famosa música Asa Branca, Humberto Teixeira. A palestra acontece a partir das 19h, no Teatro Sesc Iguatu, Ceará.

Estruturada em sete linguagens: Música, Artes Cênicas, Literatura, Tradição, Audiovisual, Artes Visuais e Patrimônio, a 24ª edição da Mostra conta com a participação de 190 grupos/artistas, além de 110 grupos de tradição popular da região do Cariri, entre reisados, maracatus, bacamarteiros, cordelistas, repentistas, cocos e bandas cabaçais, entre outras manifestações artístico-culturais.

PAULO VANDERLEY: O livro Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento, de autoria de Paulo Vanderley, ilustração do Mestre Espedito Seleiro, será lançado este ano (2022), já tem a Força da Palavra, do Imaginário e das Realidades vividas por Luiz Gonzaga. 

Espetacular. Emocionante. O livro é um aperto grandioso na Alma. Sentimento maior. É vitamina de tutano que revigora e faz viver! Trabalho de qualidade excelente. É fé vivida na Igreja São João Batista do Araripe, Fazenda Caiçara. O livro de Paulo Vanderley  É conhecimento cientifíco e conversa de meio de feira, com cheiro, sons e troca de saberes do povo. É ronco de chuva, fartura da sanfona dos 8 aos 120 baixos. É cheia do Rio Brígida soprado de vento Cantarino.

Os 110 anos do Nascimento é o livro certo e merecido para homenager o Mestre Lua, Rei do Baião, Xote, Forró, Xaxado e constelações terretres que iluminam a música brasileira e todos os gonzagueanos mundo afora que pesquisam, estudam e admiram Luiz Gonzaga. É um livro dos 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, mas representa o mesmo andamento da harmonia, ritmo e melodia: é livro futurista. É livro dos 110, 150, 300 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. Será eterno...

De acordo com Paulo Vanderley, o livro é escrito em primeira pessoa, com o próprio Rei do Baião contando sua história, a partir de uma intensa pesquisa em acervos de entrevistas. O projeto também será lançado em formato de áudio, narrado pelo próprio biografado a partir desse material.  Esta obra, o 110º aniversário de Luiz Gonzaga, também se transformará em um podcast e uma websérie, garantindo o caráter multimídia do livro.

"Dessa forma, o público conseguirá ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Gonzaga no forró em diversas plataformas".

Paulo Vanderley é pesquisador, criador e mantenedor do mais completo site de Luiz Gonzaga no Brasil www.luizluagonzaga.com.br, estes últimos meses tem dormido pouco. Madruga na busca da chegada da hora de lançar o livro. 

A história conta que o despertar de Paulo Vanderley pela valorização dos costumes da cultura brasileira e especial o Nordeste e sua música começou na infância. Em 1989, na cidade de Exu, Pernambuco, o paraibano de Piancó, de apenas 9 anos, filmou o cortejo de sepultamento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Na época a família de Paulo Vanderley morava em Exu. Paulo tem o privilégio de ter fotos ainda criança ao lado de Luiz Gonzaga.

Adolescente Paulo Vanderley passou a colecionar tudo relacionado à cultura gonzagueana e o melhor da música ao ritmo da sanfona, zabumba e triângulo. Paulo reúne coleção, a exemplo de Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos. O cantor e compositor Gonzaguinha é um capítulo valioso na vida de Paulo.

“Sou da Paraíba, fui criado no sertão. Meu pai era funcionário do Banco do Brasil e, pelas andanças pelo banco, fomos parar em Exu, no Pernambuco, terra do seu Luiz Gonzaga. Ele era cliente do banco e foi assim que ele e meu pai se conheceram e ficaram amigos”, contou Paulo.

O Mestre Luiz Gonzaga e a sua voz em termos de qualidade de pesquisa deve muito a Paulo Vanderley. Na condição de pesquisador e jornalista, ouso em nome da cultura brasileira, e gonzagueana, antecipar um muito obrigado e Gratidão.

O site Luiz Lua Gonzaga foi idealizado e construído pelo colecionador Paulo Vanderley em 2004, carregando entrevistas, discos, digitalização de materiais gráficos e vários outros materiais sobre o legado do Rei do Baião. 

A iniciativa se tornou um dos principais meios de pesquisa sobre o músico de Exu, levando Paulo Vanderley a ser consultor em projetos como o Museu do Cais do Sertão e a cinebiografia de Gonzagão. O site Luiz Lua Gonzaga parte do projeto de seu criador em celebrar os 110 anos de seu ídolo, comemorados em 2022.

O site luizluagonzaga.com.br é sempre abastecido com uma infinidade de materiais que contam a trajetória de Luiz Gonzaga. Desde dezembro o site ganhou nova roupagem. E é um dos mais acessados em todo o Brasil. 

“Para nós, gonzagueanos, que admiramos tudo o que ele foi, é quase que um princípio propagar a vida e a obra dele. Apesar das dificuldades de trabalhar com cultura no Brasil, trazer mais pessoas para admirá-lo é o que nos anima, é o nosso combustível para fazer esse trabalho”, afirma Paulo Vanderley.

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O JORNALISMO AMBIENTAL POSSÍVEL EM PROGRAMAÇÕES DE RÁDIO

O jornalismo ambiental compartilha procedimentos e técnicas também recorrentes no jornalismo tradicional. Porém, busca sua independência em relação ao formato hegemônico e aos ditames que o mercado impõe ao jornalismo tradicional com foco na economia e na promoção do consumo. 

O jornalismo ambiental não é uma exclusividade das editorias especializadas dos meios de comunicação, das revistas especializadas mas, pode ser fruto da ação de comunicação de povos isolados, como os indígenas da floresta amazônica. Ao se deixar envolver pelo saber ambiental, que deve constituir sua fonte primária, o jornalismo ambiental pode ser praticado pelos pajés, pelo agricultor familiar, pelo cidadão que se sente responsável pela vida de sua comunidade.

O jornalismo ambiental se tornou fundamental para uma sociedade que sabidamente já excedeu sua capacidade de consumo em relação aos recursos do planeta. Sua presença se tornou necessária, contudo sua ausência pode significar uma omissão imperdoável para a vida do planeta. Não importa o meio utilizado para sua realização: é necessário que o cidadão, seja ele leitor, internauta, telespectador, radiouvinte, possa ter acesso a mensagem comprometida e militante, conforme Wilson da Costa Bueno, citado por Roberto Villar Belmonte.

O jornalismo ambiental se alimenta da vida que pulsa no seio do planeta. No meio da selva amazônica, na aldeia dopovo Sateré Mawé, na região do rio Andirá, município de Barreirinha-AM, uma experiência de rádio comunitária indígena está acontecendo a partir de uma iniciativa dos missionários do PIME (Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras) que sob a coordenação do missionário Henrique Uggé desde a década de 1970 atua junto aqueles povos. A rádio comunitária ‘Sateré Ty FM 87.9’ foi instalada nas dependências da Escola Indígena São Pedro (EISP), no rio Andirá.

O jornalismo ambiental ganha com o funcionamento da rádio um aliado dentro de uma realidade alvo das maiores redes de comunicação do planeta, a floresta amazônica.Por estar diretamente integrada a vida de um povo indígena que tem dificuldades de comunicação até mesmo entre suas comunidades espalhadas em meio a floresta e nas beiras dos rios, a rádio comunitária indígena, como falou seu diretor, José de Oliveira, será fundamental para divulgar os fatos e feitos relacionados com o cotidiano dos Sateré Mawé, a cultura desse povo será transmitida diretamente em sua língua nativa e no português para o planeta. 

O rádio, que em sua maturidade se tornou um senhor vigoroso e elegante, apesar do avanço da tecnologia dos meios de comunicação, continua a exercer o seu papel de companheiro fiel (FERRARETO, 2007) das populações residentes em lugares em que os modernos meios de comunicação se tornam inoperantes. Alguns programas serão totalmente em língua materna, para isso, padre Uggé prepara locutores e apresentadores da própria área indígena. Segundo o missionário, a intenção é “fazer um trabalho de informação e de formação” e “dar oportunidades no campo da educação, da saúde, do social, etc. enfim, serão eles mesmos que farão este serviço”, disse.  

A Área Indígena Sateré Mawé (AISM) compreende um perímetro de aproximadamente 450 km, composta de mais de 60 aldeias e comunidades. Da primeira até a última são quase 5h de viagem pelas curvas do Rio Andirá em período de cheia. Elas estão distantes umas das outras e “às vezes tem que ir de voadeira ou de rabeta – pequena canoa de madeira empurrada por motor na popa – paracomunicar, para avisar, para se encontrar. Com um meio desse que fala o idioma local é mais fácil esta interligação”, salientou padre Henrique.

O povo Sateré Mawé por estar localizado relativamente próximo da cidade de Parintins-AM, onde anualmente acontece um festival folclórico com a temática voltada na atualidade para os povos indígenas e a sustentabilidade do planeta, tem sido alvo constante da mídia para a divulgação de suas danças e rituais. Até mesmo pelo desconhecimento da língua daquele povo tudo que é apresentado mundo afora apenas tem a aparência do exótico, do fantástico e nada mais. Após a coleta de imagens e áudios nada mais resta do contato, os curumins e cunhantãs continuam suas vidas em meio a floresta e tomando banho nas negras águas do rio. Como a cultura indígena é transmitida apenas verbalmente e inscrita em utensílios de madeira ou barro, adornos produzidos com sementes, penas e outros materiais perecíveis, o “des-envolvimento sustentável” pode com o tempo envolver toda sabedoria ancestral nascida da floresta.

A presença de um veículo de comunicação comunitária no formato de rádio, com conteúdo de programação produzido pela própria comunidade, pode dar voz à um povo que se tornou conhecido mundo afora apenas pela narrativa midiática. O formato técnico e a linguagempodem estar muito distante do aspecto encantatório apresentado pelos mass media, contudo apresenta o que pode ser essencial para o jornalismo ambiental: a realidade histórica dos fatos e, principalmente apresentar o princípio da precaução, muito caro na prevenção de problemas ambientais futuros.

Por Alberto Luiz Silva Ferreira* Doutorando pelo PPGCOM, DINTER UFRGS/UFAM; e-mail: ferreiraalberto2009@gmail.com

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LULA DEFENDE DURANTE SABATINA BIOECONOMIA NA AMAZÔNIA, AGRICULTURA FAMILIAR E AGRONEGÓCIO SUSTENTÁVEL

O tema do meio ambiente ficou em segundo plano na sabatina realizada pelo Jornal Nacional na noite desta quinta-feira (25) com Luiz Inácio da Silva, candidato à presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Nos poucos minutos em que discorreu sobre o tema, o ex-presidente defendeu a bioeconomia na Amazônia, o pequeno agricultor e o agronegócio sustentável.

Durante os 40 minutos de entrevista, os temas “corrupção” e “economia” dominaram a pauta. O agronegócio e a questão ambiental só foram abordados nos momento finais da sabatina e o candidato discorreu sobre os temas por menos de cinco minutos. A título de comparação, os candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) tiveram cerca de sete minutos para falar sobre o assunto.

Ao ser questionado se a ligação de seu partido com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é a razão pela qual parte do agronegócio ainda não demonstrou apoio à sua candidatura, Lula disse que seu governo investiu muito no setor e que a falta de apoio se deve às medidas de proteção dos biomas brasileiros implementadas à época em que ele ocupava o Palácio do Planalto.

“Não tem nenhum governo que tratou o agronegócio como nós tratamos. Eu vou dizer para você, nós fizemos uma Medida Provisória, a 432, se não me falha a memória, de 2008, que fez uma negociação com os produtores rurais de R$ 85 bilhões, senão eles tinham quebrado”.

A MP a que Lula se refere, depois transformada na Lei Federal nº 11.775/2008, de fato instituiu medidas de estímulo à liquidação ou regularização de dívidas originárias de operações de crédito rural e de crédito fundiário.

“[,…] a questão da nossa política em defesa da Amazônia, a nossa política em defesa do Pantanal, a nossa política em defesa da Mata Atlântica, ou seja, a nossa luta contra o desmatamento faz com que eles sejam contra nós”, continuou o candidato.

Indagado pelos entrevistadores se ele estava colocando o agronegócio em oposição ao meio ambiente, Lula disse que se referia apenas aos empresários mais alinhados ao espectro político da direita. 

“O agronegócio que é fascista e direitista [faz oposição ao meio ambiente], porque os empresários sérios que trabalham no agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, esses não querem desmatar, esses querem preservar os nossos rios, querem preservar as nossas águas, querem preservar as nossas faunas. Esses não. Mas você tem um monte que quer”, disse.

Em seguida, Lula defendeu a bioeconomia na Amazônia e se mostrou contra a expansão de grandes commodities no bioma. Ele também criticou a famosa expressão “passar a boiada”, usada pelo então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles para se referir ao afrouxamento das leis ambientais no contexto da pandemia de Covid-19

“Você está lembrado que o atual presidente tinha um ministro do Meio Ambiente que dizia que era para invadir com a boiada, para desmatar a Amazônia […] Nós não precisamos plantar milho, soja ou cana nem criar gado na Amazônia. O que nós precisamos é explorar corretamente, cientificamente, a biodiversidade da Amazônia, para que a gente tire daquela riqueza da biodiversidade produtos para a indústria de fábrica ou para indústria de comércio [sic], para gerar emprego para aquelas pessoas”.

Confrontado novamente com pergunta sobre o papel do MST em um eventual governo petista, Lula disse que o Brasil tem espaço para os diferentes tipos de agricultura desenvolvidos no país, e que todos precisam conviver pacificamente. Ele também aproveitou para criticar a política de liberação de armas implementada no governo Bolsonaro.

“O Bolsonaro está ganhando alguns fazendeiros porque está liberando arma […] Para mim, o pequeno produtor rural, o médio produtor rural tem que viver pacificamente com o grande negócio, porque o Brasil tem possibilidade de ter os dois. Um produz mais internamente. O outro produz mais externamente […] O Blairo Maggi, que é o maior plantador de soja do Brasil, talvez ele não crie a galinha caipira que ele gosta de comer. Talvez ele não crie o porquinho orgânico que ele gosta de comer. Talvez ele vá comprar num pequeno proprietário. Então é extremamente importante a convivência pacífica dessa gente. Nós já fizemos isso e vamos fazer novamente”, disse.

Lula foi o terceiro entrevistado da sabatina realizada pelo Jornal Nacional com os presidenciáveis. A próxima, e última, será com Simone Tebet (MDB), nesta sexta-feira (26). Cristiane Prizibisczki-0 Eco Jornalismo Ambiental

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EX-PRESIDENTE LULA CITA EDUCADOR PAULO FREIRE E DEFENDE MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (25), que “poderia ter escolhido um procurador engavetador” em seus governos. O petista participou de sabatina realizada pelo Jornal Nacional, conduzida pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos. O primeiro tema a ser abordado foi a corrupção em seus governos.

“As medidas estão colocadas. Eu poderia ter escolhido um procurador engavetador. Sabe aquele amigo que você escolhe que nenhum processo vai para a frente? Eu poderia ter feito isso, não fiz. Eu escolhi da lista tríplice. Eu poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado, que eu pudesse controlá-lo. Não fiz. E permiti que efetivamente as coisas acontecessem do jeito que precisavam acontecer”, disse o ex-presidente quando questionado sobre quais medidas tomará para evitar que escândalos de corrupção aconteçam caso seja eleito.

Lula focou num Brasil de mudanças e justificou a união com o ex-adversário Geraldo Alckmin, com uma frase do educador Paulo Freire: “É preciso unir os divergentes para melhor enfrentar os antagônicos”. "Sim, queremos unir os democratas de todas as origens e matizes, das mais variadas trajetórias políticas, de todas as classes sociais e de todos os credos religiosos".

Lula também defendeu que seu governo tomou uma série de medidas de combate à corrupção, como a criação da Lei Anticorrupção e do Portal da Transparência. “Se alguém comete um erro, comete um delito, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve e resolve o problema”, disse o petista, que criticou ainda a Operação Lava-Jato. “A Lava-Jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. E objetivo era o Lula. O objetivo era condenar o Lula”, afirmou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou a jornalista Renata Vasconcellos a visitar uma cooperativa do Movimento Sem Teto (MST), durante entrevista.

“O MST está fazendo uma coisa extraordinária. Está tratando de produzir. O MST é o maior produtor de arroz do Brasil. Você tem que visitar uma cooperativa do MST Renata. Você tem que ver, não é a mesma coisa de 30 anos atrás”, afirmou o ex-presidente.

A declaração foi dada durante pergunta sobre o agronegócio. Para o ex-presidente, alguns empresários do ramo defendem o meio ambiente. “Os empresários sérios que trabalham o agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, esses não querem desmatar, querem preservar nossos rios, nossas águas, nossa fauna. Esses, não. Mas tem um monte que quer”, disse.

“A gente não precisa plantar milho, soja ou cana nem criar gado na Amazônia. O que precisamos é explorar corretamente, cientificamente, a biodiversidade da Amazônia, para que a gente tire daquela riqueza da biodiversidade produtos para a indústria de fábrica, para a indústria do comércio e gerar emprego para aquelas pessoas”, afirmou.

O Jornal Nacional realiza uma série de entrevistas com os presidenciáveis nesta semana. Na segunda, foi a vez de o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na terça, Ciro Gomes (PDT). Amanhã, a última participante será Simone Tebet (MDB).

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ARTE, TRADIÇÃO E PATRIMÔNIO SÃO DESTAQUES NA 24 EDIÇÃO MOSTRA CARIRI DE CULTURAS

A região do Cariri cearense é reconhecida por ser uma vitrine de costumes e tradições onde a cultura pulsa intensamente. Neste contexto, o Sesc Ceará realiza, há mais de duas décadas, um dos principais encontros culturais do País: a Mostra Cariri de Culturas. Este ano, o evento acontece no período de 26 a 30 de agosto, com ações em 28 municípios da região do Cariri e na cidade de Iguatu, no Centro-sul do Estado.

Com foco no patrimônio paleontológico, a mostra promove a difusão de saberes, tradições e arte, além de atuar também para fortalecer o movimento de reconhecimento da Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade, iniciada pelo Sesc Ceará, em 2019. O evento reúne pesquisadores, artistas e público em torno de apresentações, ações formativas e mesas de debates que incentivam as manifestações artístico-culturais desses territórios criativos.

Estruturada em sete linguagens: Música, Artes Cênicas, Literatura, Tradição, Audiovisual, Artes Visuais e Patrimônio, a 24ª edição da Mostra conta com a participação de 190 grupos/artistas, além de 110 grupos de tradição popular da região do Cariri, entre reisados, maracatus, bacamarteiros, cordelistas, repentistas, cocos e bandas cabaçais, entre outras manifestações artístico-culturais.

Abrindo as cortinas, no dia 26/08, o grupo Titãs realiza o show de abertura no Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti, na cidade do Crato, a partir das 20h. A apresentação reúne criações que vão desde alguns singles da ópera rock Doze Flores Amarelas, como “A Festa”, “Canção da Vingança”, “Doze Flores Amarelas” e “É Você”. 

O repertório ainda conta com os grandes sucessos do grupo paulistano, como "Epitáfio", "Flores", "Sonífera Ilha", "Pra Dizer Adeus" e muitos outros. Já no dia 30/08, o show de encerramento fica a cargo dos artistas João do Crato e Cleivan Paiva. João do Crato possui uma carreira de mais de 40 anos - performático, multiartista, o artista vai das Lapinhas e Dramas Populares ao Rock'n Roll, apostando na irreverência como marca registrada.

Já Cleivan Paiva tocou com nomes de grande repercussão, como Hermeto Pascoal. O artista possui três álbuns em sua carreira solo: “Guerra e Paz”, “Cleivan Paiva” e “Sonhos do Brasil”, além de ter tocado em festivais de grande repercussão por todo o país e compor a trilha sonora original de filmes como: “O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto” e “A Saga do Guerreiro Alumioso”, o show acontece às 17h, na Praça Siqueira Campos, no Crato.

Um dos destaques desta edição é a inauguração do Museu Orgânico Oficina de Corrinha Mão na Massa, no dia 27/08, em Missão Velha. Este será o 10º Museu Orgânico de uma rede de fomento à tradição. A ceramista Socorro, ou Corrinha Mão na Massa, apelido que ganhou ainda criança, transformou seu dom em profissão e se orgulha da força da terra que entrelaça sua história. O projeto do Sesc Ceará, em parceria com a Fundação Casa Grande, valoriza o saber popular, transformando a casa de artistas e mestres da cultura em lugar de memória.

Desde 2017, o Sesc realiza a ação “Pensando Verde na Mostra” proporcionando discussões sobre meio ambiente e sustentabilidade. Nesta edição, o projeto acontece de 27 a 30/08, na Praça da Sé, na cidade do Crato, com trocas de mudas, exposições mediadas, oficinas e uma vivência ambiental no Museu Orgânico Casa dos Pássaros, em Potengi.

Também durante a programação, será realizada a 3ª edição do Seminário Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe, tendo como tema a Riqueza paleontológica da bacia geológica do Araripe. Os encontros acontecem nos dias 29 e 30 de agosto, no auditório do Geopark Araripe. Entre os participantes, estão os professores e pesquisadores Allysson Pinheiro, Edenilce Batista, Eduardo Guimarães e Patrício Melo.

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PLANO NORDESTE POTÊNCIA APONTA URGÊNCIA DE REVITALIZAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Segundo dados do Plano Nordeste Potência, a bacia hidrográfica do Rio São Francisco tem 3,3 milhões de hectares a serem recuperados somente em reservas legais e áreas de preservação permanente

Considerando a necessidade de aproveitar as potencialidades das energias renováveis na região Nordeste, cada vez mais crescentes e exploradas, e garantir, ao mesmo tempo, melhorias para os pequenos proprietários e comunidades onde grandes empreendimentos de usinas eólicas, por exemplo, instalam aerogeradores, com indicadores socioambientais mensuráveis, o Plano Nordeste Potência foi oficialmente lançado.

A iniciativa que coloca, ainda, como prioridade a necessidade da revitalização da bacia do rio São Francisco e a recuperação de 3,3 milhões de hectares em áreas legais e de preservação permanente (APPs), é uma iniciativa associada ao Projeto HidroSinergia, que têm objetivos similares e une organizações não governamentais, como Instituto Climainfo, Centro Brasil no Clima (CBC), Grupo Ambientalista da Bahia (Gamba), Fundação Casa Socioambiental e Instituto Clima e Sociedade (ICS), além de uma rede de lideranças e movimentos locais.

Segundo o desenvolvedor do Lab de Economia Regenerativa do rio São Francisco e articulador do CBC, Sérgio Xavier, o Plano Nordeste Potência surgiu ainda da necessidade de impulsionar um modelo de desenvolvimento que, simultaneamente, reduza desigualdades com qualificação profissional planejada e empregos sustentáveis.

 “Para isso, é preciso envolver e fortalecer as comunidades para que elas contribuam com a regeneração e a proteção da Caatinga, criando um novo modelo de planejamento e gestão pública com visão sistêmica, unindo os estados do semiárido a partir de políticas sociais, ambientais, energéticas e econômicas interconectadas”, explicou, lembrando que a “energia solar, eólica e produção de hidrogênio verde, são, sem dúvida, uma imensa base de propulsão para uma nova economia inclusiva e de baixo carbono no Nordeste e podem gerar mais de 2 milhões de empregos verdes nos próximos cinco anos, em pequenos municípios e também no litoral”.

De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), a concentração de gases de efeito estufa vem atingindo cada vez mais níveis recordes, fazendo com que o planeta exceda os limites críticos para evitar mudanças climáticas catastróficas e ainda segundo o Boletim de Gases de Efeito Estufa da Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 2020, a concentração de dióxido de carbono (CO2) foi 149% superior aos níveis anteriores à industrialização, batendo outro recorde anual. Por isso, a adoção de fontes de energia limpa pode contribuir para a redução de CO2 na atmosfera. 

“O acúmulo de carbono e outros gases de efeito-estufa na atmosfera, pela queima de combustíveis fósseis, desmatamentos e outros processos degradadores, é a causa do aquecimento global que está provocando as trágicas mudanças climáticas. Portanto, eliminar a emissão desses gases, usando fontes energéticas limpas e retirar o carbono da atmosfera, com reflorestamento e outras medidas, são as maiores urgências globais. Em resumo, descarbonizar a economia é reduzir ao máximo o uso de combustíveis baseados em petróleo e carvão, reverter desmatamentos, reflorestar em larga escala e promover energia solar, eólica, biocombustíveis e processos que ajudem a reequilibrar o ciclo de carbono do planeta”, explicou Xavier. (Fonte: CBHSF: Juciana Cavalcante)

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