GONZAGUEANOS TRADUZEM O AMOR A CULTURA DA FÉ E DA PAZ NA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA, PERNAMBUCO

A cada ano a tradição em Serrita, Pernambuco é renovada por pessoas que se denominam gonzagueanos. Amigos Gonzagueanos podem ser definido como amantes da cultura, pesquisadores, estudiosos a partir do legado de Luiz Gonzaga.

Dessa vez o encontro é na Missa do Vaqueiro, realizada no Parque Estadual João Câncio. No próximo final de semana Centenas de pessoas se deslocam de diversos lugares do Brasil para prestigiar este ano a 52 Missa do Vaqueiro.

A ativista cultural, Maria de Fátima Tenório Ribeiro já chegou em Serrita. Há 22 anos participa da Missa do Vaqueiro. Natural da cidade de Arcoverde. "Essa Missa do Vaqueiro de Serrita é igual o pedido que Luiz Gonzaga fez para o forró: não poder morrer nunca. Missa do Vaqueiro de Serrita deve ser local da cultura da paz e abraço de amigos, fé e tradição", diz Nadir.

Essa fé se faz presente também pelo Grupo Amigos Gonzaguianos. Pesquisadores Jose Aparecido, Vanderson, Luiz Carlos, Toinho da Onça, todos os anos marcam presença. De Belo Jardim, o radialista Laetson Silva é um dos frequentadores da Missa. De Gravatá radialialista Edilson Gonzaga vai prestigiar a missa. O Grupo Neto Tintas se faz representar por Italo Lino. Paulo Vanderley de Fortaleza, Rafael Lima do Crato

A Missa do Vaqueiro foi Criada por Padre João Câncio, Luiz Gonzaga, Mestre da Sanfona e o poeta cantador Pedro Bandeira, a Missa possui uma mística de fé e histórias. Cladio sai de Sanharó. E assim a cultura se mantem

DEVOÇÃO: "Tengo/legotengo/lengotengo/lengotengo.… O vaqueiro nordestino/morre sem deixar tostão/o seu nome é esquecido/ nas quebradas do Sertão...” 

Na Missa do Vaqueiro de Serrita, edição 52, mais uma vez os aboios e versos vão ecoar pelo lugar, realçados pelo trote dos animais e o balançar natural dos chocalhos trazidos pelos donos, todos em silêncio. É música. É arte. 

Cada arte emociona o ser humano de maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

Foi no sítio Lages, que um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Realizada anualmente sempre no mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga e criada com os amigos Padre João Câncio e Pedro Bandeira. A música composta por Nelson Barbalho e Luiz Gonzaga, ainda ecoa nos sertões brasileiros: Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. 

Reza a história que corre até hoje nos sertões que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A história de coragem se transformou num mito do Sertão. A sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Luiz Gonzaga queria mais.

Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos, na época padre que ao ver a pobreza e as injustiças sociais cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão, para fazer do caso do vaqueiro Raimundo Jacó é o mote para o ofício do trabalho e para a celebração da coragem. Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Raimundo Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. 

De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de centenas vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas, como chapéu de couro, chicotes e berrantes, ao altar de pedra rústica em formato de ferradura.

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre. A Missa do Vaqueiro enche os olhos e coração de alegria e reflexões.  Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas. 

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado, composto por Janduhy Filizola é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção. É a mística presente na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros: “Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos".

E aqui um assunto pra concluir: quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou está esticado um couro, é comum o gado bater as patas dianteiras no chão e chorar o sentimento pelo “irmão” morto. O boi derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos, como só acontece nos sertões do Nordeste!

Assim eu escutei e aqui reproduzo...

(Texto e reportagem Jornalista Ney Vital. Apresentador produtor do Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA  VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS. Transmissão aos domingos 8hs Rádio FM 95.7 e Rádio Cidade AM 870)

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CANTOR E COMPOSITOR IVAN GREG PARTICIPA DO FESTIVAL NACIONAL DO FORRÓ DE ITAÚNAS, ESPÍRITO SANTO

O sanfoneiro, cantor e compositor Ivan Greg participa do O Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit), no Espírito Santo que acontece entre os dias 16 a 23 de julho, com mais de 50 shows entre atrações e concorrentes. 

Ivan Greg foi premiado no 24ª edição do Festival Edésio Santos da Canção. Na oportunidade a música vencedora foi Prelúdio Lunar, de Juliana Barbosa e Ivan Greg.

Ivan Greg é um dos músicos mais talentosos da atualidade. Nascido em Petrolina aos 9 anos já tocava teclado e sanfona. Em 2006 mudou-se para a Europa e trabalhou na divulgação e valorização da música brasileira e a cultura nordestina.

Gravou e realizou shows na Alemanha, Holanda, Espanha, Itállia, França, Suécia e Bélgica. A música também o levou aos Estados Unidos onde desenvolveu vários projetos.

Ivan Greg atualmente cursa licenciatura em Música, no Instituro Federal do Sertão. Aponta que tem influência musical de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Gilberto Gil, Djavan. O samba é outra referência na trajetória de Ivan Greg.

A sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

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GILBERTO GIL, MÚSICA PROCISSÃO E O DIA DA CONFERÊNCIA

O Teatro Popular do Nordeste – TP N funcionava na Av. Conde da Boa Vista, vizinho à Cantina Boa Vista, ambos redutos dos estudantes. Além de teatro, nos fundos do prédio funcionava um bar com petiscos. Foi lá que conheci Gilberto Gil após um show do baiano, quando Dedé Aureliano, grande figura nos apresentou. A empatia foi recíproca e Gil integrou-se ao nosso convívio em suas repetidas viagens ao Recife nos anos de 1966 a 1968.

Numa de nossas conversas, com vários estudantes da Unicap, inclusive Zé Paulo Cavalcanti, Gil comentou a presença maciça de músicas estrangeiras em nossas rádios, com suas letras incompreensíveis para a maioria dos ouvintes. Lembro que comparou um belo verso de sua música Procissão com outro da música ObLa Di, ObLa Da dos Beatles, uma das mais tocadas. Sugeri ao cantor fazer uma conferência na Unicap sobre MPB. O convite foi feito pelo Diretório Acadêmico de Direito e de pronto aceito. O ano era 1967. Combinamos a data.

Tínhamos saído de uma experiência magnífica quando o D.A. de Direito, um ano antes, organizara no pátio da Unicap a 1ª Semana de Arte Popular do Nordeste, o maior evento cultural promovido na Católica de todos os tempos, com exibição de cantorias, venda de livros e literatura de cordel, números circenses, bandas de pífanos, repentistas, exposição do pintor Bajado, o que lhe conferiu justa notoriedade, além de comidas, bebidas e danças típicas, o sucesso foi estonteante. O Diretório de Direito comandava tudo e sua sede servia como Diretório Central dos Estudantes da Unicap.

Gilberto Gil já não era um iniciante, tinha 26 anos e vários sucessos no mercado nacional, destacando-se Procissão, Samba de Roda, Eu Vim da Bahia, Domingo no Parque. Também suas apresentações no Recife lhe deram popularidade e aceitação. A Avenida Conde da Boa Vista com suas cantinas, bares e o TPN era um sítio da juventude.

Acertada a data com o cantor, passou-se a tratar com a Direção da Unicap. O diretor da Faculdade de Direito. Algumas restrições foram colocadas pela Reitoria, que estranhava cantor fazer conferência em universidade. O grau de Administrador de Empresa de Gil informado por mim superou as falsas restrições.! Concluídos os preparativos, ficamos na expectativa do evento, marcado para as 19h30 de um dia que não lembro e só recordo.

 Pedidos de informações choviam no DA e na Secretaria da Faculdade, prenúncio de grande audiência. Desde as 17 horas preocupações me tomaram. A grande sala onde seria proferida a conferência seria pequena. Começamos a selecionar, dando prioridade aos alunos de Direito. 18h30 não cabia uma mosca na grande sala o que me causou preocupação sobre eventual tumulto. Algumas providências foram tomadas, garantindo o ingresso do conferencista ao local. A conferência iniciada pontualmente prolongou-se até as 23h num sucesso retumbante.

Gilberto Gil pontificou com sua arte, seu conhecimento do mercado musical e explanações sobre as dificuldades aos artistas iniciantes impostas pelas grandes gravadoras. Quando anunciei o fim da aula-espetáculo, Gil foi aplaudido de pé por longos minutos. O evento entrou para a história da Escola de Direito embevecendo sua Direção e hoje o ex-presidente do Diretório Acadêmico José Paulo Cavalcanti Filho é confrade do então cantor conferencista na Academia Brasileira de Letras para nossa glória e deleite.

Esses episódios por mim vividos por suas recordações cinquentenárias invadiram minha alma com alegrias renovadas e ampliadas ao ver Zé Paulo e Gil trajando seus fardões em solenidade de posse na ABL, me fazendo navegar onde era preciso, no mar da magia existente nas histórias da Unicap, do TPN e dos barzinhos de então, que já conferiam imortalidade e confraria a José Paulo, escritor e jurista do sempre, e a Gilberto Gil poeta e cantor de nascença, a quem parabenizo pelos 80 anos. 

(Fonte: João Bosco Tenório Galvão-Advogado)



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MORTE DE JACKSON DO PANDEIRO COMPLETA 40 ANOS

À parte da efeméride de datas, discorrer sobre Jackson do Pandeiro é/deveria ser compromisso afeito a qualquer roda de conversa, papo de esquina ou mesa de bar, em prosas que, por óbvio, passariam longe de ser comum, haja vida o quão singular ele era.

A 'conversa' destas linhas se justifica pela ausência há quatro décadas do maior ritmista da música popular brasileira, completada no último dia 10. Era julho de 1982 e àquela altura, com discografia vasta, três décadas de carreira e um Nordeste nacionalizado a partir de sua musicalidade, aos 62 anos de vida a missão do “Rei do Ritmo” se fazia cumprida, perpetuada e inconfundível.

Não é exagero afirmar que outro José Gomes da Silva Filho – nome de batismo do paraibano de Alagoa Grande, que depois surgiria como Zé Jackson, por causa do ator Jack Perrin, para então enveredar a alcunha de “do Pandeiro” - não se faria mais, desde então.

Ao lado de Luiz Gonzaga, embora sem a mesma reverência direcionada ao “Rei do Baião” talvez pela maior popularidade que tinha Seu Luiz - Jackson, cuja figura franzina, tomada por um chapéu de abas curtas usado sempre de lado, segue como nome insubstituível ou como bem disse Silvério Pessoa, “continua sendo uma prateleira indispensável e inesgotável na MPB”. 

“Versátil como compositor e instrumentista, grande percussionista, versátil como letrista, um cara que foi responsável por uma narrativa contemporânea de um Sertão, um Agreste, uma Zona da Mata, uma Metrópole pós Luiz Gonzaga – considero este o pai de tudo e Jackson o que praticamente redimensionou todo esse universo do que a gente chama de forró”, complementou Silvério em conversa com a Folha de Pernambuco.

Silvério, que bebeu da fonte de Jackson em 2015 com “Cabeça Feita”, projeto em que o artista paraibano é aclamado em quinze faixas que contemplam a discografia do ritmista e traz à tona com fidelidade melodias em meio à versatilidade típica que lhe era inerente.

“Ele enfatizou a indumentária, a culinária, trabalhou no cinema, na dança e no imaginário, na mística e na religiosidade popular a partir do que hoje chamamos de forró. Quarenta anos de sua ida e presença inesgotável, infinita sempre para todo o Brasil”, reforçou Silvério, influenciado por Jackson tal qual foram/são, entre outros, Elba Ramalho, Lenine, Nação Zumbi, Zé Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo – dupla que cantou no Festival Internacional da Canção de 1972 a embolada “Papagaio do Futuro”. Alceu, tempos depois, chegaria com “Coração Bobo” inspirado pelas estripulias musicais do artista paraibano.

RITMOS: Foi misturando xaxado, embolada, coco, samba, frevo e marchinhas de Carnaval, levados por ele, também, no reco-reco, na gaita, na sanfona e na zabumba, que Jackson do Pandeiro ritmou o mundo, a partir do seu jeito de falar, inclusive.

Com “Sebastiana”, de autoria do compositor pernambucano Rosil Cavalcanti, ele ganhou os holofotes como cantor. Coco – que segundo o próprio, em entrevista à TV Cultura na década de 1980, tudo se resumia ao ritmo “(...) tudo é coco. Se não é coco, é samba” - dotado de ineditismos que posteriormente iriam ditar o futuro de outros ritmos Nordeste afora.  “O Canto da Ema” e “Chiclete com Banana” também integraram as interpretações de Jackson.

“Falar de Jackson é falar de alegria, de ritmo, é o Rei do Ritmo que levou a música da gente para o mundo inteiro, com simplicidade. A arte dele é muito forte no ritmo (...) eu me inspiro nele, pela simplicidade que ele tinha e que eu também carrego. Sou muito fã dele, ele influenciou muito no meu samba de latada”, enalteceu Josildo Sá, outro nome forte da cultura pernambucana que bebeu da fonte de Jackson do Pandeiro, nome que segue como o maior, em se tratando da verve nordestina e ligeira. (FONTE: Folha Pernambuco-Germana Macambira)

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PROJETO DE IRRIGAÇÃO SENADOR NILO COELHO, N 7 RECEBE NESTE DOMINGO (17) O ESPETÁCULO SACRO PAIXÃO E MORTE DE CRISTO

O Grupo de Teatro Amador do N7 (GRUTANS) e a Melodia Produções apresentam, o espetáculo sacro PAIXÃO E MORTE DE CRISTO, baseado nos momentos finais da vida de Jesus Cristo. A apresentação será realizada no dia 17 de julho, domingo, a partir das 20h, no pátio de eventos da agrovila, do projeto de irrigação Senador Nilo Coelho, N-7, na Zona Rural, da cidade de Petrolina-PE, o evento será totalmente gratuito, aberto ao público.

No seu 31º ano de apresentações, a PAIXÃO E MORTE DE CRISTO, tornou-se um espetáculo tradicional, com apresentações anuais, sempre no período da Semana Santa, que mobiliza toda a comunidade do N-7. Excepcionalmente, por consequências da pandemia – COVID, o espetáculo deste ano está sendo realizado fora do período e só está sendo possível realizá-lo devido a aprovação do seu projeto no XIII EDITAL PERNAMBUCO DE TODAS AS PAIXÕES, incentivado pelo Governo do Estado de Pernambuco, Fundarpe, Secretaria de Cultura de Pernambuco SECULT-PE e conta com o apoio da Prefeitura de Petrolina. A elaboração do projeto e a produção executiva contou com a expertise da MELODIA PRODUÇÕES.

O espetáculo, foi encenado pela primeira vez em 1989, com o título de Paixão de Cristo e começou sendo realizado pelo grupo de jovens da comunidade, o JOVE, grupo este que amadureceu e se tornou o Grupo de Teatro Amador do Núcleo Sete – GRUTANS. Assim, há mais de 30 anos o grupo vem realizando o maior e mais belo espetáculo sacro ao ar livre, na zona rural, de Petrolina, no Sertão do São Francisco. Este ano, serão montados 11 cenários, sendo 5 destes construídos e 6 naturais, o espetáculo contará ainda com o recurso de acessibilidade (LIBRAS). 

Com duas horas de encenação o espetáculo narra os momentos decisivos da vida de Jesus Cristo, começando com a cena do Batismo. Na sequência, as cenas de Herodes, com dançarinas e onde Salomé pede a cabeça de João Batista; o sermão da montanha e a convocação dos apóstolos; a ressureição de Lázaro; a última ceia; Agonia no jardim das oliveiras; a Prisão, Jesus Perante Caifás e Sacerdotes; Fórum de Pôncio Pilatos; a Caminhada para o Calvário; o Encontros de Maria, Madalena, João e Verônica que enxuga o rosto de Cristo; Culminando o espetáculo teremos a Crucificação, realizada em um moro de barro construído especificamente para a cena da crucificação e ressureição de Cristo; a retirada de Cristo de cruz.
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VI ENCONTRO SABERES DA CAATINGA TERMINA NESTE DOMINGO (17)

Prossegue até domingo (17) o VI Encontro de Saberes da Caatinga, realizado no município de Exu, Pernambuco. O encontro reúne raizeiras, benzedeiras, rezadores e parteiras na Chapada do Araripe (dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí), além de pesquisadores e estudantes de todo o país e até do exterior. 

O objetivo é promover a troca de conhecimentos entre os adeptos de práticas e culturas milenares e os acadêmicos, bem como estimular a interiorização da residência em saúde.

As pesquisadoras do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco Islândia Carvalho e Camila Pimentel participam do evento. Além de ser uma das idealizadoras e colaboradora do Encontro desde a sua primeira edição, Islândia coordena o projeto “Saberes e práticas da Caatinga e Modelos de Saúde”. Esse projeto desenvolve a sistematização do Encontro e contribui na construção de um banco de dados com a história do evento e na devolução à população local dos resultados das diversas pesquisas elaboradas a partir dessa experiência.

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LUIZ GONZAGA: A ALMA DA CULTURA MUSICAL BRASILEIRA

O Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões. Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos.

Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O olhar de Gonzaga furou o ventre de todas as coisas e seres, escaneou suas vísceras, revirou seus mistérios, escrutinou suas entranhas. A mão do homem deslizou pelas teclas sensíveis da concertina, seus dedos pressionaram os pinos, procurando os sons baixos e harmônicos. Os pés do homem organizavam o primeiro passo, sentindo o caminho, testando o equilíbrio. A cabeça erguida, o queixo pra frente, a barriga desforrada e o pulmão vertendo cem mil libras de oxigênio, vibrando as cordas vocais: era Lua nascendo.

O peito de Gonzaga abrigava o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. Viva Luiz Gonzaga do Nascimento, sempre na mira de nossos corações. 

(Fonte: professor doutor em Ciências da Literatura Aderaldo Luciano)

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