PROGRAMAÇÕES ESTÃO DETERIORADAS, DIZ CANTOR ZELITO MIRANDA SOBRE DIVERSIDADE DE ATRAÇÕES NO SÃO JOÃO

 

'Programações estão deterioradas', diz Zelito sobre diversidade de atrações no São João Confira reportagem texto de Erem Carla/Bahia Notícias.

A mistura de gêneros musicais se tornou uma febre mundial com as variações dos ritmos que surgem no mercado fonográfico. O funk se mistura com o brega, o sertanejo passeia com o piseiro e os temperos vão surgindo com o passar do tempo. 

Em 1991, quando a mistura de ritmos não era habitual, um baiano do município de Serrinha resolveu temperar o forró com axé, MPB e até mesmo rock n’roll. Zelito Miranda, o Rei do Forró Temperado, mudou o jeito de fazer forró e por pouco não se tornou arquiteto ou jornalista. 

“Quando eu cheguei aqui [Salvador], queria fazer arte, não importava a qual, eu tinha que estar no meio artístico. Fiquei 10 anos fazendo teatro, fiz dois longas e quando passou isso tudo quis fazer música. Eu fui para MPB nordestina e consegui gravar meu primeiro LP aqui na Bahia e esse LP me gerou uma viagem com Belchior de 27 show pelo Brasil, onde conheci a galera de trio elétrico”, lembra Zelito. 

O cantor conta que o convite para fazer um disco só com músicas de forró surgiu de um amigo e que nesse trabalho, decidiu incluir as influências que tinha de trio elétrico, samba reggae e axé.

Ainda sem nome para o novo CD, Zelito recebeu amigos para ouvir o disco e batizar o trabalho. De tanto brincar que tinha colocado um “tempero” nas músicas, não deu outra: ‘Tem que se chamar o rei do forró temperado!”, exclamou um amigo. 

“Aceitei ‘O Rei do Forró Temperado’ como nome do disco e não como uma marca minha. Mas aí lascou, porque um amigo fez um outdoor com o nome e todos que ligavam já não falavam Zelito e me chamavam assim”, diz o cantor que diz levar na brincadeira até os dias de hoje. 

Zelito ainda fala que acredita na importância de modificações no forró. “Se você pegar o forró e mantiver ele sempre tradicional, chega uma hora que não pega ninguém”.

O cantor ainda disse ao Bahia Notícias que é averso a introdução de artistas de outros segmentos musicais nas festas de São João. 

“Acho que é importante que essa tradição seja mantida, eu sou averso a essas tiradas porque não funciona. São João é uma festa que tem gastronomia, indumentária, música, dança… Mas essas misturas são inevitáveis”.

Zelito completa 13 anos do evento Forró no Parque neste ano. Com as restrições em decorrência da Covid-19, a festa não acontecia há dois anos. Para comemorar o retorno das atividades, o tradicional forró ganhou três edições: abril, maio e junho. 

Para o mês junino, o forrozeiro preparou uma festa especial no dia 12, Dia dos Namorados, às 11h, no Largo Pedro Arcanjo, no Pelourinho.  “Tem que chegar muito cedo, vamos dançar forró temperado até as 15h, aguardo vocês!”

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BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO PERDEU 50% DA SUPERFÍCIE NATURAL DE ÁGUA E MAIS DE 7 MILHÕES DE HECTARES DE VEGETAÇÃO NATIVA, APONTA ESTUDO

Segundo dados da iniciativa MapBiomas, a Bacia do São Francisco perdeu 50% da superfície de água natural entre os anos de 1985 e 2020. Contando com as ações humanas que trouxeram um aumento artificial de 13% da superfície de água de reservatórios, a redução foi de 4%, com as maiores perdas vistas no Alto e no Baixo São Francisco, de 19% e 21% respectivamente.

 O estudo marca o Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco a pedido do Plano Nordeste Potência, iniciativa de um conjunto de organizações brasileiras que trabalham pelo desenvolvimento verde e inclusivo da região.

O estudo também mostra como quatro grandes reservatórios apresentam tendência de queda na superfície de água nos últimos 36 anos. A maior é registrada na hidrelétrica Luiz Gonzaga entre Pernambuco e Bahia, seguida por Sobradinho, Três Marias e Xingó.

 A ação humana pode não ser suficiente para manter o recurso na região, especialmente considerando cenários de redução de chuva previstos para os próximos anos. "A criação de reservatórios aumenta a superfície de água, no entanto temos observado uma tendência de perda de água nos principais reservatórios, além da perda de superfície de água natural significativa na bacia do Rio São Francisco, isso favorece um cenário de crise hídrica", observou Carlos Souza Jr., coordenador do MapBiomas Água.

 “Esses números refletem o que nós podemos ver na prática. A Bacia do São Francisco sofre com o uso intenso e sem planejamento, seja dos recursos hídricos quanto do seu solo. Hoje existem populações que vivem nessa região e que já sofrem com essas variações.

Precisamos implementar soluções como a recuperação das áreas degradadas o mais rápido possível, além de promover uma boa gestão dos recursos”, afirma Renato Cunha, coordenador executivo do Gambá, grupo Ambientalista da Bahia.

 A Bacia do São Francisco é a terceira maior do país e corresponde a cerca de 8% do território nacional. Ainda que haja grandes variações entre os anos, a tendência de queda é clara e soma-se a análises anteriores, inclusive do governo federal. Estudo feito em 2013 pela extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, por exemplo, indicava que poderia haver uma perda de até 65% da vazão até 2040, com base no registro de 2005.

“Os preocupantes indicadores do MapBiomas mostram que é urgente a implantação de um profundo programa de revitalização, previsto desde o início do projeto de transposição e nunca realizado. Além das ações de reflorestamento, recomposição de áreas degradadas e obras de saneamento em centenas de municípios, é fundamental um plano de elevação e estabilização da vazão média do rio e incentivos a um modelo de economia que impulsione a regeneração da bacia hidrográfica”, propõe Sérgio Xavier, coordenador do Projeto HidroSinergia, do Centro Brasil no Clima, que está desenvolvendo o Lab de Economia Regenerativa do São Francisco nas fronteiras dos estados de Alagoas, 

BAHIA, SERGIPE E PERNAMBUCO: Outros dados do MapBiomas mostram que o uso da terra na bacia se intensificou. Atualmente, a cobertura de vegetação nativa nessa área é de 57%, mas chega a somente 30% no Baixo e 37% no Alto São Francisco. 

Apesar de existirem áreas consolidadas de agricultura e pastagem, a região hidrográfica perdeu 7 milhões de hectares de vegetação nativa nas últimas três décadas para a agropecuária, restando 36,2 milhões de hectares – desses, somente 17% estão em áreas protegidas. As pastagens ocupam 14,8 milhões de hectares e a agricultura, 3,4 milhões. A formação savânica foi a mais atingida, perdendo 4,6 milhões de hectares (14%). Além de Cerrado, outros dois biomas compõem a bacia, Mata Atlântica e Caatinga.

DESMATAMENTO: Esse avanço das atividades agrícolas se manifesta em outros indicadores. O Médio São Francisco registrou quase 2 mil alertas de desmatamento em 2019 e 2020, totalizando aproximadamente 99 mil hectares derrubados. A mesma sub-região mostrou o maior crescimento no número de sistemas de irrigação desde 1985, 1.870%, seguido pelo Alto São Francisco, com 1.586%.

“A bacia do São Francisco está sob pressão, tanto pela agricultura quanto pela geração de energia, que coloca em risco milhares de pessoas que vivem na região”, complementa Washington Rocha, coordenador da equipe Caatinga no MapBiomas.

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03 DE JUNHO-DIA EM DEFESA DO RIO SÃO FRANCICO, OPARÁ, VELHO CHICO

Não existe rio sem povo. Não existe povo sem rio.

Não existe rio sem povo. Não existe povo sem rio.

O São Francisco é assim, múltiplo,

porque é de todos, de muitos jeitos,

com muitas histórias e olhares.

Um rio feito de afluentes e de culturas diferentes,

que chegam de todos os cantos e criam algo único.

Alto, Médio, Submédio, Baixo,

inteiro São Francisco.

Pra ver o Velho Chico inteiro, de verdade,

tem que enxergar com o coração.

A arte tem que brilhar na retina,

a economia tem que vibrar,

a vida tem que pulsar. O Velho Chico das águas,

da fauna, da flora,

da cultura, da oportunidade,

das pessoas e dos sonhos.

Múltiplo, diverso, infinito.

Um rio que transborda trabalho, esperança,

novas histórias e novas realidades.

Porque o Velho Chico é uma contradição:

ao mesmo tempo em que está sempre mudando,

que é sempre novo,

nunca deixa de ser o mesmo em sua essência,

em sua força.

Por isso, cuidar do Velho Chico,

é cuidar do eterno e também do efêmero.

É perceber que as águas são o começo,

mas que existe muito mais além

do que a vista alcança.

Porque o São Francisco tá nos olhos,

tá nas mãos, tá na memória,

tá no sangue de todos nós.

E agir pelo rio, é agir pelas pessoas.

É agir pela vida e pelo futuro.

E é por isso que eu digo,

com a certeza de quem é um pouco Velho Chico também,

que o Velho Chico são muitos.

E se a gente cuidar, vai ser cada vez mais.

O Velho Chico são muitos.

Que Velho Chico é você?

Por: Maurilo Andreas Foto: Rodrigo de Angeli

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JOQUINHA GONZAGA, 70 ANOS E MAIS UM MÊS DE JUNHO NA VIDA DE VIAJANTE

É mês de junho. Há dois anos os festejos juninos não deram o ritmo. A pandemia da Covid-19 marcou um período de tristeza e também reflexões. "Sonhei olhando a Serra do Araripe. Madrugada pegava o carro junto aos meus músicos seguindo a vida de viajante Nordeste afora. Encontrando os amigos e fazendo shows".

A frase ano passado foi do cantor e compositor Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto do tocador de sanfona de 8 baixos, Januário. Emocionado Joquinha declarou as dificuldades vividas no  momento de isolamento social e proibição das festas juninas 2020 e 2021.

Este ano aos 70 anos, completado em abril, Joquinha Gonzaga, pega a sanfona e junto aos músicos mais uma vez segue a Vida de Viajante. 

"Ainda tenho datas que podem ser fechadas. Tenho show marcado em Caruaru, Paulo Afonso, Barbalha, Capim Grosso. Nossa missão é cantar e seguir a tradição deixada pelo nosso Rei do Baião', disse Joquinha.

João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família precursora do forró, baião. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, já partiram para o sertão da eternidade. Joquinha Gonzaga, nasceu no dia 01 de abril de 1952, filho de Raimunda Januário (Dona Muniz, segunda irmã de Luiz Gonzaga) e João Francisco Maciel.

A filha de Joquinha, Sara Gonzaga é a atual produtora empresária do sanfoneiro que traz a humildade e o sorriso de Luiz Gonzaga estampado em cada abraço. Sara diz que durante todo o ano a vida do pai e sanfoneiro Joquinha "é andar por este Brasil percorrendo os sertões para manter a valorização dos verdadeiros sanfoneiros presente nos forrós".

A expectativa neste ano de 2022, No período das festas juninas, de maio até agosto (quando se celebra 02 de agosto a festa da saudade), a agenda de Joquinha Gonzaga é ganhar outro ritmo. "É mais acelerada. É assim que vou pelejando! Alô Exu, meu moxotó e cariri tô chegando prá tocar ai", brinca Joquinha Gonzaga, ressaltado que "todo ano é uma peleja pra levar o verdadeiro forró prá frente e mostrar o baião e xote, para o povo, como pediu "meu tio Luiz Gonzaga".

A sanfona de Joquinha Gonzaga tem a herança original do pé de serra do Araripe e banhos do Rio Brígida. Joquinha traz com sua sanfona o tom cada vez mais universal divulgado por Luiz Gonzaga. 

Seguindo o estradar e os sinais da vida do viajante vai Joquinha cumprindo os compromissos de agenda puxando o fole e soltando a voz, valorizando a tradição e mostrando para as novas gerações a contemporaneidade, modernidade dos acordes da sanfona modulada no ritmo, melodia e harmonia.

Sara conta orgulhosa e conhecedora da vida e obra da família, que Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. Mora em Exu, Pernambuco. "Sempre está  contando histórias. Não foge das características do forró, xote, baião. Procura sempre a melhor satisfação do público que tem uma admiração especial a família, a cultura de Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Severino e Chiquinha também tocadores de sanfona e já se foram. O estilo musical não pode ser diferente. É gonzagueano", diz Sara, na vitalidade da juventude.

“É emocionante a devoção que todo nós ainda hoje temos por Luiz Gonzaga e Dominguinhos e isto cresce a cada ano, mesmo com a invasão dessas bandas e um desprezo, descaso com a cultura. Mas não vamos desanimar. O importante é que apesar de tudo o verdadeiro forró não morre”, diz Joquinha Gonzaga. 

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watsap: (87)999472323

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MANOEL PAIXÃO E A ARTE DE TOCAR, CONSERTAR E AFINAR SANFONAS

No mês de junho, o BLOG NEY VITAL destaca o sanfoneiro, Manoel Rodrigues Paixão, 50 anos. Ele nasceu em Afrânio, Pernambuco. Mora em Petrolina. Apaixonado pela cultura brasileira é tocador desde os 12 anos. Possui o dom cada vez mais raro no Brasil e em especial no Nordeste: conserta e afina sanfonas.

Manoel Paixão herdou do pai os ensinamentos sobre o instrumento, que já veio do avô e irmãos. "O importante é ter um ouvido afinado para a música. É só para quem tem paciência", diz.

Afinar sanfona é assunto tão complexo e especial que até o Rei do Baião Luiz Gonzaga, tinha seus afinadores de sanfona escolhido. Um deles era Arlindo dos Oito Baixos, já falecido.

Manoel explica que para afinar sanfona é preciso paciência. "Existe casos mais simples outros consertos mais complexos. A gente faz tudo, limpeza, tira a ferrugem, faz conserto, restauração, manda fazer fole, pintura e reencapamento. Em alguns casos a restauração tem que ser completa numa sanfona", conta.

Uma restauração completa pode chegar a R$ 3.000. A afinação de uma sanfona profissional custa de R$ 800,00 a R$ 1.000, e o valor para as sanfonas intermediárias varia de R$ 400 a R$ 500.

"É um trabalho cada vez mais raro. Pois são poucos os sanfoneiros que consertam e afinam. É um trabalho diferenciado".

Em Fortaleza, o técnico em acordeon há 37 anos, Irineu Araújo diz que o tempo necessário para realizar a afinação de uma única sanfona varia de dois a quatro dias, segundo Araújo, depende do estado do instrumento. Uma sanfona profissional tem cerca de 41 teclas, com 164 'vozes' apenas no teclado. "Indo e voltando, são 328 vozes só no teclado, juntando com as vozes do baixo, são quase 448 vozes a serem afinadas ao todo", diz o afinador.

Em casos em que a sanfona não está tão desafinada, o técnico leva menos tempo, cerca de um dia. "Nem muito, nem tão pouco. Se você tocar muito, vai desafinar. Mas você também não pode ter um instrumento pra ficar sem usar", explica.

 "Meus clientes cativos são Ítalo e Renno, Waldonys, bandas como Mastruz com Leite, Aviões do Forró, Forró Real... Esses eu já conheço há muito tempo, e a afinação acaba sendo mais rápida, porque eles tocam bastante", diz o afinador.

O afinador explica que para aprender a técnica há caminhos diferentes. Em conversas com afinadores mais antigos, foi aprendendo a sequência certa para realizar o trabalho. 

"A primeira pessoa a me passar uma lição, foi meu irmão, que aprendeu com meu pai. Só que eu conversando com um antigo afinador, Hermínio Rocha, tive minhas primeiras lições da sequência certa. Luis Bandeira, também me deu instruções em conversas, tirando dúvidas", comenta. 

Irineu afirma que a afinação de um acordeon é temperada, ou seja, nunca é completamente perfeita, para ser harmônica. "Tem que ter uma diferençazinha de uma gaita pra outra até chegar na harmonia. O ouvido tem que funcionar muito bem", completa.

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PLENÁRIA DISCUTE OS RUMOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO

A I Plenária de Economia Solidária do Sertão do São Francisco aconteceu nesta quinta-feira (02), com muita animação, debate e aprendizados. O evento aconteceu no auditório do Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e contou com a presença de empreendimentos das dez cidades do território.

O debate teve como tema:"Cesol: fomentando uma outra Economia que transforma realidades", e tem como propósito fazer uma avaliação da aplicação e alcance da política pública de Economia Solidária no território, através da assistência técnica prestada pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco.

Durante o evento os empreendimentos foram recebidos com muita animação e forró. Em seguida, foram direcionados para os debates da plenária que foi conduzido pela equipe técnica do Centro Público e dividido em dois momentos: o primeiro, com ato solene de abertura, que contou com a presença de autoridades locais e do Superintendente de Economia Solidária e Cooperativismo, Milton Barbosa.  

O segundo momento foi marcado pela construção coletiva de um documento com a apresentação de sugestões, propostas pelos empreendimentos que irão nortear os novos rumos da assistência técnica do Cesol e do fortalecimento da Economia Solidária no Estado.

A empreendedora Paloma Silva faz parte do grupo familiar Maria do Raso e esteve presente na Plenária. Localizado em Canudo-BA, o empreendimento atua com a produção de doce de leite, geleias e sucos concentrados produzidos por dona Maria, mãe de Paloma. A partir da assistência dada pelo Cesol, com a adequação de embalagens, criação de identidade visual e divulgação, o empreendimento aumentou os mercados de vendas dos produtos.

"A plenária de Economia Solidária além de ter possibilitado um espaço de aprendizado, de trocas, foi possível conhecer melhor todo o contexto que envolve e compõe a economia solidária aqui na região. Também foi um espaço importante para a gente sugerir e pensar coletivamente alguns pontos, questões que dificultam nossos trabalhos que são comuns a todos os empreendimentos de economia solidária", destacou Paloma.

O debate também possibilitou a troca de conhecimentos e saberes entre os empreendedores solidários. "A plenária possibilitou a interação e troca de conhecimentos, além de conhecer melhor o funcionamento do projeto", afirmou Roseane Soares, responsável pelo grupo Criativa Crochê.

"Foi um novo aprendizado, um novo caminho, mais uma porta que se abriu para todos os participantes da plenária, trocamos ideias e isso foi importante", afirmou Sônia Ribeiro, representante do grupo Sabor do Salitre.

FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: Nesta quarta-feira e sábado(03 e 04 de junho), acontecerá na Orla de Juazeiro, a partir das 16h, a 37ª edição da Feira de Economia Solidária. O evento acontecerá dentro da programação do evento Bule Cultural, projeto realizado em homenagem ao músico Antônio Ribeiro da Conceição, o Bule Bule.   

A feira contará com cerca de 70 expositores e expositoras, atendidos pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco, projeto vinculado à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (SETRE). Doces, geleias, licores, queijos, artesanatos e confecções estarão entre os produtos que serão comercializados durante a feira.

A Feira de Economia Solidária 100 edições integra o edital 009/2019 do Governo do Estado da Bahia, por meio da SETRE, através do termo de colaboração com o Instituto de Integração e Formação Casa da Cidadania, com o CESOL-SSF, e conta com o apoio da UNIVASF, da Prefeitura Municipal de Juazeiro, da TV São Francisco e do Centro de Cultura João Gilberto.

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JORGE DE ALTINHO VAI ENCANTAR A ROTA CULTURAL CAMINHOS DO FRIO EM AREIA DIA 09 DE JULHO

Areia, Paraíba é a principal cidade da Rota de Turismo Caminhos do Frio. Areia é Patrimônio Nacional da Cultura. O evento Caminhos do Frio depois de dois anos sem acontecer devido ao isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, retoma sua programação no Brejo paraibano. Com início em 4 de julho no município de Areia, o evento contará com programação cultural, além de turismo de vivências e experiências.

Areia no último dia 18 de maio completou 176 anos de Emancipação Política e  ganha um dos maiores presentes musicais. Jorge de Altinho fará uma apresentação, o show no sábado, dia 09 de Julho.

A Rota Turismo e Cultura Caminhos do Frio e Areia, Jorge de Altinho, a população de Areia e do Nordeste, o baião, o forró, a música brasileira vão viver um momento histórico.

Jorge Assis Assunção, Jorge de Altinho. Nasceu no dia 03 de Junho. Nunca banalizou sua arte e é respeitado pela qualidade do seu trabalho. Compositor de alma cheia e grandeza humana é de Jorge de Altinho os maiores sucessos gravados pelo Trio Nordestino (Lindu, Cobrinha e Coroné), destaco “Fole de ouro”, “Amor demais”, “Forró quentão”, Caruaru a Capital do Forró, A separação… Petrolina e Juazeiro.

Em parceria com Petrucio Amorim o Brasil canta Confidências, um dos maiores sucessos na voz de Jorge de Altinho.

Jorge no início de carreira inspirou-se em Raul Seixas, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. O seu primeiro disco LP: “Jorge de Altinho – O príncipe do baião” é hoje considerado pelos pesquisadores e colecionadores uma das raridades no mercado dos especialistas e admiradores da vida e obra de Jorge de Altinho.

Ressalto sempre (balizado em mais de 30 anos de pesquisas e estudos) que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência-mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Jorge de Altinho é uma dessas estrelas! Tem sua luz própria! Brilha inspirado no convívio dos sertões, conhecedor dos segredos e nuances da noite estrelada. Humilde e grande na sabedoria de seguir os ensinamentos e conselhos de Luiz Gonzaga e Dominguinhos.

Uma das mais belas interpretações de Jorge de Altinho é Tamanho de Paixão, onde ouvimos Luiz Gonzaga e Dominguinhos fazendo a sanfona roncar feito trovão em dia de chuva. Dominguinhos foi o discípulo que superou a arte do mestre. Jorge é o responsável pelas novas gerações saber o que representa a riqueza do forró, baião, valorizando a música brasileira.

No livro Forró de Cabo a Rabo, o jornalista e crítico musical Ricardo Anísio, aponta Jorge de Altinho, como uma das vozes mais bonitas do reduto forrozeiro. Timbre de voz de rara beleza. Compositor de maior sensibilidade, construtor da palavra poética.

“Jorge de Altinho traduz os sons da alma. Sua obra foi feita para elevar coração, alma e espírito da humanidade”.

Tenho dito: é Jorge de Altinho um Poeta Danado e Cantador quase vidente…

“A lua não é mais a mesma

 la no céu do meu sertão

o sol chorando com seus raios

fica procurando em vão

la no canto da parede chapéu e gibão ficou

aquela sanfona branca que tanta gente alegrou

só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou…

E vejo num voar alegre de um lindo beija flor

nas águas de um açude cheio

e na voz de um cantador/

nas borboletas nos caminhos no arco-iris multicor/

num Riacho do Navio que de tristeza secou

só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou…

Juazeiro, Assun Preto, Asa Branca e muito mais

cantigas que fizeram um rei e um trovador da paz

gênio, mito, tua obra já te imortalizou

nos quatro cantos do Brasil o teu canto ecoou

Fostes a realidade nos olhos de um sonhador…

Pelas estradas da vida sempre semeando o amor

mas só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou…”

*Ney Vital é jornalista. Apresentador e produtor do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos. Aos domingos 8hs Rádio Cidade FM 95.7 e Cidade Am 870, todas as plataformas digitais instagram, facebook 

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