SOCIEDADE CIVIL CELEBRA A PUBLICAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

O Governo do Estado publicou no Diário Oficial de hoje (26), o decreto em que o governador Rui Costa aprova o Plano Estadual de Convivência com o Semiárido. Fruto de uma luta antiga da sociedade civil baiana, o plano projeta um conjunto de metas e objetivos para as ações de convivência, com previsão de recursos para os próximos 10 anos.

As ações constantes no plano podem ajudar o Estado a estruturar políticas públicas apropriadas à realidade vivida pelos mais de 7 milhões de habitantes que residem no Semiárido baiano, o qual ocupa cerca de 85% do território da Bahia.

O plano, de acordo com Cícero Felix, Coordenador da Articulação no Semiárido – ASA, “prevê os programas, projetos, ações e também orçamento para a execução das políticas que estão correlacionadas com a Política Estadual de Convivência com o Semiárido”, instituída através da Lei Nº 13.572 de 30 de agosto de 2016.

Cícero enfatiza a importância do documento ao lembrar que o “plano decenal já está ancorado no PPA atual e deve estar ancorado nos próximos dois PPAs”, garantindo dessa maneira os recursos financeiros para colocar em prática aquilo que a sociedade civil e o Governo vêm debatendo há mais de cinco anos.

Além de garantir recursos para execução das ações, o plano tem outras finalidades fundamentais. “Com o plano publicado a sociedade civil tem uma ferramenta importante de incidência política, de poder cobrar, monitorar, avaliar a execução do plano. É através do plano que vai se efetivar a execução da Política Estadual de Convivência com o Semiárido”, pontua Felix.

A Política de Convivência com o Semiárido prevê ações que se estendem da implementação de tecnologias para captação e armazenamento d’água até a promoção da educação integral e contextualizada. Estarão envolvidas diversas secretarias, a exemplo da Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR que já executa projetos voltados para a Convivência com o Semiárido.

A publicação do decreto aconteceu um dia antes do lançamento do Armazém da Caatinga, um espaço de comercialização dos produtos da agricultura familiar, gerido por uma cooperativa que reúne associações, cooperativas e outros grupos produtivos. O Armazém da Caatinga é uma conquista de agricultoras/es familiares, fruto de muito trabalho, insistência e representa uma mostra de que, com políticas públicas adequadas, é possível gerar renda garantindo preservação ambiental, dignidade para o povo do campo e produção de alimentos saudáveis. (Fonte: Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa)

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CAMINHADA DAS SANFONAS ACONTECE NO DIA 17 DE MAIO

Seu Bilino, saudoso e afamado tocador de sanfona 8 Baixos, Pé de Bode será o nome homenageado no evento Caminhada das Sanfonas, no próximo dia 17 de maio. Moreilândia, Pernambuco, A Terra do Mel, completa 50 anos de Emancipação Política.

Nas festividades acontece a I CAMINHADA DAS SANFONAS. A produtora cultural Marlla Teixeira criadora da Caminhada das Sanfonas, desta vez no município de Moreilândia, Pernambuco, conta conta que o evento vai prestar uma homenagem ao saudoso sanfoneiro, conhecido por 'Seu Bilino", que morreu/desencarnou no dia 14 de agosto do ano passado. 

"Mestre Bilino", batizado de Antônio Felizardo Alves, nasceu em Moreilândia, Pernambuco. Em vida Seu Bilino foi afinador de sanfona de 8 Baixos, também tocava sanfona de 120 baixos. Mas era apaixonado mesmo pela arte de tocar a sanfona de 8 Baixos. Fazia questão de frisar: Sou afinador de sanfona dos 8 aos 120 baixos.

A família e amigos de Seu Bilino aguardam o evento que vai acontecer em maio, mês de anivérsário do sanfoneiro com bastante ansiedade.

João Everaldo Alvez Felizardo, é o filho casula, 41 anos, mora em Serrita, Pernambuco, Terra dos Vaqueiros e da tradiconal Missa é formado em Letras, coordenador Pedagógico e diz que o evento vai reunir sanfoneiros e pessoas admiradoras da arte de toda a região, de Serrita, Bodocó, Ouricuri e Exu. "Avalio com muito carinho esta Caminhada das Sanfonas em Moreilândia. Meu pai sempre foi uma pessoa simples, prestativa no que diz respeito a participações  culturais nas escolas e projetos envolvendo o aprendizado da sanfona. Essa é uma homenagem que vai reunir sanfoneiros de toda região", diz João Everaldo.

“A Caminhada das Sanfonas foi criada no ano de 2019, em Exu Pernambuco, com o objetivo de valorizar toda a cadeia produtiva que envolve os sanfoneiros, gerando renda e emprego nas regiões sertanejas, promovendo a Cultura Gonzagueana e suas vertentes“, conta Marlla, ressaltando que é um evento gratuito e ganha um formato itinerante. "Faremos novas Caminhadas da Sanfona com o objetivo de garantir espaços cada vez maiores para o desenvolvimento cultural, social e econômico dos Municípios", afirma Marlla.

Marlla diz que Luiz Gonzaga em vida sempre pedia para não ser esquecido: "Por isto veio a proposta de fazer da Caminhada das Sanfonas de Exu, agora em outros municipios e temos certeza que isto vai ser mais um motivo de encontro da família gonzagueana que desta vez vai marcar presença em Moreilândia no próximo mês de Maio. Aguardem  dia".

VALORIZAÇÃO DA SANFONA DOS 8 AOS 120 BAIXOS: Seu Bilino começou a tocar ainda era menino, em 1958, quando seu pai comprou uma sanfona de 8 Baixos para ele. Naquela época os forrozeiros tocavam nos casamentos, nos aniversários. “Bilino contava que o seu pai comprou uma sanfona pra eu tocar pra ganhar um dinheirinho. Nessa época o povo tocava à noite toda”.

O sanfoneiro, pesquisador Leo Rugero, aponta que a "Sanfona de 8 Baixos, Pé de Bode ou Fole de 8 Baixos, como também é chamado é um instrumento fundamental para a música nordestina e brasileira. No nordeste do Brasil, ele adquiriu características de afinação próprias que o tornaram diferente. Portanto, no nordeste ele desenvolveu um sotaque próprio, que é representativo de nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único".

Atualmente, a arte do tocador de sanfona de 8 baixos está ameaçada, porque seus instrumentistas não encontram mais espaço merecido nas programações de Rádio e Televisão. O Tocador de 8 Baixos é capaz de agregar uma comunidade e produzir cultura, representá-la e difundi-la, contribuindo para o fortalecimento de nossa própria identidade.

Em 2013, Seu Bilino contou para a jornalista Maria Peixoto, reportagem Um Modesto Tocador de 8 Baixos, portal Cultura de Pernambuco, que  teve dois mestres: um foi seu pai, que lhe ensinou duas coisas, uma é que “a música é pra ser tocada com carinho e amor, bem e sempre feliz”. A outra é que tem músicas que devem ser guardadas pra momentos especiais. “Meu pai dizia ‘Num toque essa música atoa não. Toque num momento especial, que você fica feliz e eu também fico”, ensina.

O outro mestre de Bilino foi Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga.  “Eu tocava com Severino Januário, eu considero ele meu mestre. Eu toco as músicas dele, tem gente que até chora. Hoje eu estou tocando as letras dele por causa dele. É um xote tão bom de dançar que todo mundo arrupeia os cabelos”, brincava Seu Bilino.

Ele só ficava triste com a falta de reconhecimento do seu mestre “Severino dos 8 Baixos não era mostrado na televisão. O homem tocava um 8 Baixos daquele jeito e num era mostrado. Eu fiquei meio triste, andei um tempo sem tocar”, conta o tocador que também não tem a atenção dos holofotes, apesar de seu talento merecido.

O vínculo com a família de Luiz Gonzaga começou desde cedo, Seu Bilino contava que seu pai só afinava o instrumento com Seu Januário: “Ele trazia o 8 Baixos dele porque ele era mestre, aí quando a sanfona dele quebrava.  Ele vinha pra aqui”. E, Bilino, criança, vinha dentro de um caçoá, de Serrita, sua cidade, para Exu.

Em vida Seu Bilino teve consciência de que estava cada vez mais raro ENCONTRAR pelas bandas do Araripe um tocador de 8 Baixos, “Daqui a uns 50, 100 anos quem tocar 8 Baixos vai ser chefe majoritário do mundo inteiro”, Bilino sentia prazer quando conseguia passar seu conhecimento a alguém.  “A coisa que  eu acho mais feliz no mundo é eu dar aula pra uma criança, de 8 Baixos, porque de acordeon tá cheio já de tocador”, profetizava Seu Bilino. (Fonte: redação redegn texto Ney Vital Foto Ilustrativa)

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PROFESSORES DO ESPAÇO PLURAL-UNIVASF PARTICIPAM DA INAUGURAÇÃO DO ARMAZÉM DA AGRICULTURA FAMILIAR EM JUAZEIRO, BAHIA

A partir desta quarta-feira (27), a população de Juazeiro e todo o Território de Identidade Sertão do São Francisco passam a contar com um Armazém da Agricultura Familiar. 

A inauguração aconteceu no espaço Vila Bossa Nova, às margens do Velho Chico. A equipe do Núcleo de Agroecologia-Espaço Plural da Universidade do Vale do São Francisco, participou da inauguração. Professora doutora Monica Tomé, coordenadora do PPGExR, vice coordenador professor doutor Denes Dantas, professora doutora Lúcia Marisy, estiveram prestigiando o evento.

Batizado de Armazém da Caatinga, o empreendimento é um local destinado à comercialização de produtos de cooperativas, grupos e associações rurais da região e de outros territórios da Bahia e do Brasil, produzidos por agricultores familiares. O espaço é composto por supermercado, restaurante e feira de produtos orgânicos e agroecológicos.

"O Armazém da Caatinga representa justamente o acúmulo de políticas públicas para a agricultura familiar. Aqui temos uma agricultura familiar empoderada, que se organizou em cooperativas e associações e mereceu receber esse investimento do Armazém", destaca o secretário de Desenvolvimento Rural, Jeandro Ribeiro.  

No Armazém da Caatinga estão expostos para a comercialização cerca de 600 produtos diferentes, provenientes da agricultura familiar da Bahia e de outros Estados do País. No local, é possível encontrar produtos beneficiados dos biomas Caatinga, Cerrado e Amazônia. E a expectativa é de ter cerca de 4.000 produtos diferentes, à disposição nas prateleiras.  

O Armazém é uma obra do Governo da Bahia, realizada por meio do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinancimento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). 

Sobre a importância do empreendimento, o diretor presidente da CAR, Wilson Dias, salientou que este é um grande passo para apoiar o escoamento da produção das agricultoras e dos agricultores locais.

"Nós temos procurado superar esse grande desafio de tirar nossas cooperativas e associações do isolamento para que, uma vez agrupadas, elas possam enfrentar mais adequadamente o mercado, que exige escala de entrega, exige tempo, exige produtos sendo inspecionados nas prateleiras. Então, todo esse cenário nos leva à necessidade de organizar estruturas regionais e estadual, como é o caso do Armazém da Caatinga, para que a gente tenha condição de organizar esses diferentes grupos e posicioná-los mais adequadamente no mercado".  

O diretor de programas do Fida, Hardi Vieira, destacou a importância do Armazém para a visibilidade e comercialização de produtos. "O Armazém da Agricultura Familiar sendo inaugurado hoje, nesse local de destaque aqui em Juazeiro, coloca o nosso Semiárido e a agricultura familiar em outro patamar. Geralmente, a gente tem uma visão de que a agricultura familiar ela é muito restrita para a comercialização local, para as feiras locais, para um ambiente mais comunitário, mas o armazém vai colocar os produtos da agricultura familiar em destaque e permitir que eles alcancem outros mercados, outro público. Além disso, vai aumentar a visibilidade desses produtos".  

O Armazém da Caatinga está localizado na Vila Bossa Nova, às margens do Rio São Francisco. O espaço será gerido pela Central de Cooperativas da Caatinga - Central da Caatinga. "A grande importância é que nós hoje realizamos um sonho de muitos anos. Que a gente tanto sonhava e buscava junto aos órgãos, as instituições, os parceiros do Governo do Estado. É o grande legado que fica desses governos na agricultura familiar", afirmou Adilson Ribeiro, presidente da Central da Caatinga. 

ESPAÇO PLURAL: O Espaço Plural é órgão suplementar com atribuições administrativas, e de apoio ao ensino, pesquisa e extensão, diretamente vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da UNIVASF.

O espaço briga diferentes projetos, todos eles relacionados ao estudo, valorização e empoderamento das populações tradicionais da região, tais como, agricultores familiares, quilombolas, indígenas, povos de fundo de pasto, mulheres empreendedoras e jovens do campo, desde a sua criação desempenhou importante papel na execução da missão social da universidade, promovendo ações de inclusão social e econômica dessas populações, historicamente marginalizadas pelas políticas públicas, através de formações técnicas, tecnológicas, de desenvolvimento humano, na perspectiva do exercício da cidadania plena, como garantia de direitos constitucionais.

Entrar no Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) é embarcar numa viagem através dos tempos, desde a época em que o sertão era banhado pelo mar até chegar à caatinga de hoje. Cores, animais, plantas e outras referências a essa transição figuram nas paredes, escadaria, corredores e salas do prédio principal, inteiramente renovado por uma reforma física e pela instalação de artes visuais da artista e professora Flora Assumpção, do Colegiado de Artes Visuais. 

O ESPAÇO PLURAL está situado no bairro Malhada da Areia, em Juazeiro (BA), e vinculado à Proex é sede dos Programas de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) e em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT), bem como de diversos programas e projetos de extensão, como o Espaço Arte, Ciência e Cultura (EACC), a Revista Extramuros, o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), o Sertão Agroecológico, o Núcleo de Estudos Étnicos e Afro-Brasileiros Abdias Nascimento e Ruth de Souza  (Neafrar), o Sisteminha Embrapa: Sistema Integrado para Produção de Alimento, o Núcleo de Produção Orgânica e a Horta comunitária. 

O Espaço Plural é também o berço do Campus Juazeiro, pois sediou as atividades acadêmicas dos cursos de Engenharia, no período de 2004 a 2008.

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ENCONTRO CAATINGA, JUVENTUDE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS ACONTECE NESTE SÁBADO (30) NA UNIVASF


Para celebrar o Dia Nacional da Caatinga, a Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga (RBCA), por meio da Reserva da Biosfera da Caatinga (MaB/Unesco), realizará neste sábado (30) o encontro “Caatinga, Juventude e Mudanças Climáticas”. 

O evento conta com o apoio da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e será realizado no Cineteatro, no Campus Sede, em Petrolina (PE). Há 100 vagas disponíveis para todos os públicos interessados no assunto. As inscrições podem ser feitas gratuitamente até o dia do evento. Haverá transmissão ao vivo pelo canal da TV Caatinga no YouTube, a partir das 10h e durante a tarde.

O evento, que também irá marcar o primeiro encontro da Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga (RBCA), visa apresentar a pluralidade do bioma Caatinga, o papel da juventude frente às mudanças climáticas no semiárido nordestino e sua importância para o desenvolvimento sustentável. Os interessados devem se inscrever por meio do site do evento. Haverá emissão de certificado.

A programação será composta por uma exposição de ilustrações científicas do I Congresso Nordestino de Ilustração Científica; um estande com as ações desenvolvidas pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Univasf e a doação de mudas nativas pela Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), que ocorrerão das 8h às 12h, no foyer do Cineteatro. Às 10h, será realizada a abertura oficial do encontro com declamação de cordel em homenagem ao Dia da Caatinga.

Durante a tarde, serão ministradas três palestras. A primeira será com a presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga (Unesco) e pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Alexandrina Sobreira, que falará sobre “Apadrinhamento da Rede de Jovens da Reserva da Biosfera da Caatinga”.

 Em seguida, a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Bárbara França Dantas abordará o tema "Mudanças Climáticas, Cenários para o Bioma Caatinga e as Sementes". Para encerrar, o coordenador da Rede de Jovens das Reservas da Biosfera no Brasil, Leiz da Silva, irá falar sobre "A importância da Juventude Frente a Crise Climática". A programação detalhada está disponível no site do evento.

A realização do encontro “Caatinga, Juventude e Mudanças Climáticas” conta com apoio do grupo de pesquisa Laboratório de Carreiras e Desenvolvimento de Competências (LCDC), liderado pela professora do Colegiado de Administração (CADM) Alvany Santiago, e do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema). Ana Rúbia Torres de Carvalho, membro do Bureau do Conselho da Reserva da Biosfera da Caatinga, Programa Homem e Biosfera (Unesco) e integrante do grupo de pesquisa LCDC, diz que o evento é importante também por destacar a presença dos jovens para a conservação do bioma. “É nossa expectativa que a Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga seja uma força na conservação e no desenvolvimento sustentável do nosso bioma para a presente e as futuras gerações. Queremos contribuir para um bioma Caatinga economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente rico”, frisa Ana Rúbia, que é madrinha da Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga.

Vivenciando a Caatinga – Outro evento que marca o Dia Nacional da Caatinga, celebrado em 28 de abril, terá início amanhã (27) e contará com a participação das integrantes do grupo de pesquisa Laboratório de Carreiras e Desenvolvimento de Competências (LCDC) da Univasf. 

O evento “Vivenciando a Caatinga” é promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e acontece no Recife (PE), até quinta-feira (28). Com uma extensa programação, o “Vivenciando a Caatinga” será transmitido pelo canal da Fundaj no YouTube.

Haverá seis mesas de palestras e debates, que discutirão temáticas como as riquezas do bioma, sua preservação, educação contextualizada no semiárido e a economia circular. A professora Alvany Santiago participará da Mesa 3 sobre “Economia Circular no Brasil: da educação à prática”, na tarde do dia 28, a partir das 14h30, juntamente com Beatriz Luz, da Exchange 4 Change Brasil, de São Paulo. 

O debate contará com a coordenação de Ana Rúbia Torres de Carvalho, do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga, Programa Homem e Biosfera (Unesco). (Fonte: Univasf)

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COORDENADORES DO ESPAÇO PLURAL PARTICIPAM DA INAUGURAÇÃO DO ARMAZÉM DA AGRICULTURA FAMILIAR

A partir desta quarta-feira (27), a população de Juazeiro e todo o Território de Identidade Sertão do São Francisco passam a contar com um Armazém da Agricultura Familiar. 

A inauguração aconteceu nesta quarta-feira (20), no espaço Vila Bossa Nova, às margens do Velho Chico. A equipe do Núcleo de Agroecologia-Espaço Plural da Universidade do Vale do São Francisco, participou da inauguração. Professor doutora Monica Tomé, coordenadora do PPGExR, vice coordenador professor doutor Denes Dantas, professor doutora Lúcia Marisy, Pro-reitora de Extensão estiveram presentes no evento.

Batizado de Armazém da Caatinga, o empreendimento é um local destinado à comercialização de produtos de cooperativas, grupos e associações rurais da região e de outros territórios da Bahia e do Brasil, produzidos por agricultores familiares. O espaço é composto por supermercado, restaurante e feira de produtos orgânicos e agroecológicos.

A implantação do Armazém é uma estratégia do Governo da Bahia, realizada por meio do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

ESPAÇO PLURAL: O Espaço Plural é órgão suplementar com atribuições administrativas, e de apoio ao ensino, pesquisa e extensão, diretamente vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da UNIVASF.

O espaço briga diferentes projetos, todos eles relacionados ao estudo, valorização e empoderamento das populações tradicionais da região, tais como, agricultores familiares, quilombolas, indígenas, povos de fundo de pasto, mulheres empreendedoras e jovens do campo, desde a sua criação desempenhou importante papel na execução da missão social da universidade, promovendo ações de inclusão social e econômica dessas populações, historicamente marginalizadas pelas políticas públicas, através de formações técnicas, tecnológicas, de desenvolvimento humano, na perspectiva do exercício da cidadania plena, como garantia de direitos constitucionais.

Entrar no Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) é embarcar numa viagem através dos tempos, desde a época em que o sertão era banhado pelo mar até chegar à caatinga de hoje. Cores, animais, plantas e outras referências a essa transição figuram nas paredes, escadaria, corredores e salas do prédio principal, inteiramente renovado por uma reforma física e pela instalação de artes visuais da artista e professora Flora Assumpção, do Colegiado de Artes Visuais. 

O ESPAÇO PLURAL está situado no bairro Malhada da Areia, em Juazeiro (BA), e vinculado à Proex é sede dos Programas de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) e em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT), bem como de diversos programas e projetos de extensão, como o Espaço Arte, Ciência e Cultura (EACC), a Revista Extramuros, o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), o Sertão Agroecológico, o Núcleo de Estudos Étnicos e Afro-Brasileiros Abdias Nascimento e Ruth de Souza  (Neafrar), o Sisteminha Embrapa: Sistema Integrado para Produção de Alimento, o Núcleo de Produção Orgânica e a Horta comunitária. O Espaço Plural é também o berço do Campus Juazeiro, pois sediou as atividades acadêmicas dos cursos de Engenharia, no período de 2004 a 2008.

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EXPOSIÇÕES MOSTRAM RIQUEZAS DA CAATINGA E ESFORÇOS PARA RECONHECIMENTO DO BIOMA CAATINGA COMO PATRIMÔNIO NACIONAL

Exposições na Câmara dos Deputados mostram as riquezas da Caatinga, as ameaças ao ecossistema semiárido e os esforços de reconhecimento do bioma como patrimônio nacional.

Os eventos fazem parte das comemorações de 28 de abril, Dia Nacional da Caatinga – criado por meio de um decreto federal (Decreto 9.959/03).

Até esse dia, quem visitar a Câmara poderá conferir a exposição “Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro”, montada no Espaço Mário Covas com fotos e produtos da região. Entidades socioambientais também apresentam ações bem-sucedidas de produção sustentável, sobretudo por meio da agricultura familiar. A mostra expõe imagens do fotógrafo João Vital, que há mais de 30 anos retrata o semiárido. 

Os eventos são organizados pela Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido. Coordenador do grupo, o deputado Carlos Veras (PT-PE) quer aproveitar a ocasião para impulsionar as potencialidades do bioma.

“Uma das nossas prioridades é transformar o bioma em patrimônio nacional para fortalecer a preservação da Caatinga, colocando-a como prioridade dos gestores públicos em todas as esferas: municipal, estadual e federal. Ela tem uma riqueza e uma diversidade cultural enorme. E econômica também”, diz.

A Câmara já analisa várias propostas (PEC 504/10 e sete apensadas) que incluem a Caatinga e o Cerrado na lista de patrimônios nacionais, como já acontece hoje com a Amazônia, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Serra do Mar e a Zona Costeira.

No entanto, textos sobre o tema que tramitam desde 1999 (PECs 60/99 e 131/99) vêm enfrentando resistências de algumas bancadas, sobretudo aquelas ligadas ao agronegócio. Já os defensores das propostas argumentam que Caatinga e Cerrado protegidos na Constituição terão novos estímulos e políticas públicas de desenvolvimento sustentável.

BIOMA CAATINGA: Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga ocupa 11% do território nacional, sobretudo no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Cientistas alertam que o desmatamento crônico e a ocupação desordenada aumentam os riscos de desertificação irreversível. Mesmo assim, o deputado Carlos Veras ressalta que a Caatinga resiste, conservando um rico patrimônio biológico: um terço da flora e 15% da fauna são exclusivas do bioma, ou seja, só existem naquele ecossistema semiárido.

“Há um processo de degradação do solo, fruto da ação humana, que, muitas vezes, desmata, queima e utiliza venenos. Então, também há um processo de extinção de plantas muito importantes da Caatinga. Daí o nosso objetivo de fazer essa exposição dentro da Câmara dos Deputados. A nossa Caatinga não é só solo rachado, não é só dificuldade, não é só seca. Nós temos muitas riquezas. Quando criança, o lambedor [remédio caseiro] para curar nossas gripes era feito da casca do jatobá. Então, há plantas riquíssimas, inclusive medicinais”, afirmou.

Além do jatobá, a exposição na Câmara mostra produtos à base de sisal, fibras, licuri, umbu, mel e maracujá, típicos do bioma. Hoje, cerca de 30 milhões de pessoas vivem nas cidades dominadas pela Caatinga.

A Exposição: Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro 🌵

Data: de 26 a 28 de abril

Abertura oficial: 26/04 às 18h.

Espaço Mário Covas, Anexo II, Câmara dos Deputados. Brasília/DF

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LITERATURA INDÍGENA E OS CORDEIS DA ESCRITORA E POETA AURITHA TABAJARA

A literatura indígena é rica, vasta, carregada de ensinamentos inspirados em suas origens e na tradição oral aprendida. Repassada de geração em geração. Apesar disso, livros escritos por indígenas ainda carecem de visibilidade. Escritores, poetas e pensadores dos povos originários carecem de visibilidade. Afinal, quantos autores você conhece? Ou, melhor, quantos livros escritos por indígenas você já leu?

Nesta edição do podcast DiversEM, o Estado de Minas conversou com a escritora e poeta Auritha Tabajara. Mulher indígena, lésbica e cordelista, ela é autora do livro “Coração na aldeia, pés no mundo”.

A tradição oral é extremamente marcante na cultura dos povos originários, sendo a principal fonte de conhecimento passada entre as gerações. Essa foi, inclusive, a forma com a qual Auritha teve seus primeiros contatos com as histórias, os livros e os cordéis, típicos da cultura Tabajara que ocupa o litoral cearense, de onde Auritha vem.

Minha avó é minha maior referência e a minha incentivadora de tudo. Ela não sabe ler, não sabe escrever. Ninguém da minha família, dos mais velhos, sabe. Meu avô era vaqueiro improvisador de toadas, que não estão escritas em lugar nenhum, eram coisas ancestrais”, comenta Auritha.

Aos 43 anos, a cordelista começou a escrever muito cedo. Uma das únicas mulheres indígenas na escola que frequentava, Auritha aprendeu a escrever aos 9, quando começou a traçar os rascunhos de “Coração da aldeia, pés no mundo”.

Já adulta, a escritora se mudou para São Paulo para tentar investir e crescer na carreira de cordelista. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de um terço dos quase 900 mil indígenas do país moram em áreas urbanas. Além disso, de acordo com o Grupo de Pesquisa Lesbocídio, o estado de São Paulo concentrou 20% de todas as mortes de lésbicas no Brasil entre 2014 e 2017.

Auritha voltou atualmente a morar em sua região, com as irmãs, que insistiam em participar da entrevista para este podcast, o que rendeu à escritora algumas interrupções e boas risadas durante nossa conversa.

Auritha viaja para dar palestras e fazer apresentações para diversos públicos indígenas e não indígenas, incluindo em universidades. Porém, apesar do prestígio, ela cobra maior reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais por parte das instituições de ensino. “Nunca tem dinheiro para pagar uma ajuda de custo. O que a gente repassa pra comunidade é vivenciado, são coisas ancestrais, não são aprendidos em livro nenhum”, comenta.

Auritha gosta de destacar a diferença entre os conceitos que considera de o que é literatura indígena e o que é literatura indigenista. A primeira ela diz ser aquela produzida pelos próprios indígenas, enquanto a segunda é a escrita por terceiros, sejam antropólogos ou pesquisadores, sobre suas visões da cultura indígena.

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