LIVE MEMÓRIA E POESIA ACONTECE NESTA QUINTA-FEIRA 27

Um sarau virtual. É assim que os organizadores da live “Memória e poesia” estão chamando o evento que vai ao ar nesta quinta-feira (27), às 17h20, no Canal “Cultura do Sertão do Araripe”, para celebrar a história e a cultura do povoado de Poço Dantas, localizado na cidade de Santa Cruz (Sertão).

A ideia da iniciativa, que foi contemplada com os recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambuco, é mostrar um pouco dessa memória coletiva do povoado, com poesias que estão no imaginário do povo sertanejo.

HISTÓRICO - Há 12 anos, Luzia Barbosa, moradora da comunidade de Poço Dantas, fundou o “Memorial Sertanejo”, um museu que reúne em seu acervo todo tipo de objeto que faz parte da vida do povo do Sertão, como moinhos, selas e candeeiros.

Instalado numa casa centenária, pertencente à paróquia local, o acervo conta atualmente com mais de 200 peças, todas doadas por moradores da comunidade de Poço Dantas, da cidade de Santa Cruz e sítios vizinhos.

TRANSMISSÃO - A live trará um pouco dessa história e fará um tour pelo “Memorial Sertanejo”, ouvirá depoimentos e, através de um recital, poetas da região representarão em versos um pouco desse universo histórico e cultural que faz parte o Memorial Sertanejo e a comunidade de Poço Dantas. Além de Luzia Barbosa, participam da live os poetas Juarez Nunes e Ramírio Nunes. A transmissão será feita pelo link: www.youtube.com/watch?v=hu2DMvyOu7Q.

Serviço: Live “Memória e poesia”, com as participações de Luiza Barbosa, Juarez Nunes e Ramírio Nunes

Quando: 27 de janeiro (quinta-feira), às 17h20

Transmissão pelo link: www.youtube.com/watch?v=hu2DMvyOu7Q.

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RÁDIO CONTINUA VANGUARDA PELA CAPACIDADE DE MEXER COM A IMAGINAÇÃO DAS PESSOAS, DIZ PUBLICITÁRIO WASHINGTON OLIVETTO

O rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. Apesar das mudanças sofridas, ele preserva um conjunto de características que o torna capaz de absorver e explorar uma série de inovações, na avaliação de especialistas que compuseram a mesa de discussão “30 anos da CBN: das ondas ao podcast, o futuro do áudio”, no Palco do Conhecimento, na Rio Innovation Week.

Para Washington Olivetto, publicitário e fundador da W/GGK, da W/Brasil e da WMcCann, tanto o rádio quanto o podcast - que se popularizou nos últimos anos - possuem capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação:

"O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter e o podcast também. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo".

Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo, destaca que o formato do áudio traz “uma temperatura do que está acontecendo” e mistura, no jornalismo, a informação com a “emoção e a verdade”.

Isso permite, avalia, que o mercado teste programas em áudio com formatos de curta e longa duração, a depender do consumo. A revolução trazida pelos podcasts, inclusive, expõe o potencial do áudio digital no mercado brasileiro:

— A voz traz o componente do humano, da verdade. Fizemos uma pesquisa em 2020 no Brasil que mostra que os novos formatos de áudio entram muito nas áreas urbanas, especialmente Sudeste e capitais do Nordeste. Ele captura - seja jornalismo ou entretenimento - várias gerações, especialmente entre os jovens a partir de 15 e 16 fala muito com a população brasileira, com a classe C.

Na avaliação de Marcelo Kischinhevsky, professor e pesquisador de Rádio da UFRJ, o rádio se adaptou melhor ao ecossistema digital do que a televisão aberta no país, que “demorou a entender o novo contexto de concorrência''.

Ele avalia que o rádio está cada vez mais inserido na lógica multiplataforma ao passo em que está presente no smartphone, nas mídias sociais, na TV por assinatura e até nos smart speakers (assistentes de voz). Uma das próximas tendências para os próximos anos, diz, será o formato de “rádio híbrido”:

A BMW, por exemplo, fechou um acordo para ter equipado nos veículos de fábrica o rádio híbrido, que inclui o rádio digital via internet e o analógico. Você clica no painel do seu carro e ele busca nos dois formatos o melhor sinal e coloca pra tocar pra você. Além disso, tem outras coisas sendo estudadas no rádio híbrido que envolve a escuta não linear, em que o usuário pode ter acesso a listas de músicas que vão tocar na rádio e pular o que não quer ouvir ou ouvir fora daquela ordem, podendo voltar ao fluxo normal à qualquer momento. São algumas das novidades a nível internacional.

Para Washington Olivetto, uma das frentes que ainda precisam ganhar corpo no Brasil é o investimento publicitário em áudio digital. Há vasto potencial de crescimento na área, diz ele:

— Historicamente, o que fez o sucesso da publicidade brasileira foi a boa relação entre agências, veículos e anunciantes. Mais do que nunca, agora com o rádio, podcasts e a possibilidade de alguns assumirem características visuais, é fundamental que agências e anunciantes de veículos estejam unidos para a gente começar a fazer coisas cada vez de maior qualidade. (Fonte: O Globo)

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PALESTRA GRATUITA EM JUAZEIRO VAI ENSINAR TÉCNICAS PARA VENCER O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

Quem deseja vencer o medo de falar em público e se expressar com desenvoltura poderá participar gratuitamente da palestra "Comunicação é Poder", ministrada pelo professor de Oratória Paulo Ricardo Moreira. 

O evento acontecerá dia 02 de fevereiro (quarta-feira), às 19h, na Faculdade UNIBRAS Juazeiro-BA, localizada na Rua do Paraíso,  bairro Santo Antônio (ao lado da Univasf). As inscrições podem ser feitas pelo fone/zap (87)98852-3517. Estão sendo disponibilizadas 50 vagas. 

Na palestra, o professor abordará técnicas sobre como vencer a timidez; sobre o uso correto da voz e das expressões corporais e qual o caminho para falar bem em público.

"Dominar essas técnicas de Oratória coloca o profissional em uma posição de destaque no mercado de trabalho. De acordo com uma recente pesquisa do Linkedin, a comunicação  tornou-se a habilidade mais valorizada pelos empregadores durante a pandemia", afirmou Paulo Ricardo


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RIO SÃO FRANCISCO: CENÁRIO DE PUJANÇA DO VELHO CHICO É NOVAMENTE VISTO APÓS 14 ANOS DE ESCASSEZ HÍDRICA


Com vazão de 4.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) a partir do Reservatório de Sobradinho, na Bahia, o Rio São Francisco apresenta, hoje (24), o maior nível de água em seu curso natural dos últimos 13 anos, no trecho que atravessa o Nordeste. O rio permanecerá nesse patamar até o próximo dia 1º de fevereiro, quando haverá nova divulgação.

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) está realizando operação especial de controle de cheia do rio desde o dia 12 de janeiro, com aumento programado e gradativo da vazão, e vem mantendo diálogo com prefeituras, defesas civis, associações, Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco e outras entidades, para atuação desses órgão quanto a ações de prevenção e orientação dos usuários.

A operação é necessária mediante condição de cheia declarada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em articulação com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), provocada pelas fortes chuvas ocorridas em Minas Gerais.

“Estamos permanentemente avaliando a situação hidrológica e qualquer alteração de vazão será informada com antecedência, como temos feito. Os reservatórios que temos ao longo do São Francisco permitem um controle do nível do rio, acumulando água. Entretanto, o período úmido do rio se estende até abril”, explicou o diretor João Henrique Franklin.

“Neste momento, não há sinalização de que haverá nova elevação da vazão além dos 4.000 m³/s”, acrescentou o diretor.

A Chesf emitiu alertas para que as autoridades competentes pudessem tomar medidas preventivas para casos de possíveis inundações e, também, para orientação de todos os usuários.

Na carta enviada às prefeituras e usuários cadastrados, a Companhia não afasta a hipótese de ter de praticar vazão maior que 4.000 m³/s no decorrer do presente período úmido, a depender da evolução das chuvas na Bacia do São Francisco.


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EMPODERAMENTO DAS MULHERES APICULTORAS E MELIPONICULTORAS DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO

As mulheres do campo têm ganhado maior visibilidade no trabalho com a apicultura e com a meliponicultura no território Sertão do São Francisco, localizado no Norte da Bahia. A atividade desempenhada com as abelhas têm ajudado a subverter a lógica do machismo, além de melhorar a renda de muitas famílias, garantir o empoderamento feminino e a sustentabilidade ambiental.

Margarida Ladislau é presidente da Associação de Apicultores de Sento-Sé (AAPSSE), localizada na zona rural da cidade de Sento-Sé, no norte da Bahia. O empreendimento que também é atendido pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco (CESOL-SSF), realiza o trabalho de forma coletiva, através do beneficiamento do mel da abelha apis melífera (com ferrão).

A trabalhadora, antes de ser presidente da Aapssé, era conhecida na localidade como Margarida da comunidade de Andorinhas. "Minha comunidade não tinha costume de trabalhar com abelhas. Quando iam tirar, cortavam as colmeias e matavam as abelhas. Comecei a trabalhar com elas, me apaixonei, passei a capturar os enxames e a cuidar das pequenas", explicou Margarida.  

A apicultora fez parte da fundação da Aapssé. Toda articulação para a formação da associação teve início na década de 1990, mas a formalização somente aconteceu em 2002. A associação surgiu com o propósito de reduzir o êxodo de jovens para a cidade.

 De acordo com Margarida, os associados viram na comunidade um espaço propício para a criação de abelhas e após diversos treinamentos e capacitações, a ideia que era apenas um projeto piloto se tornou realidade e surgiu o trabalho com a marca Balaio da Caatinga.

"Fui gostando do trabalho e trazendo outras pessoas para a luta. Para mim, trabalhar com as abelhas é muito mais do que tirar o mel para vender. É uma terapia", afirmou a apicultora.

"LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER": Ao longo de sua trajetória de 20 anos de trabalho com abelhas, Margarida já passou por diversas situações de preconceito e machismo, uma vez que a apicultura, por muito tempo, foi tratada como uma atividade exclusivamente masculina. Porém, aqui no Sertão do São Francisco, as mulheres têm andado na contramão da história, reescrevendo uma nova realidade.  A apicultora afirmou que já ouviu várias frases de descrédito, mas nunca se deixou abalar com nenhum comentário e nunca teve medo em trabalhar com as abelhas com ferrão.

"Primeiro, começaram a dizer que a gente não podia com o peso das caixas. Depois, que teríamos medo das abelhas, que seria difícil. Não é difícil!  Não temos medo das abelhas! Acreditava-se que somente os homens poderiam fazer as atividades e que a gente deveria ficar apenas na casa do mel. Superamos as dificuldades e mostramos que, se a caixa é pesada, juntamos várias mulheres e levantamos o peso com motivação e cantando 'companheira me ajude, eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor'", pontuou Margarida.  

DE MÃE PARA FILHA: UMA TRADIÇÃO DE FAMÍLIA- Cinco horas da manhã e o sol está despontando no horizonte. A apicultora e associada da Aapssé, Iara Nogueira (32) já está de pé para o trabalho com as abelhas. Ela realiza toda a atividade de manejo, o processo de alimentação, limpeza das caixas, o transporte das melgueiras até a casa do mel, a higienização, recepção, a desperculação, processo de abertura do favo para ser colocado na centrífuga. Após a decantação, o produto é envazado, rotulado e colocado para a comercialização.

"O manejo com as abelhas nos proporciona o empoderamento, pois a sociedade determinou que a apicultura é um trabalho pesado, desempenhado apenas por homens e não é verdade. Nós aqui na Aapssé fazemos tudo, dividimos os pesos e temos muito cuidado em cada processo", explicou Iara Nogueira.

O trabalho com as abelhas surgiu em 2008, no início do casamento, através de um projeto idealizado por Iara e o marido. A paixão tem influenciado a pequena Iandra Nogueira (10), que sonha em seguir a profissão dos pais, quando tiver na idade adulta. A menina não realiza nenhuma atividade em campo, mas tem curiosidade em conhecer e para isso, a mãe Iara comprou um Equipamento de Proteção Individual (EPI) para que a filha pudesse ir a campo observar o trabalho realizado pela família.

"Minha mãe sempre diz que na hora certa eu vou fazer as atividades lá. Ela só deixa ir olhar depois da aula e das atividades da escola feitas. Eu gosto muito das abelhas e não tenho medo delas", afirmou Iandra.

GERAÇÃO DE RENDA E EMPODERAMENTO:  Sento-Sé e Remanso, dois extremos separados pelo maior Lago Artificial da América Latina, o Lago de Sobradinho, têm em comum a atividade da apicultura e o empoderamento das mulheres. São 320km de estrada e duas horas de viagem por embarcação.

A apicultora Nilmaria Santos reside na comunidade de Lages, em Remanso. Ela é responsável pelo empreendimento Flores da Caatinga. A jovem empreendedora se destaca na comunidade pela criatividade na produção. "É uma profissão que gera renda não só para mim, como também para as pessoas que estão junto comigo", pontuou Nilmária.

Além do mel da abelha apis melífera (com ferrão), Nilmara também trabalha com a pasta de pólen, geoprópolis, o hidromel e o mel de mandaçaia e com muita criatividade consegue desenvolver seus equipamentos de trabalho.

Ela explica que quando iniciou na apicultura, ouviu muitas críticas por ser mulher. "Trabalho com abelhas, porque foi a profissão que me identifique. Fui muito criticada por ser mulher, muitos diziam que mulher não consegue trabalhar como apicultora, mas comecei a me dedicar e a mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser", afirmou a apicultora.

BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE- O mel da abelha apis melífera e da abelha Melipona Quadrifasciata, popularmente conhecida como Mandaçaia possui inúmeros benefícios para a saúde.  O produto ajuda a aumentar a imunidade do corpo, auxilia no tratamento da tosse e inflamações de garganta, ajuda a evitar doenças cardiovasculares e a hipertensão, entre outros.

Na comunidade de Melosa em Remanso, a apicultora Rosângela Gonçalves, responsável pelo Apiário e Meliponário Flores do Sertão, comercializa o mel de mandaçaia, o mel de apis, o geoprópolis, o extrato de própolis, a pasta de pólen, favo de mel, o hidromel e o melomel. A ideia em trabalhar os subprodutos do mel surgiu como alternativa para abertura de novos mercados, pois o apiário não possuía mel suficiente para ser comercializado com o atravessador. E veio a grande surpresa: os produtos conquistaram mais mercados do que o próprio mel.

A apicultora passou a se identificar com o ofício em 2013, após a conclusão de um curso técnico e investiu na meliponicultora e apicultura. Mulher, mãe, esposa, apicultora, Rosângela tem conseguido driblar os estigmas do machismo.  

Um grande diferencial no trabalho da meliponicultora é a criação da abelha Mandaçaia, espécie sem ferrão, mansa, que pode ser criada próximo das residências, porém o manejo exige atenção e cuidados redobrados.

"Não é fácil trabalhar com as melíponas. Já pensei várias vezes em desistir. O mel de mandaçaia é muito sensível, e difícil no combate de pragas e doenças. Requer atenção, observação diária e é difícil dar conta da casa, do filho e trabalho, mesmo compartilhando as atividades com o esposo", explicou a meliponicultora.

COMERCIALIZAÇÃO: Os produtos das apicultoras de Remanso e Sento-Sé podem ser encontrados na loja de Economia Solidária Empório Meu Sertão, que fica na rua Canafístula, nº 148, bairro centenário, em Juazeiro-BA.  (FONTE: CESOL-SSF)

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PREFEITURA DE JUAZEIRO TOMA PROVIDÊNCIAS PARA IDENTIFICAR E RESPONSABILIZAR AUTOR DE DESPEJO DE ÓLEO NO RIO SÃO FRANCISCO

A Prefeitura de Juazeiro, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaurb), assim que tomou conhecimento do derramamento de óleo na Orla da cidade, na rampa de acesso próximo ao atracadouro das barcas que fazem a travessia de passageiros para Petrolina, encaminhou uma equipe da fiscalização ambiental ao local ainda na noite deste domingo (23).

Com apoio da Guarda Municipal, os fiscais recolheram o tonel com resto do produto e iniciou o levantamento de informações com o objetivo de identificar o responsável pelo dano. A Semaurb esclarece que o fato enquadra-se como crime ambiental, de acordo com o art. 54, parágrafo 2º, incisos de III a V, da Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) e a punição para quem praticou tal ato é pena de reclusão, de um a cinco anos.

A Prefeitura de Juazeiro lamenta profundamente que o produto tenha sido lançado na orla, poluindo as águas do Rio São Francisco, e está tomando todas as providências legais para identificar e responsabilizar, tanto penal quanto administrativamente, o autor dessa infração ambiental.

Nesta segunda-feira (24), a equipe de monitoramento e fiscalização ambiental da Semaurb voltará ao local para estudar a melhor forma para retirar o óleo que foi lançado no rio São Francisco e limpar a área afetada. (Fonte: Ascom Semaurb/PMJ)

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TROCA DE SABERES NA SERRA DOS PAUS DÓIAS, EM EXU, ENCERRA COM PARTILHA DE SEMENTES

O cantor e compositor Flávio Leandro postou em sua rede social o final do Curso Agrodoia Reflorestando, troca de saberes. Flávio Leandro e Cissa participaram do evento realizado na chapada do Araripe, no município de Exú, Sertão de Pernambuco. O curso foi mediado pelo casal Vilmar Lermen e Silvanete Sousa.

O curso foi finalizado com a partilha de sementes crioulas. "Tocando na condução de uma agrofloresta. Fascinante. Estou feliz demais com o norte que enxergo nesta iniciativa. Obrigado @vilmarlermen e @mariasilvantelermen.

A partilha das sementes tem o objetivo de evidenciar e valorizar  a biodiversidade que está se perdendo em virtude da devastadora monocultura, além de incentivar as famílias a produzirem e conservarem suas próprias sementes crioulas, para que possam fortalecer a agroecologia e a sua autonomia frente às indústrias de sementes transgênicas.

A postagem em poucos minutos já alcançava milhares de comentários. 

Em uma área de um pouco mais de 10 hectares, no sítio Serra dos Paus Dóias, o casal, Vilmar e Silvanete optou em trabalhar com os Sistemas Agroflorestais (SAFs) para recuperar a terra, transformando-a em uma área produtiva e bonita. 

Este trabalho é a agroecologia pode ser uma boa alternativa para a agricultura familiar. A troca de saberes aconteceu entre os dias 21, 22 e 23, será realizado o Curso Agrodóia Agroflorestando.

Em 2019, No Dia Nacional da Caatinga, 28 de abril, A Agência Eco Nordeste lançou uma campanha pela valorização do bioma. Experiências com características de Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade; em ações individuais, coletivas; públicas e privadas têm destaque na campanha Ecos do Bioma Caatinga. 

A reportagem destacou o exemplar trabalho do agricultor familiar Vilmar Luiz Lermen, no município de Exu, Sertão do Araripe (PE), onde cultiva uma Agrofloresta.

Paranaense, filho de agricultores, há 23 anos residente no Estado de Pernambuco, sendo 16 anos no município de Exu, no Sertão do Araripe, onde cultiva uma agrofloresta exemplar. Trabalho apoiado por Paulo Pedro de Carvalho, agrônomo e coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e às Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga). Ele vive em Ouricuri, mas atua em todo o Sertão do Araripe. 

Agrofloresta é a praia de ambos e um exercício de transformação na relação com a terra que ainda não está muito disseminado pelo Semiárido, mas que faz diferença onde passa.

Vilmar conta que tanto seu pai quanto sua mãe vieram de famílias agricultoras. Mas, depois de tentar a sorte com uma serraria, o pai faliu. Foi quando conheceu o Movimento Sem Terra (MST) e veio para o Nordeste participar de um encontro, se apaixonou, casou com Maria Silvanete não retornou. Militou no MST, trabalhou no Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, cursou Pedagogia, se especializou em Geografia e, finalmente, comprou uma terra em Exu e vem cultivando sua própria agrofloresta ao lado da esposa, na Serra dos Paus Dóias, em cima da Chapada do Araripe.

Ele faz parte de Associação dos Agricultores (as) Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia), que trabalha com Sistemas Agroflorestais; Sementes Crioulas; beneficiamento de frutas nativas (extrativismo) e cultivadas; e abelhas nativas e africanizadas, com uma inserção social no território do Araripe. Participa também do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA), Conselho de Turismo e Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Município. É sócio do Centro Sabiá e diretor do Caatinga e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Exu.

Na propriedade, tem duas cisternas de 76 mil litros e fogão geoagroecológico. Na Associação, tem cisterna de 76 mil litros, jardim filtrante adaptado, fossa séptica, biodigestor, biofertilizante e agroindústria, onde são fabricados doces, geleias, licores, óleos essenciais e mel. Tudo isso fez com que a propriedade se tornasse um modelo a ser mostrados aos inúmeros visitantes que o casal recebe.

Para Vilmar, as vantagens do Sistema Agroflorestal Agroecológico começam pela conservação do solo e ambiente como um todo. Ele conta que, nas primeiras semanas, se investe em culturas de ciclo curto, que podem ser plantados simultaneamente com milho, árvores e raízes, além de forrageiras adubadoras de solo.

“Quase todas essas plantas produzem alguma flor e pólen para as abelhas, o que garante alimento, renda, e, no tempo e no espaço, o agricultor vai fazendo a sucessão vegetal. As árvores vão crescendo junto com esse sistema. Uma floresta nativa tem mais ou menos 300 anos. No Sistema Agroflorestal você faz isso em mais ou menos 30 anos, inclusive na própria Caatinga”, garante.

Vilmar lembra que, ao longo dos últimos 35 / 40 anos, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch radicado na Bahia, sistematizou, pesquisou, experimentou muitos destes sistemas, em diversos lugares do mundo, e foi passando em vivências, intercâmbios e cursos.

“Hoje tem muita bibliografia já testada pela academia que faz com que a família agricultora tenha alimento no período de chuva e de seca, tenha trabalho o ano inteiro, embora seja um pouco mais intenso na chuva porque é quando se planta a maioria dos cultivos. Mas na estiagem ainda tem trabalho, que ocupa a família, tem harmonia entre o sistema de acumulação e abundância numa estratégia que pode ser alimentar e de renda. Geralmente a família agricultora prioriza a alimentação e o excedente vai para as feiras agroecológicas e programas como PAA e Pnae“, explica.

A Academia, segundo o agricultor agroflorestal, vem ajudando a sistematizar a fornecer elementos técnicos e, com organizações, fazem assessoria e abrem caminhos junto às agências de financiamento / bancos oficiais para quem tem interesse em investir, baseado na experiência acumulada.

“Também tem sido feito um trabalho coletivo com o IBGE, a Conab, a Embrapa, para o zoneamento agrícola, para entrar no Censo Agropecuário, na lista dos preços mínimos da Conab, já que até então esses produtos eram considerados incipientes para a economia, porém, em alguns lugares do Semiárido são essenciais num extrativismo que depois passa para um cultivo dentro do Sistema Agroflorestal, com o solo protegido, presença da água. Isso dá uma segurança alimentar e hídrica para a família, fornece produtos para o ecossistema e para animais domésticos e silvestres. Quando a madeira estiver madura, não vai destruir, vai fazer uma colheita, pela poda ou queda natural”, relata.

Vilmar defende que o O Sistema Agroflorestal Agroecológico é o mais completo do ponto de vista de ciclagem dos nutrientes, manutenção de temperatura mais estável ao longo do ano. Trabalha com sementes crioulas, normalmente de base familiar e comunitária, dentro de redes de distribuição e comercialização”, destaca.

DESAFIOS: Um dos desafios apontados ele, na Caatinga, é o da sistematização, porque trata-se de um grande bioma de clima Semiárido, de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 11 estados, mas dentro dele há mais de mil outros micro ecossistemas.

“Para cada um tem que se pensar, estudar, avaliar o que melhor se adapta, o que é da vontade do agricultor e da família, qual a habilidade, como os sabores e saberes se casam e que estejam dentro da legislação ambiental, sanitária. O beneficiamento é necessário para aproveitar, agregar valor e compartilhar até com outras regiões”, ressalta.

“Nós seres humanos, somos altamente dependentes dos sistemas naturais. Lá na frente, quando a pessoa quiser se aposentar, tem uma poupança na madeira, óleos essenciais, meliponicultura, colheita de frutos, que não têm a necessidade de um manejo tão intensivo. Temos sucessão na mão de obra também”, ressalta Vilmar.

Ao olhar para trás, mais de 30 anos depois de formado em Agronomia, Paulo Pedro lembra que, quando começou, o termo usado era Agricultura Alternativa, que foi se desenvolvendo com a participação de diversos atores, reunidos hoje pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Paralelamente, as organizações ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vêm fazendo um trabalho de Assistência Técnica Rural (Ater) no Semiárido em Agroecologia. Daí foi formada a Rede de Agricultores(as) Experimentadores(as) do Araripe (Rede Araripe), que trouxe outra perspectiva, ao trabalhar diretamente com 11 municípios do Araripe e mais um do Sertão Central (Parnamirim), em Pernambuco. São, em média, 2 mil famílias envolvidas.

“Houve uma melhoria na parte social e econômica, desenvolvimento de Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, a construção de um milhão e 200 mil cisternas, sendo 800 mil só pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), formação e mobilização. Comparando com dez anos atrás, avançamos. Muitos ainda estão em transição, outros querendo conhecer”, destaca.

Paulo Pedro ressalta, ainda, a incorporação da temática das agroflorestas pelas instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Institutos Federais de Tecnologia (IFs). Mas faz a ressalva de que ainda não ganhou uma dimensão significativa.

“Se voltarmos uns dez anos, percebemos um grande avanço com experiências concretas de famílias que estão em processo de Conversão Agroecológica, muitas delas em Sistemas Agroflorestais. Viram que a experiência é boa e querem isso para as suas propriedades. Algumas estão bem avançadas, como a da família de Vilmar e Silvanete, lá em cima da serra, em Exu, que recebe visitas durante o ano inteiro”, avalia.

Para Paulo Pedro, a Agroecologia, por meio dos Sistemas Agroflorestais, está ganhando espaço. Mas ainda não é uma quantidade significativa na Agricultura Familiar. “É importante destacar que a Agroecologia e a Agrofloresta estão ganhando espaço na agenda política e dentro dos órgãos de pesquisa. Mas não podemos dizer que é institucional, que todos aderiram a esse processo. Mas grupos dentro dessas instituições trabalham junto com agricultores, comunidades, organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA, da ANA, de várias redes que promovem a Agroecologia no Semiárido Brasileiro”, pondera.

“Hoje é bem real e visível a lógica da convivência se sobrepondo à antiga e equivocada do combate à seca. Os agricultores do Semiárido são experimentadores que buscam a todo momento saídas. Até a FAO e a ONU reconhecem a Agroecologia e a Agrofloresta como forma de dobrar a produção de alimentos saudáveis no mundo em dez anos e cuidando do meio ambiente e das relações entre as pessoas”, anima-se.

Por fim, o agrônomo destaca a existência de diversas redes, locais, regionais, nacionais e até internacionais, de troca de experiências, um fator muito importante na promoção da Agroecologia, para possibilitar as trocas de agricultor para agricultor, com experiências permanentemente desenvolvidas e “Quando o agricultor ensina algo que aprendeu, ele também está se abrindo para escutar outras famílias e as organizações que prestam assessoria a esses agricultores e essas redes estão ali para fomentar esse processo de construção participativa dos conhecimentos”.



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