A CHUVA É DA NATUREZA, MAS A PREVENÇÃO É DO HOMEM. FALTAM AÇÕES PREVENTIVAS POR PARTE DO PODER PÚBLICO

O verão chegou e o roteiro é o mesmo há décadas. Temporais provocam alagamentos que paralisam as cidades. As chuvas que atingiram o sul da Bahia em dezembro e deixaram um cenário de destruição, agora afetam também o estado de Minas Gerais. 

Rios transbordando por cima das pontes, cidades alagadas até o telhado de suas casas, carros flutuando pelas ruas e o rompimento de duas barragens de armazenamento de água deixaram milhares de famílias desabrigadas. O número de mortos pelas enchentes na Bahia já soma 25 pessoas e em Minas seis perderam a vida em decorrência das chuvas.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as fortes chuvas foram causadas pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), formada por uma faixa de nuvens que se estende do Sul da Amazônia até a área do Atlântico Sul. A ZCAS é muito comum durante o verão e, normalmente, dura de três a quatro dias.

Sempre que ocorrem tempestades como as da Bahia e de Minas Gerais, a força da natureza tem um lugar cativo no repertório de justificativas para os alagamentos. No entanto, não dá para culpar São Pedro por essas tragédias. O vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Marcus Vinícius Polignano, esclarece que eventos extremos como as fortes chuvas do verão existem a milhares de anos e vão continuar a ocorrer. 

“Não temos como culpar as águas pelas tragédias. As chuvas, assim como a estiagem, são eventos climáticos que fazem parte do ciclo da água na natureza. Continuarão a existir e não temos como ter um controle sobre eles. Também é importante destacar que as chuvas, assim como as estiagens, tendem a ser cada vez mais intensas e frequentes devido às mudanças climáticas”, disse.

Embora seja impossível evitar os fenômenos climáticos, o impacto deles poderia ser bem menor e vidas seriam salvas se o Brasil lidasse com esses eventos de forma mais eficiente. “Atualmente, temos informações meteorológicas e hidrológicas cada vez mais precisas, o que nos permite prever esses eventos. O fato de as chuvas não terem um controle efetivo humano, não significa que elas sejam imprevisíveis. O que está faltando é gestão”, esclareceu o vice-presidente do CBHSF.

Para Marcus Vinícius Polignano faltam ações preventivas por parte do poder público. “Realizar uma gestão eficiente das águas e criar políticas públicas de prevenção e controle dessas questões relacionadas aos fenômenos climáticos é de suma importância para que a população tenha mais segurança e não seja pega de surpresa. Mas, o que ocorre na prática é uma falta de vontade política e econômica para questões vitais, como a água”, finalizou.

Ações necessárias: A maioria das cidades entremeadas por rios se desenvolveram sem planejamento nos arredores dos leitos, promovendo o desmatamento das matas ciliares, não permitindo a infiltração adequada das águas das chuvas no solo. Mesmo com as cidades já erguidas é preciso traçar metas que mitiguem os danos causados pelas chuvas, como por exemplo, fazer melhor uso e ocupação do solo, reduzindo a compactação e impermeabilização, retirar populações de áreas alagáveis, locais que devem ser desocupados e instalar sirenes nas áreas de risco para que a população seja alertada quando em perigo.

O secretário do CBHSF, Almacks Luiz Silva, é morador da Bahia e reforça que as chuvas são eventos climáticos que não podem ser evitados e que afetam principalmente as comunidades carentes. “O caos gerado pelas chuvas não é culpa apenas do índice pluviométrico. Com as mudanças climáticas aumentando a intensidade e a frequência dos eventos extremos, os grupos sociais mais atingidos acabam sendo aqueles em situação de maior vulnerabilidade, pois são eles que ocupam as áreas de risco”, informou.

Almacks Luiz Silva relembra que o Comitê há três anos vem fazendo um alerta sobre o perigo das cheias na bacia. 

“Realizamos seminários ao longo do Rio São Francisco sobre as possíveis cheias e a importância de desocupar as áreas alagáveis. Além disso, o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e os Planos Municipais de Saneamento Básico, estudos financiados pelo CBHSF, apontam as áreas de risco e deveriam ser utilizados pelos governos para evitar tragédias como as que estão acontecendo agora”, comentou. (Fonte: Assessoria de Comunicação CBHSF)

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SIVUQUIANDO: CANTOR E COMPOSITOR BETO MIRANDA PRESTA HOMENAGEM AO SANFONEIRO SIVUCA

Em 1951, com apenas 20 anos de idade, o sanfoneiro Severino Dias de Oliveira, o popular Sivuca, gravou seus primeiros discos de 78 rotações. Entre essas gravações iniciais, estava sua endiabrada versão em para o “Frevo dos Vassourinhas” (Mathias da Rocha), um dos temas mais conhecidos do ritmo pernambucano. 

Em seus mais 50 anos de carreira, o saudoso Sivuca passeou com desenvoltura por diversos estilos musicais, do forró ao jazz, do choro à bossa nova, mas sem jamais relegar o frevo, influência direta de Recife em sua formação profissional. Prova disso são os 4 volumes da série Forró e Frevo, lançados pelo músico paraibano na década de 80. 

70 anos após a gravação de seu primeiro frevo, o Maestro da Sanfona não poderia receber homenagem mais adequada por parte do poeta, cantor e compositor paraibano Beto Miranda, que criou “Sivuquiando”, música instrumental à altura do homenageado, mestre em executar frevos sanfonados. Para interpretar “Sivuquiando”, Beto escalou uma verdadeira seleção de músicos que teve ligação pessoal e profissional com Sivuca: o Maestro Chiquito, lenda viva da música paraibana, conduzindo a Orquestra Metalúrgica Filipeia; no solo de sax, o também Maestro Spok, um dos maiores nomes do ritmo na atualidade; e na sanfona, o talentoso Beto Hortis, o “Filho de Camaragibe”.

A música chega às plataformas digitais no dia 07 de janeiro e também está inserida em um projeto de Beto Miranda para lançamento de um Cd físico, juntamente com outras canções autorais. 2022 está apenas iniciando, e que ele transcorra com a mesma alegria e energia de “Sivuquiando”!

BETO MIRANDA: A Paraíba é terra de grandes poetas e músicos. Todas as regiões do estado, do litoral ao sertão, do brejo ao cariri, possuem férteis representantes da cultura nordestina produzindo poesias, cordéis e músicas que orgulham nosso povo. 

E seguindo a trilha demarcada por esses mestres, surgem ao público, ano a ano, novos nomes para engrandecer o time.  Um desses é o poeta Beto Miranda, que fez sua estreia como compositor e cantor em “Oceano de Carinho”, um trabalho cheio de sentimentos, gerado em meio às dificuldades impostas pela pandemia de covid-19. Algo de que a inquietude dos poetas é capaz.

“Oceano de Carinho” não é um álbum que surge por acaso. Nascido em Mamanguape/Paraíba, Beto Miranda possui convívio no meio musical há bastante tempo, inclusive com várias canções já compostas e que somente agora foram gravadas. Desde cedo influenciado pelo bom gosto musical de seus pais, Sr. Miranda e Dona Ednalva, sanfoneira, e consequentemente pelas interpretações de artistas nordestinos que escutava na coleção de vinis de seu pai, Beto se manteve fiel ao tradicional forró consagrado por esses ícones, sem modismos, construindo um disco com cara e sotaque nordestinos.

 As participações especiais de Targino Gondim, Irah Caldeira, Luizinho Calixto, Luizinho de Serra, Deda Silva (ex-Os 3 do Nordeste e atual Forró D2) e Nonato Lima chancelam e ratificam ainda mais a qualidade do trabalho. 

Com um instrumental formado por sanfona, fole de 8 baixos, triângulo, cavaquinho e zabumba, “Oceano de Carinho” nos mostra que renovar o forró não significa reinventar a sua essência. E como registrou o compositor Accioly Neto, “toda caminhada começa no primeiro passo”. Que este disco marque o início de uma longa e frutífera trajetória musical de Beto Miranda!

Érico Sátiro-Pesquisador Musical



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ESCRITORA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO OTIMISMO E ESPERANÇA PARA 2022

A escritora Daniela Mattos, instrutora de yoga e meditação e também autora do livro "Você é o Seu Próprio Guru", destacou sobre a importância de virar o ano com otimismo, pensamento positivo e de como manter a esperança em tempos difíceis. Mas afinal de contas, o que podemos aprender com esse ano? 

"O ano de 2021 chegou  ao fim e durante esse período refletimos sobre a importância de abraçar os desafios que aparecem em nosso caminho com esperança e otimismo", conta.

Em seu livro, Daniela aconselha as pessoas a buscarem se conectar com a natureza e aproveitar bem os primeiros dias do ano para terem uma energia mais renovada e fortalecer a mente. 

E o que é otimismo? Para os estudiosos, trata-se de um sentimento persistente de que coisas boas vão acontecer. Ou ainda, acreditar que o futuro nos será favorável porque podemos controlar variáveis importantes para que isso aconteça. A pesquisa foi feita com base em dados de quase 70 mil mulheres e pouco mais de 1.400 homens. Os dois grupos responderam a questionários que mediam seu nível de otimismo, assim como da saúde de um modo geral e hábitos que a influenciam, como alimentar-se bem, fumar e beber álcool.

Para Lewina Lee, PhD e professora assistente de psiquiatria da Universidade de Boston, o estudo tem enorme relevância do ponto de vista da saúde pública: “ele sugere que o otimismo é um ativo psicossocial com potencial para estender a expectativa de vida, e há técnicas e terapias que podem tornar as pessoas mais otimistas”. 

Laura Kubzansky, professora de Harvard, acrescenta: “o otimismo pode estar relacionado a saber regular e controlar emoções e comportamentos, assim como lidar com fatores de estresse e suportar dificuldades”. Os pesquisadores também consideram que os indivíduos dotados de um astral para cima tendem a cultivar hábitos saudáveis. “Nosso trabalho pretende ser uma contribuição para promover a resiliência ao longo do processo de envelhecimento”, finaliza Lewina Lee.


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RÁDIO ANO 2022 CADA VEZ MAIS MODERNO E CAMPEÃO DE AUDIÊNCIA

 

Depois do advento da internet comercial, o rádio sofreu uma metamorfose. Ampliaram as possibilidades de produção e escuta. As audiências segmentadas fragmentaram-se em nichos antes não atingidos. 

Nos sites das emissoras de rádio, os estúdios começaram a ser vistos ao vivo, as reportagens passaram a ser transcritas, ganharam fotos e até imagem em movimento. Na web, qualquer emissora do mundo pode ser ouvida em plataformas dedicadas a isso.

Essas propriedades são tema recorrentes do interesse dos pesquisadores de rádio no Brasil que, além do presente e do futuro do veículo, continuam investigando o passado. 

A data de nascimento oficial do rádio no Brasil é 6 de abril de 1919.

No dia seguinte àquela data, o extinto Jornal de Recife deu a seguinte nota: “Consoante convocação anterior realizou-se ontem, na Escola Superior de Eletricidade, a fundação do Rádio Clube, sob os auspícios de uma plêiade [reunião] de moços que se dedicam ao estudo da eletricidade e da telegrafia sem fio (TSF).”

A notícia foi localizada em uma microfilmagem do Jornal de Recife, durante pesquisa do professor Pedro Serico Vaz Filho, da Universidade Anhembi Morumbi (UAM), que desde o fim dos anos 1990 investiga a história do rádio. A nova data de aniversário foi corroborada por mais notícias localizadas pelo pesquisador em jornais e revistas, publicados dentro e fora de Pernambuco, inclusive sobre o estatuto da nova emissora.

“Claro que não foi uma rádio com a estrutura que nós temos. Eram jovens estudantes curiosos, que estudavam a radiotelegrafia e resolveram montar uma estação de rádio, [de caráter] bem amador, bem experimental, Mas já deram o título de Rádio Clube de Pernambuco”, disse Vaz Filho em entrevista à Agência Brasil.

Além da investigação em periódicos impressos, o pesquisador reviu a bibliografia a respeito e fez entrevistas com diferentes fontes que testemunharam o funcionamento da Radio Clube ainda na primeira metade do século 20.

“Os preparativos para a fundação da emissora, segundo apuração com o ex-presidente da Rádio, também pesquisador Antonio Camelo, aconteceram na rua das Mangueiras, atualmente rua Leão Coroado, no bairro da Boa Vista”, descreveu à reportagem Vaz Filho. Segundo ele, “a Imprensa Oficial do Estado publicou no dia 7 de abril de 1919, um despacho da prefeitura recifense, doando um pavilhão do Jardim 13 de maio, atualmente Parque 13 de maio para funcionar como sede da Rádio Clube.”

As descobertas de Pedro Vaz Filho sobre a primazia da Rádio Clube confirmam o que o professor, jornalista e radialista, Luiz Maranhão Filho, hoje com 87 anos, sempre defendeu. O pai de Maranhão Filho trabalhou na emissora pioneira. Os dois professores participarão da live organizada pela Alcar.

Durante um encontro de história da mídia realizado em 2019 na capital do Rio Grande do Norte, os pesquisadores especialistas no assunto assinaram a Carta de Natal, onde “avalizam essa decisão os dados apresentados há mais de três décadas pelo pesquisador Luiz Maranhão Filho (UFPE) e validados, mais recentemente, pelo pesquisador Pedro Serico Vaz (Anhembi Morumbi).”

O novo entendimento sobre o nascimento do rádio no Brasil muda o conteúdo das aulas dos cursos de jornalismo, audiovisual e publicidade nas faculdades de comunicação. Até recentemente, a bibliografia especializada reconhecia que a transmissão radiofônica pregressa havia ocorrido de fato naquela data em Recife, mas que a primeira emissora regular seria a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a partir de 17 de outubro de 1922.

A Rádio Sociedade foi fundada por acadêmicos como o médico e antropólogo Edgar Roquette-Pinto que via o rádio como um meio estratégico para levar educação à população, então majoritariamente analfabeta. “O TSF [ sistema de telegrafia sem fio] espalha a cultura, as informações, o ensino prático elementar, o civismo, abre campo ao progresso, preparando os tabaréus [pessoa sem instrução] despertando em cada qual o desejo de aprender”, escreveu Roquette-Pinto em artigo publicado em 1927.

De acordo com Vaz Filho, o líder da fundação da Rádio Clube de Pernambuco foi o radiotelegrafista e contabilista Augusto Joaquim Ferreira, também de perfil intelectual, mas não acadêmico. “Ele e outros jovens pensaram naquela possibilidade como meio de comunicação, não exatamente para levar educação às pessoas, o objetivo era outro: levar informações”, como ainda se dá hoje no rádio escutado no dial dos aparelhos à pilha ou na podosfera acessada pelos serviços de streaming.

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PROFETAS DA CHUVA SE REÚNEM DIA 08 DE JANEIRO PARA ADVINHAR INVERNO DE 2022

O Instituto de Pesquisa de Violas e Poesia Cultural Popular do Sertão Central e a Prefeitura Municipal de Quixadá através da Secretaria de Cultura / Fundação Cultural de Quixadá e em parceria com a Casa de Saberes Cego Aderaldo, Cagece, Instituto Agropolos realizam no dia 08 de janeiro de 2022, o 26º Encontro dos Profetas da Chuva – a natureza renovando nossa Esperança. 

O encontro acontecerá nas dependências da Faculdade Cisne e reunirá uma média de 25 profetas que apresentarão os resultados obtidos pela tradição da observação da natureza e seus fenômenos, que indicam como será a quadra invernosa em todo o estado em 2022.

Considerado o maior encontro desse gênero, o Profetas da Chuva, marca o início do calendário de eventos da cultura cearense no sertão central e se destaca como um dos mais importantes instrumentos de manutenção desses conhecimentos tradicionais passados de geração em geração. Um saber que vem das mais completa interação do homem com seu meio ambiente e sua capacidade de observação que nasce do convívio diário em meio a natureza. O resultado desta experiência vem da maneira como cada profeta sente e entende o que a natureza tem pra dizer através da sua relação de pertencimento com a terra.

A programação este ano será conjugada com o projeto Encanta que acontece no sábado (07/01) às 19h na Praça José de Barros, que irá reunir para uma noite de cantoria, os repentistas e trovadores: Guilherme Calixto, Edvan Pedro, Damião Monteiro, Antônio Limeira, Chaga Bezerra, Antonio Jocélio, Waldir Lima e Ari Teixeira e os emboladores Pinto Branco e Marreco. E encerrando a programação do Encanta quem sobe ao palco é a Banda Transacionais, com seu repertório retrô reunindo clássicos da música brasileira com sotaque cearense.

No dia 08/01 abrindo oficialmente a programação do Encontro às 08h, a Secretaria de Cultura de Quixadá, Casa de Saberes Cego Aderaldo em parceria com a Faculdade Cisne inauguram o Jardim dos Profetas, um espaço dedicado à memória dos profetas já falecidos e que muito contribuíram com o fortalecimento do Encontro e com os prognósticos da quadra invernosa. Como uma forma de reverenciar a memória nativa do sertão, serão plantadas no jardim mudas de aroeira, ipê, ingazeira e oiti.

Em seguida terá início no auditório da faculdade, o 26º Encontro dos Profetas da Chuva que este ano receberá 20 profetas que apresentarão o resultado desta experiência de observação que é dar uma previsão do período chuvoso e desta forma valorizar a cultura rural nordestina, bem como motivar o surgimento de novos profetas. O Encontro será conduzido pelo Sr Helder Cortez, um dos idealizadores e organizadores do evento.

E encerrando a programação o Encontro presta uma homenagem ao Governador do Estado do Ceará Camilo Santana, o Deputado Estadual João Salmito Filho, a Dra Mônica Bicalho Pinto Rodrigues, o professor Francisco Lopes Viana e o Sr José Maria Pimenta Lima.

As ações do projeto “Encontro dos Profetas da Chuva” prosseguem até o mês de março com uma programação onde estão previstas uma exposição, exibições de filmes documentários, lançamento de livros e um seminário temático.

O encontro é uma promoção do Instituto de Pesquisa de Violas e Poesia Cultural Popular do Sertão Central e a Prefeitura Municipal de Quixadá através da Secretaria de Cultura / Fundação Cultural de Quixadá e em parceria com a Casa de Saberes Cego Aderaldo, Instituto Agropolos e o apoio da Faculdade Cisne e do Instituto de Pesquisas Históricas e Memórias. (Fonte; Foto Klenio Costa)

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PREFEITO DE EXU DIZ QUE 2022 ANO DOS 110 ANOS DE NASCIMENTO DE LUIZ GONZAGA SERÁ DESTAQUE

O prefeito de Exu Pernambuco, Raimundo Saraiva durante entrevista a Rádio Acauã, nesta sexta-feira, 31, destacou que 2022, as festividades dos 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga será uma das prioridades.

O prefeito destacou que um livro didático será lançado para que a valorização de Luiz Gonzaga, Barbara de Alencar e todo o potencial turístico e cultural de Exu possa ser cada vez mais motivo de leitura e conhecimento. 

"Exu é uma terra Privilegiada pela sua diversidade cultural e abraçada pela exuberante beleza da Chapada do Araripe, a simpática e hospitaleira cidade de Exu,PE no sertão nordestino, com aproximadamente 32 mil habitantes,  tem em suas raízes fortes tradições como marcas do legado construído pelo o seu filho mais ilustre o “Rei do Baião” Luiz Gonzaga", destacou Raimundinho como é conhecido.

Este ano Exu Pernambuco comemorou os 109 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, mestre da Sanfona, Rei do Baião. Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 dezembro de 1912 e é o Pernambucano do Século XXI, um  dos mais talentosos artistas da música brasileira.

Entre os eventos que acontecem na cidade, um é encantador a Fundação Gonzagão-Projeto Asa Branca, em Exu recebeu 19 sanfonas. O projeto garante as crianças e adolescentes aprendam a tocar Sanfona, zabumba e triângulo, a santíssima trindade do forró ungida por Luiz Gonzaga em suas andanças por este País.

A solenidade da entrega das sanfonas acontece no dia 10 de dezembro no auditório do Colégio Municipal Barbara de Alencar, com a presença do Prefeito Raimundo Saraiva e da Secretaria de Cultura, Turismo e Desportos Isejda Araújo e convidados.

"Cada criança traz consigo esperança e sendo de Exu no balaio tem ainda mais uma grande inspiração da herança cultural do Rei do Baião. Por meio de Emenda Parlamentar do Deputado Federal Tadeu Alencar, garantimos 19 novas sanfonas para o Projeto Asa Branca, mantendo esta cultura a cada dia mais fortalecida, a exemplo de Gonzagão oportunizando novos talentos", afirmou Raimundo Saraiva.

O projeto Asa Branca ensina as crianças a tocar sanfona e é mantido pela Fundação Gonzagão, entidade criada em 2 de março de 2000 pelo então promotor de Justiça de Exu, Francisco Dirceu Barros, entre outros cidadãos.

“O doutor Francisco é um apaixonado pela cultura gonzagueana, e foi dele a ideia da Fundação. O objetivo é prestar atendimento a crianças e adolescentes, especialmente as carentes, utilizando a arte e a poesia de Luiz Gonzaga para sua promoção social”, explica a professora e vice diretora do Projeto Asa Branca, Aline Justino.

Do ano 2000 até agora, mais de 800 crianças passaram pelo projeto, que inicialmente, além de música, oferecia oficinas de artesanato, dança e poesia. Algumas delas se destacam atualmente tocando sanfona e se apresentando em grupos regionais.

A vice presidente do Projeto Asa Branca acrescenta que "é necessário doações e novos projetos, parceiros que possam também garantir a  possibilidade do Projetor ganhar novos instrumentos para facilitar o aprendizado das alunas e alunos". 

"O certo é que este ano de 2021 e o novo olhar para 2022 já proporcionamos esperanças maiores para essas crianças e adolescentes com as novas sanfonas e a certeza da transformadora educação que está presente nesta nova geração exuense e oportunidades que terão de abrilhantar o seu futuro, disse Aline Justino".

No sopé da Fazenda Caiçara, serra do Araripe, no dia 13 de dezembro de 1912 nasceu o cantador e sanfoneiro Luiz Gonzaga.

FESTEJOS: FESTEJOS: A sanfona é o principal instrumento das festas espalhadas pelo mundo. Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira.

O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos. A definição é vivida, após quase dois anos turistas, pesquisadores e principalmente grande número de fãs e admiradores da vida e obra de Luiz Gonzaga, literalmente invadiram Exu, Pernambuco, para festejar os 109 anos de nascimento do Mestre da Sanfona Luiz Gonzaga.

A cada ano já é tradição na terra do Rei do Baião e de Barbara de Alencar, o encontro dos amigos que prestam homenagens a Luiz Gonzaga. Centenas de pessoas se deslocam de diversos lugares do Brasil para prestigiar a data de nascimento daquele que é uma das maiores referências da música brasileira, Luiz Gonzaga.

O empresário Claudio Mozart, viajou de Marabá, Pará, para prestigiar os 109 anos de nascimento de Luiz Gonzaga.  Do Pará via Petrolina, Mozart viajou quase 2000 km para chegar na Chapada do Araripe.  "Experiência divina visitar a história de Luiz Gonzaga e a sua Exu. Para o ano 2022 serão 110 anos, Exu e o Brasil tem que fazer uma festa mais bonita ainda", disse Mozart. Ele é natural de Belo Jardim, Pernambuco, mas reside no Pará há 30 anos.

A paraibana de Campina Grande, Nilda Araujo, também não mede esforços para participar das festividades. Ela percorre mais de 15 horas de estrada para chegar a Exu. "Dancei na Companhia de Projeções Raízes e Companhia de Dança. Tive o privilégio de dançar com Elba Ramalho, em um dos festivais de inverno de Campina Grande. Visitar Exu é transpor vida em arte. É fazer da arte ávida vida e da música dança", diz Nilda. 

Entre os Clubes de Fãs mais uma vez presente nas festividades estão o Eterno Cantador (Paus Ferros-RN), Fã Clube 100% de Santa Cruz do Capibaribe (PE), Irmãos Gonzagueanos (Caruaru PE), Amigos Gonzaguianos (Senhor do Bonfim), Tropa Gonzagueana (Petrolina/Juazeiro), Aracaju, Salvador, Fortaleza. 

Todos os Grupos e Fãs Clubes têm "a benção" do Padre José Fábio que todos os anos participa da Missa em Ação de Graças na sombra do pé de juazeiro, no Parque Asa Branca. Padre Fabio atua em Sobral, Ceará. Padre Fábio é o fundador do site Na Cabana de Gonzagão.

DESTAQUE PAULO VANDERLEY: Entre os pesquisadores presentes em Exu, o paraibano Paulo Vanderley que relança nesta segunda-feira (13), o site Luiz Lua Gonzaga (https://luizluagonzaga.com.br/ com visual novo.

O site é um projeto do pesquisador apaixonado pela obra gonzagueana, Paulo Vanderley, e reúne, no ambiente virtual, um amplo acervo sobre a carreira de Gonzaga, com discos, fotos e documentos raros.

A página foi criada há 16 anos por Paulo Vanderley, com supervisão técnica de Walmar Pessoa, e é considerada, hoje, o maior acervo digital da obra de Gonzaga. Ele foi reunindo, ao longo da vida, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, conservou o material nos arquivos dentro da casa. Até que, em 2005, resolveu disponibilizar para o grande público por meio da internet. O site chegou à marca de 8 milhões de acessos somente em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga.

“Na época, o ambiente digital era carente de informações sobre Luiz Gonzaga. Nós transcrevemos manualmente as músicas porque ainda não havia letras disponíveis no formato online. Com isso, o site foi um sucesso, na época, entre admiradores, acadêmicos e até estudantes secundaristas”, contou Paulo, recordando a origem do projeto.

REFERÊNCIA NACIONAL: A experiência e o conhecimento fizeram de Paulo Vanderley uma referência nacional no tema, tanto que ele foi convidado como consultor em importantes projetos sobre Gonzaga, como o Museu Cais do Sertão, no Recife, o filme "Gonzaga: de pai para filho", de Breno Silveira, e também do desfile campeão do carnaval do Rio de Janeiro em 2012, da Unidos da Tijuca de Paulo Barros.

Aos poucos, Paulo conseguiu transportar esse valioso material para o mundo digital. Agora, na nova versão do site, o público conseguirá navegar pelas fotografias raras, a história da discografia completa, conferir a letra na íntegra das canções gravadas, vídeos raros e ler curiosidades colhidas pelo coordenador do site durante a convivência com ícones da MPB.

“É uma forma de manter viva a memória de um dos maiores nomes da nossa música e reconectar todo esse legado com novas gerações. Eu fico animado com esse interesse por Gonzaga. Ele foi e é muito importante para nossa cultura”, relata Paulo, animado com o sucesso do projeto.

EXPANSÃO DA MEMÓRIA: Além do site, o pesquisador Paulo Vanderley também está envolvido na produção do livro Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento. A obra promete ser um dos documentos mais definitivos de consulta sobre a carreira de Gonzaga e um valioso instrumento de pesquisa sobre a canção brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de Lps, fotografias raras”.

O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. Ele será narrado em primeira pessoa pelo próprio Luiz Gonzaga, com trechos extraídos de gravações de entrevistas concedidas a rádios, jornais e canais de tv pelo próprio artista entre os anos 1940 e 1980. “É como se você estivesse lendo um texto com aquela voz inconfundível de Gonzaga”, nos conta.

Além disso, o autor traz um relato preciso sobre a trajetória do Rei do Baião, construída entre a memória pessoal e os relatos de nomes consagrados da música que conviveram com Gonzaga, como Fagner, Lenine, Santana, o cantador e Maciel Melo, outros ícones da MPB. A previsão de lançamento do livro é para o São João de 2022.

Esta obra, que pretende homenagear o 110º aniversário de Gonzaga, também se transformará em um podcast e uma websérie, garantindo o caráter multimídia do livro. Dessa forma, o público conseguirá ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Gonzaga no forró em uma conversa leve e descontraída sobre todo esse universo gonzagueano.

SERVIÇO: Relançamento do site Luiz Lua Gonzaga (https://luizluagonzaga.com.br/

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MINISTÉRIO LANÇA NOVO PLANO NACIONAL DE OUTORGAS PARA RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA

O ano de 2021 termina com uma notícia que fortalece o segmento de radiodifusão comunitária: o Ministério das Comunicações (MCom) lançou nesta quinta (30/12) o novo Plano Nacional de Outorgas (PNO) para ampliar a oferta do serviço no País. No documento, é prevista a realização de seis Editais de Seleção Pública (ESP) em 2022, orientados a concessão das outorgas. São contempladas 432 cidades de todos os estados brasileiros; destas, 237 ainda não possuem qualquer rádio comunitária autorizada.

 "Há uma demanda reprimida para a prestação desse tipo de serviço e, com o PNO 2022, o MCom avança para fortalecer e expandir a radiodifusão comunitária no Brasil. Isso é importante porque essas emissoras são instrumentos de formação cidadã", frisa o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

 Conforme estabelecido no PNO, serão publicados editais nos meses de janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro de 2022. A lista completa das cidades está disponível para consulta. Os ESP especificarão, entre outros assuntos, a documentação que as entidades interessadas deverão encaminhar para se inscreverem e quais os prazos.

 Das cidades com oportunidades de outorga, 180 são da região Nordeste, 106 do Sudeste, 81 do Sul, 32 do Norte e 31 do Centro-Oeste. Os três estados com maior número de outorgas previstas são Minas Gerais (46), São Paulo (42) e Bahia (39).

 EXPANSÃO DO SERVIÇO DE RADCOM -- Ao final de todo o processo de seleção, a expectativa é que 70% dos municípios brasileiros tenham pelo menos uma emissora de radiodifusão comunitária. O que representará aumento de 6,45% em relação a cobertura atual. De acordo com dados do MCom, até agosto foram concedidas 4,9 mil outorgas para o serviço em 3,6 mil municípios. Com o novo PNO, o número de cidades poderá saltar para 3,9 mil.

Para definir as cidades contempladas no PNO, o MCom levou em consideração requerimentos de emissoras feitos fora dos prazos dos ESPs. Tais documentos são cadastrados como "demonstração de interesse" em executar o serviço de radiodifusão comunitária. Eles são utilizados para mapear a demanda.

Após a abertura de um ESP, existem outras seis etapas a serem cumpridas até a concessão da outorga: habilitação; seleção; instrução; proclamação do resultado; portaria de autorização; e, por fim, a fase externa -- em que o processo é enviado à Presidência da República para revisão e encaminhamento ao Congresso Nacional. A autorização para prestar o Serviço de Radiodifusão Comunitária é válida por 10 anos.

NOVA EMISSORA -- Também nesta quinta (30), o MCom publicou portaria que outorga à Associação Comunitária Silvino Brito a autorização para prestação do serviço de radiodifusão comunitária na cidade cearense de Massapê. Com isso, o município com 39 mil habitantes poderá ter acesso a serviços de utilidade pública e ao conteúdo que valoriza elementos de cultura, tradição e hábitos sociais da comunidade.

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