O RÁDIO CONTINUA SENDO O MAIOR MEIO DE COMUNICAÇÃO E LÍDER DE AUDIÊNCIA

 Em todo país, circulam ondas eletromagnéticas que transmitem informações importantes para a garantia de direitos e para a democracia. Tais ondas são decodificadas por pequenas caixas que podem funcionar apenas com pilhas.

O potencial comunicativo do rádio já foi comprovado em vários momentos ao longo da história. Em um deles, ocorrido em outubro de 1938, milhares de norte-americanos entraram em pânico ao ouvirem, na rádio CBS, o ator Orson Welles alertando sobre uma suposta invasão de marcianos.

Tratava-se apenas de um programa de teleteatro, uma versão radiofônica do livro A Guerra dos Mundos, de H.G Wells. Ao se dar conta do alvoroço entre a população, a emissora teve de interromper o programa para esclarecer o fato aos ouvintes que não haviam acompanhado a parte inicial da transmissão.

“O rádio é, sem dúvida, o mais democrático de todos os meios de comunicação. Para desfrutar dele, não há necessidade de pagar internet, nem de ter energia elétrica. Basta ter pilha ou uma bateria”, argumenta o jornalista Valter Lima, âncora, desde 1986, de um dos programas radiofônicos mais longevos do Brasil: o Revista Brasil, da Rádio Nacional, veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O aspecto democrático que compõe a essência do rádio é também corroborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que instituiu a data, 13 de fevereiro, como o Dia Mundial do Rádio.

“A estratégia da Unesco é a de fortalecer o rádio, que é o veículo mais essencial, principalmente nos muitos países onde, seja por conflitos, catástrofes ou por falta de estrutura, não há internet nem energia elétrica acessível para a população. Nesses casos é o rádio que consegue localizar e salvar vidas, justamente por conta da possibilidade de depender apenas de pilha para ser usado”, disse à Agência Brasil o coordenador de comunicação e informação da Unesco no Brasil, Adauto Cândido Soares.

Adauto Soares acrescenta que o interesse da Unesco em trabalhar neste campo da comunicação está relacionado à visão de que o acesso à informação é parte integrante do direito à comunicação. “Até porque, sabemos, quando um país tem sua democracia atacada, é o direito à comunicação o primeiro a ser silenciado.”

Segundo o coordenador da Unesco, que desenvolve também um trabalho de denúncia de violações de direitos humanos contra jornalistas, os radialistas são as maiores vítimas desse e de outros tipos de violação.

“De um total de 56 jornalistas assassinados em todo o mundo em 2019, 34% atuavam no rádio; 25% em TV; 21% em mídia online; 13% em mídia impressa e 7% em plataformas mistas. Desse total, três mortes ocorreram no Brasil”, disse, citando números do levantamento Protect Journalists, Protect the Truth, publicado pela Unesco em 2020.

A criatividade é uma das características que sempre acompanharam o rádio. Com a chegada de novas tecnologias, em especial, as ligadas à tecnologia da informação, o rádio manteve seu aspecto inovador e continua a se reinventar.

Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende lembra que muito se falou sobre a morte do rádio, com a chegada da TV. “Foi quando o rádio perdeu espaço. Mas não perdeu importância”, disse.

“Se perdeu alguma importância após a chegada da TV, depois voltou a ganhar [importância] quando apareceram novas plataformas, e ele se reinventou, apresentando programações segmentadas, canais específicos de jornalismo herdados, influenciados e influenciadores da TV”, disse o presidente da Abert.

“Hoje, com a internet, ouve-se a notícia radiofônica e vê-se os jornalistas que fazem a notícia. O rádio continua a ter grande importância e está aumentando cada vez mais, reinventando-se diariamente”, acrescentou.

Diante da necessidade de se reinventar constantemente, a Rádio Nacional lançou recentemente (no dia 10 de fevereiro, em meio às celebrações pelo Dia Mundial do Rádio) seu perfil na plataforma Spotify no qual o público pode ouvir – onde e quando quiser – “o melhor da música brasileira”. Para acessar o serviço, basta acessar as playlists “É Nacional no Spotify”.

De acordo com o Ministério das Comunicações há, no Brasil, cerca de 5,1 mil rádios comerciais (3.499 na banda FM; e 1325 nas bandas AM, entre ondas médias, curtas e tropicais). Há, ainda, cerca de 700 rádios educativas; 458 rádios públicas; e 4.634 rádios comunitárias.

Na pesquisa Inside Radio, na qual são apresentados aspectos relativos a comportamento e hábitos de ouvintes de rádio, a Kantar Ibope Media constatou que o rádio é ouvido por 78% da população nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas. Além disso, três a cada cinco ouvintes escutam rádio todos os dias. E, em média, cada ouvinte passa cerca de 4h41m por dia ouvindo rádio.

O levantamento avalia também questões relativas à adaptação do rádio à web, bem como novas formas de consumo de áudio, como podcasts e conteúdo on demand.

De acordo com a pesquisa, 81% dos ouvintes escutam rádio por meio de rádio comum; 23% pelo celular; 3% pelo computador; e 4% por meio de outros equipamentos, como tablets.

O crescimento que vem sendo observado na audiência via web demonstra, segundo a Kantar, “a grande capacidade de adaptação do rádio”. Segundo a pesquisa, 9% da população que vive nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas ouviram rádio web nos últimos dias. O percentual é 38% maior do que o registrado no mesmo período de 2019.

Em um ano (entre 2019 e 2020), o tempo médio diário dedicado ao rádio via web aumentou em 15 minutos, passando de 2h40 para 2h55, diz a pesquisa. Além disso, 16% dos ouvintes pesquisados escutam rádio enquanto acessam a internet.

Os podcasts também têm ganhado popularidade. Entre os ouvintes de rádio que acessaram a internet durante a pandemia, 24% ouviram podcasts; 10% aumentaram o uso de podcasts; e 7% ouviram um podcast pela primeira vez.

As chamadas lives também registraram aumento de audiência durante a pandemia, com 75% dos entrevistados dizendo ter começado a assistir lives de shows a partir do início das medidas de isolamento social impostas pela pandemia de covid-19. Ainda segundo o levantamento da Kantar, 75% dos ouvintes de rádio disseram ouvir rádio "com a mesma intensidade, ou até mais", após as medidas e 17% disseram ouvir "muito mais" rádio após o isolamento.

A associação do rádio com novas tecnologias, no entanto, deve ser vista com cautela, para não acabar inviabilizando o formato tradicional desse tão importante veículo. “Emissoras de rádio hoje são em rede, mas a do interior, com outra realidade, não tem essa capacidade de recurso para investimento, como as grandes redes estão fazendo, em especial, quando transformam rádio em uma nova espécie de televisão”, alerta o jornalista Valter Lima.

Segundo ele, ao condicionar o rádio à necessidade de contratação de serviços como o de internet, perde-se exatamente o aspecto democrático que esse veículo sempre teve. “Uma coisa que achatou o desenvolvimento do rádio, infelizmente, foi o fato de ele estar nas mãos de grupos poderosos que possuem também emissoras de televisão [e, em alguns casos, vendem também serviços de internet]. Isso causa um grande desequilíbrio porque, enquanto as TVs estão com equipamentos cada vez mais modernos, há, no interior do Brasil, muitas rádios ainda operando com equipamentos que já até deixaram de ser fabricados”, acrescenta.

RÁDIOS COMUNITÁRIAS: O radialista destaca também o importante papel que as emissoras de rádio comunitárias têm para as regiões “ainda que pequenas” às quais prestam o serviço. Segundo ele, pela proximidade que têm com suas comunidades, essas rádios estão muito mais “antenadas”, com as necessidades locais, do que os grandes grupos de radiodifusão.

Entre os muitos desafios das rádios comunitárias, Valter Lima destaca a necessidade de elas saírem das amarras burocráticas impostas pela legislação.

“É por causa disso que essas rádios, com serviços tão importantes para suas comunidades, não conseguem ir além daquele pedaço tão pequeno. Há também as dificuldades para conseguirem lucros mínimos, de forma a poderem investir e evoluir”, disse o jornalista.

PROGRAMAS INTELIGENTES: Valter Lima lembra que toda emissora de rádio precisa de ouvintes, e que, para alcançá-los, sempre teve de recorrer a programas inteligentes, criativos e, sobretudo, participativos.

“O conceito de rádio não é o de ser apenas uma caixinha para ser ouvida quando ligada. Rádio precisa ter participação. Precisa ser um espaço para o público dar a sua opinião aos chamados ‘formadores de opinião’. A TV até dá algum espaço para isso, mas nada se compara ao rádio.”

Lara Resende, da Abert, também vê, na interatividade do rádio, um de seus grandes méritos. “A fidelização do ouvinte de rádio é muito interessante porque ele passa a achar que faz parte do programa. Hoje, inúmeras plataformas permitem comentários. Com isso, o rádio ficou ainda mais participativo”, disse.

TEMPO REAL: Um outro aspecto acompanhou o rádio ao longo de sua história: a rapidez com que a notícia é dada, quase que simultaneamente ao fato noticiado. Anos depois, com a ajuda de equipamentos tecnológicos como celulares e internet móvel, outros veículos ganharam velocidade e deram a esse novo tipo de jornalismo veloz o nome de tempo real.

“O rádio sempre foi e continua sendo o primeiro a dar a notícia. O furo é sempre do rádio. Essa é a nossa rotina. Enquanto o outro veículo está digitando texto ou preparando a transmissão nós já estamos no ar usando apenas um aparelho telefônico”, explica Valter Lima. (Fonte - Agencia Brasil)


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FORRÓ PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL DEVE GANHAR RECONHECIMENTO OFICIAL NESTA QUINTA (9)

As Matrizes Tradicionais do Forró podem ser registradas como Patrimônio Cultural do Brasil durante a 99ª Reunião Extraordinária do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que acontece nesta quinta-feira (9). Com transmissão pelo canal do Iphan no Youtube, a partir das 9h, a sessão é aberta à sociedade. O Iphan é autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.

O pedido de registro para tornar o forró patrimônio cultural foi feito em 2011 pela Associação Cultural Balaio do Nordeste, do estado da Paraíba. Nos últimos dez anos, em parceria com comunidades detentoras, foi realizada a descrição detalhada das matrizes tradicionais com registro documental e audiovisual. 

O  Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural é formado por representantes de instituições públicas, privadas e da sociedade civil. A coordenação fica a cargo da presidente do Iphan, Larissa Peixoto.

O conselho deve examinar, apreciar e decidir sobre questões relacionadas a tombamento e rerratificação de tombamento de bens culturais de natureza material, assim como registro e reavaliação de registro de bens culturais de natureza imaterial. O órgão também é responsável por decidir sobre a saída temporária do país de bens acautelados pela União, além de outras questões relativas ao patrimônio cultural.

O Forró (ou Forrobodó) é um complexo cultural que expressa a filosofia de vida de um povo, originário do sertão nordestino brasileiro, que devido a correntes migratórias desses habitantes para as diversas regiões do Brasil, sua cultura foi disseminada tornando-se uma expressão cultural reconhecidamente brasileira que atualmente está em processo de registro como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN (Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

É um patrimônio cultural imenso, pois sob esse termo ‘Forró’ estão todas as práticas comportamentais desse grupo social no que se refere à sua forma de comunicar, vestir, alimentar, festejar, tocar, dançar e se relacionar, resumindo saberes e fazeres de um povo. O site é um uma plataforma interativa, na qual a página “Mapa do Forró” estão cadastrados profissionais e espaços que trabalham no segmento, colaborando para que ela se torne o ponto de encontro entre aqueles que se dedicam à cultura forrozeira na sua essência, fortalecendo cada vez mais o setor cada pela união e facilidade de interação entre seus realizadores.

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ANTÔNIO OLIVEIRA RAMOS, CONHECIDO POR TOINHO DA ONÇA GANHA TÍTULO DE CIDADÃO DE EXU NESTA SEXTA (10)

Antônio de Oliveira Ramos, conhecido por Toinho da Onça, recebe na sexta-feira (10), às 18hs, o Titulo de Cidadão de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga. Nascido em Santa Cruz do Capibaribe, em março de 1944, é um apaixonado pela vida e obra de Luiz Gonzaga.

A história de amor pelo cancioneiro gonzagueano aconteceu quando nos anos 50 estava na feira acompanhado pelo seu pai e viu o livro da autoria de Zé Praxedi, o poeta Vaqueiro. O livro foi edidato no ano de 1952,  Luiz Gonzaga e outras poesias.

Em 1957, ano do Centenário de Caruaru, Toinho assistiu a apresentação de Luiz Gonzaga, Onildo Almeida, na capital do Agreste. O novo cidadão de Exu, revela que nesta oportonidade Luiz Gonzaga estava acompanhado de seu pai, o tocador de 8 baixos, Januário. 

Com a profissão de caminhoneiro, Toinho da Onça, agendava viagens que desse para assitir shows de Luiz Gonzaga, assim teve o privilégio de contemplar nos palcos e andanças de Luiz Gonzaga cerca de 50 shows em várias cidades brasileiras.

Toinho mantem em Santa Cruz do Capibaribe, em sua casa um acervo da vida e obra de Luiz Gonzaga, coleção de discos raros. Um dos mais raros é o LP Sanfona do Povo, pois este ganhou a assinatura do Rei do Baião. 

"Assisti os últimos shows de Luiz Gonzaga, cansado e sentado numa cadeira de rodas. Último Show em Caruaru Homenagem realizada pela a Luiz Gonzaga. Foi uma despedida dolorosa", revela Toinho.

Todos os anos Toinho da Onça visita Exu, e este ano vai marcar definitivamente a Vida de Viajante, quando se torna oficialmente filho de Exu, com  o merecido título de Cidadania.

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SETOR CULTURAL OCUPAVA, EM 2020, QUASE 5 MILHÕES DE PESSOAS

Em 2020, 5,6% da população ocupada do país estava no setor cultural. O percentual representa 4,8 milhões de pessoas. Na comparação com 2019, houve um recuo de 11,2%. Naquele ano, o setor ocupava 5,5 milhões de pessoas, ou 5,8% do total.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que um dos levantamentos utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na elaboração do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2009-2020, divulgado hoje (8) pelo órgão. Além da Pnad Contínua, o SIIC 2009-2020 consolida informações do Cadastro Central de Empresas (Cempre), da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e das Regiões de Influência das Cidades (Regic).

A pandemia de covid-19 provocou impacto na ocupação. Em todo o país, o total de postos de trabalho caiu 8,7%, ao passar de 95 milhões, em 2019, para 86,7 milhões, no ano passado. Já no setor cultural, a queda chegou a 11,2%. “Tal tendência inverte um ganho crescente de importância do setor desde 2016”, afirmou o IBGE.

Ainda em 2020, São Paulo (7,5%), Rio de Janeiro (7%) e Rio Grande do Norte (6,7%) foram as unidades da Federação que registraram os maiores percentuais de pessoas trabalhando no setor cultural. Em movimento inverso, Tocantins (2,7%), Acre (2,8%), Rondônia (3,1%), Amapá (3,1%) e Roraima (3,1%) tiveram as taxas mais baixas.

ESCOLARIDADE: O percentual de ocupados que têm nível superior era 30,9% no setor cultural. Esse índice superou a média do país, que é de 22,6%. Mesmo com o nível de instrução mais elevado, o setor cultural registrou, em 2020, mais trabalhadores em ocupações informais (41,2% dos ocupados) do que em todos os setores juntos (38,8% dos ocupados). 

Desde 2014, a participação das mulheres no setor cultural cresceu 3,1 pontos percentuais (pp) e chegou a 2020 com o maior índice, representando 49,5% das pessoas ocupadas. As pessoas pretas e pardas eram 43,8% dos ocupados na cultura, enquanto a média nacional alcançava 53,5%. “Entre 2019 e 2020, houve uma queda de participação das pessoas pretas ou pardas tanto no setor cultural quanto em todos os setores, tendo sido as mais afetadas pela pandemia”, indicou a análise.

CONTA PRÓPRIA: A principal categoria de ocupados no setor cultural em 2020 era o trabalhador por conta própria, que equivalia a 41,6% do total, seguido dos empregados com carteira (37,7%) e sem carteira (11,3%). A taxa de informalidade do setor alcançou 41,2% no mesmo ano, frente uma taxa de 38,8% para a população ocupada do país.

Também em 2020, o grupo com o maior número de ocupados, em todos os setores, foi o de empregados do setor privado com carteira (37,6%), seguido do trabalhador por conta própria (25,4%) e empregados do setor público (13%). Conforme o IBGE, no mesmo ano, tiveram destaque as categorias mais associadas à informalidade, os empregados do setor privado sem carteira e os por conta própria, que perderam participação relativa na ocupação, principalmente no setor cultural. “A pandemia destruiu mais postos de trabalho informais do que formais”.

RENDIMENTO: Conforme a quinta edição do SIIC, enquanto em 2014 o rendimento médio mensal real da população ocupada em atividades culturais foi estimado em R$ 2.564,00, em 2019 caiu para R$ 2.392,00. Isso significa uma queda de 6,7% no período. Ainda assim, os valores são um pouco acima dos rendimentos da população ocupada do país, que em 2014 era de R$ 2.352,00 e em 2019, de R$ 2.285,00, representando recuo de 2,8% no período.

O Cadastro Central de Empresas do IBGE mostrou que a cultura foi responsável por 6,3% do total de unidades locais das empresas do país. A maior parte das unidades locais era do setor cultural (8%), estava no Rio de Janeiro, tendo na sequência o Distrito Federal (7,7%), São Paulo (7,6%) e Roraima (6,4%). De acordo com o IBGE, as menores participações foram do Piauí (4,3%), Pará (4,5%) e de Tocantins (4,6%).

FAMÍLIAS: A despesa média mensal das famílias com cultura, baseada na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2017-2018, ficou em R$ 291,18. Os maiores gastos foram com os serviços de telefonia, TV por assinatura e internet (R$ 172,63). Ainda segundo o SIIC, a participação dos itens de consumo cultural (IPCult) no orçamento das famílias atingiu 9,6% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “No cálculo, foram incluídos TV por assinatura e streaming e excluída a locação de DVD, por exemplo”, informou o IBGE.

INTERNET:  IBGE destacou que, atualmente, o consumo de serviços e produtos culturais está muito ligado ao acesso e à utilização de novas tecnologias. O destaque na internet é o uso do telefone celular, principalmente os smartphones, o equipamento mais usado para esse fim. Os 98,6% correspondem a 141,7 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade que utilizaram a Internet em 2019. Em seguida foi o microcomputador, com 46,2%, ou 66,4 milhões de pessoas com a mesma faixa de idade. Depois vem a televisão, com 32,5% ou 46,7 milhões e, por fim, o tablet, que teve 10,9% e foi utilizado por 15,7 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade.

Nas unidades da Federação, o Distrito Federal foi o que apresentou maior percentual de utilização (92,7%). Depois vieram São Paulo (87,5%) e o Rio de Janeiro (85,8%) em 2019. As taxas mais baixas foram registradas no Maranhão (58%), no Piauí (65,2%) e em Alagoas (65,3%). “Todas as unidades da Federação apresentaram aumento dessas taxas de 2016 a 2019, com destaque para Rondônia e o Ceará, com aumentos de 22 e 20,2 pontos percentuais, respectivamente”, revelou o IBGE.

GASTOS PÚBLICOS: O total dos gastos públicos alocados no setor cultural saiu de R$ 6,2 bilhões em 2009 para R$ 9,8 bilhões em 2020, o primeiro ano da pandemia. A diferença significa aumento nominal de 57,6%. Apesar disso, houve recuo da participação da cultura nos gastos das três esferas de governo, ou seja, federal, estadual e municipal, nesse período.

Leonardo Queiroz Athias disse que os dados disponíveis para a análise de gastos públicos não incluíam o total referente ao uso da Lei Aldir Blanc. Os dados não mostram as transferências entre os entes. A gente não tem um sistema que permita ver isso. Nas esferas federal, estadual, municipal e distrital, a gente tem o que eles declaram em termos de despesa pela função cultura. Também na Lei Aldir Blanc, a gente não tem como dizer o quanto está sendo contabilizado”. (Fonte: Agencia Brasil)



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"EM CASA", DEFINE O CANTOR DANIEL GONZAGA AO VISITAR EXU, PERNAMBUCO

O cantor e compositor Daniel Gonzaga visita Exu, Pernambuco, a terra do seu avô Luiz Gonzaga, mestre da Sanfona e do do Baião. "Em casa". Assim foi a definição da alegria do cantor e compositor Daniel Gonzaga em informar que estava em Exu, Pernambuco, terra do seu avô Luiz Gonzaga e lugar que ele visitou inúmeras vezes ainda criança com o seu pai Gonzaguinha e Família.

Luiz Gonzaga na gravação de A Vida do Viajante (Gonzaga/Hervé Cordovil), conta que toda a trajetória musical começou com Januário e seu fole de oito baixos desde 1912 e  escuta Gonzaguinha dizer: “Deixa que eu levo pra frente”. 

Em abril completou 30 anos da partida de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior. Gonzaguinha sofreu acidente automobilístico no Paraná, após um último show, no dia 29 de abril. Daniel Gonzaga com muita personalidade e estilo próprio é quem “leva pra frente” a história.

O cantor encontra-se em visita a Exu e dá um presente ao Nordeste a música brasileira prestigiando as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, neste ano de 2021. Dia 14 em João Pessoa, Paraíba, ele participa do Fórum Nacional do Forró e Encontro Nacional dos Forrozeiros, quando na oportunidade o forró ganha título oficialmente de Patrimônio da Cultura Brasileira.

No dia 22 de setembro, Daniel Gonzaga, realizou um show presencial, no Teatro Rival Refit, quando lançou o DVD "GONZAGA" e relançamento do CD COMPORTAMENTO GERAL.

O Teatro Rival Refit é sinônimo de tradição e excelência artística há mais de oitenta anos. Daniel Gonzaga é dono de uma história única dentro da música brasileira.

O CD ganhou repercussão e sempre respeitando sua história que combina a música nordestina com o rock básico e o blues. No espetáculo, o artista também misturou um pouco de seus trabalhos anteriores com o material do DVD e textos de seu monólogo “Encourado”. No repertório, músicas como “Comportamento geral”, “#40”, “Vaqueirama”, “Janela”, “Vida do viajante”.

Daniel Gonzaga já tem sete álbuns gravados e este mês vai lançar um DVD. Mente inquieta super produtivo Daniel Gonzaga é puro ritmo musical.

Em abril o jornalista Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual revelou que Primogênito, Daniel tinha 16 anos quando o pai morreu. Adolescente, curtia mais as bandas brasileiras de rock que surgiam naquela época, como Ira! e Legião Urbana. Só foi ouvir realmente Gonzaguinha (que chama de “Gonzaga”) depois do acidente, mas não de imediato. “Fiquei um tempo mesmo sem conseguir ouvir. Depois passei para o meu avô”, lembra.

A música, claro, era prato diário. Aos 8 anos, Daniel cantou em coro infantil. Aos 13, foi trabalhar de roadie com o pai, para começar da base, aprender o funcionamento daquele universo. “Sempre gostei muito de frequentar estúdio, mesa de gravação. Nos shows, passei a prestar atenção no baixo, na bateria.” 

“No tempo que eu tive com meu pai neste planeta, nossa convivência foi bem banhada de música.”

E quem é Gonzaguinha? “Eu coloco ele na resistência e na criação de uma nova música brasileira”, comenta Daniel. “Ele é filho de um dos grandes pilares da música brasileira do século 20.” E recorda das origens do artista, desde os tempos do Movimento Artístico Universitário (MAU), na virada para os anos 1970.

Era um grupo que se reunia na rua Jaceguai, no bairro da Tijuca, zona norte carioca. Na casa de Aluízio Miranda, psiquiatra e músico, e Maria Ruth. Estavam lá, entre tantos outros, Gonzaguinha, Ivan Lins, Aldir Blanc, Guinga, César Costa Filho. Uma das filhas do casal, Ângela, casou-se com Gonzaguinha. Tiveram dois filhos, Daniel e Fernanda, também cantora. O artista teve outras duas filhas, Amora, com Sandra Pêra, e Mariana, com Louise Martins, a Lelete, com quem vivia em Belo Horizonte.

Aquela geração do MAU foi abrindo espaço. Ivan Lins foi fazer o programa global Som Livre Exportação. Gonzaga Jr. ganhou o 2º Festival Universitário de Música Popular do Rio com O Trem, em 1969. Seu primeiro disco foi lançado em 1973, e a canção Comportamento Geral logo chamou a atenção da censura.

Gonzaguinha já era conhecido quando veio a explosão de O que é O que é, faixa do álbum Caminhos do Coração, lançado em 1982. Daniel acredita que é a música “que conecta mais o povo a Gonzaga”. Mas cita outras que considera emblemáticas da obra do pai, como a explícita Comportamento Geral, Explode Coração (bastante conhecida na voz de Maria Bethânia) e Redescobrir (gravada por Elis Regina).

Aparentemente, uma canção de tom mais político e outras mais românticas. Mas as aparências enganam. “Tem gente que coloca Explode Coração como uma música mais política”, observa Daniel. 

O verso “desvirginando a madrugada”, por exemplo, para além da conotação sexual, pode ser visto como um raiar da liberdade. “Aí está toda a genialidade dele, podendo transitar nos dois universos”, comenta o também cantor e compositor. Já Redescobrir “pode ser a mente de um cara ultra politizado escrevendo sobre o amor ou um cara extremamente apaixonado escrevendo sobre política”, diz Daniel

Depende, também, da forma como a canção é interpretada. Ele toca a bateria na sala de casa e enfatiza os versos: “Chega de tentar/ Dissimular”. Qual a mensagem?

E o que ficou do pai Gonzaga? “Acho que eu aprendi a ser uma pessoa comum. A trabalhar, a fazer meu trabalho. O que importa é a honestidade do dia a dia. 

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PAULO VANDERLEY : SITE LUIZ LUA GONZAGA, O GUARDIÃO DA MEMÓRIA DO REI DO BAIÃO GANHA NOVA VERSÃO

O site Luiz Lua Gonzaga(https://luizluagonzaga.com.br/) está de visual novo e será relançado para o grande público no dia 13 de dezembro. A data é super especial. Neste dia, é comemorado o nascimento de Luiz Gonzaga, que se estivesse vivo completaria 109 anos. 

O site é um projeto do pesquisador apaixonado pela obra gonzagueana, Paulo Vanderley, e reúne, no ambiente virtual, um amplo acervo sobre a carreira de Gonzaga, com discos, fotos e documentos raros.

O site será relançado numa série de eventos em Exu, terra natal do homenageado, e terá seu grande momento com uma live. No domingo, Paulo convida para um conversa leve e descontraída o ator e influenciador digital Max Petterson, cearense apaixonado pela cultura nordestina, e Espedito Seleiro, artista plástico e mestre da arte do couro que trabalhou no desenvolvimento do figurino de Luiz Gonzaga. Juntos, prestarão uma justa homenagem ao rei do Baião e apresentarão detalhes do acervo disponível no novo formato do site.

O SITE: A página foi criada há 16 anos por Paulo Vanderley, com supervisão técnica de Walmar Pessoa, e é considerada, hoje, o maior acervo digital da obra de Gonzaga. Ele foi reunindo, ao longo da vida, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, conservou o material nos arquivos dentro da casa. Até que, em 2005, resolveu disponibilizar para o grande público por meio da internet. O site chegou à marca de 8 milhões de acessos somente em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga.

“Na época, o ambiente digital era carente de informações sobre Luiz Gonzaga. Nós transcrevemos manualmente as músicas porque ainda não havia letras disponíveis no formato online. Com isso, o site foi um sucesso, na época, entre admiradores, acadêmicos e até estudantes secundaristas”, contou Paulo, recordando a origem do projeto.

REFERÊNCIA NACIONAL: A experiência e o conhecimento fizeram de Paulo Vanderley uma referência nacional no tema, tanto que ele foi convidado como consultor em importantes projetos sobre Gonzaga, como o Museu Cais do Sertão, no Recife, o filme "Gonzaga: de pai para filho", de Breno Silveira, e também do desfile campeão do carnaval do Rio de Janeiro em 2012, da Unidos da Tijuca de Paulo Barros.

Aos poucos, Paulo conseguiu transportar esse valioso material para o mundo digital. Agora, na nova versão do site, o público conseguirá navegar pelas fotografias raras, a história da discografia completa, conferir a letra na íntegra das canções gravadas, vídeos raros e ler curiosidades colhidas pelo coordenador do site durante a convivência com ícones da MPB.

“É uma forma de manter viva a memória de um dos maiores nomes da nossa música e reconectar todo esse legado com novas gerações. Eu fico animado com esse interesse por Gonzaga. Ele foi e é muito importante para nossa cultura”, relata Paulo, animado com o sucesso do projeto.

EXPANSÃO DA MEMÓRIA: Além do site, o pesquisador Paulo Vanderley também está envolvido na produção do livro Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento. A obra promete ser um dos documentos mais

definitivos de consulta sobre a carreira de Gonzaga e um valioso instrumento de pesquisa sobre a canção brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de Lps, fotografias raras”.

O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. Ele será narrado em primeira pessoa pelo próprio Luiz Gonzaga, com trechos extraídos de gravações de entrevistas concedidas a rádios, jornais e canais de tv pelo próprio artista entre os anos 1940 e 1980. “É como se você estivesse lendo um texto com aquela voz inconfundível de Gonzaga”, nos conta.

Além disso, o autor traz um relato preciso sobre a trajetória do Rei do Baião, construída entre a memória pessoal e os relatos de nomes consagrados da música que conviveram com Gonzaga, como Fagner, Lenine, Santana, o cantador e Maciel Melo, outros ícones da MPB. A previsão de lançamento do livro é para o São João de 2022.

Esta obra, que pretende homenagear o 110º aniversário de Gonzaga, também se transformará em um podcast e uma websérie, garantindo o caráter multimídia do livro. Dessa forma, o público conseguirá ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Gonzaga no forró em uma conversa leve e descontraída sobre todo esse universo gonzagueano.

SERVIÇO: Relançamento do site Luiz Lua Gonzaga (https://luizluagonzaga.com.br/)Data: 13/12/2021






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A ASSOCIAÇÃO DE MULHERES AS KAROLINAS PROMOVE AUTOESTIMA ATRAVÉS DO ARTESANATO EM EXU

No universo das comunidades artesanais brasileiras, 90% do segmento é formado por mulheres artesãs. Um exemplo está em Exu, Pernambuco. Elas trazem inovação, um olhar para o todo e buscam atuar em Exu, Pernambuco e região, o que fortalece ainda mais o trabalho que desenvolvem através do artesanato. 

O destaque é a Associação de Mulheres As Karolinas. Detalhe: Mulheres Karolina com K, a interpretada por Luiz Gonzaga e que ganham empoderamento "fazendo arte e até teatro". Durante as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, elas vão expor e vender os trabalhos entre os dias 10 e 12 dezembro em Exu e vão  marcar a participação da mulher no mercado da Economia Criativa.

A presidente da Associação de Mulheres As Karolinas, localizada na Comunidade da Vilha Nossa Senhora Aparecida, tem 48 anos, a agricultura Cícera Evarista, diz conta que é neta do artesão, o saudoso Zé Maria que transformava cipó em Arte e que associação surgiu com objetivo de melhorar a qualidade de vida e autoestima das mulheres. 

A Associação de Mulheres As Karolinas é exemplo superação, esforços, vontade de vencer. "Todas as mulheres artesãs aqui seguem a máxima da música Vozes da Seca, pois queremos trabalhar e ganhar com nosso suor, não queremos esmolas. Queremos trabalhar e mostrar que somos da terra da arte", afirma Cicera.

A associação surgiu para garantir dignidade as mulheres e está em ascensão, se aperfeiçoando para driblar os desafios para Conquistarem seus espaços. “Não é fácil e nem simples, mas é transformador”, afirma Cícera ressaltando que as mulheres fazem tricô, croché, bordado, brincos, e várias miniaturas com a imagem de Luiz Gonzaga.

São cerca de 36 mulheres, todas unidas e com a missão também de capacitar pessoas para a geração de rendas. "As artesãs criam juntas e ganham juntas”.

As mulheres são maioria no Brasil, equivalente a 51,8% da população segundo o censo do IBGE de 2019. Nas comunidades artesanais brasileiras esse número é ainda maior: as mulheres representam 90% de todo segmento. O fortalecimento do trabalho das artesãs no país acontece especialmente pelo trabalho contínuo de comunidades e instituições de apoio.

Boa parte das artesãs vivem em regiões com poucas oportunidades de trabalho, há dois anos de maneira agravante, diante o enfrentamento à pandemia do COVID-19, associações surgem através da economia criativa para superar estigmas de gênero, e fatores como baixa escolaridade e falta de acesso a recursos econômicos.

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