PETROLINA: FALTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PREJUDICA UM DOS MAIS BELOS PONTOS TURÍSTICOS NAS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO

A falta de conscientização ambiental sobretudo no cuidado com o lixo descartado define uma das ações negativas presentes no Mirante do Urubu, localizado cerca de 20 km de Petrolina. 

A reportagem do BLOG NEY VITAL registrou neste final de semana o acúmulo de sacos plásticos, garrafas, louças quebradas, fraldas descartadas nas margens do Rio São Francisco.

Imagens traduzem o completo descaso e falta de empoderamento de informação cultural sobre a importância de se preservar e valorizar as belezas naturais locais.

Desde 2014, o Mirante do Serrote do Urubu é citado na Elaboração do Inventário e Hierarquização dos atrativos naturais com potencial Turístico do Polo do Vale do São Francisco. O Mirante do Serrote do Urubu situa-se a 376 metros de altitude em relação ao nível do mar, a aproximadamente 140 metros de altura, e distante aproximadamente 1 km da comunidade do Serrote, cuja principal atividade econômica é a agricultura. 

De fácil acesso, possui uma visão privilegiada do Rio São Francisco e de algumas ilhas, da vegetação da Caatinga e observação do por do sol. "É um atrativo que deveria ser bem cuidado pelos visitantes e também uma presença do poder público local, afinal é essencial a preservação deste local. Chamo a atenção dos setores público e privado, além da sociedade, para que cuidemos para que essas áreas se tornem mais agradáveis e bem cuidadas", declarou um dos visitantes.

O Mirante é um local aberto e não possui nenhum controle em relação à visitação e não há infraestrutura no local.

Em uma rede social consta um comentário: o mirante tem bastante potencial turístico, porém encontra-se sem nenhuma estrutura para recebimento de turistas. O lugar sobrevive apenas por sua bela paisagem da caatinga.

SERROTE: O lugar é uma formação rochosa elevada que dá nome à comunidade e fica próximo das margens do Rio São Francisco, um pouco antes do Balneário de Pedrinhas. Está situado a cerca de 20 km do centro de Petrolina (PE) e seu topo alcança 400m de altitude.

A rota a ser seguida para chegar ao Serrote do Urubu é a via conhecida como Estrada das Pedrinhas. Ao chegar no distrito que identifica o ponto turístico, basta acessar o lugarejo Salu, uma estrada de cascalho à direita e seguir por mais 1 km.

Ao terminar o caminho, estacione e comece uma trilha pelas redondezas para apreciar a vista. Você pode também se aproximar da margem e molhar os pés no Velho Chico, mas cuidado com a correnteza que é bastante forte.

NOTA PREFEITURA: A Prefeitura de Petrolina esclarece que, nos próximos dias, um fiscal visitará o local para avaliar o que pode ser feito de imediato na área. Vale ressaltar que todo cidadão tem o papel fundamental de zelar pelos espaços públicos do município. (Redação e Fotos Ney Vital)

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I SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE CULTURAS E LITERATURAS POPULARES ACONTECE EM DEZEMBRO

O I Simpósio Internacional sobre Culturas e Literaturas Populares prorroga o período para proposição de Grupos de Trabalho (GT’s), até o dia 31 de agosto. 

O evento acontece de 6 a 9 de dezembro em formato virtual, com transmissão pelos canais da URCA e do Ipesc, na Plataforma YouTube. As inscrições podem ser realizadas através do siseventos.urca.br.

O evento é uma realização da Universidade Regional do Cariri (URCA), através do do Instituto de Pesquisa José Marrocos (Ipesc), em parceria com diversas instituições, como a Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Vale do Acaraú (UVA), Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. 

O simpósio contará com mesas redondas, grupos trabalhos, conferências, oficinas, depoimentos de mestres, exposições e apresentações de vídeos, além de pesquisadores e estudiosos do Brasil e outros países.

O simpósio tem seis eixos e oito mesas redondas. As abordagens estarão relacionadas a Saberes, vivências e ancestralidades: as artes do sagrado; Fazeres da artesania na teia da tradição; Poéticas populares do corpo e da voz: cantigas, performances e brincadeiras; Narrativas: oral, impressa e cibernética; Cultura popular na formação humana, no cotidiano escolar e nas universidades; e Patrimonialização da Chapada do Araripe, Araripe Geopark e Museus Orgânicos – iniciativas de salvaguarda do patrimônio natural e cultural.

Cada um dos eixos repercute em outros temas geradores que estarão representados em oito mesas redondas com temas como: A religiosidade popular e as artes do sagrado, Vivenciando a cultura popular tradicional: saberes, ofícios e os tesouros vivos”; Patrimônio cultural imaterial e estratégias de salvaguarda: os casos da Literatura de Cordel, da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha e da Xilogravura.

Também entram nos debates temas como a Cantoria e cultura popular, cultura hip hop e demais culturas de rua; Cultura afro-brasileira, quilombos e capoeira; Escritas, narrativas e diálogos culturais: circularidades, movências e hibridações; Cultura e literatura popular na educação;  e  Povos Originários e Arqueologia Social Inclusiva. (Fonte: Urca)

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BRASIL, COLAPSO AMBIENTAL: DADOS INÉDITOS REVELAM QUE O FOGO ESTÁ DESTRUINDO OS BIOMAS BRASILEIROS

Um alerta para a humanidade: esta semana, o Painel de Cientistas da ONU para Mudanças Climáticas divulgou um relatório preocupante sobre o que fizemos com o nosso planeta e as consequências que já estamos enfrentando.

Vamos viver essas consequências em escala ainda maior durante séculos, dizem os cientistas. Eles avaliaram 14 mil estudos e é evidente a responsabilidade das ações humanas no aquecimento do planeta.

Ontem domingo (15), o Fantástico estreia uma série sobre a devastação do meio ambiente no Brasil. O que ainda pode ser feito? Como está o ar que a gente respira e a qualidade das águas?

No primeiro episódio, os repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero mostram dados inéditos que revelam como o fogo está destruindo os biomas brasileiros.

Hoje, a concentração de CO2 no planeta é quase 50% maior do que há um século e meio. A temperatura média já subiu 1.1ºC - pode parecer pouco, mas é esse um grau a mais que intensifica furacões e faz grandes áreas do planeta serem consumidas pelo fogo, até nos lugares onde o solo deveria estar congelado.

Pela primeira vez, as projeções do clima detalham o que vai acontecer em cada região do planeta em cada cenário. No Brasil, as previsões são de queda da produção agropecuária e de aceleração do processo de desertificação da caatinga, por exemplo. A Amazônia é especialmente vulnerável e pode colapsar em um mundo quatro graus mais quente.

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MORRE SEU BILINO, MESTRE TOCADOR E AFINADOR DE SANFONA DE 8 BAIXOS

“As pessoas não morrem, ficam encantadas… a gente morre é para provar que viveu...O homem nasceu para aprender tanto quanto a vida lhe permita”. A frase é do escritor João Guimarães Rosa. 

Através da produtora cultural Marlla Teixeira, lá de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, recebi a notícia que Seu Bilino, tocador de sanfona de 8 Baixos, desencarnou em Barbalha Ceará. "Seu Bilino partiu. Morreu. Fez a Viagem para o Sertão da Eternidade", neste sábado 14 de agosto.

Andar pelos sertões sempre me proporciona encontros, amizades, trocas de saberes! Novos conhecimentos. Entre Exu e Serrita encontrei certa vez, o "Mestre Bilino". Antônio Felizardo Alves, bom proseador e afinador de sanfona de 8 Baixos. Seu Bilino também tocava sanfona de 120 baixos. Mas era apaixonado mesmo pela arte de tocar a sanfona de 8 Baixos. Fazia questão de frisar: Sou afinador de sanfona, dos 8 aos 120 baixos.

Seu Bilino começou a tocar ainda era menino, em 1958, quando seu pai comprou uma sanfona de 8 Baixos pra ele. Naquela época os forrozeiros tocavam nos casamentos, nos aniversários. “Ele, meu pai comprou uma sanfona pra eu tocar pra ganhar um dinheirinho. Nessa época o povo tocava à noite toda”, afirmando, que veio de uma família de  músicos.

Seu Bilino dizia que não era tocador profissional. Sua profissão mesmo era afinador de sanfona: “Meu ramo mesmo é ser afinador de acordeon, quando o fole se acaba eu também recupero”, diz ele.

Seu Bilino era fabuloso. Viveu no sertão místico disparando linguagem dos sanfoneiros para disfarçar sua genialidade, simplicidade sertaneja e grandiosidade humana. Seu Bilino tinhas sonhos plantados em notas musicais teclados em sua sanfona.

O sanfoneiro, pesquisador Leo Rugero, aponta que a "Sanfona de 8 Baixos, Pé de Bode ou Fole de 8 Baixos, como também é chamado é um instrumento fundamental para a música nordestina e brasileira. No nordeste do Brasil, ele adquiriu características de afinação próprias que o tornaram diferente. Portanto, no nordeste ele desenvolveu um sotaque próprio, que é representativo de nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único".

Atualmente, a arte do tocador de sanfona de 8 baixos está ameaçada, porque seus instrumentistas não encontram mais espaço merecido nas programações de Rádio e Televisão. O Tocador de 8 Baixos é capaz de agregar uma comunidade e produzir cultura, representá-la e difundi-la, contribuindo para o fortalecimento de nossa própria identidade.

Em 2013, Seu Bilino, contou para a jornalista Maria Peixoto, portal da Cultura de Pernambuco que teve dois mestres, um foi seu pai, que lhe ensinou duas coisas, uma é que “a música é pra ser tocada com carinho e amor, bem e sempre feliz”. A outra é que tem músicas que devem ser guardadas pra momentos especiais. “Meu pai dizia ‘Num toque essa música atoa não. Toque num momento especial, que você fica feliz e eu também fico”, ensina.

O outro mestre de Bilino foi Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga.  “Eu tocava com Severino Januário, eu considero ele meu mestre. Eu toco as músicas dele, tem gente que até chora. Hoje eu estou tocando as letras dele por causa dele. É um xote tão bom de dançar que todo mundo arrupeia os cabelos”, brinca Bilino.

Ele só fica triste com a falta de reconhecimento do seu mestre “Severino dos 8 Baixos não era mostrado na televisão. O homem tocava um 8 Baixos daquele jeito e num era mostrado. Eu fiquei meio triste, andei um tempo sem tocar”, conta o tocador que também não tem a atenção dos holofotes, apesar de seu talento merecido.

O vínculo com a família de Luiz Gonzaga começou desde cedo, Seu Bilino conta que seu pai só afinava o instrumento com Seu Januário: “Ele trazia o 8 Baixos dele porque ele era mestre, aí quando a sanfona dele quebrava.  Ele vinha pra aqui”. E, Bilino, criança, vinha dentro de um caçoá, de Serrita, sua cidade, para Exu.

Em vida Seu Bilino teve consciência de que estava cada vez mais raro achar pelas bandas do Araripe um tocador de 8 Baixos, “Daqui a uns 50, 100 anos quem tocar 8 Baixos vai ser chefe majoritário do mundo inteiro”, Bilino sente prazer quando consegue passar seu conhecimento a alguém “A coisa que  eu acho mais feliz no mundo é eu dar aula pra uma criança, de 8 Baixos, porque de acordeon tá cheio já de tocador”

“Eu não posso abandonar essa carreira até o fim da minha vida. Eu estou feliz desse jeito, porque dinheiro num é tudo na vida não. Eu sou um cara da roça, do mato, eu tenho um sitiozinho que eu plantei, tem 16 pés de coco. As filhas vem do meio do mundo passear. Eu acho bom estar no meio da terra aqui escutando Luiz Gonzaga tocar, chega um amigo, conversa comigo, chega outro”, conta o humilde tocador do fole típico do Sertão que hoje se tornou preciosidade.

Descanse em Paz, amigo sanfoneiro Seu Bilino.

*Texto: Ney Vital-Jornalista. Apresentador do Programa Rádio Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Seus Amigos.


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MESTRE ESPEDITO SELEIRO RECEBE CERTIFICAÇÃO DE REGISTRO DE MARCA E PROTEGE AS SUAS CRIAÇÕES ARTÍSTICAS

 “Sou mestre no meu ofício de colorir o couro, fazer meus arabescos, corações e trabalhar as peças”. Ressaltando seu trabalho, foi com essa mensagem que o mestre da Cultura e artesão cearense Espedito Seleiro comemorou em seu perfil no Instagram o recebimento do certificado de registro de marca do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Com isso, o artista pode usar sua marca com exclusividade e fica protegido de possíveis cópias de terceiros de seu trabalho.

“O que foi protegido foi a marca para todos os produtos e serviços que ele desenvolve, o que garante uso exclusivo dela em artigos de couro, vestuário e na comercialização dos produtos em geral”, explica o advogado Bruno Figueiredo, atual responsável pelo caso.

Com isso, conforme explica o professor de Direitos Culturais da Universidade de Fortaleza, Humberto Cunha, há uma valorização das peças, e quem violar o uso de uma marca reconhecida como a do Mestre Espedito Seleiro estará sujeito a pagar indenização e até a responder criminalmente.

O registro de marca é realizado pelo Inpi, que visa garantir e proteger a propriedade intelectual devidamente cadastrada no órgão. O certificado permite ao autor a exclusividade e a propriedade de sua marca, resguardando-o, assim, de cópias e apropriações de obras por terceiros. O documento tem validade de dez anos e pode ser renovado a cada década.

Essa conquista vem de um “sonho” de muitos anos de Espedito Seleiro. Em entrevista o artesão relatou o alívio pelo recebimento do certificado. Ele buscou o registro junto ao Inpi para resguardar suas obras de reproduções indevidas por outras pessoas. “É uma coisa que a gente trabalha muito e às vezes não tem o reconhecimento aonde chega. Por exemplo, se eu faço um chapéu, aí vai ter outra pessoa que vai querer fazer igualzinho e não vai considerar quem criou o modelo”, comenta.

Além disso, encara como uma forma de deixar registrado para gerações futuras as origens de sua arte. “Procurei registrar também porque amanhã ou depois as pessoas vão saber quem criou a arte e quem a está mantendo, porque isso é uma coisa que é um sonho meu desde que sou criança, que eu comecei com meu avô e com meu pai”, alega.

Entre as suas obras mais copiadas estão sandálias e bolsas que seguem o seu estilo característico de arte em couro. “Eu não tô proibindo ninguém de fazer bolsa, sandália ou chapéu. Pode todo mundo fazer. Agora, o que eu não quero é que façam o estilo do desenho que eu criei e que traz uma característica minha”, ressalta o mestre da Cultura.

O artesão também relata que sentiu um impacto grande nas vendas de seus produtos durante a pandemia, com diminuição considerável no ritmo de aquisições por clientes. Entretanto, ele acredita que o fluxo está melhorando aos poucos. As peças mais procuradas, segundo Espedito Seleiro, são “sandálias da Maria Bonita”, o “chapéu de Lampião” e gibão.

Mesmo diante das dificuldades da pandemia, o artesão ressalta o gosto pelo seu trabalho: “Eu já passei por aperto muito pior. Já teve sufoco que eu vi a hora de fechar tudo e eu aguentei porque eu gosto do meu trabalho, adoro trabalhar com couro e é uma coisa que vem de família já há cinco gerações”, conclui. 

HISTÓRIA:  Espedito Seleiro produz calçados, bolsas, chapéus, carteiras, bancos, poltronas, além das selas, gibões e outros elementos da cultura vaqueira que estão sempre presentes. O artesanato é feito com couro de cabra, pelica e camurça compradas em diversas cidades do Nordeste. Suas peças são vendidas em outros estados e exportadas para outros países.

Alguns produtos se destacam como muito característicos do mestre artesão, como é o caso das sandálias de Lampião e de Maria Bonita. 

A confecção das sandálias foi inspirada por uma passagem da história do seu pai. Um dia, um cliente chegou com o desenho de uma sandália “quadrada” que encomendou do pai de Espedito. Alguns dias depois, quando voltou para pegar a encomenda, aprovou a sandália e revelou ser cangaceiro do bando do Capitão Virgulino. A sandália com o formato quadrado tinha uma função bem prática para o bando por despistar os rastros deixados pelos calçados nas areias do sertão. Anos depois, a pedido do músico Alemberg Quindins, idealizador da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, Espedito confeccionou uma sandália igual a de Lampião. Logo em seguida, criou também a sandália de Maria bonita.

“Seu” Espedito nasceu em 1939, registrado como Espedito Veloso de Carvalho, mas o ofício de seleiro, exercido desde cedo, o fez ser conhecido como Espedito Seleiro. Filho de vaqueiro, “seu” Espedito nasceu em Arneiroz, no Ceará, e aprendeu bem novo, aos oitos anos, com seu pai, o ofício de seleiro, confeccionando selas e outros equipamentos para vaqueiros, tropeiros e cangaceiros. Seu pai faleceu ainda novo, deixando dez filhos e algumas ferramentas de ofício. 

Espedito, o mais velho dos dez filhos, começou passou a sustentar toda a família, com a confecção de selas. Nessa época já viviam em Nova Olinda e a venda foi ficando cada vez mais difícil, por conta da queda do trabalho de vaqueiro, resultado da crise na pecuária vivida após a mais longa estiagem do século XX que assolou o Ceará por longos cinco anos, entre 1979 e 1984. 

Seu espedito começou a fazer a fazer outras peças em couro, como sandálias e bolsas e passou a usar cores. Tornou-se um investigador de pigmentos naturais e técnicas de tingimento de couro e assim, descobriu o angico que tinge de marrom, o urucum que traz o vermelho, a cinza da capimbeira que colore de branco. Com o tempo, criou uma estética própria que valoriza os desenhos e as cores, resultado da influência cigana, povo que admira e que, quando novo, o fascinava pelas vestimentas e adornos.

Um dia, Espedito se deu conta de que, com o falecimento do pai, o conhecimento que vinha sendo passado desde seu tataravô poderia morrer com o seu próprio falecimento. Decidiu, assim, ensinar o ofício aos seus irmãos, depois seus filhos e mais recentemente os netos. Mais tarde, fundou a Oficina Escola Espedito Seleiro que passa para os mais jovens além do ofício, a percepção de que esse saber-fazer é parte de uma cultura, de um modo de viver que está vivo, e pode seguir vivo dentro de cada um deles. Hoje, Espedito Seleiro é mestre da cultura, reconhecido oficialmente pelo Governo do Estado do Ceará e pelo Ministério da Cultura. Em 2017, recebeu o título de Notório Saber pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).

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FILHOS DE ZAZE CANTAM PELO FIM DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EM LIVE NESTE SÁBADO (14)

"No meu coração toca o xequerê / no meu coração bate o atabaque / no meu coração é o toque do agogô / dez anos do Filhos de Zaze com muito amor". Celebrando uma década de existência e o lançamento do primeiro álbum, o grupo baiano apresenta, neste sábado (14), uma live, a partir das 20h, no seu canal do YouTube.

No show virtual, gravado no terreiro Ilê Axé Ayráonyndanco, situado no bairro Quidé, em Juazeiro, Bahia, berço do grupo, o público vai poder conferir as quatro canções autorais do álbum que tem como lema "Os Filhos de Zaze cantam pelo fim da intolerância religiosa", e outras releituras que marcam a história no grupo nesses 10 anos de existência e resistência.

"Ter gravado nosso primeiro álbum foi muito gratificante, pois é um sinal que estamos resistindo, em meio a esse tempo difícil que estamos vivendo, ainda mais para nós que somos de matrizes africanas. Estamos recebendo muitos elogios de pessoas de outros estados e países, e isso é muito gratificante. O Zaze sempre se propôs a ir pra cima, quebrar preconceitos. Essa live vai ser um canto pelo fim da intolerância religiosa", disse José Rosa, presidente do Afoxé Filhos de Zaze. 

O disco do grupo está disponível nas principais plataformas de mídia e streaming.  A gravação de todo o material foi realizada no Estúdio Casinha Lab, em Juazeiro, Bahia, com o assessoramento do produtor musical Iago Guimarães e a produção executiva de Geraldo Júnior, à frente da Opará Produtora Cultural

O projeto é uma realização do grupo Afoxé Filhos de Zaze em parceria com a Opará Produtora Cultural e tem o apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e do Centro de Culturas Populares e identitárias (CCPI) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.  (Ascom: Opará Produtora Cultural Fotos: James Jonathan)

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CURSO LIDERANÇA JOVEM QUILOMBOLA ACONTECE NESTA SEGUNDA (16)

Com a finalidade de formar novas lideranças quilombolas, acontecerá, do dia 16/08 ao dia 27/08, a partir das 19h, o curso online “Liderança Jovem Quilombola”. 

Serão 4 módulos, o primeiro ministrados por José Henrique Souza, quilombola da comunidade Sítio Lagoinha e mestrando em extensão rural, com o tema "Ser liderança, jovem e quilombola, é ser resistência"; Luana Rodrigues, pedagoga, mestranda em extensão rural da Univasf e presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e Mineia Clara, agente de Saúde e integrante do Coletivo Enxame, trazem a discussão sobre a realidade das políticas públicas das comunidades quilombolas do Território das Sertão do São Francisco; Márcia Guena, jornalista, professora do curso de Jornalismo da Uneb e doutora em História, abordará a comunicação como ferramenta de transformação; contando ainda com a participação de Gabriela Barreto de Sá e o Coletivo Universitário de Assessoria Jurídica Popular Luiz Gama (CAJUP), que fecham a sequência de módulos debatendo sobre o direito a memória e ancestralidade, racismo e comunidades tradicionais.

O curso será transmitido através da plataforma Google Meet e haverá certificação. Para fazer sua inscrição preencha o formulário no link abaixo. Esta é uma iniciativa do Grupo de Articulação Quilombola, projeto de extensão vinculado ao Departamento de Ciências Humanas (DCH 3) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), coordenado pela professora Márcia Guena, da UNEB, Minéia Clara e Simone Ramos, que conta com a articulação das seguintes instituições da região.

Para se inscrever acesse o link: https://forms.gle/bsUUmwJbJzJ3E7Ug6

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