UMA VIAGEM À ÁGUA NEGRA: RESENHA DE TORTO ARADO, DE ITAMAR VIEIRA JR

Leio como quem sente fome de alma. Por essa razão, tenho o hábito de iniciar conversas com pedidos de indicação de leituras. Minha rede de afeto também é trançada por livros compartilhados, de todos os gêneros e sabores. Um dia, pedi a uma dessas amigas com as quais troco autores, uma sugestão de leitura. Cheguei assim a Torto Arado.

Torto Arado, de Itamar Vieira Junior[1], foi publicado pela Editora Todavia em 2019. Acima de tudo, é livro que é indicado de amiga para amiga para amiga. É leitura que entra debaixo da pele e se funde na gente. A trama se passa na Fazenda Água Negra, no Sertão da Bahia, no início dos anos de 1960. Nela vivem trabalhadores descendentes de uma escravidão abolida muito no papel e pouco no cotidiano – realidade que perdura até hoje em diversas regiões do Brasil. E é a história dessas trabalhadoras e desses trabalhadores que o livro apresenta.

Bibiana e Belonísia são as personagens principais do romance, composto majoritariamente por figuras femininas. Irmãs, vão desvelando a vida aprendendo a unir as duas vozes nas cordas vocais de uma só, por razões que merecem ser confidenciadas diretamente pelo livro.

Torto Arado é livro-transporte. Ao abrir as páginas, já não via mais quarto ao meu redor. Eu era Bibiana, irmã de Belonísia, e via à minha frente a mala de couro de caititu da minha avó Donana, com manchas e suja de terra, cena que inaugura o Torto Arado. Sentia em meu corpo a adrenalina transgressora de quem se arrisca a mexer em objeto proibido.

A narrativa é revezada entre as duas irmãs – na verdade, entre três personagens, porque o último capítulo traz uma surpresa de voz – mas entrelaça as narrativas de muitas gentes. É trama de desigualdade, porque os donos da terra não são os que pegam na enxada. É trama de violências, da fome, da falta, da seca, da agressão familiar, da perda, do medo. Sobretudo, é história de forças que brotam do solo, história de ancestralidade, luta e união. 

Toda a complexa rede de relações é costurada por meio de segredos compartilhados entre brincadeiras de jarê, cuja potência se descobre ao longo dos acontecimentos que as páginas do livro paulatinamente revelam. As dores, os encostos, as aflições, as doenças são todas levadas à mão de Zeca Chapéu Grande, pai das irmãs e curador do jarê, naquela terra em que não chegava médico nem remédio. As vidas de Água Negra, por sua vez, surgem das mãos de Salustiana, mãe das irmãs e parteira das gentes da região. Salu é “mãe de pegação” dos filhos e filhas das trabalhadoras da fazenda, que vinham ao mundo nascituramente marcados pelo destino único da labuta na terra seca.

No caminho à adultez, as duas meninas deparam-se com uma bifurcação de trilhos-trajetória: Belonísia torna-se personagem da vida da fazenda; à Bibiana, as injustiças daquela vida parecem irresignáveis. Belonísia mistura-se à terra arada, tortamente arada; Bibiana junta-se à luta pela emancipação e pelo direito à terra.  

Acompanhando as duas irmãs em suas jornadas, experimentei com elas sentimentos que, de tão bem descritos por Itamar, se coseram também em mim. Senti em minhas mãos terra, milho debulhado, feijão catado; pesquei no Rio Santo Antônio; acendi candeeiros e velas; vivenciei noites de jarê; avistei vagalumes; dancei festas de santos ao som de pífaro e atabaque; abriguei-me embaixo de umbuzeiro; vi secarem as plantações, as vagens, os pés de tomate, quiabo e abóbora; tornei-me também ciúmes, raiva, dor, falta, fome, encantamento, amor, ódio. Tudo como se as descobertas delas fossem minhas em igual medida.

O continuar da trama, com o perdão da grosseria, me recuso a resenhar para não tirar dos leitores e das leitoras o prazer de desvelar o mundo misterioso por detrás de Torto Arado. Recomendo, porém, que afivelem os cintos: iniciada a leitura, é viagem sem volta ao Sertão baiano, reconstruído por meio da elegante e talentosa escrita de Itamar Vieira Júnior.

NOTAS: [1] Itamar Vieira Junior é geógrafo e escritor brasileiro. Também é autor de livros de contos como Dias, publicado em 2012 pela editora Caramurê Produções, e A oração do carrasco, lançado pela editora Mondrongo em 2017. Pelo último livro, foi finalista do 60º Prêmio Jabuti na categoria “conto”.

J*uliana Ludmer é Mestra em Sociologia e Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF). É escritora, poetisa e advogada.

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DIA DE SÃO JOSÉ, PATATIVA DO ASSARÉ, A ESPERANÇA DA CHUVA E A FÉ

"...Apela pra Março que é o mês preferido do santo querido senhor São José (Meu Deus, meu Deus). Mas nada de chuva tá tudo sem jeito lhe foge do peito o resto da fé"...

O cantor e compositor Luiz Gonzaga, das inúmeras  músicas interpretadas sempre dizia que a emoção sempre "batia mais forte quando ele citava a A Triste Partida, versos de Patativa do Assaré, implorando chuva e a última esperança no dia de São José e na falta da chuva, a ida do sertanejo para outras terras".

O período mais esperado do ano para os agricultores são os meses de chuva é março. O dia de São José, celebrado nesta sexta-feira (19), começou na madrugada em Juazeiro Bahia. Verdade seja dita, uns pingos de chuva, mas que representa a grandeza da fé e esperança de milhares de sertanejos.

A crença  diz que a data, 19 de março é decisiva para o plantio de milho dos próximos meses. O gerente de meteorologia da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Roni Guedes, explicou que, por traz da crença, existe um fenômeno meteorológico.

"O Dia de São José é o dia que o principal sistema [meteorológico] do Sertão, que é a Zcit [Zona de Convergência Intertropical] fica mais azul, chegando no estado de Pernambuco. Então, leva chuva para todo o Sertão e todo o semi-árido nordestino [..] Por isso, criou-se essa crença de que o dia 19 é a data que indica a data do plantio, porque é quando começa a chover mais", explicou.

Guedes afirmou, ainda, que há previsão sim de chuva após os registros desta sexta, mas o volume de água previsto para este ano é menor do que o registrado em 2020.

"Na [quinta-feira, 18] choveu durante a noite, de forma isolada, mais restrito ali a partir de Serra Talhada, passando por Afrânio e Petrolina. [...] Nessa época se espera que chova bastante, mas não foram os maiores acumulados no estado", afirmou.

A mudança acontece porque com a chegada do outono, no sábado (20), há redução de temperaturas e aumento de umidade, o que faz com que os sistemas meteorológicos fiquem mais carregados, segundo Guedes.

"Infelizmente, esse ano a gente está com déficit de precipitação. O ano passado foi bem melhor para o Sertão e deve chover menos no próximo trimestre, nesses três meses subsequentes", relatou.

O meteorologista disse, ainda, que a notícia não é motivo de preocupação, já que apesar do menor volume acumulado, o plantio no estado deve ser frutífero.

"Deve atrapalhar um pouco em termos de dias com chuva, mas para questão de plantio, não é importante o acumulado de chuva, o total, mas sim a quantidade de dias com chuva para que o solo fique mais saturado, você pegue mais água nas plantações. Então, vai dar pra plantar, vai dar pra colher milho, só que a safra deve ser um pouco mais prejudicada", contou.

A tradição de esperar chuva nesse dia é antiga e a devoção dos agricultores ao santo tem uma explicação religiosa. De acordo com o Padre Robério Holanda, pároco da Igreja de São José em Mossoró, Rio Grande do Norte, essa devoção vem do exemplo de homem trabalhador que São José representa.

“Nós associamos a figura de São José ao homem trabalhador, ao homem do campo, por exatamente ser um homem honesto, um pai de família, que esteve à frente cuidando, trabalhando. Então os homens do campo têm essa devoção a São José”, explica o Padre.


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GOVERNO ANUNCIA MEDIDAS MAIS RESTRITIVAS E AMPLIA HORÁRIO TOQUE DE RECOLHER EM SENHOR DO BONFIM , JUAZEIRO E JAGUARARI

Apenas os serviços essenciais devem funcionar em 22 municípios das regiões de Juazeiro e Senhor do Bonfim a partir da próxima segunda-feira (22). Haverá ainda restrição na locomoção noturna, das 19h às 5h. A ampliação das medidas restritivas nas duas regiões foi definida pelo Governo do Estado e prefeituras com o objetivo de frear a disseminação da Covid-19.

As medidas valem até o dia 29 de março, nos municípios de Andorinha, Antônio Gonçalves, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso, Cansanção, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Filadélfia, Itiúba, Jaguarari, Juazeiro, Nordestina, Pilão Arcado, Pindobaçu, Ponto Novo, Queimadas, Remanso, Senhor do Bonfim, Sento Sé, Sobradinho e Uauá. O decreto com as restrições será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (19). 

Até as 5h do dia 29 de março será permitido somente o funcionamento de atividades relacionadas à saúde e ao enfrentamento da pandemia, bem como à comercialização de gêneros alimentícios e feiras livres. Estabelecimentos comerciais como restaurantes, bares e congêneres devem funcionar com portas fechadas, sendo permitida apenas a entrega em domicílio (delivery) até as 24h.

Fica vedada, nos 22 municípios, a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por delivery, das 18h de 26 de março até as 5h de 29 de março. Os estabelecimentos que funcionem como mercados poderão comercializar somente gêneros alimentícios e produtos de limpeza e higiene. 

Também ficam suspensas, de 22 a 29 março, as atividades presenciais nos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual não enquadrados como serviços públicos essenciais e os atendimentos presenciais do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). 

A Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio das polícias Militar e Civil, apoiará as gestões municipais para garantir o cumprimento das medidas restritivas adotadas.

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ESTUDANTES DE CASA NOVA, BAHIA, DESENVOLVEM PROJETO QUE É DESTAQUE NA FEIRA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS E ENGENHARIA

Muito orgulho. Dedicação aos estudos. Valorização do ensino público. Este é o sentimento das estudantes de Casa Nova, Bahia. 

Motivo: elas são finalistas da 19ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) com o projeto “Ração de baixo custo para cães abandonados em Casa Nova” desenvolvido no Centro Educacional Antônio Honorato.

O projeto “Ração de baixo custo para cães abandonados em Casa Nova” foi desenvolvido a partir do programa Ciência da Escola, da Secretaria da Educação do Estado, a pesquisa é protagonizada pelas estudantes do 3º ano Emily Thâmara Conceição e Íris Aparecida Silva e Rafaela Souza. 

A FEBRACE é a maior feira de trabalhos de iniciação científica do país, reúne alunos de todos os estados e, este ano, acontece no formato virtual, por conta da pandemia do Coronavírus, entre os dias 15 e 27 de março. 

A pesquisa surgiu a partir da observação da crescente quantidade de cães circulando livremente nas ruas de Casa Nova. A professora-orientadora Andréa Passos Araújo conta que o projeto, que teve início com uma pesquisa bibliográfica sobre ração canina, com a parceria de veterinários da região, da Secretaria Municipal de Saúde e da ONG Arca Animal, visou produzir uma ração balanceada, sem conservantes e de baixo custo para cães abandonados.

“A ração é de grande importância, pois é uma solução prática, rica em proteína, carboidratos, fibras, vitaminas, gorduras e minerais necessários para sustentar a vida dos cães. Foi produzida com peixe, arroz comum, farelo de aveia, beterraba ou cenoura e azeite de oliva”, explica, ressaltando que o valor do quilo da ração canina de mercado custa de R$ 8 a R$20 e a produzida sai por R$ 5.

A estudante Íris Aparecida, 18, fala sobre a importância do projeto e da sua satisfação em poder contribuir. 

“Os cães de rua ainda são ignorados por muitos e uma pequena minoria se mobiliza para ajudá-los e nós fazemos parte desse pequeno número de pessoas que se importa. A ração foi pensada justamente para facilitar e mobilizar as pessoas a ajudarem os cães de rua. Procuramos desenvolvê-la com ingredientes de fácil acesso, com custo acessível e que tivesse nutrientes que são essenciais para eles. Participar do projeto significa muito para mim, pois sou apaixonada por animais e ajudá-los enche meu coração de alegria e sou grata por isso”. 

A parceira de projeto, Emily Thâmara, 17, completou: “Estar participando desse projeto é extremamente gratificante. Para mim significa mais que alimentar um animalzinho de rua, significa me doar para uma causa tão menosprezada. Cada olhar de gratidão deles me motiva mais ainda a continuar com o projeto”, diz.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 20 milhões cachorros abandonados no Brasil. E esse é um problema não só do Brasil, mas do mundo inteiro. 

O número significativo de projetos inscritos nesta edição – atípica por causa da pandemia – mostra a importância da FEBRACE como uma iniciativa capaz de estimular o interesse dos jovens pela área científica”, destaca a coordenadora geral da mostra, Roseli de Deus Lopes, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). 

“Os estudantes tiveram de superar as diversas dificuldades causadas pela pandemia para concluir seus projetos, sem que isso afetasse a qualidade dos trabalhos”, acrescenta.

Os cães abandonados além de ser um problema social, também é um problema de saúde pública, pois esses cães não são vacinados e podem adquirir e transmitir doenças como raiva, micose, leptospirose, entre outras . E como não são castrados se reproduzem mais, aumentando assim as ameaças à saúde pública.


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WEBNÁRIO DEBATE O DIA DA ÁGUA COM O TEMA: DESAFIOS DA SEGURANÇA HÍDRICA NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO

No próximo dia 22 de março, data em que se comemora o Dia Mundial da Água, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco promove debate sobre os desafios da segurança hídrica na bacia do Velho Chico. O webinário será transmitido ao vivo pelo canal do CBHSF no Youtube (www.youtube.com/cbhsaofrancisco) , a partir das 16h.

O evento contará com a participação do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, do engenheiro e professor titular da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Valmir Pedrosa, e do engenheiro agrônomo e pesquisador titular da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna.

O webinário trará um debate sobre o papel da água na estabilidade nacional, tendo em vista que o rio São Francisco atravessa fronteiras geográficas, ligando as regiões Nordeste e Sudeste, passando por diversas culturas e grandes contrastes populacionais, apresentando áreas com elevados níveis de riqueza e densidade demográfica e outras com reduzidos níveis de renda e densidade populacional. Abrange diversos biomas, 505 municípios e mais de 15 milhões de habitantes.  Neste cenário, a preocupação com a garantia de água para os usos múltiplos da bacia é um tema que precisa estar em permanente discussão.

Confira os currículos dos palestrantes:

Anivaldo Miranda. Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é alagoano, jornalista e ambientalista. Mestre em Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, membro do Conselho Editorial da revista Política Democrática, editada pela Fundação Astrogildo Pereira, de Brasília (DF) e colaborador da revista Chico. É autor do livro “Alienação: a nova cara da informação”, lançado pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), em 1998.

João Suassuna. Engenheiro agrônomo e pesquisador titular da Fundação Joaquim Nabuco. Especialista em questões de Convivência com o Semiárido destaca-se por apresentar propostas concretas para mudar a relação do homem nordestino com seu ambiente natural. Defensor da ideia de que não é necessário transformar o Semiárido, mas sim se adaptar a ele, João Suassuna propõe inovações para a prática de convivência na agricultura, pecuária e, sobretudo, para o uso da água na região. Destaca-se também por seu conhecimento sobre o rio São Francisco, posicionando-se contrário à transposição de suas águas.

Valmir Pedrosa: Valmir de Albuquerque Pedrosa é professor Titular da Universidade Federal de Alagoas. Tem concentrado seus esforços na produção e divulgação de conhecimento na área de gestão de recursos hídricos e no treinamento de equipes para a gestão de conflitos ambientais. Visiting Scholar na University of California, Campus Davis (2014-2015), Doutorado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (UFRGS, 2001), Mestrado em Engenharia de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (UFRGS, 1996) e Bacharel em Engenharia Civil (UFAL, 1993).

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EXCLUSIVO: ESTUDANTES DE FACULDADE PARTICULAR DE PETROLINA SERÃO VACINADOS CONTRA COVID-19 NESTA QUARTA (17) E LEITOR PERGUNTA QUAL O MOTIVO DO FURA FILA

Embora exista um imenso sentimento da população de Petrolina e a expectativa de receber a vacina contra a Covid-19 e um imenso medo da falta de vacina nos postos de saúde e hospitais ainda sem previsão de receber outras doses contra a covid-19, a reportagem do BLOG NEY VITAL apurou a informação que estudantes de uma Faculdade Particular serão imunizados nesta semana com as doses distribuídas pela Prefeitura de Petrolina.

A Faculdade através de um comunicado de teor publico revela que a vacinação tem início nesta quarta, 17 de março, das 8hs às 17hs. Serão vacinados estudantes e colaboradores que atuam nos Estágio Supervisionados e na Clinica Odontológica, e mais estudantes do curso de Enfermagem e Farmácia. A reportagem do BLOG NEY VITAL teve acesso ao calendário exibido pela faculdade particular com os alunos e os respectivos período que receberão a vacina. 

Com exclusividade ao BLOG NEY VITAL um leitor questiona o motivo da prioridade. "Sou idoso e estou na lista de espera. Mas na terra dos impossíveis vamos assistir jovens ainda estudantes "furando a fila" de prioridade? Qual o motivo que a prefeitura de Petrolina encontrou para estes jovens não aguardarem a hora adequada?

Outro leitor questiona: "Tenho mais de 70 anos e a vacinação não está abaixo dos 80 anos. E os alunos vão receber vacinas? Alunos de outras faculdades terão o mesmo direito?

"Temos que ter informações do motivo desta prioridade para os estudantes desta faculdade. Eles, até que provem ao contrário não atuam na linha de frente no combate ao coronavírus. Peço socorro a imprensa que é o único meio de comunicação capaz de levar ao conhecimento de algo que considero um absurdo e insulto aos idosos de Petrolina?", finalizou o leitor que por motivos de medo represália pediu para não ser identificado. 

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Petrolina enviou esclarecimentos: Confira:

*Nota:* A Prefeitura de Petrolina entende que muitos grupos são prioritários e reforça que gostaria de ter vacinas suficientes para imunizar todos eles, assim como o restante da população, mas ao mesmo tempo é sabido ser necessário definir prioridades dentro do grupo prioritário. 

Dessa forma, devolvemos a lista para a direção da instituição solicitando para que a lista seja refeita contemplando apenas pessoas que fazem atendimento ao público na clínica odontológica. 

Vale ressaltar que os trabalhadores da Saúde continuam sendo vacinados, porém, neste momento a população idosa também precisa ser ampla e rapidamente vacinada por apresentar grande suscetibilidade à face grave da Covid-19, podendo vir a óbito.

A prefeitura já vacinou mais de 7 mil profissionais da saúde, uma prova real do compromisso com quem está atuando para salvar vidas. E já aplicou mais de 19 mil doses na população, com prioridade máxima para os idosos, público mais frágil ao coronavírus. À medida que mais vacinas chegarem, a Prefeitura irá expandir sua atuação e beneficiar mais idosos, pessoas com comorbidades, assim como, os profissionais e estudantes da área de saúde.

No site da prefeitura de Petrolina consta que o planejamento da vacinação é por faixa etária visando maior organização no processo. Na quarta e quinta-feira serão imunizados os idosos acima de 77 anos, já na sexta e sábado será a vez das pessoas com mais de 76 anos. Para receber a vacina, os idosos precisam levar, obrigatoriamente, um documento com foto, CPF ou Cartão SUS e comprovante de residência.

Ainda de acordo com o site, durante os quatro dias, as equipes estarão atendendo de 8h às 17h, no Centro de Convivência do Idoso Mimi Cruz, no Alto do Cocar; Igeprev, no Centro; no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), no José e Maria; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do João de Deus; Escola Municipal Nossa Senhora Rainha dos Anjos, na Cohab Massangano; e no Serviço Social da Indústria (SESI). Idosos acamados receberão a vacina em domicílio. Já para os residentes na zona rural, que não tiverem condições de comparecer aos polos, será feita uma nova programação de vacinação.

Todas as informações sobre a pandemia na cidade estão disponíveis no site: petrolina.pe.gov.br/coronavirus.

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CANTOR E COMPOSITOR PETROLINENSE, ALDY CARVALHO, PARTICIPA DO PROJETO VIVA NORDESTE SARAU

O petrolinense, cantor e compositor Aldy Carvalho participa no sábado (20), da Segunda edição do  projeto Sarau Viva Nordeste, às 14hs. A 2º edição Sarau Viva Nordeste é um projeto de celebração e valorização a cultura nordestina que promove apresentações artísticas, em LIVES descontraídas com profissionais da arte, sendo em sua maioria, artistas nordestinos residentes fora do Nordeste e artistas que tem a cultura nordestina como referência em seus trabalhos.

O Viva Nordeste também terá a participação de Cleusa Santo, Samuel de Monteiro, Caca Lopes e Ju Firmo. A apresentação é de Dani Almeida.

O projeto, que já está na segunda edição, foi contemplado pelo edital 40/2020 Proac Expresso – Lei Aldy Blanc, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e conta com apresentações dos mais variados segmentos: literatura de cordel, música, contação de histórias, causos, esquetes teatrais, cantorias, danças, artesanato, brincadeiras populares e ainda, quatro oficinas culturais disponíveis ao público gratuitamente, com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

O poeta e cantador pernambucano Aldy Carvalho é filho de Petrolina, costuma carregar na ponta da língua o bordão: “saí do sertão, mas o sertão não saiu de mim’’. Desde que rumou para São Paulo, no final nos anos 80, fez um pacto para melhorar de vida e realizar seus sonhos através da arte, sem perder as raízes com o universo sertanejo e com as águas do rio São Francisco, onde pescou e se banhou bastante na infância. Quando debandou com a família, sabia que teria uma rotina bem diferente da tranquilidade que vivia. Passados mais de 20 anos, o artista mantém sua agenda de show lá e cá, deixando sempre forte o elo com a terra natal.

Devido a pandemia e as regras de distanciamento o cantador agora canta nos meios digitais.

O retrato dessa paixão pelas coisas sertanejas está em todas as canções e letras que  traduz um diálogo versátil sobre coisas e causos do Nordeste. “Em São Paulo, muitos falam que o sertão não saiu de você, mas é de forma pejorativa. Já eu digo isso de maneira poética e romântica. Quando você se ausenta da sua aldeia é que enxerga melhor seu território”, defende o poeta que entrou para o mundo da arte com apoio do pai (já falecido) que lhe mostrou o horizonte das cantorias e da literatura nordestina. Na capital paulista, onde mora e trabalha, Aldy sempre fincou pernambucana.

“Meu ofício é elevar a arte e aproveito pra mostrar que Pernambuco é um dos estados mais ricos do país no campo da música e poesia popular. Aos poucos vou expondo as diversas linguagens de nossos estados vizinhos”, diz ele, que se inspirou em artistas como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elomar e outros compositores. Ainda na infância, durante as festas religiosas e nas feiras livres, Aldy começou perceber a beleza dos versos nas canções de Gonzagão e nos repentes dos cantadores de viola. O tinha o costume de convidar artistas para tomar café e cantar em sua casa. Depois vieram os festivais de música e lá á estava ele, mostrando suas primeiras criações.

Quando está em São Paulo, onde passa a maior parte do ano, o compositor sabe bem dosar a trilha sonora. “Comecei essa carreira com o intuito de ser um cantador e o meu estilo sou eu que traço. É predominantemente de raiz nordestina porque carrego na bagagem cantorias, emboladas, cocos, martelos, toadas, baiões e xotes tendo como pano de fundo o panorama da caatinga, com ou sem chuva. Os paulistas e paulistanos respeitam e aprendem com as histórias da minha vida”, observa.

O Sarau Viva Nordeste é produzido pela Diálogos Produções Culturais, através de Janice Castro, em parceria com a cordelista pernambucana radicada em Campinas, Dani Almeida.

No site do Projeto consta que "Apesar da situação difícil pela qual passamos em virtude do novo coronavírus, é preciso aliviar um pouco a tensão cotidiana e seguir em frente. Nutrir a alma de alegria e esperança por meio da arte é um dos nossos principais objetivos. É preciso celebrar nossa terra, nossas raízes e exaltar cada vez mais a beleza e a diversidade de nosso povo. E dentro deste leque de possibilidades, a cultura nordestina se mostra rica, alegre e atraente, refletindo a miscigenação étnico cultural entre africanos, indígenas e europeus".

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