SOLDADA DO CORPO DE BOMBEIROS DIZ QUE É APAIXONADA PELA PROFISSÃO E PELA MISSÃO DE SALVAR VIDAS

Uma pesquisa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Fundação Getúlio Vargas (FGV) traz a avaliação da população sobre os serviços do judiciário e outras organizações no Brasil. O índice de confiança no Corpo de Bombeiros atinge 91% na segurança pública.

No último sábado 21, a soldada militar do Corpo de Bombeiros de Juazeiro (BA), Nilvania Santos, conseguiu salvar um bebê de apenas 29 dias que ficou engasgada. O caso aconteceu na rua do Alecrim, bairro Argemiro e é uma das provas da pesquisa que assinala o Corpo de Bombeiros bem avaliado junto a população.

A mãe da criança Ana Beatriz ligou para o Cicom – Centro Integrado de Comunicações de Juazeiro, da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, que repassou a ligação para a central de atendimento do 9° GBM – Grupamento de Bombeiro Militar. A partir deste momento a soldada Nilvania Santos, que atendeu ao chamado, conseguiu orientar pelo telefone os procedimentos a serem adotados.

O primeiro trabalho foi de acalmar a mãe que estava bastante assustada. “Eu só pensava o pior”, disse a mãe da bebê de apenas 29 dias de vida que se viu entre a vida e a morte após se engasgar. A mãe elogiou a ação do Corpo de Bombeiros por sua presteza. “Eles foram bem rápidos, me ajudaram pelo telefone e a viatura chegou rápido. a sensação de total agradecimento”, disse a mãe, após o desespero. 

“Eu estava em estado de choque, todo mundo desesperado. Eu só pensava o pior. A gente não pode desesperar, porque se não a gente não faz nada, não tem ação nenhuma”. recomendou a mãe.

Para a Soldada Nilvania Santos, com 9 anos de carreira na corporação, cumprir o dever de salvar vidas nunca deixa de ser gratificante. “Para salvar vida, qualquer esforço é muito. Sou mãe e este tipo de ocorrência mexe muito com a gente. Todas mexem, mas quando envolve bebê é uma sensação diferente. O trabalho em equipe é essencial para o êxito do dever cumprido, disse a bombeira.

Nilvania revela que passou em outros concursos públicos, "mas foi o Corpo de Bombeiros que literalmente a chamou e ela atualmente é apaixonada pela instituição".

O Sargento Martires diz que ter a população avaliando o trabalho do Corpo de Bombeiros positivamente é uma satisfação". São mais de 2 mil chamados por ano em busca da prestação de serviço do Corpo de Bombeiros. O Sargento lamenta o grande número de trotes que prejudica por vezes o planejamento dos atendimentos.

A corporação orienta ainda que as mães ou responsáveis que se encontrem nessa situação entrem em contato com o Corpo de Bombeiros  Militar da  telefone 193. 
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2020: SÉTIMA EDIÇÃO DO FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS ACONTECE ENTRE OS DIAS 30 DE ABRIL E 2 DE MAIO EM GARANHUNS

O prefeito Izaías Régis divulgou a data da Sétima edição do Festival Viva Dominguinhos 2020. O evento será realizado entre os dias 30 de abril e 2 de maio de 2020. O Festival Viva Dominguinhos abre a temporada de festividades juninas com uma programação repleta de artistas nacionais e locais que apresentam o autêntico forró, em homenagem ao sanfoneiro, cantor e compositor Dominguinhos, que nasceu em Garanhuns, e está sepultado no município.

De acordo com o prefeito, a cantora Marina Elali voltará a Garanhuns em 2020. Outro grande nome que estará no Viva Dominguinhos será o cantor Zé Ramalho, além do show ‘O Grande Encontro’, que reúne Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo.

O gestor do município ressaltou que a festa já faz parte do calendário junino do Nordeste “O Viva Dominguinhos já se consagrou como um dos maiores eventos culturais do Brasil, sendo hoje conhecido nacionalmente como o evento que abre o São João do Nordeste. Nós queremos ressaltar o forró tradicional, além de incentivar projetos e oficinas que fazem Garanhuns respirar cultura durante os três dias de evento. O Viva Dominguinhos cresce a cada ano, e em 2020 com certeza teremos um público ainda maior que nos anos anteriores, aumentando nossa movimentação econômica”, comemorou.

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SOL ESCALDANTE DEVE MARCAR O ANO DE 2020 NO SERTÃO

O verão começou  oficialmente à 1h19 da madrugada deste domingo (21) em Pernambuco e deve trazer temperaturas mais altas ao Estado e, no Sertão pernambucano, o maior índice de chuvas do ano. As informações são da Agência Pernambucana de Águas, a Apac.

De acordo com a agência, a média das temperaturas máximas em Pernambuco no trimestre dezembro, janeiro e fevereiro giram em torno de 34º no Sertão e 32° no Agreste, na Zona da Mata e na Região Metropolitana do Recife (RMR).

No sertão a média atingiu mais de 36º graus. A sensação térmica devido a baixa umidade relativa do ar foi abrasador acima de 40 graus.

O verão também costuma ter os maiores índices pluviométricos no Sertão. Segundo a Apac, a média no Sertão de Pernambuco é de 360 mm (milímetros) e de 330 mm no Sertão do São Francisco. No Agreste, a média é de 217 mm. Já na Zona da Mata, 315 mm, e no Litoral, 490 mm aproximadamente. Para se ter uma ideia, as chuvas na primavera, estação que antecede o verão, costumam ser de, em média, 45 mm no Sertão.

Além de ser a estação mais quente do ano, o verão - que vai até as 3h50 da madrugada de 20 de março - é conhecido por ter dias mais longos. No entanto, a Apac afirma que, em Pernambuco, o aumento das horas do dia é pouco perceptível devido à localização do Estado.  Posicionado em uma região tropical e perto da Linha do Equador, a incidência dos raios solares em Pernambuco deve manter uma proporção constante, o que implica em uma variação pequena (de poucos minutos) no tamanho do dia.

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FORRÓ DE LUTO: SANFONEIRO E CANTOR DEJINHA DE MONTEIRO MORREU NESTE DOMINGO 22

O cantor e compositor paraibano Dejinha de Monteiro faleceu na manhã deste domingo (22), em João Pessoa. Geneci Bispo Lourenço, nome de batismo do sanfoneiro, tratava de um câncer no intestino.

Dejinha nasceu em 1952 na cidade de Monteiro, na Região do Cariri paraibano. Era um dos 13 filhos de uma família de agricultores. Seu primeiro instrumento foi um pandeiro e recebeu todo o apoio e incentivo dos parentes para atuar na vida artística. Mas foi na adolescência que deu um passo mais significativo, definindo seus rumos na música: ganhou do irmão mais velho uma sanfona, trazida de Brasília como presente.

Contudo, a vida como sanfoneiro era difícil e seu pai preferia que ele continuasse se dedicando à agricultura, que lhes conferia uma renda fixa para sustento da família. O jovem, por sua vez, não desistiu do sonho. Aventurou-se pelo mundo, mostrando o seu trabalho e a cultura nordestina.

As primeiras apresentações aconteceram nos sítios da região. Dejinha acompanhava um sanfoneiro com o seu pandeiro e, entre os shows, usava o instrumento do amigo para repetir os acordes e aprendê-los. O início da sua carreira profissional começou com as viagens pelo país em busca de conquistar um espaço como cantor regional e divulgar as suas canções, os ritmos que nasceram do Nordeste: o xote, o xaxado, o baião, o coco-de-roda ou coco-de-embolada.

O primeiro destino de Dejinha foi Brasília, onde permaneceu por dez meses. Depois, viajou para o Rio de Janeiro, onde viveu por 12 anos, divulgando o seu trabalho como cantor e compositor nas rádios locais. Participou de programas da Rádio Globo, Rádio Nacional e Rádio Federal de Niterói (RJ). Nesse período fez amizades com o Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Marinês, Messias Holanda e Elino Julião. Ainda no Rio de Janeiro, chegou a tocar na mesma casa de shows em que o Trio Nordestino se apresentava no seu auge da carreira.

O nome artístico nasceu no período em que ainda estava no Rio de Janeiro. O apelido Dejinha foi dado por sua avó, já o “de Monteiro” o cantor acrescentou com o objetivo de levar no seu nome a cidade que representava as suas origens.

No estado de Goiás, em 1966, Dejinha participou de uma campanha política, tocando por 70 noites na capital, Goiânia. Nessa época, os artistas mais comentados no estado eram de outras regiões do país, como Elba Ramalho e Zé Ramalho.

Foi em Goiás que o paraibano conheceu o cantor Amado Batista, que, na época, tinha uma loja de discos e há pouco havia gravado o seu primeiro compacto. Em Goiás, Dejinha tocava o tradicional forró pé-de-serra na casa de shows Rancho da Alegria, que sempre lotava nas suas apresentações, caracterizadas pelo estilo do forró tradicional, enfatizando histórias românticas nas letras das suas melodias.

Além das suas músicas, o monteirense cantava os sucessos do cantor Luiz Gonzaga, porém com uma nova roupagem, acrescentando novos arranjos musicais para deixar o ritmo mais animado.

Em 1989, Dejinha produziu e lançou o seu primeiro LP. Nos dois anos seguintes, com o surgimento das bandas de forró, não realizou outras gravações. Porém chegou a participar do ‘Programa do Bolinha’, da TV Bandeirantes, e produziu o primeiro CD da Banda Magníficos.

Foram 40 anos de estrada, sendo 27 vividos profissionalmente, com quatro LPs, 26 CDs, um DVD e mais de 350 músicas registradas. Entre as músicas criadas pelo cantor, ‘Amor e saudade’ é uma das mais pedidas pelo público durante os shows.

O monteirense firmou grandes parcerias ao longo do seu trabalho com Flávio José, conterrâneo da cidade Monteiro, Jorge de Altinho, Chico César, Santanna, entre outros que também divulgam em suas músicas a cultural regional. Em 2008, o cantor foi homenageado com o troféu “Asa Branca” pelo Forró Fest, evento realizado pelas TVs Cabo Branco e Paraíba. Nesse ano os homenegeanos foram Sivuca, Marinês, Zabé da Loca e o próprio Dejinha. (Fonte: Diário da Paraíba)

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RIO SÃO FRANCISCO SOFRE COM OS IMPACTOS AMBIENTAIS, DESERTIFICAÇÃO E INVASÃO DO MAR SÃO SINTOMAS PREOCUPANTES

A obra da transposição do Rio São Francisco está perto da conclusão após 12 anos de trabalho e 7 de atraso. O investimento estimado é de R$ 12 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). O megaprojeto destina, desde o início, R$ 1 bilhão para mitigar impactos ambientais.

Pesquisadores defendem que é preciso monitoramento de longo prazo para determinar o impacto na fauna e na flora das áreas envolvidas, mas alegam que cortes de verbas públicas já estão limitando essa ação.

A transposição do Rio São Francisco é a construção de dois grandes canais (um Eixo Norte e um Eixo Leste, totalizando 477 km em obras) que levam águas desse rio essencial para o Nordeste brasileiro até outra área, tradicionalmente bem mais seca.

No Brasil colonial, o rio hoje apelidado de "Velho Chico" era também conhecido como "Rio dos Currais". Suas margens foram um eixo de expansão, do litoral para o centro do país, principalmente por meio de estradas e da criação de gado.

E foi aí que começaram os impactos da ação humana no São Francisco.

"Chamava-se Rio dos Currais porque vinham tocando o gado, nos séculos 17 e 18, à beira do São Francisco", recorda o pesquisador Luiz César Pereira, coordenador do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), ligado à Universidade do Vale do São Francisco (Univasf). A universidade é a principal encarregada de atuar na mitigação dos impactos, também por meio do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema).

"O gado chegava ali em Cabrobó (PE) e ia impactando o solo. Depois, com o tempo, sai o gado – o 'pé duro' como a gente chamava – e entra uma nova forma de pecuária que se adapta à caatinga, que são os ovinos e caprinos, que também trazem impacto, pois se alimentam da caatinga."

Fonte de renda e esperança de prosperidade, o Rio São Francisco ainda hoje é também foco de tensões. A competição pela água contrapõe grandes e pequenos produtores agropecuários, indústrias, comunidades ribeirinhas, pescadores, mineradores, governos, cidades e quatro barragens de usinas hidrelétricas (Três Marias, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso). Alguns recebem mais água do que outros, alguns pagam mais pela água do que outros e alguns são mais beneficiados ou prejudicados pela transposição do que outros.

A soma de tantas atividades em torno do São Francisco impacta as bacias ligadas a ele desde os lençóis freáticos e nascentes, onde já há relatos de água "funda", ou seja, é preciso perfurar mais para chegar até ela. Isso ocorre também nos afluentes, os rios que alimentam o São Francisco. As barragens das hidrelétricas alagaram grandes áreas e, hoje, também controlam a vazão do rio.

INVASÃO DO MAR: Estudos mostram que, como o rio chega fraco ao mar, a água salgada já começa a invadir o São Francisco na foz – entre Sergipe e Alagoas. "O mar está entrando 40 km rio adentro. Os peixes desapareceram. Na verdade, você já encontra peixes do mar a 200 km rio acima", conta José Alves Siqueira, professor da Univasf e coordenador do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (Crad).

Restam incertezas, entretanto, sobre até que ponto a transposição causa ou amplia esses danos ambientais.

A transposição se somou, portanto, a um cenário ambiental já complicado. "O rio já sofreu muitas intervenções ao longo os últimos 40, 50 anos", diz César Nunes de Castro, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

"Reservatórios, hidrelétricas, principalmente do médio São Francisco até a foz do rio: tudo isso alterou totalmente o seu regime normal."

Com a transposição, a água do rio é levada para lugares onde, antes, não chegava. A obra cria dois sistemas independentes de captação de água: são os chamados Eixo Norte e Eixo Leste.

Em nota enviada ao G1, o Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pelas obras, afirma que, ao todo, já foram investidos R$ 10,7 bilhões na transposição. "Com os serviços remanescentes e complementares, a previsão é que as obras sejam concluídas com investimento final de R$ 12 bilhões", acrescenta. 

O RIO SÃO FRANCISCO JÁ NÃO BATE NO MEIO DO MAR:
O impacto mais óbvio da transposição é, justamente, a retirada de água de um rio já bastante sobrecarregado, segundo Castro. "Antes das barragens, na década de 1970, a vazão do rio ao longo do ano mudava de forma mais considerável. Tinha os períodos de cheia, com inundação das margens, e, quando baixava, tinha a agricultura de várzea", recorda o especialista em políticas públicas.

Por causa das hidrelétricas, o São Francisco já tem o seu fluxo limitado, pois elas retêm a água para poder passar com força pelas turbinas. "Principalmente Sobradinho e Três Marias seguram a vazão do rio. É uma água controlada", diz Pereira, do Cemafauna.

Isso faz com que as comunidades que estão depois das usinas dependam totalmente do volume de água liberado por elas.


osé Alves Siqueira avalia que muitos dos impactos da transposição são silenciosos. "É preciso ter uma visão sistêmica do São Francisco. Priorizar as áreas de conservação da caatinga, diminuir o impacto da desertificação, garantindo a preservação da água e da biodiversidade", diz o pesquisador.

Fonte:  Filipe Domingues, G1
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"O ANO DE 2020 SERÁ DE MUITA CHUVA", DIZ AGRICULTOR E PROFETA DA CHUVA

Os profetas da chuva irão se reunir nesta sexta-feira, 20, e sábado, 21, para realizar previsões sobre a quadra chuvosa em 2020. 

O evento é promovido pelo campus de Tauá, Ceará em parceria com campus de Boa Viagem do IFCE, esta será a 4ª edição do Encontro dos Profetas da Chuva dos Inhamuns, uma parceria entre IFCE, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a Prefeitura Municipal de Tauá.


Os profetas são moradores da zona rural que criam previsões a partir do que observam sobre a natureza. É levado em consideração a transformação na atmosfera e no ecossistema, além da posição dos astros. Geralmente, os profetas aprendem as técnicas de observação com os avós e outros familiares, que perpassam o talento por gerações.

"O próximo ano será de muita chuva". A profecia foi feita pelo agricultor Venceslau Batista, de 84 anos, que há décadas observa os sinais da natureza para saber se a pluviometria será generosa durante a quadra chuvosa, que se inicia em fevereiro e segue até março. Morador do Perímetro Irrigado Icó-Lima Campos, ele é conhecido como "profeta da chuva", nomenclatura dada ao sertanejo que faz previsões de tempo e de clima a partir de observações das mudanças do ecossistema, da atmosfera, dentre outros métodos tradicionais de previsão. 

"Aprendemos com nossos pais, avós e damos continuidade a essa tradição", explica. Os "profetas" observam alguns sinais da natureza que, segundo eles, indicam o volume da chuva. Um deles é a florada do juazeiro e da aroeira. Quando, nesta época do ano, as árvores estão com a copa cheia, é sinônimo de boas chuvas. "Encontrei um ninho de joão-de-barro com a entrada da casa virada para o poente e isso é bom", detalha o que ele acredita ser outro "sinal da natureza". "Nos anos anteriores eles faziam a abertura virada para o nascente, ou seja, era indicação de pouca chuva", complementa.

O agricultor aposentado, Francisco Dias, também faz previsões para o período de chuvas. O profeta costuma colocar pedras de sal sobre uma tábua na noite anterior ao dia dedicado à Santa Luzia, que foi festejado no último dia 13. São seis pedras e cada uma delas representa um mês do ano a partir de janeiro. "De março, abril e maio, as pedras ficaram úmidas, sinal de chuva nesses meses", ensinou. A próxima observação, explica Francisco, será a primeira lua cheia do ano. "Estou animado porque os tetéus não fizeram ninhos nas lagoas e é sinal que vem chuva no começo do ano".

Em Quixadá, no Sertão Central do Estado, os profetas também já iniciaram as observações. Assim como fez Francisco Dias, a professora aposentada Lurdinha Leite, também repousou pedras de sal sobre uma madeira na noite de 12 de dezembro. "As pedrinhas se desmancharam em todos os meses na tábua. Fiquei muito feliz. Vamos ter bom inverno, com a ajuda de Deus", comenta Lurdinha.

Essas previsões, segundo avaliam os profetas da chuva, não se trata "de fé", mas de "conhecimento sobre a natureza", conforme explica Francisco Leite, que também participa, ao lado de Lurdinha e outros observadores, de um encontro anual em Quixadá, realizado sempre no mês de dezembro. "Conhecer os sinais da natureza é uma questão de sobrevivência na caatinga", pontua ele, que, com 20 anos, é o profeta mais novo de Quixadá. O mesmo grupo vai se reunir no dia 10 de janeiro do próximo ano, para divulgar o prognóstico oficial para a quadra chuvosa de 2020. "Os indícios são bons, mas vamos esperar a barra da lua cheia de 2020 para confirmar", diz. Este encontro é considerado o maior do gênero no País.

O cenário de boas chuvas para o início do próximo ano no Ceará é corroborado pelo prognóstico divulgado por meteorologistas do Clima Tempo. De acordo com o especialista Filipe Pungirum, a previsão para "janeiro e fevereiro é de bastante chuva". Ele explica que a Zona de Convergência Intertropical (Zcit), que é o principal sistema indutor de chuva no norte do Nordeste, "está em posição favorável" para incidência pluviométrica durante estes dois meses. 

Outro fator observado por Pungirum é a ausência de atuação dos fenômenos El Niño e La Niña. "Essa neutralidade é um bom indicativo para ocorrência de chuvas no Ceará", avalia, ao prever que "a qualidade de chuva de 2020 vai ser melhor em comparação ao ano passado". Para dezembro, no entanto, o Clima Tempo prevê chuvas abaixo da média. Em janeiro, uma nova análise, para os meses de janeiro, fevereiro e março, será feita.

Já a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) não realiza prognóstico para os meses de dezembro e janeiro, período que corresponde à pré-estação chuvosa. No entanto, o órgão deve divulgar, em janeiro, a previsão para os meses de fevereiro, março, abril e maio.

Para os sertanejos, essa expectativa que gira em torno das chuvas de 2020, pode ser explicada através de números. Apesar de a pluviometria registrada, ao longo deste ano, estar 6% acima da média histórica, essas chuvas não foram suficientes para garantir recarga hídrica satisfatória à maioria dos açudes. (Fonte: Diário do Nordeste)

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PROJETO MANDALA AGROECOLÓGICA PROPÕE ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL AOS AGRICULTORES FAMILIARES

Canteiros circulares em uma pequena área e em seu centro um galinheiro. O cultivo de diferentes espécies em equilíbrio, em um sistema que tem a capacidade de se autossustentar. Este é o projeto Mandala Agroecológica ou Projeto Agroecológico Integrado Sustentável (PAIS), desenvolvido no campus Petrolina Zona Rural do IF Sertão-PE, que já vem gerando resultados.

De acordo com o orientador do projeto, professor Amâncio Holanda, a ideia do PAIS é mostrar para pequenos produtores que é possível produzir a partir da mandala agroecológica, gerando alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos, que possam alimentar a família e também ser uma alternativa de fonte de renda, através do comércio de excedentes. 

“Acima de tudo é um projeto que visa a educação ambiental, porque há uma preocupação muito grande desse sistema com o meio ambiente. No sistema convencional, com o passar do tempo, a terra vai ficando cada vez mais cansada, pobre. Aqui é o contrário, a terra terá mais nutrientes, vai reter mais umidade e diminuir a evaporação”, explicou.

Ao longo de seis canteiros, dispostos de forma concêntrica, são cultivadas desde hortaliças, frutíferas, plantas medicinais até ornamentais. Implantado em março, o sistema já reúne pés de quiabo, cebolinha, mandioca, batata doce, abóbora, melancia, tomate, couve, alface, coentro, mamona, banana, coco, dentre outros. No centro do círculo, um galpão comporta galinhas poedeiras, que consomem alimentos do próprio sistema e têm liberdade para andar por piquetes instalados ao longo dos canteiros. “Tudo aqui é feito dentro do próprio sistema, eu não compro adubo, eu não uso agrotóxico, a gente não fala de pragas, doenças, ervas daninhas, tudo são seres vivos importantes para o meio que em algum momento se equilibra”, disse Amâncio.

O projeto conta com o trabalho do bolsista Lucas Marinho e de voluntários, como o estudante de Agronomia e um dos idealizadores da mandala, Ermeson Santos. “Este é um projeto promissor porque pode ser adaptado para várias realidades, principalmente para o pequeno produtor. Não é nada muito difícil, porque não são necessários muitos recursos. Nós buscamos sempre aproveitar de alguma forma o que a natureza nos dá”, afirmou Lucas.

Para Ermeson, o trabalho realizado já está dando resultados. “Além de trabalhar a questão da agroecologia, é uma mostra para o produtor que com pouco ele pode produzir muito, com boa qualidade e de forma sustentável”. 

O PAIS é aberto à visitação, que deve ser agendada através da Coordenação de Extensão do campus Petrolina Zona Rural. Para 2020, o professor Amâncio Holanda está planejando dias de campo com pequenos produtores. No momento, a área é um ambiente permanente para a realização de aulas práticas.

 Ines Guimaraes / Ascom IFSertão
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