ARTESÃO E MESTRE DA CULTURA ESPEDITO SELEIRO É HOMENAGEADO COM O TROFÉU SEREIA DE OURO

Desde criança, Espedito Velozo de Carvalho acorda antes de o sol raiar. Aprendeu com o pai e o avô, vaqueiros e seleiros desses que despertavam às 3h da madrugada, colocavam o café no fogo e serviam à família antes de iniciar o trabalho na fazenda. Após tanger o gado, cuidavam em fazer peças de couro, atividade que o artesão começou cedo a reproduzir.

O primogênito de Raimundo Pinto de Carvalho e Maria Pastora Veloso "nasceu com uma estrela" e dela nunca se desgarrou. Prova disso é o título de mestre com o qual é reverenciado dentro e fora do Brasil, em virtude da habilidade artesanal desenvolvida nestas quase oito décadas de vida.

Natural de Arneiroz, no sertão dos Inhamuns, ainda criança mudou-se para Nova Russas, onde ficou até os 10 anos de idade. De lá, a família já crescida seguiu para Nova Olinda, no Cariri cearense. Até que no ano de 1958, em meio a uma seca que assolou o sertão, o filho mais velho, Espedito, foi tentar a vida nos cafezais paulistas.

Trabalhou por dois anos "nas terras do sul" e quando voltou para Nova Olinda, abriu uma bodega onde vendia "tudo em secos e molhados" e também a primeira sapataria, a fim de dar continuidade ao ofício ensinado pelo pai.

"Só que eu era novo demais e pensava que o mundo todinho era meu, aí comecei a brincar muito, farreei que nem um jegue e findei quebrado. Acabou o dinheiro, e a caderneta ficou cheia de conta pra receber. Se eu ia atrás de cobrar, o cara queria pagar era com briga. Aí não dava certo. Vim aqui pra dentro da rua, sem nada. Só com uma mulher buchuda", relata, referindo-se ao local que hoje é ocupado pela casa, loja, oficina e ainda pelo Museu do Ciclo do Couro, espaços construídos com o suor e a história da família.

Espedito tinha 21 anos quando conheceu a esposa, Francisca de Brito Carvalho. Da união, nasceram nove filhos, mas somente seis sobreviveram. Para enfrentar as dificuldades, o casal recorreu novamente ao couro. "Eu fazia a peça, e ela costurava na máquina ou na mão. Aqui, tinha vaqueiro por todo canto, sabe? Aí eu fazia mais era sela e as roupas de couro, que era gibão, perneira, chapéu, luva, guarda-peito. O primeiro gibão que eu fiz, eu não tinha muita prática. Botei as mangas ao contrário", conta, ao mesmo tempo que ri da própria inexperiência.

Foi nesse período que ele recebeu uma encomenda desafiadora de um cigano da região. O homem, um dos Feitosa dos Inhamuns, queria uma sela diferenciada, que o destacasse frente aos demais.

Espedito aceitou a proposta, mesmo não estando certo do que poderia oferecer. Então, lembrou das cores. Fez o couro ficar marrom a partir da interação com a planta nativa angico; preto, após imersão na lama; branco, com a cinza da catingueira; e vermelho, com a base do urucum.

"O cigano ficou satisfeito, e o povo que viu ficou todo admirado. Aí eu peguei o nome de 'Seleiro bom'. Os cabras diziam: menino, eu vou mandar Espedito Seleiro fazer uma sela pra mim, porque ô bicho que trabalha bem. É bonita a sela que ele faz", recorda, orgulhoso do próprio feito.

Em 1971, o artesão teve de lidar com a perda do pai. Trouxe para perto de si a mãe e os irmãos, e ensinou a eles, aos próprios filhos e, mais tarde, a dois dos cinco netos, o saber ancestral para garantir a todos o ganha-pão.

Nos anos 1980, porém, o mercado começou a decair, especialmente quando as funções do vaqueiro e do tropeiro foram perdendo força, e os ciganos já não circulavam como antes. Nem mesmo as feiras - Araripe, no sábado, Potengi, no domingo, e Campos Sales, na segunda - estavam dando o retorno, o que exigiu de Espedito uma renovação.

É o seguinte: eu não vou parar de trabalhar com couro, porque é o que eu aprendi na vida. E eu não vou parar por três coisas: uma porque eu preciso de dinheiro. A segunda é que eu não sei trabalhar com outro movimento e, por fim, porque eu quero manter a tradição da minha família. Vou tentar e a partir de hoje, eu vou criar um estilo meu, que aonde eu chegar, o cabra pode é não comprar, mas fica com vontade. Vou criar um modelo, que Deus vai me ajudar e vai dar certo", desabafou com a esposa Francisca.

Aproveitou uma madrugada dessas e amanheceu com os moldes feitos. As cores, que antes se restringiam às selas, passaram para as sandálias e gibões. Esboça-se ali o futuro da família de seleiros, cujo passado jamais seria esquecido, visto que a mesma matéria-prima seguiria alicerçando a tradição.

Nos anos 1990, Alemberg Quindins, idealizador da Fundação Casa Grande, com sede em Nova Olinda, abriria a porta da oficina para o universo. Encomendou a Espedito uma "sandália de Lampião". Outra pessoa a iluminar o caminho foi a socióloga e secretária de Cultura do Ceará, Violeta Arraes (1926-2008).

Depois de ganhar uma alpargata vermelha de "Maria Bonita", ela resolveu encomendar uma bolsa ao artesão. Esses dois pares de pés viajantes levaram a estética do couro por todo o Brasil e parte do mundo.

Nos anos 2000, veio o primeiro chamado para a fama. O artesão teve peças incluídas no figurino do filme "O Auto da Compadecida", do diretor Guel Arraes. Em 2005, criou calçados e acessórios para o desfile da Cavalera (Verão 2006) na São Paulo Fashion Week (SPFW), marcando sua estreia na principal vitrine de moda brasileira. Na ocasião, Espedito assistiu ao desfile sentado em lugar de destaque na passarela, ao lado da esposa, dona Francisca, e do filho, Maninho.

O reconhecimento lá fora acompanhou o desenvolvimento aqui dentro. Em 2008, foi agraciado com o título de Mestre da Cultura Tradicional Popular do Ceará, concedido pelo Governo do Estado por seus relevantes serviços prestados à cultura e à arte; em 2011, recebeu a Ordem do Mérito Cultural, conferida pela Presidência da República Federativa do Brasil, pela sua contribuição à cultura brasileira. Das Universidades Estadual e Federal do Ceará, ganhou ainda o título de notório Saber em Cultura Popular, nos anos de 2016 e 2019, respectivamente.

Como era de se esperar, o sucesso atraiu novos parceiros. Com os irmãos designers de renome internacional, Fernando e Humberto Campana, Espedito desenvolveu peças para a coleção Cangaço, a exemplo de armários, cadeiras, sofás e mesas de centro. O trabalho ganhou destaque na feira Design Miami, realizada em dezembro de 2015, nos Estados Unidos.

No mesmo ano, recebeu convites para desenvolver modelos exclusivos para as marcas cariocas Farm e Cantão. Nas visitas que os designers de moda e estilistas passaram a fazer com frequência a sua oficina em Nova Olinda, porém, o mestre sempre fez uma exigência: para fechar negócio, era preciso manter a essência das cores e os corações em arabescos, que ele havia internalizado no contato com a cultura cigana.

"A pessoa que quiser parceria comigo, tem que fazer o que eu gosto e o que eu sei. Comigo é assim. Se for para fazer um desenho baseado em você, eu não sou Espedito Seleiro. Me perdoe, mas não vou fazer o que eu não sei, trabalhar com traço de ninguém. Eu aprendi e foi Deus quem me ensinou. Eu não tive escola pra isso e eu não preciso também, o que eu faço é assim", observa.


Com essa segurança sobre a própria personalidade, o artesão protagonizou documentários, teses de mestrado, livros e cordéis; suas peças ganharam destaque em filmes, novelas e passarelas. Mais recentemente, em fevereiro deste ano, o criador também atravessou o Atlântico para apresentar suas peças na Embaixada do Brasil, em Londres; e cruzou a Marquês de Sapucaí, em março, num carro alegórico da Escola de Samba "União da Ilha do Governador", cujo enredo de 2019 era "A Peleja Poética entre Rachel e Alencar no Avarandado do Céu". Uma ala de brincantes vestidos com seu artesanato em couro também marcou a homenagem no Rio de Janeiro.

"Nunca pensei de ficar conhecido. Isso acontece de supetão, de uma vez, né? Às vezes, eu não tô nem esperando, aí acontece. Foi assim com o Troféu Sereia de Ouro", revela, sobre a comenda que receberá do Sistema Verdes Mares. "Eu acho legal pra todos nós que vamos ganhar essa homenagem. Isso dá mais valor às pessoas e tenho que agradecer a Deus e aos amigos que reconheceram, que me deram esse merecimento", afirma, certo da importância de figurar a partir de agora nesse grupo seleto de cearenses ilustres.

Fonte: Diário do Nordeste Foto: Thiago Gadelha

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POLÍCIA FEDERAL FAZ OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO NA CASA E ESCRITÓRIO DO EX-PROCURADOR DE REPÚBLICA RODRIGO JANOT

A Polícia Federal (PF) realizou nesta tarde uma ação de busca e apreensão na casa e no escritório do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em Brasília. As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorreram após Janot afirmar, em entrevista, que chegou a ir armado com um revólver ao STF com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. O fato teria ocorrido 2017. 


Na decisão na qual determinou as buscas, Moraes também suspendeu o porte de arma de Janot, proibiu o ex-procurador de se aproximar de integrantes da Corte, de entrar nas dependências do tribunal, além da apreensão da arma citada nas entrevistas. 


Mais cedo, ao tomar conhecimento das declarações, Gilmar Mendes pediu a Moraes, que é relator de um inquérito que investiga fake news e ofensas contra a Corte, a suspensão do porte de arma de Janot e a proibição de sua entrada no STF.


O episódio é narrado por Janot no livro que lança esta semana, Nada Menos que Tudo, porém sem citar o nome de Gilmar Mendes. O ex-PGR, entretanto, resolveu agora revelar a quem se referia. O nome de Mendes foi citado em entrevista à imprensa.


Fonte: Agencia Brasil


“Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”, escreve Janot no livro.


Em 2017, circulou na imprensa a informação de que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, defendia a empreiteira OAS, envolvida na Lava Jato, em processos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ex-PGR atribuiu a divulgação da informação a Mendes e, por isso, cogitou matá-lo, segundo o relato.


Em nota, Mendes declarou que Rodrigo Janot é “um potencial facínora” e questionou a forma como é feita a escolha do ocupante do cargo.


Rodrigo Janot foi procurador-geral da República por dois mandatos de dois anos, de 2013 a 2017. As duas indicações foram feitas pela então presidente Dilma Rousseff, após ele ter ficado em primeiro na lista tríplice elaborada por membros do Ministério Público. Nas duas ocasiões, Janot foi sabatinado e aprovado pelo Senado.

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ENCONTRO DO CONVERSA CIENTÍFICA 2019 ABORDARÁ PREVENÇÃO AO SUICÍDIO

Acontecerá, no próximo dia 01 de outubro, às 18h, no auditório de Química do campusPetrolina do IF Sertão-PE, o segundo encontro do semestre 2019.2 do "Conversa Científica". Desta vez, o tema será "O trabalho do CVV na prevenção do suicídio", ministrado pelo vice-coordenador da associação filantrópica de apoio emocional, Adalmi Souza. 

Organizado pela coordenação do curso de Licenciatura em Química, a ação, que consiste em reuniões mensais, tem como objetivo divulgar pesquisas realizadas em nossa região, além de difundir conhecimento, a partir das discussão de temas diversos, motivando os estudantes para leitura e pesquisa. O evento é destinado aos alunos do curso de Química e todos que têm interesse pelo tema.

Fonte: Ascom IF Sertão
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RIQUEZAS DA CAATINGA SERÃO DESTACADAS NA CÂMARA FEDERAL NA TERÇA (01)

Audiência pública, requerida por deputados de Pernambuco e São Paulo,  tem o objetivo de sensibilizar o Parlamento para as oportunidades do bioma, exclusivo do Brasil e único no planeta, mas ainda não considerado patrimônio nacional.

Na próxima terça-feira (1º), estudiosos do ecossistema do bioma Caatinga e em Mudanças do Clima, como os da Rede Nacional de Pesquisadores (Ecolume), coordenada pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), darão visibilidade à biodiversidade e às oportunidades socioeconômicas para as populações sertanejas durante a audiência pública na Câmara Federal, intitulada Riquezas e Potencialidades da Caatinga. A iniciativa é dos parlamentares Túlio Gadelha, Tadeu Alencar e Rodrigo Agostinho.

O encontro reunirá especialistas que vêm realizando trabalhos no tema. A gestora do Ecolume, Francis Lacerda, do Laboratório de Mudanças Climáticas do IPA, será uma palestrante convidada. A audiência iniciará às 14h, no plenário 8, anexo II, da Câmara dos Deputados. O debate será feito pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Casa, presidida por Rodrigo Agostinho (PSB-SP), em conjunto com as Comissões de Direitos Humanos e Minorias, e de Cultura.

Para o deputado Agostinho, passou da hora da Caatinga ser valorizada. "As pessoas lembram da Amazônia e do Cerrado. A Caatinga, por sua vez, presente em 11% do território do País, em oito estados do NE e em MG, precisa de reconhecimento também. É um dos mais importantes do Brasil. Tem diversidade sociocultural e biológica gigantesca e necessita de ter a sua legislação específica. Vamos fazer um debate de alto nível, aprofundar as discussões e trazer políticas públicas para o bioma", fala.

"Será uma oportunidade de redescobrirmos as riquezas do Sertão", diz a professora da UFPE, Márcia Vanusa, integrante do Ecolume, estudiosa da biodiversidade da Caatinga e suas potencialidades bioeconômicas. O espaço será oportuno para mostrar parte das riquezas e potencialidades do bioma. E tais questões se ampliam, como diz Francis, se observadas pelos ângulos promissores e demandados pelos efeitos das mudanças do clima sobre uma região com uma das maiores incidências solares do mundo, bem como com uma biosfera adaptada e populações resilientes.

"Como nordestino, tenho uma atenção especial à Caatinga, que é um patrimônio biológico e corresponde a 70% da região NE. E diante das alterações do clima que afetam a todos, precisamos discutir e encontrar soluções para o controle do aquecimento global, o acesso à água e saneamento, a bioeconomia e, consequentemente, a sustentabilidade hídrica, elétrica e alimentar da população", diz o deputado Túlio (PDT-PE).

Foi com base nessas questões que o Ecolume foi criado no final de 2017, financiado pelo CNPq, do Ministério de Ciência e Tecnologia. Atua em quatro frentes de ação na Caatinga para mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças do clima. São elas: energética, alimentar, hídrica e bioeconômicas. E é formada por cientistas de dezenas de instituições federais, estaduais e locais, a exemplo da UFPE, Embrapa e dos Institutos nacionais de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Semiárido (Insa).

Dentre as tecnologias em desenvolvimento pelo Ecolume, destaca-se o primeiro protótipo de sistema agrovoltaico no Brasil, instalado no Sertão do Moxotó pernambucano. A rede tem demonstrado oportunidades que se abrem no Sertão em tempos de mudanças do clima, através das riquezas do bioma, com destaque ao sol em abundância e à adaptação milenar da vegetação local às altas temperaturas e solos e clima secos do semiárido, bem como uma população resiliente e culturalmente rica.

"Pode haver sim um ciclo virtuoso na Caatinga, desde que haja proteção do bioma enquanto prioridade nacional e com políticas públicas, como defende o presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal", realça Francis, meteorologista, mestra em climatologia e doutora em Recursos Hídricos.  

A implantação do sistema agrovoltaíco pode ser uma boa solução, por exemplo. A tecnologia pioneira e de baixo custo produz energia elétrica consorciada com alimento de forma sustentável e circular, mantendo o bioma preservado, potencializando a produção de energia e agricultura familiar, racionalizando o uso da água. 
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RADIALISTA WALTERMÁRIO PIMENTEL É AMEAÇADO DE MORTE EM JUAZEIRO

Mais um episódio na manhã desta sexta-feira (27) chamou a ateção dos juazeirenses com relação a violência que ronda a região. Uma pichação foi feita debaixo de um dos arcos da ponte no Centro da Cidade e provoca uma ameaça de morte ao radialista Waltermário Pimentel. Numa delas consta: 'Waltermário Bocão, você vai ser o próximo”.

O radialista Waltermário Pimentel é uma das testemunhas do inquérito policial que aponta, segundo denuncia do Ministério Público,  a acusação do envolvimento de Joaquim Medeiros Neto, diretor-presidente do Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) de Juazeiro, no homicídio que vitimou Adalberto Gonzaga, ex-coordenador da Defesa Civil do município.

Segundo o inquérito policial, momentos antes de ser assassinado, Adalberto conversou com o radialista e fez denúncias de desvios de verbas na empresa SAAE. Em um dos casos, Adalbertou apontou irregularidades na verba de 5 milhões de reais destinada ao SAAE para a perfuração de poços na zona rural de Juazeiro, no segundo semestre de 2016.

O ex-coordenador foi assassinado, logo após a conversa com Waltermário Pimentel, na porta de sua residência.

ENTENDA O CASO: Explodiu como uma bomba na noite de quinta-feira (25) em Juazeiro (BA) a informação de que o diretor presidente do SAAE (Serviço de Água e Saneameno Ambiental) Joaquim de Medeiros Neto foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia (MP/BA) e duas outras pessoas pelo assassinato do ex-coordenador da Defesa Civil, Adalberto Gonzaga.

Os outros denunciados foram David Roger Paixão Reis e Gabriel Gomes Amaral. Eles teriam chegado numa moto e efetuado vários disparos de arma de fogo contra a vítima, em sua residência, no bairro de Piranga, dia 23 de fevereiro de 2017. Os denunciados foram acusados de homicídio triplamente qualificado.

Por meio de nota endereçada ao Blog, o diretor do SAAE contesta a informação. Confira:

Dizendo-se indignado com o envolvimento do seu nome no inquérito que investiga o assassinato de Adalberto Gonzaga, o Diretor do SAAE, Joaquim Neto, afirma que a peça acusatória se baseia num boato espalhado por um radialista,“notório inimigo político nosso e já condenado por calúnia e difamação”. 

Joaquim diz ainda que jamais teve inimizade com Adalberto nem teria qualquer motivo para atentar contra ele, uma vez que não houve nenhuma irregularidade nos convênios da Defesa Civil e que havia encaminhado à nomeação de Adalberto na gestão que se iniciava, procedimento burocrático normal. Joaquim assegura que tem consciência tranquila, vai provar sua inocência e processar os caluniadores.

É preciso destacar que neste inquérito, folhas de 39 a 50, a viúva e o irmão de Adalberto afirmam que a morte dele deve estar ligada a um processo que ele respondia desde 2009, por tentativa de assassinato. “As autoridades estão sendo induzidas a erros que logo vamos procurar esclarecer”, afirma em nota o diretor do SAAE.

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FESTIVAL DE MÚSICA ZÉ MARCOLINO É REALIZADO EM SUMÉ, PARAÍBA

Pela sua importância na história da música brasileira, o Poeta Zé Marcolino, merecia mais de atenção das entidades culturais. Detalhe: os responsáveis pelo setor cultural de Juazeiro e Petrolina esqueceram nos últimos 302anos desde que Zé Marcolino morreu de lembrar os frutos produzidos pelo compositor. Zé Marcolino morou nos anos 70 em Juazeiro e na concha acústica em Petrolina tocou ao lado de Luiz Gonzaga. Em Juazeiro ele foi comerciante. Juazeiro e Petrolina tem uma dívida com a memória de José Marcolino.

No dia 20 de setembro de 1987 a voz de José Marcolino Alves  silenciava por ocasião da morte causada de acidente de carro próximo a São José do Egito, Pernambuco. Em Sumé, na Paraíba, Zé Marcolino nasceu no dia 28 de junho de 1930. Venceu os obstáculos da vida simples e quando teve oportunidade deixou o Rei do Baião...digamos "bestim com tamanha genialidade". 

O 1° Festival de Música Zé Marcolino teve início com exposição da vida e obra do cantor e compositor Zé Marcolino. Apresentações culturais com grupos de danças, violeiros, sarau poético, shows musicais com os cantores Dejinha de Monteiro e Bira Marcolino fazem parte da programação.

O Festival Zé Marcolino foi criado com o objetivo de revelar talentos no cenário da música e valorizar a memória do cantor sumeense que muito contribuiu com a música e cultura brasileira.


Para celebrar o Festival, a Prefeitura abriu inscrições de composições inéditas para participantes do município de Sumé e da região do Cariri Paraibano. Foram inscritas 24 composições, sendo selecionadas 10, que disputarão a final no próximo sábado (28), na Praça José Américo.

As composições serão cantadas pelo intérprete inscrito e com acompanhamento da banda do Festival sob produção musical dos maestros Chiquito e Diego Bruno. Aos vencedores será dada uma premiação de R$ 2.000,00 para o primeiro colocado, R$ 1.000,00 para o segundo, R$ 500,00 para o terceiro lugar e R$ 500,00 para o melhor intérprete.

Antes da final do festival será entregue a população a reforma da Praça Zé Marcolino, localizada no bairro Santa Rosa.

 Confira a Programação: Data: 27/09/2019 (sexta-feira)
Exposição de Vida e Obra de Zé Marcolino no Cenário Musical – 18h às 22h
Sarau Poético – 20h
Apresentação de Violeiros – 21h30

 Data: 28/09/2019 (sábado)
Entrega da Reforma da Praça Poeta Zé Marcolino – 17h
Rua: José Paulino de Barros
Bairro: Santa Rosa
Local: Praça José Américo:
Exposição de Vida e Obra de Zé Marcolino no Cenário Musical – 18h às 22h 
Final do I Festival de Música Zé Marcolino – 21h 
Shows – 23h 
– Bira Marcolino
– Dejinha de Monteiro
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NO ANO DO CENTENÁRIO DE JACKSON DO PANDEIRO, LIVRO PRA DANÇAR E XAXAR NA PARAÍBA É REFERÊNCIA DA VIDA E OBRA DE ROSIL CAVALCANTI

As semelhanças não são poucas. Nasceram em regiões dominadas pela cultura da cana-de-açúcar e pela colonização negra. Quando adultos, foram casados, mas não tiveram filhos. E as coincidências não se restringem à vida. Em anos diferentes, morreram de infarto no mesmo dia e mês. Como se vê, Rosil Cavalcanti, nascido em 20 dezembro de 1915 e morreu em 1968; e Jackson do Pandeiro (1919 – 1982) tiveram uma relação que vai muito além de 'Sebastiana'. Muito antes de ser proclamado o rei do ritmo, Jackson já convivia com o talento musical de Rosil.

De família tradicional na política de Pernambuco, Rosil de Assis Cavalcanti trabalhou toda vida como funcionário público.


Em João Pessoa, no ano de 1947, Rosil deu seus primeiros passos no rádio, participando em programas noturnos na Rádio Tabajara. Nesta ocasião, formou a dupla caipira ‘Café com Leite’ com Jack, rapaz que mais tarde seria famoso como Jackson do Pandeiro.  O nome do grupo fazia alusão à aparência dos dois. Jackson, cafuzo de pele escura, era o café. Rosil, branco, o leite. Tocando emboladas, a dupla alcançou um grande sucesso, garantido também pelas tiradas cômicas que faziam os ouvintes darem gargalhadas no auditório.

Toda esta história você terá conhecimento ao ler o livro, biografia do renomado músico pernambucano Rosil Cavalcanti, conhecido como “Zé Lagoa” e autor da famosa “Sebastiana”.

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”, assinado pela dupla de autores Rômulo Nóbrega e José Batista Alves, tem prefácio de Agnello Amorim.

Radialista, humorista, percussionista e compositor, Rosil Cavalcanti era radicado na Paraíba, foi autor de obras clássicas da música brasileira, na voz de Jackson do Pandeiro, Marinês e Luiz Gonzaga, dentre outros intérpretes nacionais. A biografia publicada em 2015 é uma homenagem ao seu centenário de nascimento, 47 anos depois de sua morte, em 1968, aos 53 anos de idade, em Campina Grande, onde viveu a maior parte de sua vida e se projetou no Brasil.

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba”, 444 páginas,  é enriquecido com vasta iconografia de Rosil Cavalcanti, suas fotos desde a infância, juventude, a vida de casado, em programa de rádio no papel do famoso personagem Capitão Zé Lagoa, além de imagens de Rosil com colegas de trabalho, artistas, músicos, suas caçadas e pescarias, capas e selos de discos.

Autores: Rômulo Nóbrega, natural de Campina Grande, é formado em Ciências Econômicas, ex-funcionário do Banco do Brasil,. José Batista Alves, natural de Pernambuco. Ambos são pesquisadores e colecionadores da música popular brasileira de origem nordestina. Zé Batista é a maior autoridade brasileira em discografia de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

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