A HISTÓRIA MOSTRA QUE NOS TEMPOS MAIS SOMBRIOS É SEMPRE A CULTURA QUE NOS SALVA

Apesar de oito meses do governo Bolsonaro, os alemães ainda lutam com o sentimento de consternação sobre a dinâmica insana que acometeu o Brasil. E, como a história já nos mostrou várias vezes, nos momentos de triunfo do mediano e do medíocre mostra-se propício o desmantelamento sistemático de tudo o que instiga a subjetividade. Nos tempos mais sombrios da história, é sempre a cultura que nos salva. 

Em maio passado, durante a palestra do escritor brasileiro Luiz Ruffato em Berlim, a cientista política Claudia Zilla, do Instituto Ciência e Política (SWP, na sigla em alemão), já havia atestado ao governo Bolsonaro “ferramentas fascistas”. A imprensa europeia, em peso, denomina o governo de “extremista de direita” e a galopante destruição da Amazônia é o assunto principal quando se fala de Brasil em 2019.

Naquela noite de domingo, 11 de agosto, na Filarmônica inaugurada em janeiro de 2017, apelidada de “Elphie” e que em dois anos já se tornou a maior atração de Hamburgo, podia-se claramente perceber uma eletricidade no ar, mesmo antes de ter início uma verdadeira peregrinação pelos incontáveis números de escada até chegar ao salão principal. Quanto mais perto do palco é o lugar, mais escadas você precisa subir, algo que ganha o cunho de uma peregrinação, que se executa com paciência para ver Gilberto Gil.

Ele voltou para a vida e traz no semblante uma serenidade de quem viu a morte de perto e até mesmo teve uma prosa com ela. Na abrangente turnê que fez pelo Velho Continente e em tempos que regem o ódio e o culto do mesmo, Gil trouxe serenidade, reflexão e uma postura esbanjando dignidade através da arte. Em nenhum momento ele se pronunciou politicamente num discurso acalorado ou até mesmo com qualquer pronunciamento, e o mais irônico de tudo é que sua passagem por Hamburgo não poderia ter sido mais política. Ele falou de sua perplexidade com o ódio nas redes depois de iniciar o show com a faixa carro-chefe do disco OK OK OK.

Le Grande Segneur no palco mais prestigioso e de ímpar relevância urbana cultural do norte da Alemanha teve sua presença sublinhada pelo Zeitgeist, no qual nada remete ao Brasil que fomos antes. Os alemães e os brasileiros foram lá para abraçar Gil e tudo o que ele representa. E o baiano mais cosmopolita do mundo não decepcionou.

Afago na alma: Há tempos, a vinda de artistas brasileiros à Alemanha era, em sua essência, um afago na saudade de quem vive na diáspora, para matar a saudade da terrinha e vê-los cantar as músicas que a gente quer ouvir. Nos últimos três anos, houve uma total mudança de paradigma. A apresentação de musicxs brasileirxs é, quase sempre, um evento político. O diferencial de Gil, além da bagagem musical inquestionável, é que ele foi ministro da Cultura e esse fato torna a sua presença ainda mais relevante.

Ao contrário do que se espera num ambiente elitista de uma Filarmônica, muitos brasileirxs conseguiram adquirir ingressos, se fazendo presentes em cores, idioma e posicionamento. Não faltou o burburinho em português pelos corredores, nem a bandeira verde e amarela e nem mesmo a faixa “Lula Livre”. Por nenhuma coincidência, as duas estavam lado a lado.

Meticuloso ritual
Antes do show, os músicos fazem fila para dar beijinho no mestre, que recebe o carinho dos súditos enfileirados. Isso pode-se ver num post no Instagram de Gil.

O aplauso inicial foi solícito e ainda manteve o protocolo na hora da entrada dos músicos. Alguns segundos depois, Gil – vestindo um blusão e calça de linho de cor bege, concebidos pela estilista Flavia Aranha – adentrou com passos largos e firmes o Olimpo da música erudita com seu violão debaixo do braço, como um trovador ou repentista e seu inseparável instrumento de trabalho. Interpretando a linguagem corporal, a postura de naturalidade foi uma dobradinha de um artista que se sente em casa nos principais palcos do mundo, mas também sabe que tem de ir aonde o povo está.

Gil recebeu aplausos calorosos, mas ainda engessados com a preocupação de pagar tributo ao mestre, mantendo um cerimonial. Ao meu lado estava o jornalista Markus Kritzokat, do jornal Die Welt (O Mundo), que não se continha de felicidade ao obter informações de insider, incluindo o significado do Dia dos Pais no Brasil, bem ao contrário do que significa na Alemanha. Aquele domingo na Filarmônica foi uma celebração da família Gil, que tinha quatro músicos da família no palco.

Quatro pedacinhos foi a segunda canção do repertório de vinte músicas. Depois da execução, Gil fez uma longa explicação sobre a homenagem à médica que “mandou seus colegas tirarem quatro pedacinhos do meu coração. Ainda bem, nada de um problema grave, só problemas normais”, revelou, arrecadando risos da plateia, ainda preocupada com o protocolo de reverência ao grande artista que veio de tão longe.

Antes de executar Yamandu, em homenagem ao compositor e guitarrista Yamandu Costa, nascido em Passo Fundo, sul do Brasil, Gil passou a resenha: “Essa música é em homenagem a um grande guitarrista do Sul. Ele é muito bom”. Mesmo que ninguém conheça esse nome, a plateia se deliciava com as explicações e detalhes de Gil. Detalhes, a paixão secreta dos alemães!

Depois veio a obra-prima na parceria de Gil e João Donato, Lugar Comum, que se mostra com a dinâmica de um bom vinho: quanto mais velho, melhor. O que viria na sequência foi a cereja do bolo e o momento mais sublime do show: a homenagem àquele que foi responsável por Gil ter largado o acordeão e se aventurado no violão depois de ouvir Chega de Saudade na rádio. João Gilberto. Seu discípulo delineou a importância do mestre da bossa nova em sua carreira e na de inúmeros artistas, citando alguns nomes, como os de Caetano Veloso, Carlinhos Lyra e Tom Jobim.

Depois de executar Drão, em voz calma e sem nenhuma pressa, ele explicou: “Fiz essa música para a minha segunda esposa. Mas a próxima (música) não é sobre minhas histórias, é sobre um outra pessoa”, e ratificava seu gesto esticando o braço e acenando com a mão. Foi nessa hora que o jornalista ao meu lado perguntou: “São quantas esposas, afinal?” “Acho que são três”, respondi. “O Google diz quatro”. “Então vai no Google”, retruquei.

O texto da composição dispensa análise, mas a interpretação de Gil de Se eu quiser falar com Deus me fez lutar com o impulso de chorar compulsivamente frente a tanta beleza somada à virtuosidade e ao delinear matemático das sílabas de uma língua de beleza de estontear os sentidos. Decerto que ter visto a morte de perto transforma a interpretação dessa música através da proximidade do tema que Gil delineou em várias entrevistas na TV.

A morte de João Gilberto, há pouco mais de um mês, parece ter ampliado a percepção da canção para o próprio artista e para os ouvidos de quem capta a sonoridade numa sala que se orgulha de ter a melhor acústica do mundo. Que a construção era para ter sido concluída em 2010 e que, ao invés de 789 milhões de euros, tenha custado de fato 866 milhões, são fatos facilmente esquecidos, mas a fatura fecha no concepção de construir “um templo cultural para todxs”.

Banda De Luxe
A meticulosidade dos arranjos alinhavados pelo diretor musical, Bem Gil, e a escolha dos músicos – especialmente Tiago Queiroz no sax (alto e barítono)/flauta e Diogo Gomes no trompete /flugelhorn – fazem uma dobradinha com super groove, incluindo coreografia!

Em dinâmica super bem alinhavada, o repertório foi mexendo com o público sério-über e preocupado com o tributo ao ilustre visitante. O primeiro ápice foi com Nossa Gente (Avisa lá). Os sisudos das primeiras filas, detentores dos ingressos mais caros, levantavam e sacolejavam anos de letargia corporal. Gilberto Gil também cura, minha gente!

Com Maracatu Atômico, de Jorge Mautner, e a linda homenagem ao grande Chico Science, Gil finalizou seu plano de transformar a Filarmônica num “caldeirão de bruxas”. Ele andava em passos largos ao redor da banda, acenava e instigava a dançar e bater palmas todas as esquinas do local. “Canta comigo, Hamburgo!”.

O ápice de uma noite que ficará na retina e nos ouvidos de todos que ali estavam foi com Toda menina baiana.

No camarim, Gil recebia algumas pessoas. Em volta, sempre os dois anjos da guarda: Gilda, a produtora, e Flora, a esposa e empresária de Gil. O visitante conversava, tirava selfies e, ao chegar a mim, ainda em consternação total do que acabara de ver, eu disse: “Você é mesmo uma pessoa muito abençoada para fazer os alemães ficarem dessa forma que acabamos de ver. Em décadas de Alemanha, eu nunca vi isso”. 

Gil expressou também sua surpresa, não escondendo a alegria pelo êxito. Também para a banda, que se confraternizou com brasileirxs ao lado do ônibus estacionado à beira do porto, Hamburgo foi muito especial, comparando com o resto da turnê. Entre todos os show de Gil que presenciei – nas areias da praia de Ipanema, no réveillon de Copacabana, em Mainz, em Munique, em Montreux e em Berlim -, esse foi o melhor. De todos.

O jornal esquerdista berlinense Die Taz titulou: “Energia contagiante vale mais do que remédio” (em tradução livre).
O jornal regional de Hamburgo publicou artigo com seguinte manchete: “Polonaise pelo grande salão – Defesa da arte”.
O jornal de centro-direita Die Welt (O mundo), cujo autor sentou ao meu lado direito, escreveu: “Com a mente clara e coração aberto”.

*Fatima Lacerda é carioca, radicada em Berlim desde 1988 e testemunha ocular da queda do Muro de Berlim. Formada em Letras (RJ), tem curso básico de Ciências Políticas pela Universidade Livre de Berlim e diploma de Gestora Cultural e de Mídia da Universidade Hanns Eisler, Berlim. Atua como jornalista freelancer para a imprensa brasileira e como curadora de filmes.
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EXPOSIÇÃO MUSEU HOMEM DO NORDESTE SEGUE ATÉ OUTUBRO EM PETROLINA

A caravana do Museu do Homem do Nordeste desembarcou pela primeira vez em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A exposição itinerante está aberta a visitação até o dia 11 de outubro na galeria de artes Ana das Carrancas, no Sesc de Petrolina. Estão expostas fotos, vídeos e objetos, que proporcionam ao visitante um mergulho nas obras do artista visual Jonathas de Andrade, que traz no sangue e na essência, a vontade de mostrar o poder e a identidade nordestina.

Muitos desses projetos já rodaram o mundo. “É um projeto meu que são os cartazes para o Homem do Nordeste, que eu pego emprestado o nome de um museu que existe em Recife desde 79, que é um museu clássico, com artefatos, criado pelo Gilberto Freire e crio outro museu, convidando trabalhadores pra pousar pra os cartazes do museu. E aí surge a obra cartazes, que tem são 77 cartazes, que estou trazendo um recorte pra Petrolina e com ela, eu entendi, que vários dos meus projetos que lidam sobre Nordeste, sobre aspectos do Nordeste, eles poderiam ser entendidos como um museu, ele mesmo”, explicou Jonathas.

Jonathas de Andrade escolheu a dedo os trabalhos expostos, suas experiências e vivências. “O nordeste sempre foi uma inspiração pra mim, mas eu trabalho entre a ficção e a realidade, e nessas estratégias, os projetos convidam o público pra pensar questões que às vezes passam batido no dia a dia. Aqui tem uma corrida de carroças que eu organizei em 2012 no recife, tem o filme Levante, que conta um pouco dessa história, tem o ABC da cana, que são fotografias com os trabalhadores da cana, que eu peço pra eles fazerem todo o alfabeto com formas da cana-de-açúcar e outros projetos”, contou.

Mais do que apenas contemplar e refletir sobre a essência das obras do Jonathas, o público vai poder também fazer parte literalmente da exposição. Quem quiser, vai poder manipular um quadro interativo com letrinhas magnéticas e registrar a presença através de uma selfie. “Minha ideia é que os trabalhos se aproximem das pessoas e que não seja nada como aquela arte, que a gente costuma ouvir falar, arte que a gente não entende”, ressaltou.
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DESERTIFICAÇÃO ATINGE 13% DO SEMIÁRIDO E AÇÃO HUMANA AMEAÇA CONSERVAÇÃO DA CAATINGA

Único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga sofre. O famoso chão rachado faz pensar num ambiente onde a terra dá pouco e pede muito das pessoas que vivem ali. Mas é a própria ação humana que tem colocado a caatinga em risco. A ponto de, em algumas áreas, a situação chegar a um estágio quase irreversível: a desertificação.

De acordo com estimativas do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), 12,85% do semiárido brasileiro enfrenta o processo de desertificação. Ou seja, considerando uma área total de 982.563,3 km² dessa região, 126.336 km² estão se transformando em deserto – conforme monitoramento realizado entre 2013 e 2017 e divulgado no início de julho.

O cenário é ainda mais alarmante se olharmos para as chamadas "áreas suscetíveis a desertificação" (ASDs) do Nordeste brasileiro, nas quais o processo de formação de pequenos desertos pode se instalar se os fatores contribuintes forem mantidos. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, elas constituem:

1.340.863 km² (16% do território brasileiro) – equivalente às áreas somadas de França, Alemanha, Itália e Holanda;
1.488 municípios (27% do total do país);
Partes dos 9 estados da região Nordeste e de 2 estados do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo);
31,7 milhões de habitantes (17% da população brasileira);
85% das pessoas pobres do país.
Nesta série de reportagens do Desafio Natureza sobre a desertificação, o G1 observou territórios degradados e preservados da caatinga, ouviu pessoas locais sobre como a destruição do bioma pode afetar suas vidas, e acompanhou projetos que tentam reverter a desertificação. 

O que é a desertificação? É um dos processos mais graves de degradação da terra. Ela ocorre exclusivamente nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas do planeta, conforme a definição das Nações Unidas (ONU). A rigor, a degradação observada em outras regiões, mais úmidas, não é desertificação.

Isso porque, nas regiões secas, o solo é naturalmente mais frágil, com pouca água e pouca matéria orgânica (carbono). A retirada da cobertura vegetal – desmatamento – deixa a terra exposta ao sol e agrava a situação. O solo fica rapidamente arenoso ou rochoso. Sem nutrientes e sem água, é quase impossível que novos seres vivos se estabeleçam.

A desertificação pode ser despertada por vários fatores, especialmente os eventos climáticos e a ação humana. Pode ser consequência da elevação das temperaturas. Mas também acentua seus efeitos, num ciclo vicioso.

Fonte: G1 
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VII SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO SÃO FRANCISCO ACONTECE EM OUTUBRO NA UNIVASF

A sétima edição do Simpósio de Administração do Vale do São Francisco (VII SIADVASF), promovido pelo Colegiado do curso de Administração da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) acontecerá entre os dias 23 e 25 de outubro no Campus Sede, em Petrolina (PE).

“É com prazer que informamos mais um grande passo para o Desafio Universitário de Ideias Empreendedoras do Vale do São Francisco, hoje 20 de Agosto de 2019, fechamos uma importante parceria com a Agência de Empreendedorismo de Petrolina, que disponibilizará aos finalistas do desafio um crédito, pré aprovado no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para auxiliar, os ganhadores, a transformar suas ideias empreendedoras em realidade”. 

A afirmação é do professor doutor Deranor Gomes de Oliveira, coordenador do Desafio Universitário de Ideias Empreendedoras. O Desafio  tem como tema o “Futuro do Mercado de Trabalho e Administração”, e trata-se de uma competição na qual universitários, de qualquer curso, podem apresentar modelos de negócios que visam a concepção de negócios com foco em diferentes soluções para “problemas/dores”, ou necessidades não atendidas ou atendidas parcialmente de um determinado segmento de clientes.

O Desafio é promovido pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), que tem como objetivo fomentar o empreendedorismo e a inovação da região. 

O desafio ainda contará com uma premiação para os cinco finalistas, os valores variam entre R$3.500,00 para o 1º lugar, R$ 1.500,00 para o 2º lugar, R$1.000,00 ao 3º lugar e para o 4º e 5º lugar e R$ 500,00. 

O VII SIADVASF conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Dinâmica de Desenvolvimento do Semiárido, do Time Enactus - Univasf, da Empresa Junior “Prospere Jr” e do Centro Acadêmico do curso de Administração da Univasf. 

"O evento busca promover um alinhamento com as novas tendências para atender as demandas do mercado atual e futuro, dando oportunidade para que os profissionais repensem os rumos da profissão”, finalizou professor Deranor.
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DIA DO MAÇON 20 DE AGOSTO, LUIZ GONZAGA E A ARTE DE ANUNCIADO SARAIVA

Exu, Pernambuco respira Luiz Gonzaga, criador dos ritmos ao som da sanfona, triangulo e zabumba. Na cidade onde nasceu o Rei do Baião, a chamada Cultura Gonzagueana está por todas as partes. São bustos, estátuas e no museu que leva seu nome. A lembrança está também no posto de gasolina Gonzagão, na farmácia Asa Branca, nos sete quiosques centrais da rua principal – cada um leva o nome de uma música. Trinta anos depois de sua morte, Luiz Gonzaga é a figura mais importante da cidade. 

A Maçonaria é um exemplo da presença vivo da valorização da vida e obra do Rei do Baião. Loja Maçonica Irmão Luiz Gonaga, número 59 completa 30 anos. Luiz Gonzaga. Em vida Luiz Gonzaga atuou em ações sociais. Na loja maçonica em Exu, consta o primeiro avental usado por Luiz Gonzaga. A música “Acácia Amarela” foi gravada em 1982 em homenagem à Maçonaria. A autoria é Orlando Silveira e Luiz Gonzaga.

Luiz Gonzaga atingiu o Grau de Mestre da Loja Maçônica “Paranapuan”, Rito Moderno, sediada na Ilha do Governador – Rio de Janeiro. Iniciado em 03/04/71. ORLANDO SILVEIRA OLIVEIRA SILVA, nasceu em 27/05/1925, formado em Direito, músico, regente, arranjador, compositor e acordeonista, tendo conquistado premio internacional de arranjo. Iniciado na Loja Maçônica “Adonai”, Rio de Janeiro. Foi um das pessoas mais importantes na vida de Luiz Gonzaga.

O símbolo acima (homenagem 30 anos da existência da Loja Maçonica em Exu)  é da autoria do advogado criminalista Anunciado Saraiva. Além de advogado, Anunciado é maçon e um talentoso artista das artes visuais. Ele utiliza as mais variadas técnicas e ferramentas de desenho. Nascido em Barbalha, Ceará, porém faz questão de registrar que é criado em Exu, terra de Luiz Gonzaga.

"Comecei a criar artes há 10 anos, por diversão, e acabei me apaixonando pela cultura gonzagueana, dai passei a criar artes em seu nome, hoje, 90% de tudo que eu crio é sobre o Gonzagão e seus seguidores", conta o advogado Anunciado Saraiva.

Um dos trabalhos mais usados no universo de Luiz Gonzaga é a criação da marca, do símbolo não oficial dos 100 anos. "O processo de comunicar visualmente utilizando imagens e textos para apresentar informação utiliza de habilidades de desenho, estética, tipografia, artes visuais e diagramação", conta o advogado que  expressa o valor de Luiz Gonzaga nas horas dedicadas a cultura.

O trabalho usado por Anunciado é um processo técnico e criativo para comunicar idéias, mensagens e conceitos. Batizado e amadurecido no século 20, é hoje o design gráfico a atividade projetual mais disseminada no planeta. Com objetivos comerciais ou de fundo social.

Anunciado Saraiva avalia que Luiz Gonzaga é um ícone da música brasileira, "foi ele que levou o nome e os problemas do sertão para o Brasil e para o mundo, foi ele que abriu portas para o nordeste, cantando e decantando o seu povo, o sofrimento, as súplicas, sempre cantando músicas de cunho político, criticando os nossos governantes que insistiam em manter os olhos fechados para o Nordeste".

"Quero acrescentar a falta de divulgação da cultura gonzagueana aos jovens em especial, na minha opinião, deveria haver uma disciplina na rede municipal exuense e em todo o Nordeste sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga, garantindo assim que nossos jovens, que não conheceram Luiz Gonzaga, possam desfrutar um pouco da riqueza que esse nome traz", finalizou Anunciado Saraiva.
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NOVA CONCESSÃO DE LINHAS DE ONIBUS JUAZEIRO SERÁ REALIZADA NO DIA 03 DE SETEMBRO

O Governo do Estado, por meio da Agerba, agência que regula serviços públicos na Bahia, realiza, no dia 3 de setembro, a concorrência pública número que trata da exploração de linhas rodoviárias que ligam as cidades de Juazeiro e Jacobina a Salvador e outros municípios. 

Os trechos estavam sob responsabilidade da empresa Falcão Real, mas reclamações sobre o serviço, externadas por meio do mandato do deputado estadual Tum (PSC), levaram o Estado a suspender a licença.

De acordo com o deputado, as reclamações contra a empresa são volumosas. Ao gabinete do parlamentar chegaram denúncias de ônibus que não terminavam as viagens por apresentar problemas mecânicos, limpeza deficitária e sistema de refrigeração ineficiente. A empresa também é acusada de não cumprir horários, o que acarretava em prejuízos severos à população.

Além de buscar uma nova operadora para os trechos que ligam Juazeiro e Jacobina a diversas cidades baianas, a concorrência pública do próximo dia 3 vai reativar a linha Canudos-Juazeiro, que estava sem operar por falta de veículo. A demanda para o trecho é grande e voltará a ser suprida com a escolha da nova concessionária.

“As empresas precisam entender que as concessões públicas existem para servir bem a comunidade e tentamos, por várias vezes, dialogar e assegurar melhores condições ao serviço prestado pela Falcão Real, mas não surtiu efeito. Agora, com a nova concorrência, solicitada através de nosso gabinete, os problemas serão sanados, sem dúvidas”, finaliza Tum.

Fonte: Bahia Noticias
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SEM RADARES NAS RODOVIAS BRASILEIRAS DESAFIO É DIMINUIR ACIDENTES NO TRÂNSITO

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) completa mês que vem 21 anos em vigor com propostas de reformulações enviadas para discussão e apreciação do Congresso Nacional e o desafio de se modernizar. Nas rodovias federais que cortam o país, mudanças controversas já estarão valendo a partir de hoje (20), com a suspensão dos radares móveis. 

Este final de semana a reportagem deste Blog Geraldo José percorreu cerca de mil km, cortando a Br 428, 116 e 432. A constatação é que sem radares aumento o número de motoristas que ultrapassam velocidade permitida e seguem a sinalização.

No pacote de flexibilização proposto pelo Executivo ao Congresso Nacional, pontos como o fim da obrigatoriedade do transporte de crianças em cadeirinhas de retenção nos veículos e duplicação do limite de pontos da carteira nacional de habilitação (CNH) ameaçam de vez, na opinião de especialistas, o compromisso assinado pelo Brasil junto a mais de uma centena de países de reduzir em 50% o número de mortes no trânsito.

Faltando um ano para o encerramento do prazo do pacto firmado na Organização das Nações Unidas (ONU), o medo agora é de retrocesso em avanços conquistados, a passos lentos, ao longo de duas décadas. 

O compromisso – a Década de Ação pela Segurança no Trânsito – prevê redução dos índices no período de 2011 a 2020. “Em 2015, segundo o DataSUS, foram 44 mil mortes por acidentes de trânsito no país. Em 2018, o número caiu para pouco mais de 34 mil. O país conseguiu em quatro anos uma redução de 10 mil mortes por ano e isso não foi à toa”, afirma o consultor em trânsito Osias Batista. 

“Reduzir de 44 mil para 34 mil não é fato para comemoração, mas mostra que estamos no caminho certo”, diz. Na reunião da ONU, em Brasília, em 2015, o Brasil era um dos poucos que não havia conseguido reduzir os índices. Nos países em desenvolvimento, a taxa de mortes por 100 mil habitantes se mostrava entre 3 e 4. No Uruguai, era de 11, Argentina 12 e Bolívia, 15. Brasil contabilizava na época 23, ao lado de Botswana, só perdendo para nações como Laos e Camboja.

Ele cita ainda outro dado. Em 2017, foram aplicadas 10 mil multas no Brasil por descumprimento ao transporte de criança em cadeirinha. Em 2018, 8 mil. “Em dois anos, 18 mil pais foram surpreendidos por não cuidar da segurança de seus filhos”, avalia. 

“A percepção do risco no Brasil é muito pequena. Ninguém achava que a cadeirinha era importante até um tempo atrás. Mesmo assim, (há pais que) acham que não há risco porque dirigem devagar, ‘só até ali, a criança vai na janela olhando’. Não temos cultura para isso. Infelizmente, tem que haver obrigatoriedade. Quando o Estado fala que não vai ter multa, de certa forma, está relaxando isso”, completa.

Outro ponto importante na avaliação de Osias Batista é em relação aos radares. Na quinta-feira, foi publicada no Diário Oficial da União a decisão do presidente Jair Bolsonaro de suspender o uso os radares móveis, estáticos e portáteis com o objetivo de “evitar o desvirtuamento do caráter pedagógico e a utilização meramente arrecadatória dos instrumentos e equipamentos medidores de velocidade”. 

 Agora, a única proteção são as placas informando o limite de velocidade e 8 mil pontos com radares fixos para toda a malha brasileira. “Qualquer lei só vale se tiver punição pela desobediência. As pessoas em geral só obedecerão à placa se souberem que em qualquer uma delas pode haver alguém escondido pronto para multar”, diz.

 “Essa discussão sobre radar é um retrocesso impressionante. O que mata num acidente é a velocidade, associada a todas as outras infrações e riscos de direção.”

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