Poluição: Grande quantidade de baronesas continua invadindo margens do rio São Francisco em Petrolina e Paulo Afonso

A grande quantidade de baronesas nas margens do Rio São Francisco estar diretamente relacionada a qualidade das águas do Velho Chico. A proliferação de macrófitas, as chamadas baronesas além de Petrolina, atinge a região de Paulo Afonso e Glória, municípios baianos.

A promotora do Ministério Público da Bahia (MPE/BA), Luciana Khoury, relatou sua preocupação com o problema, cujos impactos são sentidos na economia da região, na saúde pública e abastecimento humano. 

“A área conhecida como Prainha, em Paulo Afonso, tem um forte apelo turístico e após o aparecimento das baronesas, ficou esvaziada. Os prejuízos são relatados por comerciantes, pescadores e todos os que dependem de alguma forma da saúde do Rio São Francisco”, relatou Luciana.

Segundo ela, o MPE solicitou estudos de balneabilidade ao Instituto de Meio Ambiente da Bahia (Inema). Um dos motivos para a proliferação dos organismos está no lançamento de esgotos sem tratamento no rio. Para conscientizar a população sobre o problema, a promotora disse que o Ministério Público já realizou evento específico para esclarecer os efeitos do uso de agrotóxicos e tentar reduzir o uso do produto.

Ainda de acordo com Luciana Khoury, os pescadores pretendiam retirar as plantas por conta própria, mas foram orientados quanto ao impacto ambiental que isso provocaria. 

“O Inema nos orientou para a necessidade de elaboração de um plano de ação, de forma a promover a retirada dos produtos de forma paulatina. O material seria encaminhado para uma cooperativa, que faria uma compostagem, mas isso levará um certo tempo, pois o município de Paulo Afonso pediu, pelo menos, três semanas para elaborar o plano de ação e a cidade de Glória, já antecipou que não terá condições”, relatou a promotora.

Nenhum comentário

Rio São Francisco recebe poluição de mercúrio, chumbo e vários agrotóxicos que representam preocupação para a saúde humana, acusa professor da UFAL

"Encontramos no rio São Francisco metais pesados, que entram na cadeia alimentar das espécies e vão se acumulando, a exemplo de mercúrio e chumbo. Foi identificado o uso do Endosulfan, um inseticida altamente tóxico e que tem o uso proibido no Brasil. Também foram encontradas diversas espécies exóticas na região, o que demonstra a saúde debilitada do rio”.

A denúncia é do professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Emerson Soares. Ele apresentou o resultado da expedição científica realizada em outubro do ano passado, na região do Baixo São Francisco, entre a foz do rio, em Piaçabuçu e Traipu, municípios alagoanos. 

O relatório foi debatido durante a videoconferência da Agência Nacional de Águas (ANA) de segunda-feira (1º de julho) e discorreu sobre a qualidade das águas do Rio São Francisco. 

Emerson Soares explicou que os estudos foram feitos com base na ictiofauna, ou seja, as espécies de peixes, pois eles servem de base para diversos parâmetros. E os resultados foram preocupantes, segundo ele. 

Para demonstrar sua preocupação com os peixes que são nativos do rio e estão desaparecendo, o pesquisador relatou como piau e xaréu representavam, em 2012, cerca de 60% das espécies do rio e atualmente não constam, sequer, entre as dez mais do rio. 

Os agrotóxicos representam outra grande preocupação, tanto para a saúde do rio quanto para agricultores e pescadores da região do Baixo.

De acordo com o relato do professor na videoconferência, foi identificado o uso do Endosulfan, um inseticida altamente tóxico e que tem o uso proibido no Brasil. 

A presença do produto pode ser responsável por diversos efeitos, como depressão. Emerson Soares também falou da intrusão salina na foz do Velho Chico. “A intrusão salina está a 16 Km da foz”, disse. Em 2012, quando houve expedição semelhante, essa distância era de 12 Km.

O impacto desse cenário é que, de acordo com o pesquisador, 40% dos entrevistados no levantamento realizado, estariam com hipertensão. “E os agricultores apresentam problemas como depressão e distúrbios psicológicos. Isso, em virtude do uso indiscriminado de produtos, como agrotóxicos, conforme citado anteriormente, e formol”, finalizou.

Os poluentes mais comuns identificados na expedição científica foram fertilizantes agrícolas, esgotos domésticos e industriais, compostos orgânicos sintéticos, plásticos, petróleo e metais pesados.

Emerson Soares confirmou que deverá repetir o trabalho no próximo mês de novembro, o que permitirá comparar os resultados com o saldo do ano passado e levar consideração alguns aspectos, como o impacto dos planos de saneamento finalizados pelos municípios e o aumento da vazão defluente do rio na região.

O superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, disse que o objetivo da apresentação tem mais o cunho motivacional, para que pessoas interessadas possam buscar mais informações. 

Ele sugeriu uma troca de informações com a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), cuja indicação da cunha salina segue outro padrão.

A próxima reunião acontece no dia 5 de agosto, a partir das 10h.

Fonte: CHBSF






Nenhum comentário

Reitor da Univasf apresenta as planilhas com o impacto e as mudanças para que a Univasf sobreviva aos cortes de verbas de Bolsonaro

A Reitoria da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizou, dia (1º), uma reunião no Complexo Multieventos, no Campus Juazeiro (BA), para apresentar as medidas adotadas em virtude da política de contingenciamento orçamentário do Ministério da Educação (MEC) e esclarecer questionamentos e dúvidas da comunidade acadêmica sobre o assunto. 

O encontro contou com a participação do reitor Julianeli Tolentino de Lima, de toda a equipe administrativa da Univasf, docentes, Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) e estudantes de diversos cursos.

A iniciativa teve como objetivo dialogar com a comunidade acadêmica sobre as ações que estão em execução na Univasf para garantir o funcionamento das atividades letivas da graduação e da pós-graduação até o final de 2019. Na reunião, que foi transmitida ao vivo pela TV Caatinga, o reitor Julianeli Tolentino apresentou as mudanças definidas para a readequação do orçamento da Univasf. 

Entre as principais medidas apresentadas e discutidas estão o corte de postos de trabalho de técnicos terceirizados e as alterações nos procedimentos de trabalho, prazos nos serviços realizados nos diversos setores da Universidade e seus respectivos trâmites. As mudanças entram em operação a partir  de (1º) e serão acompanhadas pelo Comitê de Governança e Gestão de Riscos e Controle da Univasf.

A reunião da Reitoria com a comunidade acadêmica integra uma agenda que tem mobilizado diversos setores da instituição e será realizada também nos campi de Senhor do Bonfim, Paulo Afonso, São Raimundo Nonato e Salgueiro, nas próximas semanas. O calendário destes encontros será divulgado em breve.

Durante este primeiro encontro, Julianeli Tolentino apresentou as planilhas com o impacto e as mudanças na operação dos setores administrativos, que foram divulgadas na sexta-feira (28), juntamente com a nota oficial sobre as medidas adotadas pela Universidade. Os horários de atendimento ao público em alguns setores passaram por ajustes, entre os quais a Pró-Reitoria de Ensino (Proen), a Superintendência de Gestão de Pessoas (SGP) e as unidades do Sistema de Bibliotecas (Sibi), exceto no Campus Salgueiro, onde o horário permanece o mesmo.

O reitor lembrou que em 2015, por ocasião do contingenciamento de recursos do governo federal, a Univasf precisou empregar medidas semelhantes às que estão sendo adotadas agora, incluindo a redução do número de técnicos terceirizados. 

Estes postos de trabalho foram recompostos nos anos seguintes. O bloqueio orçamentário deste ano, da ordem de R$ 11,2 milhões em recursos de custeio, levou a Univasf, novamente, a tomar medidas drásticas com o objetivo de preservar suas atividades-fim. “Este bloqueio representa um terço do que precisaríamos para nossas atividades durante o ano”, destacou o reitor. Entretanto, se houver o desbloqueio do orçamento, as medidas anunciadas serão revistas.

O público presente apresentou suas dúvidas sobre as medidas implementadas. Entre as perguntas mais frequentes, feitas por estudantes, TAEs e docentes destacam-se os cortes nos postos terceirizados, o funcionamento dos setores afetados após essa medida, entre eles os Restaurantes Universitários (RUs), o Hospital Veterinário Universitário (HVU) e o Centro de Estudos e Práticas em Psicologia (CEPPSI), e o diálogo com o MEC pela recomposição do orçamento.

Julianeli Tolentino informou que diversas reuniões já aconteceram com o ministro da Educação Abraham Weintraub e com a equipe do MEC, tendo havido a entrega de documentos que formalizam o pedido de recomposição do orçamento determinado pela Lei Orçamentária Anual (LOA) para a Univasf. Também disse que tem participado de outras reuniões com parlamentares das bancadas de Pernambuco, Bahia e Piauí, no sentido de sensibilizá-los na defesa do patrimônio da Universidades Federais, em especial da Univasf.

O pró-reitor de Orçamento e Gestão, Antonio Pires Crisóstomo, fez esclarecimentos sobre os empenhos já realizados este ano pela Univasf e sobre os esforços da Universidade para recompor o orçamento. 

“O MEC assegurou que os recursos para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) não seriam afetados, mas a Univasf também aporta recursos próprios para as ações de assistência estudantil. A Universidade destina recursos próprios para vários projetos. E a gente não tem mais como aportar esses recursos”, afirmou.

A reunião foi encerrada pelo reitor Julianeli Tolentino ressaltando o compromisso com a manutenção dos serviços da Universidade até o final do ano. Ele lembrou o trabalho de qualidade que a Instituição vem desempenhando e destacou setores como o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), a Secretaria de Educação a Distância (SEaD), o Hospital Universitário (HU-Univasf) e o CEPPSI. 

“Conto com a comunidade acadêmica de forma coletiva para disseminar essas informações e para que sejam feitos questionamentos aos nossos representantes pela preservação do patrimônio público, que são as Universidades Federais e os Institutos de Federais de Educação”, concluiu.
Nenhum comentário

Bolsonaro quer aprovar o Projeto de Lei que regulamenta a demissão de servidores públicos federais

A redação do Blog NEY VITAL, apurou com exclusividade que foi realizado hoje (2), em Brasília, uma audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Sociais. O tema tratado foi o Projeto de Lei que regulamenta a demissão de servidores públicos concursados e estáveis por insuficiência de desempenho no trabalho  

O Projeto é uma das metas do Governo Bolsonaro para 2020.  Entre as ações para que o objetivo seja alcançado está uma novidade, fontes do governo federal afirmaram ao Blog que está em estudo a possibilidade de realizar demissões justificadas nas empresas estatais.

O Secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, garantiu que essa iniciativa integrará um conjunto de medidas que alinhem os incentivos profissionais do serviço público ao seu objetivo principal, que é atender as necessidades da sociedade. Identificar pontos fortes e fracos e tratá-los de acordo, segundo ele, garantirá bem-estar e motivação aos servidores.

"A razão de existir do Estado é a prestação de serviços para a população. Só vamos conseguir se tivermos um sistema de gestão de desempenho eficiente, justo, sólido, que mostre para as pessoas onde elas precisam se aprimorar, que reconheça os servidores de excelência e responsabilize aqueles que não têm o mesmo comprometimento", declarou o secretário.

Representantes de servidores disseram na audiência que o PLS 116 é um risco para a integridade do serviço público, além de trazer vícios formais insanáveis. Para o presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), João Gomes dos Santos, o projeto "terá consequências inimagináveis” se for aprovado.

O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Gilberto Cordeiro lembrou que o Estatuto dos Servidores Públicos (Lei 8.112, de 1990) já regulamenta a possibilidade de demissão de servidores — a lei não fala, no entanto, em demissão por insuficiência de desempenho.
Nenhum comentário

Suspeito de cometer duplo homicídio em Petrolina é preso em São Paulo

De acordo com a Polícia Civil, Bartolomeu Cerqueira de Amorim atirou em três pessoas, no bairro Atrás da Banca. Duas vítimas morreram e uma ficou paraplégica.

O suspeito foi levado para a delegacia em São Paulo e será encaminhado até o Centro de Detenção Provisória (CDP), também em São Paulo. Ele ficará à disposição da Vara do Tribunal do Júri de Petrolina.


Um homem foi preso nesta terça-feira (2) em São Bernardo do Campo-SP suspeito de matar duas pessoas em Petrolina, no Sertão de Pernambuco no ano de 2013.

Nenhum comentário

Irmã e sobrinho do Padre Vaqueiro, João Câncio, criador da Missa do Vaqueiro vivem em Petrolina

A Missa do Vaqueiro, na cidade de Serrita, a 535 quilômetros do Recife para o ano completará meio século. Em sua 49° edição, a festa traz o sagrado e o profano, preservando assim as tradições, a cultura e a fé do povo sertanejo.

Este ano completa 30 anos de morte do Padre João Câncio. Ele juntamente com Luiz Gonzaga e o poeta Pedro Bandeira idealizaram e criaram a Missa do Vaqueiro de Serrita, Pernambuco. O poeta cantador de viola Pedro Bandeira é o que está vivo e mora em Juazeiro do Ceará.

Em Petrolina a reportagem do Blog Geraldo José, com exclusividade, encontrou parte da história que deve ser contada, e está no sangue (DNA) dos fatos que se tornaram páginas que as novas gerações precisam conhecer. 

Trata-se da irmã de João Cancio, dona Maria Helena Santos Costa e de Fabricio Alex Santos Costa, sobrinho. Eles moram em Petrolina e são testemunhas do tempo vivido por um João, que se tornou, Padre, casou e se tornou quase lenda nos sertões. Padre João Câncio foi o fundador da Pastoral dos Vaqueiros.


Detalhe: na capa do disco LP 1988, Missa do Vaqueiro,  consta Fabricio presente no altar em Serrita durante a última participação de Luiz Gonzaga na missa. Entre os celebrantes estava o bispo emérito de Petrolina, Dom Paulo Cardoso.

Uma autêntica e histórica reunião de vaqueiros contada através de canções que homenageiam e retratam a coragem, a força e a fé do homem sertanejo. É assim que pode ser definida a Missa do Vaqueiro. 

Todavia, nascida em 30 de abril de 1946, Maria Helena vai logo afirmando: "História que tem muitas páginas mal contadas", ri Helena, no vigor da alegria e da memória que guarda os fatos.

Na família ela é a única mulher. Além de Maria Helena vivem Daniel, Antonio e Avelino. Luiz já faleceu. "João me chamava de "Neguinha".

"Lembro quando meu irmão resolveu ser Padre e entrar no seminário. Foi uma surpresa. Tenho lembranças da primeira Missa do Vaqueiro de Serrita e das conversas entre Luiz Gonzaga e meu irmão. Eles queriam justiça pela morte do vaqueiro Raimundo Jacó, assassinado. Com o passar do tempo tudo foi se modificando, esquecendo o lado cultural, o protesto e de fé da missa", revela, Maria Helena.

Enquanto foi Padre, João foi da ala progressista ligada a igreja. Atuante na região João Cancio contribui para fortalecer o nome do sertão. "Infelizmente vim tomar conhecimento que escreveram a biografia dele pelas redes sociais, não consultaram a família".

Fabricio faz referência que ao contrário do que ocorre agora durante as homenagens do 30 anos de morte do Padre João, a biografia escrita pelo jornalista Machado Freire, com o título, João Cancio-a saga do Padre Vaqueiro, esta sim, o autor manteve contato com a família. "Uma das ideias do meu tio era que durante a semana da Missa do Vaqueiro fosse realizado seminário, palestras para fortalecer e valorizar cada vez mais o lado cultural e da história", conta Fabricio.

Maria Helena revela que o seu irmão João Cancio exerceu também  a função de diretor do Colégio Dom Bosco de Petrolina e do Colégio Barbara de Alencar, em Exu, Pernambuco.

Os restos mortais do Padre João Cancio encontra-se no Cemitério Campos das Flores, em Petrolina.

A Missa do Vaqueiro, um dos maiores eventos culturais dos Sertões, tem sua origem na história de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso que, segundo a história, foi assassinado numa emboscada por um desafeto da profissão. 

A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi definitivamente consagrada pelo canto e voz  de Luiz Gonzaga. 

O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou a música “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Os versos da música foram feitos em 1957 por Nelson Barbalho durante uma conversa com Luiz Gonzaga, que lhe contou sua vontade de prestar uma homenagem ao primo e a dificuldade por sempre se emocionar quando pensava na história. 

Por volta de 1974, Luiz Gonzaga solicitou ao amigo Janduhy Finizola, em frente a centenas de vaqueiros, que criasse uma música especialmente para a missa. Nem um pouco intimidado, Janduhy declarou que não faria uma, mas sim todas as músicas, todas seguindo a estruturas dos ritos da igreja, tendo sempre como protagonistas o vaqueiro e a religião.

Das nove canções, apenas três foram gravadas por Luiz Gonzaga. Mas, em 1976 todas as composições foram gravadas, com a liberação do Rei do Baião e Janduhy, e então Quinteto Violado, que estava em início de carreira, grava.

"Tenho história para contar o ano inteiro", finalizou dona Maria Helena.
Nenhum comentário

Bahia: Espadeiros protestam em defesa da guerra de espadas em Senhor do Bonfim

Espadeiros, estudantes e representantes de movimentos sociais protestaram em defesa da guerra de espadas na segunda-feira (2), em Senhor do Bonfim, cidade no norte da Bahia. A manifestação ocorreu no centro da cidade.

O grupo também cobrou respostas da Justiça para o caso da jovem que perdeu a visão de um dos olhos em uma ação policial contra espadeiros, no último 23 de junho, em Senhor do Bonfim.

Este ano, uma decisão judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou a proibição. Ainda assim, grupos de espadeiros resistiram à determinação e a Polícia Militar agiu. Na ocasião, houve confronto e feridos, entre elas Fabíola Cardoso. Ela foi atingida no olho por bala de borracha disparada pelos policiais.

Fabíola estava internada no Hospital da Restauração no Recife, foi transferida para o Hospital Altino Ventura, também em Recife, que é especializado. Ela passou por cirurgia teve o globo ocular do olho esquerdo retirado e perdeu a visão. Ela recebeu alta mas continua na capital pernambucana onde está sendo acompanhada pelos médicos para avaliar a possibilidade de colocação de uma prótese.

"É frustrante uma jovem com todo futuro pela frente perder a visão", lamentou Hortência Cardoso, prima de Fabíola.

A PM informou que usou técnicas e estratégias militares para agir dentro da legalidade e cumprir a decisão judicial que proíbe a guerra de espadas. Disse ainda, que orientou os cidadãos que se sentiram prejudicados a procurarem o Ministério Público da Bahia, a ouvidoria do governo ou a corregedoria da Polícia Militar.

O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão de uma liminar que proibia a tradicional guerra de espadas na cidade de Senhor do Bonfim no dia 19 de junho. A medida foi tomada pelo ministro Luiz Fux.

No documento, ele repetiu uma decisão da ministra Carmen Lúcia, tomada em maio de 2018, que fala sobre o risco de morte dos praticantes da guerra de espadas.

O pedido de suspensão da liminar foi feito pela prefeitura da cidade, que alegou que a proibição prejudica a economia do município, porque implica diretamente na redução das receitas e na diminuição do turismo no período dos festejos juninos.

No entanto, a decisão do ministro Fux diz que há ausência de plausibilidade na alegação. A mesma avaliação já havia sido feita pela ministra Carmen Lúcia no ano passado.

No começo deste mês, a decisão de proibir a guerra de espadas já havia sido recomendada pelo Ministério Público Estadual da Bahia (MP-BA). A competição com fogos de artifício foi suspensa pelo terceiro ano seguido.

Em 2003 foi instituído o Estatuto do Desarmamento e a proibição da guerra de espadas se baseou no Artigo 16, que trata da posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Desde então, o Ministério Público acompanha a situação da guerra de espadas.

A partir de 2015, o órgão estadual expediu recomendações com restrições sobre as espadas. A proibição da tradicional "guerra de espadas" já havia sido determinada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em 2017, após ser considerado um pedido feito pelo MP-BA.

Já em 2018, o Ministério Público Estadual recomendou ao município de Senhor do Bonfim, que não promova ou coopere com a soltura da guerra de espadas, prática onde fogos de artifício, semelhantes a pequenos foguetes, são utilizados como espadas.

As cidades que recebem mais atenção são Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Santo Antônio de Jesus, Sapeaçu, Muritiba, Cachoeira, Nazaré das Farinhas, Muniz Ferreira, São Felipe, São Félix, Castro Alves e Campo Formoso. Nestes lugares, a cultura da guerra de espadas é muito forte.

Fonte: TV São Francisco

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial