SEMANA PADRE CICERO DESTACA OS 174 ANOS DE NASCIMENTO DO PADIM DOS NORDESTINOS

A 36ª Semana Padre Cícero, evento realizado pela Prefeitura de Juazeiro do Ceará, sob a coordenação da Secretaria de Turismo e Romarias que neste ano de 2018 comemorará os 174 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista, foi aberta hoje, dia 20 de março, no auditório da Fundação Memorial Padre Cícero.

A programação da Secult inclui ainda feira de artesanato, visitas mediadas à exposição “Padre Azarias Sobreira: o Padim de meu Padim”, II Mostra de cinema “Luz das Artes” e o seminário “Lira Nordestina: Diagnósticos e Atualizações”, este último, realizado em parceria com a Universidade Regional do Cariri (Urca) e Geopark Araripe.

A programação que a Secretaria de Cultura oferece durante toda a Semana Padre Cícero serve para a valorização da história de Juazeiro do Norte, através de relevantes debates acerca da memoria histórica e cultural que gira em torno da  imagem do seu fundador. Toda a programação será gratuita e está disponível para consulta no site www.juazeiro.ce.gov.br.
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AGRICULTOR E A ESPERANÇA DE CHUVA NO DIA DE SÃO JOSÉ, 19 DE MARÇO

O 19 de março é celebrado com esperança em todo o Sertão nordestino. Neste dia, a fé por São José se renova na forma de orações e pedidos de chuva. Reza a tradição que, se chover na data, a colheita será farta. Apesar da estiagem em quase toda a região, o sertanejo segue inabalável e investe na plantação.

A crença sertaneja de que a chuva no dia de São José é um prenúncio de bom inverno está diretamente ligada a um fenômeno meteorológico. Neste momento do ano, os raios solares estão mais próximos da Linha do Equador, atingindo o Nordeste com maior intensidade, o equinócio, fenômeno astronômico que leva dia e noite a terem a mesma duração, ocorre entre os dias 19 e 21 de março. Neste ano, a previsão de chuvas está dentro da normalidade, com água suficiente para a lavoura.
 
São José também é padroeiro de outras cidades sertanejas - Bodocó, Custódia, Dormentes, Ingazeira, São José do Belmonte e São José do Egito. No Agreste, compõem a lista Angelim, Bezerros, Brejo da Madre de Deus, Capoeiras, Feira Nova, Frei Miguelinho, Surubim, Venturosa e Vertentes. Na Zona da Mata, as cidades de Água Preta, Amaraji, Chã Grande, Joaquim Nabuco, Rio Formoso, São José da Coroa Grande e Carpina têm o santo como protetor.

Foi o papa Pio IX quem nomeou São José padroeiro universal da Igreja em 8 de dezembro de 1870. Sucessivos pontífices instituíram o 1º de maio como de homenagem, graças ao seu ofício de artesão. Também foi escolhido como padroeiro da boa morte. Muito antes, no século 9, o escritor irlandês Felire de Oengus já celebrava o santo. Em 1479, a festa de São José passou a aparecer no calendário romano em 19 de março.

A devoção também foi encabeçada por São Francisco de Assis e Santa Teresa d’Ávila. Em 1889, o papa Leão XIII o elevou como próximo da Virgem Maria e o papa Bento XV o declarou patrono da justiça social. Segundo as escrituras, José teve Maria por esposa, da qual, por virtude do Espírito Santo, nasceu Jesus. "Decobriu que Maria estava grávida e aceitou, mesmo sabendo que o filho não era dele. Não a denunciou e a acolheu. Foi um homem humilde e extremamente humano. Cuidou de Jesus como se fosse seu filho", ressaltou padre Lenildo Santana, da Igreja de São José, em Olinda.


 Fonte: meteorologista Flaviano Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Pernambuco
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HUMBERTO GESSINGER UMA MELODIA DE PAZ PARA UM DOMINGO SILENCIOSO

Ainda pouco coloquei a voz de Humberto Gessinger e Luiz Carlos Borges. Outro dia mostrei o talento de Gessinger no Programa de Rádio que apresento Nas Asas da Asa Branva-Viva Luiz Gonzaga. Lembrei dos textos dele e estou escutando Deserto Freeze neste domingo quando três lapadas de cachaça e um caju me fazem sonhar e desligo das notícias de um Brasil que teima em ser violento. Desejamos a Paz. O Equilíbrio.

Transcrevo aqui o texto de Isaias Costa quando faz um diálogo com umas das músicas, que traz uma reflexão bem interessante sobre a busca pelo equilibrio, ela se chama “deserto freezer”. A letra diz: Se é o medo que te move
não se mexa : fique onde está!
Se é o ódio que te inspira
não respire o ar viciado deste lugar!

Esta é a principal mensagem desta música. Todas as ações que tem o medo como propulsor, de uma forma ou de outra, terão um desfecho ruim, que fará mal a si mesmo e, possivelmente, a outras pessoas.

Da mesma forma que as ações pelo ódio, que sempre carregam energias negativas e levam a mais ódio.

Para os dois tipos de ação ele diz qual é o antídoto, se aquietar, parar, silenciar. Sempre que nos aquietamos, damos tempo a nós mesmos de deixar as tensões de dissolverem, a agressividade exagerada abaixar, as palavras impensadas serem caladas...

Tudo isso gera benefício para si mesmo e para os outros.

Na outra estrofe Humberto Gessinger fala sobre os extremos da nossa sociedade, que busca exageros de felicidade, e quem não consegue essa felicidade, acaba exagerando na tristeza, na solidão. Infelizmente, a maior parte das pessoas tem dificuldade de dosar as emoções, atingindo o equilíbrio.

Nesse deserto freezer
carnaval e solidão andam lado a lado
em perfeito estado de conservação
É um navio fantasma, um cemitério de automóveis
É um deserto freezer, 0 kelvin, perfeição

E no refrão ele fala sobre o medo que as pessoas têm e que nasce do medo da escuridão.

Essa passagem é genial, pois mostra que todos nós temos luzes e sombras em nossa interioridade, e quanto mais medo temos das nossas sombras, mais elas se tornam terríveis e densas.

O tempo todo precisamos trabalhar nossas emoções para que as sombras não obscureçam a luz interior. O autoconhecimento é fundamental nesse processo, e nesta música bem curta, o Gessinger nos faz refletir sobre tudo isso.

Nossa sociedade está vivendo nesse deserto freezer, buscando extremos em tudo, e esquecendo que o equilíbrio não é tão dificil de ser alcançado, basta se aquietar, basta silenciar, basta respirar fundo e encontrar as respostas no lugar onde elas realmente estão, no coração pacificado. Um coração pacificado encontra todas as respostas, mesmo que algumas situações sejam dolorosas, mas encontra.

Reflita sobre a letra dessa música, e viva em paz, essa paz que lhe proporcionará um clima temperado, com estações regulares e alegria de viver todos os momentos…

Fonte:  Isaias Costa-Blog
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VALDI GERALDO, O NEGUINHO DO FORRÓ, EXU ALEGRIA BELEZA E SERTÃO

Sempre é bom lembrar: o grande celeiro de Luiz Gonzaga foi, até o final da carreira, o Nordeste. A cada viagem que fazia pela região descobria um compositor. Em Caruaru, foram Onildo Almeida e Janduhy Finizola; em Sumé, Paraíba, José Marcolino; em Pesqueira, Nelson Valença. Campina Grande, Rosil Cavalcanti.

E em Exu, na sua terra, Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró é músico, compositor de quem Luiz Gonzaga gravou a música "Nessa Estrada da Vida" em 1984 no disco, Long Play, Danado de Bom. Neguinho do Forró é um desses talentosos compositores que contribuiram com o reinado de Luiz Gonzaga. 

Valdi é compositor do sucesso da música Nessa Estrada Vida, em parceria com Aparecido José. Ao ouvir a música Luiz Gonzaga teve paixão de primeira, tarimbado, o Lua, sabia quando estava diante de uma riqueza musical, viu que melodia, ritmo e harmonia são frutos do seu Reinado. Gravou. Hoje é uma das músicas mais interpretadas no cancioneiro brasileiro. Recebeu regravações de Dominguinhos, Jorge de Altinho, Waldonis, fiéis discípulos do Rei do Baião.

Com a morte de Luiz Gonzaga, em agosto de 1989, foi também em Valdi Geraldo que o Gonzaguinha, o poeta da resistência, que por centenas de vezes caminhou nas estradas, visitando lugares e construindo sonhos no pé da serra do Araripe pensando em concretizar o projeto do Parque Asa Branca. 

Desde 1999, quando conheci, Valdi Geraldo em Exu, tenho o maior respeito e admiração por este artista. Homem de Bem. Alma de cantador. Ele, não vive comercialmente da música, é funcionário do Ministério da Saúde. Em 2012 lançou um CD, Alegria e Beleza do Sertão, uma das composições mais belas da música brasileira, que se junta a larva criativa do poeta, diga-se, um dos mais humildes, ou seja, sabe tratar o povo mais simples, assim como tanto pedia Luiz Gonzaga.

Valdi Geraldo está marcado para a eternidade e o Brasil poderia ainda em Vida ser mais grato pela trajetória desse cantor e compositor. Caruaru, Pernambuco, através do pesquisador Luiz Ferreira souberam valorizar o artista e ele, em 2014, recebeu o título troféu Orgulho de Caruaru.

Luiz Gonzaga é citado por todos os compositores como um mestre na arte de sanfonizar as canções. Sanfonizar é um termo criado pelo próprio Luiz Gonzaga. O pesquisador José Teles, afirma que a maioria dos seus parceiros de Luiz Gonzaga não escondem que cederam parceria para o Rei do Baião, porém, geralmente, suavizam a revelação com um argumento: ninguém interpretaria a composição igual a ele. Ou ressaltam o talento de Gonzagão para “sanfonizar” as composições – ou seja, como usava seus dons de arranjador para enriquecê-las.
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IVAN FERRAZ E A JUVENTUDE NO FORRÓ

Figura de resistência do forró pé de serra em Pernambuco, Ivan Ferraz comandará uma festa neste sábado (17), às 15h, no Espaço Cultural Dominguinhos, localizado nas dependências da Associação dos Servidores da Sudene, no bairro do Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife. O show do músico vai contar com a participação de Jota Michiles e os sanfoneiros e forrozeiros Diego Reis, Forró Xinela Rasgado e Ari de Arimatéia. O evento será uma celebração tripla: os 72 anos de idade do músico, os seis anos de existência do Espaço e o lançamento do clipe Juventude no forró, disponível no YouTube.

"Criei o Espaço ao lado de Dominguinhos. Nos reunimos lá todo sábado, é uma ajuda para artistas talentosos que estão começando. Coincidentemente, o evento de aniversário do local será no mesmo dia que o meu (risos)", explica Ferraz. Apesar da idade avançada, o músico revela que ainda tem "muita coisa para fazer". "Nós sempre temos que lutar por objetivos todos os dias. Continuarei defendendo a música", conta o artista, que também se apresentará no mesmo palco que Lene Rodrigues, Edinho Queiroz, Deivinho Sanfoneiro e Raphael Queiroz.

O show de Ivan para o evento leva o mesmo nome da composição do pernambucano Brito Lucena: Juventude no forró. O artista lançou um clipe homônimo nesta segunda-feira (12), com produção de alunos de Rádio e TV da Faculdade Senac. "Acho o tema da juventude muito forte, é a gente convocando a juventude para defender nosso forró pé de serra", diz.

"A a gente não tiver a juventude do nosso lado, fica muito difícil. A juventude é importante em qualquer movimento, são pessoas com ideias novas", continua. Ele relembra o disco O canto jovem de Luiz Gonzaga, em que o Mestre Luz regravou músicas de jovens daquela época.

Fonte: Diário de Pernambuco


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PROGRAMAÇÃO FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS 2018

O Festival Viva Dominguinhos teve a quinta edição lançada no palácio Celso Galvão, sede do Governo Municipal de Garanhuns. O evento vai acontecer entre os dias 19 a 21 de abril, com a presença de grandes nomes da música nacional que se apresentarão em dois palcos com shows diurnos e noturnos. 

Além disso, serão realizados projetos especiais que envolvem a comunidade escolar, pintura de mural, Caminhada do Forró e Workshop para Sanfoneiros. Toda a programação é gratuita.

O evento será transmitido pela Rede Globo Nordeste. Confiram a Programação:


PRAÇA MESTRE DOMINGUINHOS 
19/04 - QUINTA-FEIRA: MOURINHA DO FORRÓ, QUINTETO VIOLADO, SANTANA, JORGE DE ALTINHO

20/04 - SEXTA-FEIRA: FORRÓ CULÉ DE XÁ, ANDRÉA AMORIM E ORQUESTRA GOLDEN HITS , MARIANA AYDAR E MESTRINHO, DORGIVAL DANTAS, WALDONYS

21/03 - SÁBADO  KIARA RIBEIRO, MARINA ELALI,FAGNER, ALCYMAR MONTEIRO


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FAUSTO LUIZ MACIEL, HISTÓRIAS DO ZABUMBEIRO PILOTO, SOBRINHO DE LUIZ GONZAGA, NETO DE JANUÁRIO

Ninguém conhece melhor o artista do que os músicos que o acompanham. São eles que vivem o dia a dia, enfrentam os bons e maus humores do artista.

Imaginem então, o músico sendo um sobrinho. Fausto Luiz Maciel, conhecido por Piloto é filho de Muniz, irmã de Luiz Gonzaga. É um desses músicos privilegiados que conviveram dia a dia os mistérios do Rei do Baião.

Piloto começou a acompanhar o tio Luiz Gonzaga no ano de 1975. Bom ritmista, tocou zabumba e sua primeira gravação com o tio foi no disco Capim Novo, em 1976. Participou de inúmeros trabalhos e viagens lado a lado com Luiz Gonzaga como zabumbeiro, motorista e secretário. 

A partir de 1980 seguiu acompanhando Luiz Gonzaga em todos os seus trabalhos, até o ano de seu falecimento, em 1989. Piloto atualmente mora em Petrolina Pernambuco.

O zabumbeiro é irmão de Joquinha Gonzaga, cantor e sanfoneiro, que também acompanhou o tio nas andanças por este Brasil afora.

Piloto conta que conheceu todos os grandes cantores da época, citando Jackson do Pandeiro, Ari Lobo, Abdias, Sivuca, Dominguinhos, Lindu e Marines.  Teve momentos de muitos aprendizados e viu muitos fatos e acontecimentos na carreira do tio, Luiz Gonzaga.  “A gente brigava muito. Eu era perguntador e ele respondão. Com tio Gonzaga não tinha por favor. Era mandão mesmo".

Quando ia gravar um dos últimos discos, eu quis viajar logo para o Rio de Janeiro  com ele, que me pediu que ficasse em Exu, quando precisasse, mandava a passagem e eu iria. Avisei que fizesse isto com antecedência, porque não ia às pressas. E foi o que aconteceu. João Silva me ligou dizendo para eu pegar o ônibus que a gravação ia começar tal dia. Estava muito em cima, respondi que eu não iria. E não fui”. 

Revela hoje que os arroubos faziam parte da idade e uma certa imaturidade e dificuldade de compreender o humor do tio, que "pela manhã estava feliz, no meio dia calado e á noite ninguém perguntasse duas vezes". "Mas houve momentos de muitos abraços e declarações de amor. Bons momentos de felicidades".

Piloto conta que Mais do que somente historias das andanças do Rei do Baião, o que se revela e até hoje é um mistério: Luiz Gonzaga era complexo, de mudança bruscas de temperamento, centralizador, sempre, autoritário quase sempre,  mas que em certos momentos podia ser inesperadamente humilde e gentil. "Gilberto Gil disse que os gênios são assim, e isto revela o ser humano que era meu tio Luiz Gonzaga. Um gênio".

O jornalista José Teles, escreveu, que de todos os que trabalharam com Luiz Gonzaga, Piloto foi o único que não agüentava em silêncio os arroubos de mau humor do tio.

Motorista e zabumbeiro, Piloto foi também empresário de Luiz Gonzaga. Ele afirma que durante os anos que conviveu com Gonzagão testemunhou “coisas incríveis”; “Ele foi mal assessorado quase a carreira toda. Os amigos se aproveitavam. Ele não tinha visão de dinheiro. Às vezes fazia show em clube lotado, e o empresário dizia que deu prejuízo. Quando Gonzaguinha assumiu a carreira dele, tio Gonzaga teve sua fase de profissional. 

Passou a receber cachê adiantado. Mas até aí ele não podia, por exemplo, ver um circo. Parava e fazia o show dividindo a renda com o dono, as vezes dava toda renda a ele, quando o circo estava com muita dificuldade. Uma vez cismou de comprar uma Kombi a álcool, ninguém conseguiu convencer ele sobre as desvantagens, da instabilidade, nada. Quando ele queria, tinha que ser. E assim foi”.

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