Poeta Zé Marcolino e uma Saudade Imprudente

A morte gosta de se meter aonde não é chamada! É a expressão do saudoso poeta Manoel Monteiro. Uso a expressão do poeta para revelar a saudade e celebração dos 30 anos de morte do José Marcolino.

Pela sua importância na história da música brasileira, o Poeta Zé Marcolino merecia mais de atenção das entidades culturais do Governo Federal e Estadual. Um disco-tributo, com suas principais composições, um Memorial, um Seminário...são algumas das sugestões de gestos de gratidão e valorização da cultura brasileira.

No dia 20 de setembro de 1987 a voz de José Marcolino Alves silenciava por ocasião da morte causada de acidente de carro próximo a São José do Egito, Pernambuco.

Em Sumé, na Paraíba, Zé Marcolino veio à luz no dia 28 de junho de 1930. Venceu os obstáculos da vida simples e quando teve oportunidade deixou o Rei do Baião...digamos assim:  "bestim com tamanha genialidade. Música, ritmo, harmonia tudo pronto".

Prova de tamanha genialidade é o LP, o disco Ô Véio Macho, de 1962, tem Luiz Gonzaga interpretando as composições que José Marcolino lhe mostrou em Sumé: Sertão de aço, Serrote agudo, Pássaro carão, Matuto aperriado, A Dança do Nicodemos e No Piancó. Estes seriam os  forrós de Zé Marcolino gravados  pelo Rei do Baião. Ele interpretaria várias outras, entre as quais as antológicas Numa Sala de reboco e Quero chá.

Zé Marcolino participou da turnê de divulgação do LP Veio Macho, viajando de Sul a Norte do País com Luiz Gonzaga, no entanto, a saudade da família e suas raízes sertanejas foram mais fortes. Depois de um show no Crato, Ceará,  ele tomou um ônibus até Campina Grande e de lá foi para Sumé, de onde fretou um táxi para a Prata, onde morava.

Com o sucesso de suas canções cantadas por vários artistas (Quinteto Violado, Assisão, Genival Lacerda, Ivan Ferraz, Dominguinhos, Fagner, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Mastruz com Leite e tantos outros nomes da música brasileira), é atualmente Zé Marcolino um dos mais talentosos compositores da música brasileira de todos os tempos.

Somente em 1983, produzido pelos integrantes do Quinteto Violado, Zé Marcolino lançou seu primeiro e único, hoje fora de catálogo, LP Sala de Reboco (pela Chantecler). Um disco que está merecendo uma reedição em CD, assim como também seu único livro, necessita uma reedição.

No citado disco Véio Macho, com seis músicas de Marcolino, ele toca gongue. No LP A Triste Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e Cantiga de Vem-vem.

Zé Marcolino morou em Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra Talhada, Pernambuco. Inteligente, bem-humorado, observador,  Zé Marcolino tinha os versos nas veias como a caatinga do Sertão.

 Zé Marcolino casou com Maria do Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba.

É José Marcolino, um dos nomes mais valiosos da música brasileira. Tenho dito...
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Busca de segurança faz condomínios fechados ser uma opção de moradia em Petrolina e Juazeiro

Os condomínios fechados oferecem um novo modelo residencial. Com garantia de mais seguranças e câmeras estes condomínios  representam uma nova tendência no mercado imobiliário. Petrolina, Juazeiro e região seguem esta tendência.

O Gestor Imobiliário, Aldizio Barbosa diz que em várias regiões do Brasil esse tipo de condomínio já é uma realidade para investidores e para inúmeras famílias e até mesmo para que deseja morar sozinho. A maioria tem sistema próprio de segurança, com acesso restrito.

Aldizio acredita que essa tendência aumenta na região. Segundo ele a segurança é a principal vantagem dos condomínios em relação às casas de rua.

Enquanto as cidades crescem desordenadamente até o esgotamento de seus espaços e de sua infraestrutura, vendemos condomínios configurados para proporcionar conforto a seus moradores, sem distanciá-los de todas as vantagens da vida urbana e de lazer.

"A busca pela qualidade de vida é uma constante. Segurança, privacidade são garantias para todos que optam por comprar e morar nesta nova tendência, os condomínios fechados", finalizou Aldizio Barbosa
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Serrita: Missa do Vaqueiro. Simbolismo de Fé. Rezas de Sol e Gratidão

Enfim, compreendi que a história vem se tecendo com a força da própria vida. E por isto, disse o cantador Virgilio Siqueira, daí não ser possível guardar na própria alma a transbordante força de uma causa. Daí não ser possível retornar, afinal, a gente nem sabe ao certo se de fato partiu algum dia...

Participei do Seminário Cariri Cangaço e da Missa do Vaqueiro de Serrita, entre os dias 20 a 23 de julho. Encontro de amigos. Encontro de irmãos na Fé. Missão de Resistência, Valorização Cultural: Lá de Jijoca de Jericoacoara-Ceará Padre Fábio Mota. Helena Cancio, Rafael Lima. Zé Nobre, Kydelmir,  Paulo Vanderley. Marlinda Freitas, Maria Oliveira, Ana, amigos de Poço Redondo-Sergipe. Abraçar amigos de dezenas de Estados onde Luiz Gonzaga plantou uma voz de harmonia...e mais um reencontro com o poeta violeiro Pedro Bandeira. Pedro Bandeira, o poeta cantador é o único que ainda vive e participa do evento desde a primeira edição da Missa do Vaqueiro de Serrita.

Cada arte emociona o ser humano e maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

A viagem dessa vez foi o destino Serrita, Pernambuco, município próximo a Exu, terra onde nasceu Luiz Gonzaga. Em Serrita, no sítio Lages, um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Logo os amigos abalados pela atrocidade criam a Missa do Vaqueiro. Luiz Gonzaga, Pedro Bandeira, João Cancio usaram a música para advertir, alertar sobre a natureza subversiva de um crime: desigualdade social, injustiça social...até hoje o simbolismo é de pedir justiça social e igualdade, fraternidade e paz.
 
Com a poesia do compositor Janduhy Finizola ao gosto do estilo e do povo desde 1971 é cantada a Missa do Vaqueiro, ato de Fé na cultuação de Raimundo Jacó.

Serrita durante um final de semana torna-se a Capital do Vaqueiro. Forró e uma gastronomia ao sabor do milho, umbuzada, queijo e carne de sol. Aproveito e saboreio uma lapada de cachaça com caju antes da missa iniciar.

Serrita enche os olhos e coração de alegria e reflexões. O poeta cantador de Viola se faz presente ao evento e o peso dos seus mais de 80 anos ilumina com uma mágica leveza rimas e versos nos improvisos da inteligência. Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas.

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo, um Jesus Sertanejo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção é que sinto na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros:
“Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos.


A Missa do Vaqueiro serve para alimentar nossa alma e nossa identidade mais brasileira. Aliás ouvi de um vaqueiro história que fiquei emocionado: de acordo com ele o aboio é um canto mágico espiritual.

E aqui um assunto místico: quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou está esticado um couro, é comum o gado bater as patas dianteiras no chão e chorar o sentimento pelo “irmao” morto. O boi derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos, como só acontece nos sertões do Nordeste!


Assim eu escutei e aqui reproduzo...
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Fausto Maciel, o Piloto, tocador de zabumba é sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário

Fausto Luiz Maciel, conhecido por Piloto participou entre os dias 20 a 23 de julho do Seminário Cariri Cangaço 2017 realizado em Exu, Penambuco e na oportunidade conversamos com o sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário.

"Piloto" é filho de Muniz, irmã de Luiz Gonzaga, nascido no Crato,  Ceará, começou a acompanhar Luiz Gonzaga no ano de 1975.  Exímio tocador de sanfona sua primeira gravação com o tio foi no disco Capim Novo, em 1976. Participou de inúmeros trabalhos e viagens do tio como zabumbeiro, motorista e secretário. A partir de 1980 seguiu acompanhando Luiz Gonzaga em todos os seus trabalhos, até o ano de seu falecimento, em 1989. Atualmente mora em Petrolina/PE.

Piloto é irmão de Joquinha Gonzaga, cantor e sanfoneiro.

Conta que conheceu todos os grandes cantores da epoca, citando Jackson do Pandeiro, Ari Lobo, Abdias e Marines.  Tive momentos de muito aprendizado e vi muitos fatos e acontecimentos na carreira do meu tio.  “A gente brigava muito. Eu era perguntador e ele respondão. Com tio Gonzaga não tinha por favor; Era leve isto no Recife, dava o roteiro, de ida e volta. Eu sempre tinha uma resposta na ponta da língua".

Quando ia gravar um dos últimos discos, eu quis viajar logo para o Rio de Janeiro  com ele, que me pediu que ficasse em Exu, quando precisasse, mandava a passagem e eu iria. Avisei que fizesse isto com antecedência, porque não ia às pressas. E foi o que aconteceu. João Silva me ligou dizendo para eu pegar o ônibus que a gravação ia começar tal dia. Estava muito em cima, respondi eu não iria. E não fui”.

Revela hoje que os arroubos faziam parte da idade e uma certa imaturidade e dificuldade de compreender o humor do tio. "Mas houve momentos de muitos abraços e declarações de amor. Bons momentos e felicidades".

Motorista e zabumbeiro, Piloto afirma que durante os anos que conviveu com Gonzagão testemunhou “coisas incríveis”; “Ele foi mal assessorado quase a carreira toda. Ele não tinha visão de dinheiro. Às vezes fazia show em clube lotado, e o empresário dizia que deu prejuízo. Quando Gonzaguinha assumiu a carreira dele, tio Gonzaga teve sua fase de profissional. Passou a receber cachê adiantado".

 Piloto revela que até o final da vida Luiz Gonzaga não podia, por exemplo, ver um circo. 'Lembrava sempre quando parava e fazia o show dividindo a renda com o dono, as vezes dava toda renda ao dono, quando o circo estava com muita dificuldade. Uma vez cismou de comprar uma Kombi a álcool, ninguém conseguiu convencer ele sobre as desvantagens, da instabilidade, nada. Quando ele queria, tinha que ser”.
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A triste agonia do rio São Francisco e o descaso do Governo Federal

De acordo com publicação do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a defluência do reservatório de Sobradinho, na Bahia, deverá ser elevada do nível atual, de 600 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 693 m³/s, a partir do dia 7 de agosto.

A informação foi transmitida pelos técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), após reunião de avaliação das condições hidrológicas na bacia do rio São

Francisco, promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA) e transmitida por videoconferência para os estados da bacia do São Francisco. Havia uma previsão anterior de baixa neste final de julho, para 550m³/s, que não se confirmou.

De acordo com a informação publicada “o objetivo da elevação da vazão visa garantir a manutenção do armazenamento em torno de 15% do volume útil em Itaparica até setembro e em 10% a partir de outubro. Esse patamar deve começar a vigorar na próxima segunda-feira (07 de agosto) e se prolongando até o final do mês. Enquanto isso, a defluência de Xingó, entre Alagoas e Sergipe, deverá permanecer nos 600 m³/s, devendo ser reduzida para 550 m³/s a partir de setembro.”

De acordo com as informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) “não há previsão de chuvas para a bacia nos próximos sete dias e o que se apresenta é de forte estiagem nos próximos meses.” Na próxima segunda-feira (07 de agosto) haverá nova reunião para avaliação das condições hidrológicas da bacia do chamado rio da integração nacional.

Em que pese a informação de manutenção da vazão de 600 m³/s, que vem vigorando há algum tempo na Barragem de Sobradinho, no visual a situação parece ter se agravado. Em Juazeiro, o flagrante registrado na foto da prefeitura municipal, que realiza trabalhos na estruturação da escultura do Nego D água, o Velho Chico parece cada vez mais baixo.
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Livro Luiz Gonzaga, Baião, Forró e Seca analisa os três temas mais presentes na obra do sanfoneiro

Foi lançado no dia 2 de agosto, no Memorial de Medicina de Pernambuco, o livro Luiz Gonzaga: baião, forró e seca, do pesquisador, escritor, ator e radialista Renato Phaelante.

Este trabalho tem como objetivo mostrar a relação da poesia e da música de Luiz Gonzaga e seus parceiros com sua terra, sua gente, seus costumes e tradições, em um Nordeste às vezes sofrido, às vezes alegre, cheio de surpresas e de supertições. Mas, sobretudo, de um povo forte, apaixonado e crente na capacidade e no talento de seu povo.

Renato Phaelante se debruça sobre “o que considero o grande artista brasileiro. Luiz Gonzaga foi trabalhador da música, viveu 76 anos, deixou uma vasta obra, que refletiu e cantou a cultura do Brasil continental. Luiz Gonzaga, com vários parceiros, recriou a música nordestina, coletando de cada folguedo e de cada matriz cultural, uma pedra para construir a estrada de sua trajetória, andando por esse país, levando os vários sentimentos do povo brasileiro.


 Este livro reporta com propriedade o princípio da trajetória que os artistas brasileiros percorriam nas migrações para a antiga capital do País - Rio de Janeiro, com o nascimento da Era do Rádio”.

Até a década de 1940, muito pouco se sabia a respeito da cultura nordestina no Sul e Sudeste do país. Entre os poucos artistas a representarem a musicalidade da região diante do grande público estavam João Pernambuco e Manezinho Araújo, eleito o Rei da Embolada.

O surgimento de Luiz Gonzaga por meio de programas radiofônicos de auditório, portanto, foi um grande acontecimento. O início da trajetória do futuro Rei do Baião é relembrado pelo pesquisador e escritor pernambucano Renato Phaelante no livro Luiz Gonzaga: Baião, forró e seca, cujas páginas analisam os três temas mais recorrentes na obra do forrozeiro.

Fruto de pesquisas realizadas ao longo das mais de três décadas de atuação de Phaelante na Fundação Joaquim Nabuco, a publicação esquadrinha a relação entre as canções imortalizadas por Gonzaga com a realidade do povo nordestino, seus costumes e tradições. “Ao lado de parceiros musicais como João Silva e Onildo Almeida, ele cumpriu bem o seu objetivo, o seu sonho de levar para o resto do Brasil, para o Sul do país o valor, a importância do trejeito, do sotaque e do linguajar próprio do nordestino”, pontua.

Para Phaelante, a toada-baião Vozes da seca, de 1953, é um bom exemplo dos protestos encampados pelo Rei do Baião contra o sofrimento do povo nordestino. Diz a letra: “Seu ‘doutô’, os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos ‘sulista’ nessa seca do Sertão/ Mas ‘doutô’ uma esmola a um homem que é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.

“Além de bem-feita, a música mostra a realidade da região, a coragem, a força e a capacidade do nordestino”, diz Renato Phaelante. Mais tarde, outras canções entoadas por Gonzaga reforçariam a temática, como Paraíba, Aquarela nordestina e A volta da Asa Branca.

Integrante da Academia de Música de Pernambuco e da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Phaelante é autor de livros como Fragmentos da história da Rádio Clube de Pernambuco, Compositores pernambucanos - Catálogo biográfico: Capiba é frevo, meu bem, Sátira e humor na história da MPB e O Recife na história da MPB.

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Cecilia do Acordeon e o futuro da alma sanfoneira na raiz de Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga tem sido nos últimos anos tema de trabalhos acadêmicos, e gradualmente sua obra vem sendo relida, ouvida, tocada. Durante o evento Cariri Cangaço, em conversa com os pesquisadores, Paulo Vanderley, José Nobre apontei o quanto a realização de um seminário é importante para a consolidação de valores culturais.

Nestes encontros surge a possibilidade de conhecer e  termos novos olhares. A obra de Luiz Gonzaga sempre vai renascer. No próximo dia 02 de agosto, completam-se 28 anos da partida física, a viagem para o sertão da eternidade do Rei do Baião. A menina Cecilia do Acordeon representa este novo olhar. Olhar da possibilidade do renascimento. O novo olhar para a vida e obra de Luiz Gonzaga. Cecília possui a humildade, sorriso, a grandeza dos trabalhadores e a vontade de vencer.

Cecília do Acordeon começou seu envolvimento com a Cultura participando e dançando no Reisado. Continua ainda hoje, brincando no Reisado e agora é a sanfoneira. Foi no Reisado Boi Surubim, conta Cecilia que ela teve o primeiro contato com a sanfona. "Foi a sanfona do Mestre Cícero que vi. Parecia me chamar e brilhar e eu chorei querendo ter uma e então fiquei apaixonada pelo som da sanfona".

Durante o Cariri Cangaço, que adotou Cecilia com seu talento e sorriso sincero, a criança contou que teve aulas de sanfona com o Mestre Cicero. "As primeiras notas da sanfona aprendi e ainda hoje busco mais conhecimento e não perco oportunidade de sempre aprender e estudar".

Cecília ganhou o Diploma Amiga do Cariri Cangaço e cantou puxou a sanfona:
"Sou bisneta de um mestre da cultura e nasci vendo o Surubim dançar. Ainda pequena com quatro anos de idade, da brincadeira comecei a participar, acompanhando o cortejo do reisado com alegria e amor no coração/.

Na temporada de 2014 o meu avô convidou um sanfoneiro para o reisado ficar mais animado. O povo dançou alegre no terreiro naquela noite. Fiquei encantada e nem dormi pois perdi o sono. Foi a primeira vez que vi de perto esse instrumento que se chama sanfona.

No outro dia eu estava decidida uma sanfona queria aprender a tocar. Fiquei insistindo com meu pai até que ele comprou uma sanfona pequena de brinquedo mesmo assim fazia fom fom e corri para pegar umas aulas com o mestre Cicero do Acordeon./

Depois foi preciso uma sanfona maior, mas meu meu pai não tinha dinheiro. Conseguimos com um bingo de um garrote e um encontro de sanfoneiros. Agora estou aprendendo a tocar com muito esforço e dedicação os estilos que gosto de cantar é Luiz Gonzaga nosso rei do baião"/.

Eu sou a Cecilia do Acordeon e da minha sanfona eu já tiro um som".

E assim ouvi no Cariri Cangaço e aqui reproduzo. Salve Salve Cecilia do Acordeon.
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