Triunfo, Pernambuco: Serras, Frio, Cachaça e Café

Triunfo, Pernambuco é um cenário coberto de serras e vales, um paraíso em plena região da seca. A cidade ainda preserva casario colonial imponente e prédios centenários.

Triunfo fascina turistas. Mais uma vez comprovei o feitiço da cidade! Há muito o que descobrir. No Pico do Papagaio, ponto mais alto de Pernambuco, com 1,2 mil metros de altitude, há um mirante mais do que privilegiado da natureza. Além da vista deslumbrante do Planalto da Borborema, há outra raridade em Triunfo: a temperatura é bem mais amena do que no restante do sertão.

A cidade tem os seus sabores, doces caseiros e rapaduras de café. No centro da cidade tem o único teleférico de Pernambuco. E a vista do alto é privilegiada. E Triunfo possui também cachaça!

Histórias não faltam. Uma delas é que Lampião deve ter se encantado quando passou pela cidade. Dizem que o rei do cangaço se refugiou no Sítio das Almas, que guarda histórias de assombração e uma curiosidade: a construção fica entre dois estados, Pernambuco e Paraíba. Basta ir da sala para o quarto que se chega à Paraíba. A divisa fica exatamente no ponto mais alto da casa, na cumeeira que divide o telhado.

Para o carnaval a chamada é para "os caretas", personagens do folclore, que estalam seus chicotes pelas ladeiras há mais de cem anos. É uma brincadeira cheia de cor e mistério que só existe em Triunfo.
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Pesquisa aponta a cidade de Areia, Paraíba, um dos melhores destinos turísticos

O Ministério do Turismo indicou a cidade paraibana de Areia como um dos destinos para os turistas que desejam fugir do calor neste verão. O MTUR ressaltou que para quem não é fã de sol, mas quer curtir o verão pode desbravar lugares com climas frios no Brasil, inclusive no Nordeste do país e entre as cidades nordestinas com estas características, o Ministério do Turismo destaca Areia como o primeiro destino.

Na lista aparecem Gramado, Canela, Petrópolis, Teresópolis, Foz do Iguaçu, Serra da Mantiqueira, Campos do Jordão e Blumenau. No Nordeste as sugestões são Areia (PB), Gravatá, Garanhuns e Triunfo (PE), Vitória da Conquista e Piatã (BA), Guaramiranga (CE) e Martins (RN).

A cidade de Areia fica no Brejo da Paraíba, rodeada de matas verdes e uma serra que promovem clima frio e brisa perene. A cidade tem mais de 170 engenhos de cana de açúcar catalogados e é forte também na produção de cachaça. A região é permeada de açudes e fontes de água limpa. É possível explorar o turismo de aventura em trilhas na Mata do Pau Ferro, a única georreferenciada da Paraíba.

?Areia é Patrimônio Nacional Histórico e Cultural. Foi em Areia que nasceu Pedro Américo, pintor do quadro Independência ou Morte, também conhecido como O Grito do Ipiranga. Os turistas podem conhecer um pouco da história do artista na Casa Museu de Pedro Américo.

A cidade histórica tem muito para mostrar como a Igreja do Rosário dos Pretos, já que o local cheio de engenhos vivenciou a escravidão. Areia foi a única cidade da Paraíba a ter execuções na força em praça pública.

O lugar também foi o primeiro do estado a contar com um teatro, o Teatro Minerva, preservado até os dias atuais nos mesmo moldes de antigamente, com um pequeno espaço para o público em poltronas de madeira e camarote circular em dois andares em volta da assembleia.

A cidade tem hotéis, pousadas e na zona rural há hotéis fazendas para os turistas. São dezenas de restaurantes e produção de pratos e produtos típicos da região como as guloseimas da Casa do Doce. A cidade é forte produtora de cachaça e rapadura e os museus locais resgatam a história da produção da cachaça e da rapadura.

 
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Campanha para ajudar no tratamento de câncer do Palhaço Gasparito tem início em Petrolina

Ele criou um projeto social em Petrolina para acolher crianças e jovens no Bairro Dom Avelar e comunicadas vizinhas, se dedicando com afinco a sua missão. Agora é ele, Fagner Bezerra Cabral – ou Palhaço Gasparito – quem precisa de ajuda e apoio dos petrolinenses, e de todos que o conhecem, para custear um tratamento de saúde. Fagner tem 24 anos e foi diagnosticado recentemente com um câncer, já tendo iniciado tratamento.

Para ajudar Fagner, um grupo intitulado ‘Amigos do Palhaço Gasparito’ está se mobilizando para conseguir recursos para tratamento deste jovem, que criou um dos personagens mais queridos do Vale do São Francisco. O tratamento depende de muitos despesas: exames, consultas e medicamentos.

 A família de Gasparito não possui condições financeiras suficientes, por isso o apelo dos amigos para quem já fez tantas campanhas pelo próximo e que precisa ficar bem para voltar a alegrar ainda mais crianças e jovens de bairros carentes de Petrolina.

Quem quiser colaborar pode depositar o valor que puder numa conta da Caixa Econômica Federal, que foi aberta para doações. A agência é 2991, operação 013, conta poupança número 19.713-7, em nome de Fagner Bezerra Cabral. Conforme amigos de Gasparito que estão à frente dessa campanha, qualquer quantia depositada será bem vinda.
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Revolução Cultural usando o Baião e o Frevo

O aniversário de cem anos do frevo foi em 2007. O centenário de Luiz Gonzaga Rei do Baião em 2012. Dominguinhos, Sivuca e Jackson do Pandeiro valorizam o Frevo.

O frevo possui o título de patrimônio cultural e imaterial da humanidade. Luiz Gonzaga ainda no início de sua trajetória musical, poucos sabem, divulgou e cantava Frevo. Em 1946 gravou "Cai no Frevo". Detalhe: usou sua majestosa sanfona. Puxou a sanfona também no Frevo "Quer Ir mais Eu?", este regravado várias vezes até os dias de hoje e executado pelas orquestras de frevos nas ruas e bailes Brasil afora. 

Luiz Gonzaga gravou nos ano 80 "Bia no Frevo" e "Forrobodó Cigano". Homenageou o genial Capiba-Lourenço Fonseca Barbosa, tocando o frevo "Ao mestre com carinho".

Luiz Gonzaga em parceria com João Silva, já no final da carreira, anos 80, grava "Arrasta Frevo". Ainda Na seara do carnaval o Rei do Baião  participou do primeiro forró trio-eletrizado junto com Dôdo e Osmar, Instrumento Bom. Viva a Bahia. 

Toda esta trajetória faz Luiz Gonzaga atual...basta ouvir a letra de "Eu quero dinheiro, saúde e mulher. É isto mesmo e vice e versa Mulher Saúde e Dinheiro e o resto é conversa. Eu quero ser deputado, senador, vereador. Eu quero ser um troço qualquer para mais fácil arranjar Dinheiro Saúde e Mulher"...Impressionante, visionário, Luiz Gonzaga, gravou essa façanha em marcha-frevo no ano de 1947.

Como se vê, o frevo deveria sempre ficar em alta. O frevo e o baião deveriam ser tocados nas Rádio o ano inteiro. Mas frevo para quê? Por que frevo? Para que Baião? Por que Baião?

A resposta está na conexão de estudos e reflexões sobre a cultura brasileira que conduzindo-me à constatação: vivemos num país que reluta em aceitar-se integralmente. Não se valoriza o Frevo e o Baião!

Antonio Nobrega é multi-instrumentista, argumenta que nossa tarefa está em amplificar, dinamizar, trazer para a órbita de nossa cultura contemporânea os valores, procedimentos e conteúdos presentes nessa Revolução cultural.

Essa ação amplificadora poderia abranger escolarização musical – por que não se estuda frevos e baião em nossas escolas? a riqueza lúdica e criadora proporcionada pelo seu multifacetário estoque de movimentos–; a valorização de modelos de construção e integração social advindos do mundo-frevo... Tudo isso ajudaria ao Brasil entender-se melhor consigo mesmo e com o mundo em que vivemos.

O frevo e o baião são duas representações simbólicas mais bem-acabadas e representativas que o povo brasileiro construiu. Assim como o samba, o choro, uma entidade transregional cuja imaterialidade poderemos transmudar em matéria viva operante se tivermos a suficiente compreensão do seu significado e alcance sociocultural.

Fonte: Antonio Nobrega é multi-instrumentista, dançarino e cofundador do Instituto Brincante de cultura e dança popular.

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Troféu Gonzagão 2017 homenageará Quinteto Violado, Abdias dos 8 baixos e o petrolinense Geraldo Azevedo

Jornalista Ney Vital e Chico Cesar. Troféu Gonzagão
A 9ª edição do Troféu Gonzagão, um dos eventos mais importantes da música regional, foi apresentado em João Pessoa para imprensa, artistas e convidados. A entrega do prêmio 2017 acontece no dia 10 de maio, em Campina Grande.

“Sempre fizemos o lançamento do Troféu em Campina Grande, antecedendo o Maior São João do Mundo. A partir deste ano, decidimos mudar. A nossa ideia é expandir cada vez mais e sair dos limites da cidade. O troféu parte da Campina Grande, mas ele é da Paraíba para o mundo”, explicou Ajalmar Maia, um dos organizadores do prêmio.

O grande homenageado deste ano será o cantor, compositor e músico Abdias dos 8 Baixos (In memoriam 1933-1991), nascido em Taperoá e ex-marido da cantora Marinês, um dos nomes mais importantes do forró. Além de Abdias, haverá homenagem ao Quinteto Violado, conjunto instrumental-vocal brasileiro formado em 1970, no Recife, e ao cantor e compositor pernambucano, nascido em Petrolina, Geraldo Azevedo.

O Troféu Gonzagão chega à 9ª edição e acontece sempre no mês de maio, antes do Maior São João do Mundo, reunindo nomes importantes da música.

Em 2016, o Troféu Gonzagão lembrou a imortalidade da obra do pernambucano Zé Dantas (in memorian) e à originalidade do baiano Carlinhos Brown. O evento reuniu ainda várias personalidades que contribuem para a cultura nordestina, como o compositor Xico Bizerra, o cineasta Bernard Robert Charrue, diretor premiado do filme ‘Paraíba, Meu Amor’ e o empresário Pierre Landol.


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Exu, terra de Luiz Gonzaga será o palco do Cariri Cangaço 2017

De 20 a 23 de julho de 2017, a cidade de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga será o palco da  “Semana Cariri Cangaço 2017”.

Manoel Severo, Kydelmir Dantas, Ingrid Rebouças e Nerizangela Silva, membros do Grupo de Estudos Cangaço Cariri, participaram de uma reunião de trabalho como o Secretário de Cultura de Exu, Rodrigo Honorato e ficou definido que o evento constará de intensa agenda.

O evento é voltado para pesquisadores, escritores, professores, universitários, artistas e demais curiosos da temática. Cinco Estados integram as discussões do Cariri Cangaço, sendo Ceará; com Crato, Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Aurora, Barro, Porteiras, Lavras da Mangabeira e Brejo Santo; Paraíba, com Sousa, Nazarezinho, Lastro, Princesa Isabel e São José de Princesa; Alagoas, com Piranhas; Pernambuco, com Floresta e Sergipe com Poço Redondo.

"O carinho com a qual fomos recebidos pela família do Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário é a verdadeira magia da Alma Nordestina", disse o curador do Cariri Cangaço 2017, Manoel Severo.
 

O Conselheiro Cangaço Kydelmir Dantas ressaltou a responsabilidade do pequeno "bisneto de Januário", filho caçula de Joquinha. "Luiz Januário com esse nome a responsabilidade é muito grande, vamos ver se já segura uma sanfona de  oito baixos".
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Seu Bilino, afinador de sanfona de 8 Baixos

Andar pelos sertões sempre me proporciona encontros! Novos conhecimentos. Entre Exu e Serrita encontrei Bilino, bom proseador e afinador de sanfona de 8 Baixos.

Seu Bilino, Antônio Felizardo Alves, começou a tocar ainda era menino, em 1958, quando seu pai comprou uma sanfona de 8 Baixos pra ele. Naquela época os forrozeiros tocavam nos casamentos, nos aniversários, diz Seu Bilino. “Ele comprou uma sanfona pra eu tocar pra ganhar um dinheirinho. Nessa época o povo tocava a noite toda”, conta ele, que veio de uma família de  músicos.

Seu Bilino diz que não é tocador profissional, que sua profissão mesmo é afinar sanfona: “Meu ramo mesmo é ser afinador de acordeon, quando o fole se acaba eu também recupero”, diz ele.

Mas é com maestria que ele pega o instrumento e desliza os dedos, puxando o fole. Depois ele mesmo reconhece sua sabedoria: “Tem uma música que eu fiz que eu botei o nome Avessinho, um chorinho.

É um forró tão bom de dançar que quando eu tou tocando ele todo mundo pega o ritmo, quer dançar. O finado Dominguinhos quando tava vivo foi tocar na rádio em São Paulo, aí um senhor me chamou pra tocar nessa rádio e eu fui tocar mais Zé Onório, que era um tocador de 8 Baixos de São Paulo. Aí ele fez assim – porque eu falei de Exu – ‘esse caba de Exu é bom”, conta.

Bilino teve dois mestres, um foi seu pai, que lhe ensinou duas coisas, uma é que “a música é pra ser tocada com carinho e amor, bem feliz”. A outra é que tem músicas que devem ser guardadas pra momentos especiais. “Meu pai dizia ‘Num toque essa música atoa não. Toque num momento especial, que você fica feliz e eu também fico”, ensina.

O outro mestre de Bilino foi Severino Januário, irmão de Gonzagão.  “Eu tocava com Severino Januário, eu considero ele meu mestre. Eu toco as músicas dele, tem gente que até chora. Hoje eu tou tocando as letras dele por causa dele. É um xote tão bom de dançar que todo mundo arrupeia os cabelos”, brinca Bilino.

Ele só fica triste com a falta de reconhecimento do seu mestre “Severino dos 8 Baixos  num era mostrado na televisão. Eu fiquei desgostoso, o homem tocava um 8 Baixos daquele jeito e num era mostrado. Eu fiquei meio triste, andei um tempo sem tocar”, conta o tocador que também não tem a atenção dos holofotes, apesar de seu talento merecido.

O vínculo com a família de Luiz Gonzaga começou desde cedo, Seu Bilino conta que seu pai só afinava o instrumento com Januário: “Ele trazia o 8 Baixos dele porque ele era mestre, aí quando a sanfona dele quebrava.  Ele vinha pra aqui”. E, Bilino, criança, vinha dentro de um caçoá, de Serrita, sua cidade, para Exu.

Hoje, assim como grande parte dos nordestinos, Bilino tem veneração por Mestre Lua: “Pro futuro ele vai ser nosso santo dos músicos, o santo dos sanfoneiros. Vai ser que nem o Padre Cícero, que nem Damião. Asa Branca é como se fosse um hino, como se fosse uma reza”, profetiza ele. “Ele é uma raiz do Sertão que a gente não pode abandonar”, afirma o sanfoneiro.

Consciente de que está cada vez mais raro achar pelas bandas do Araripe um tocador de 8 Baixos, “Daqui a uns 50, 100 anos quem tocar 8 Baixos vai ser chefe majoritário do mundo inteiro”, Bilino sente prazer quando consegue passar seu conhecimento a alguém “A coisa que eu acho mais feliz no mundo é eu dar aula pra uma criança, de 8 Baixos, porque de acordeon tá cheio já de tocador”

“Eu num posso abandonar essa carreira até o fim da minha vida”, diz com veemência. “Eu tou feliz desse jeito, porque dinheiro num é tudo na vida não. Eu sou um cara da roça, do mato, eu tenho um sitiozinho que eu plantei, tem 16 pés de coco. As filhas vem do meio do mundo passear. Eu acho bom estar no meio da terra aqui escutando Gonzaga tocar, chega um amigo, conversa comigo, chega outro”, conta o humilde tocador do fole típico do Sertão que hoje se tornou preciosidade.

Fonte: www.cultura.pe.gov.br/canal/mergulhe/um-modesto-tocador-de-8-baixos-2
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