Dominguinhos encantou o Brasil com sua sanfona e voz, simplicidade e
humildade. Dominguinhos tornou-se um cantador que melhor soube
interpretar a alma brasileira e vive na boca do povo, no puxado da
sanfona em todos os recantos desse Brasil.
Visitei recentemente Garanhuns, lugar onde nasceu Dominguinhos. Junto com o prefeito Izaias Regis, a Secretária de
Comunicação Jaqueline Menezes, Secretária de Cultura Cirlene Leite e
professor Vilela, parabenizei-os pela rica e valiosa proposta da
realização do I Festival Viva Dominguinhos, programado para os dias 25,
26 e 27 de abril.
Garanhuns nesse sentido vai consolidar um calendário que será um dos
principais acontecimentos do Nordeste. Garanhuns firma com o Festival
Dominguinhos o incentivo, a valorização da cultura e artes, um festival
ancorado na alma e no profissionalismo do filho mais ilustre da música
brasileira.
Garanhuns abastecerá todo o Brasil, Estado, através da impressionante
riqueza de ritmos e artes, do cordel aos cantadores de viola, do aboio
ao frevo, do armorial ao maracatu, do baião ao xote e xaxado, as
múltiplas variações da música nordestina/brasileira presentes na
sanfona, triangulo e zabumba, “uma autêntica orquestra”, na definição de
Luiz Gonzaga.
O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano,
sempre me lembrou que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência -mor do
forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si,
uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores
do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho,
com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.
Garanhuns é o local apropriado para ser o palco capaz de
reunir milhares de admiradores, com sede e fome de ouvir, cantar,
silenciar, transformar e aplaudir em noites e nuances do céu estrelado
sanfonado do mestre Dominguinhos, o discípulo que inovou a arte do
mestre Luiz Gonzaga.
Garanhuns vai proporcionar com o Festival Viva Dominguinhos a
oportunidade promover o debate sobre compositores,
músicos, artistas que sabem divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo e
muito além disso discutir e como lidar com a máquina capitalista
avassaladora dominante hoje da “indústria musical”.
Dominguinhos Vive. Garanhuns é agora um pedaço de terra de todos nós
brasileiros.
Dominguinhos qual Luiz Gonzaga tornou-se uma estrela
luminosa a brilhar. Como disse Fernando Pessoa, “quem, morrendo, deixa
escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais
emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente”.
Viva Garanhuns. Viva o Nordeste. Viva Petrucio Amorim, Xico Bizerra,
Três do Nordeste, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Anastácia, Paulo
Vanderley, Luiz Ceará, Quinteto Violado, Flávio Leandro, Cezinha, Flávio
José, Targino Gondim... Viva o Festival Dominguinhos.
*Por Ney Vital-Jornalista-Petrolina PE