FLÁVIO LEANDRO E FAMÍLIA: MAIS UM EXEMPLO NO RITMO A FAVOR DA NATUREZA. A IMPLANTAÇÃO DE UMA AGROFLORESTA

O poeta, compositor e cantor Flávio Leandro através das redes sociais compartilhou mais uma ação que chama a atenção para a visão de conscientização, valorização para o meio ambiente, agroecologia e ecologia humana. A proposta é a implantação de  uma Agrofloresta na região onde mora, área rural de Bodocó, Pernambuco.

"Começando nossa agrofloresta...com muito bom humor né, Cissa Leandro? Numa guerra de facão de brincadeira! Bomtacumtu! 

@cissaleandro. Uma tarde linda, plantando "pununça" com a companhia linda de @cissaleandro e @davileandrooficial. Foram plantadas 200 covas com as manivas fornecidas por Chico Peba! Quando acabamos de plantar, caiu uma bela chuva. Acunha, os caba!

Flávio Leandro destacou também a Fruta de Palma; "quem já comeu? Item indispensável na alimentação animal do semiárido nordestino, a palma forrageira nos dá também esse delicioso fruto...também conhecido como Figo da Índia". 

Mais uma vez Flávio Leandro se coloca no lado de uma visão de futurista na resistência a concentração de terras, ao cultivo de grandes monoculturas. Criar uma agrofloresta é ser contra a exploração máxima dos recursos naturais e na grande dependência de agrotóxicos e fertilizantes químicos. 

A agroecologia hoje já é considerada uma ciência, movimento, prática, educação, aliada a um projeto de produção agrícola, que se baseia em novas relações humanas e de produção. Além de utilizar técnicas para preservar os recursos naturais, valoriza o agricultor e famílias enquanto integrante essencial na complexa teia econômica, social, ambiental e cultural da produção de alimentos.

De acordom com estudiosos e pesquisasores ambientalistas os Sistemas Agroflorestais (SAF) são formas de uso da terra, baseados nos princípios da agroecologia, que unem a produção de alimentos e de outros recursos vegetais, cultivos de hortaliças/frutas (agro) e arbóreos (florestais).

Com a Agrofloresta, o material vegetal preexistente é cortado e disposto de forma ordenada e com arranjo definido no solo. Ao longo do tempo, há um manejo intensivo da vegetação, especialmente na poda e na disposição do material podado no solo, criando o que se chama de ‘berços’.

Desta maneira, o aproveitamento da matéria orgânica pela vida do solo é ainda maior que nas clareiras naturais. A água entra melhor na terra, com maior aproveitamento. É nesta faixa que se colocam as sementes, tubérculos ou manivas. Ao longo do tempo, vão surgindo várias espécies de plantas por regeneração natural.

O resultado é a integração entre homem e natureza considerada ser essa a agricultura ideal para o planeta, pois a convencional está destruindo e desrespeitando o meio ambiente.

A agrofloresta trabalha a técnic da relação homem e natureza, pois os cultivos em equilíbrio não se exaurem, mas colaboram entre si, mutuamente.

Cissa Leandro também destacou uma mensagem de gratidão ao visitar o Sítio A´gua Branca, em Santa Cruz da Venerada, Pernambuco "O entardecer do sítio Água Branca. Um contraste perfeito nos tons ofertados pela natureza, que não são ditados por tendências ou formadores de opinião do mundo da moda. Aqui tudo se combina na mais perfeita harmonia... com amor para nós. Levanta a cabeça, olha pro alto, olha para baixo, pro lado, para trás e sente... tá tudo aqui perfeitinho, de presente pra mim, pra vc, para todos".

MÚSICA E AGROECOLOGIA: Em 2012, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga ganhou o título de Doutor Honoris Causa em Ecologia (in memoriam), maior honraria das instituições de ensino.

A ideia de conceder o título a Luiz Gonzaga veio do professor e pesquisador da UFRPE Severino Mendes Júnior. Durante uma entrevista o professor defendeu a importância de Luiz Gonzaga, um autêntico defensor do meio ambiente. O professor afirmou que, pela afinidade das letras de interpretados por Luiz Gonzaga escritas pelos parceiros e poetas da causa ambiental, exemplo Xote Ecológico é o título mais que merecido, principalmente para despertar as novas gerações.

Ano passado Carla Visi,  cantora, gestora em Gestão Ambiental defendeu a tese de Mestrado em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos da FCSH pela Universidade Nova de Lisboa. 

Carla Visi é ex-vocalista da banda Cheiro de Amor e atualmente está empenhada em diversos projetos ligados a questão em defesa da Mãe Natureza.

Naturalista, não faz alimentação com carne vermelha ou toma refrigerantes. A cantora é militante das causas ambientais desde a década de 90, que foi quando percebeu que poderia contribuir com o meio ambiente através da música. Atualmente, Carla Visi realiza palestras sobre cultura e sustentabilidade em diversos lugares.

Além de acumular os ofícios de ambientalista, cantora e mãe, Carla também é formada em Jornalismo, possui uma pós-graduação em Gestão Ambiental.  “A música é minha comunicação maior e o jornalismo me faz pensar a palavra, a comunicação”.

A cantora concluiu o mestrado com o tema A Canção da Natureza e a Natureza da Canção, Música Brasileira para a Educação Ambiental Crítica.

"Há uma distorção de valores na gestão pública e uma inversão de valores na nossa sociedade, onde o ter é mais importante do que o ser, a aparência mais importante que a essência. Não só os projetos culturais, mas as instituições que nos associamos, os artistas que seguimos, os produtos que escolhemos comprar são reflexo dos nossos valores. Alguns exemplos… Uma marca que usa mão-de-obra infantil ou escrava deve ser boicotada; um gestor ou funcionário que manifeste qualquer tipo de preconceito deve ser punido; um artista que estimule a violência não pode participar e ser aprovado em editais públicos", afirmou Carla Visi.


Um comentário

RÁDIO CONTINUA VANGUARDA POR MEXER COM A IMAGINAÇÃO DAS PESSOAS E INSTANTANEIDADE, DIZ PUBLICITÁRIO

O rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. Apesar das mudanças sofridas, ele preserva um conjunto de características que o torna capaz de absorver e explorar uma série de inovações, na avaliação de especialistas que compuseram a mesa de discussão “30 anos da CBN: das ondas ao podcast, o futuro do áudio”, no Palco do Conhecimento, na Rio Innovation Week.

Para Washington Olivetto, publicitário e fundador da W/GGK, da W/Brasil e da WMcCann, tanto o rádio quanto o podcast - que se popularizou nos últimos anos - possuem capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação:

"O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter e o podcast também. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo."

Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo, destaca que o formato do áudio traz “uma temperatura do que está acontecendo” e mistura, no jornalismo, a informação com a “emoção e a verdade”.

Isso permite, avalia, que o mercado teste programas em áudio com formatos de curta e longa duração, a depender do consumo. A revolução trazida pelos podcasts, inclusive, expõe o potencial do áudio digital no mercado brasileiro:

"A voz traz o componente do humano, da verdade. Fizemos uma pesquisa em 2020 no Brasil que mostra que os novos formatos de áudio entram muito nas áreas urbanas, especialmente Sudeste e capitais do Nordeste. Ele captura - seja jornalismo ou entretenimento - várias gerações, especialmente entre os jovens a partir de 15 e 16 fala muito com a população brasileira, com a classe C."

Na avaliação de Marcelo Kischinhevsky, professor e pesquisador de Rádio da UFRJ, o rádio se adaptou melhor ao ecossistema digital do que a televisão aberta no país, que “demorou a entender o novo contexto de concorrência''.

Ele avalia que o rádio está cada vez mais inserido na lógica multiplataforma ao passo em que está presente no smartphone, nas mídias sociais, na TV por assinatura e até nos smart speakers (assistentes de voz). Uma das próximas tendências para os próximos anos, diz, será o formato de “rádio híbrido”:

"A BMW, por exemplo, fechou um acordo para ter equipado nos veículos de fábrica o rádio híbrido, que inclui o rádio digital via internet e o analógico. Você clica no painel do seu carro e ele busca nos dois formatos o melhor sinal e coloca pra tocar pra você. 

Além disso, tem outras coisas sendo estudadas no rádio híbrido que envolve a escuta não linear, em que o usuário pode ter acesso a listas de músicas que vão tocar na rádio e pular o que não quer ouvir ou ouvir fora daquela ordem, podendo voltar ao fluxo normal à qualquer momento. São algumas das novidades a nível internacional."

Para Washington Olivetto, uma das frentes que ainda precisam ganhar corpo no Brasil é o investimento publicitário em áudio digital. Há vasto potencial de crescimento na área, diz ele: "Historicamente, o que fez o sucesso da publicidade brasileira foi a boa relação entre agências, veículos e anunciantes. Mais do que nunca, agora com o rádio, podcasts e a possibilidade de alguns assumirem características visuais, é fundamental que agências e anunciantes de veículos estejam unidos para a gente começar a fazer coisas cada vez de maior qualidade."

O rádio bateu recordes de audiência durante a pandemia, ao mesmo momento em que passa por uma profunda transformação com o avanço do áudio digital. As notícias mais atualizadas, a prestação de serviço e a proximidade com o ouvinte ganharam novas camadas com a transmissão digital que se espalhou dos aparelhos em casa e dos carros para os smartphones e smartspeakers,e os podcasts que permitem ouvir comentários e reportagens onde e quando quiser. 

Participam do debate: Marcelo Kischinhevsky, professor e pesquisador de Rádio da UFRJ; Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo; e Washington Olivetto, publicitário e fundador da W/GGK, da W/Brasil e da WMcCann. A mediação é de Thiago Barbosa, gerente de produtos digitais da CBN.  (Fonte O Globo/Valor)

Nenhum comentário

REVISTA DE PROJETO DA USP DISCUTE O IMPACTO AMBIENTAL DA ALIMENTAÇÃO

Você já parou para pensar no porquê de comer o que come? Quais são as trajetórias dos alimentos — desde onde foram produzidos até chegaram ao mercado e, finalmente, à mesa? A alimentação, algo que pode parecer tão trivial, é um processo complexo, que envolve pessoas, práticas culturais e interesses econômicos. Para tornar esse sistema mais conhecido, o projeto de extensão Sustentarea da Faculdade de Saúde Pública da USP lançou a 12ª edição de sua revista trimestral, a última de 2021.

A revista traz discussões sobre o sistema alimentar brasileiro, descrito por seu editor, Alisson Machado, como um conjunto de processos que envolvem desde a produção até o consumo final dos alimentos. Algo que, segundo o periódico, não diz respeito apenas às logísticas de transporte e cultivo, mas que se relaciona também com a história de colonização do País, os hábitos e alimentos que se desenvolveram em cada região. 

A nova edição conta com 20 autores das áreas de nutrição, geografia e antropologia. Para Machado, o assunto escolhido tem ganhado destaque no contexto de pandemia e avanço da fome no Brasil. Nesse cenário, muitas pessoas começaram a pensar como a alimentação se associa a aspectos mais amplos da vida, como a saúde, o humor e o impacto humano sobre o meio ambiente.

A procura por uma alimentação sustentável deixa de contemplar apenas a demanda nutricional do indivíduo para se engajar no uso responsável dos recursos naturais. Aos que estão nesta busca, Machado chama atenção para a importância de compreender a origem da comida que chega à mesa. “Dependendo do que a gente escolhe, estimulamos algum tipo de economia. Ao consumir de pequenos produtores e alimentos orgânicos, por exemplo, o impacto ambiental é menor”, lembra o editor da publicação.

Além dessas reflexões, a edição oferece alternativas ao consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados, disponibilizando receitas e dicas de preparo para opções mais saudáveis, como as plantas comestíveis descartadas do cardápio tradicional — as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs).

Destaque da edição para a lista de alimentos de época, além de uma perspectiva sobre os alimentos mais produzidos no Brasil e no mundo, a revista apresenta ainda a história de sucesso da Cooperativa Grande Sertão e características da taioba, na tradicional seção Que Alimento é Esse?

REVISTA: A revista Sustentarea integra as atividades do Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão da USP (Nace) Sustentarea, projeto de extensão universitária da USP com uma visão global da alimentação. Indo desde a produção até o consumo, o projeto visa a ajudar a construir e manter hábitos saudáveis na população, a fim de reduzir o risco de doenças crônicas e o impacto ambiental.

O Nace surgiu como uma evolução do projeto Dia Sem Carne na FSP, que foi baseado numa dissertação de mestrado da faculdade. Atualmente, o projeto atua na divulgação científica para a população nas mídias sociais e desenvolve atividades sobre alimentação e sustentabilidade em rodas de conversa, oficinas e materiais educativos com alunos de escolas municipais de São Paulo. O objetivo é estimular o engajamento e a reflexão dos alunos na melhora de seus hábitos alimentares e entre seus amigos e familiares. (Fonte: Jornal da USP)

Nenhum comentário

MORRE, AOS 95 ANOS O POETA THIAGO DE MELO, DEFENSOR DA FLORESTA AMAZÔNICA

Uma das vozes mais importantes na defesa da Amazônia, o poeta Thiago de Mello morreu nesta sexta-feira, aos 95 anos. A informação foi confirmada pela editora Global, que publicou nota sobre o poeta e ativista nas redes sociais. "É com grande pesar que comunicamos a morte do autor Thiago de Mello, aos 95 anos.

Grande tradutor, ensaísta e um dos nomes mais influentes e respeitados da poesia brasileira, Mello ficou conhecido como um ícone da literatura regional e sua perda será sentida não apenas pela sua família e aqui na Global, mas em todo o país", diz a nota.

O poeta morreu em Manaus e causa não foi revelada. O velório será na capital amazonense. O governador do Amazonas, Wilson Lima, decretou luto oficial de três dias.

Thiago de Mello nasceu em Barreirinha (AM), em 1926, e se engajou na luta política e na defesa da natureza ao longo de toda a carreira. É dele o poema Os estatutos do homem, publicado em 1964, no qual defende a verdade, a vida e a natureza. Além do engajamento político e ambiental, Thiago de Mello também era grande defensor dos direitos humanos.

Ao longo de mais de 60 décadas de carreira, ele publicou 12 livros de poesia e oito de prosa. O poeta lutou contra a ditadura e, por isso, acabou perseguido e exilado. Viveu na Argentina, em Portugal e no Chile, onde conheceu e  fez amizade com o Nobel Pablo Neruda.  

Confira a nota da Editora Global: "É com grande pesar que comunicamos a morte do autor Thiago de Mello, aos 95 anos. Grande tradutor, ensaísta e um dos nomes mais influentes e respeitados da poesia brasileira, Mello ficou conhecido como um ícone da literatura regional e sua perda será sentida não apenas pela sua família e aqui na Global, mas em todo o país.

O autor, que nasceu em Barreirinha, Amazonas, em 30 de março de 1926, tem também a luta política, o lirismo, a natureza, as relações de família e os amores como facetas marcantes em sua obra.

Preso durante a ditadura militar (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador. Da amizade veio a decisão de traduzirem os poemas um do outro.

Mello morou na Argentina, no Chile, em Portugal, na França e na Alemanha. Voltou à sua cidade natal, onde vive até hoje, apenas após o final do regime militar no Brasil.

Publicou, entre outros livros, Faz Escuro mas Eu Canto, Acerto de Contas, Como Sou, Melhores Poemas e Amazonas – Pátria da Água. Suas obras foram traduzidas para mais de trinta idiomas.

É hora de celebrar seu legado e se apoiar no seu lirismo para manter sua memória viva.

A Global deseja forças para sua família neste momento tão difícil."

Nenhum comentário

LEGISTA GEORGE SANGUINETTI DIZ QUE É UMA FANTASIA DA POLÍCIA DE PERNAMBUCO APRESENTAR O ASSASSINO DA MENINA BEATRIZ

Nesta sexta-feira (14), o programa Super Manhã com Waldiney Passos entrevistou por telefone o legista George Sanguinetti. Sanguinetti disse que o apresentado não foi o autor do homicídio de Beatriz. 

“É fraca a argumentação, a história apresentada é uma fantasia”, disse Sanguinetti.

“Como ele vai exatamente naquele setor abandonado [do Colégio]. Não foi um trabalho solitário, alguém observava, alguém vigiava. Não me convenço desse pedinte, desse pobre homem, que assusta uma menina de 7 anos, que vai constatar que ele está armado com uma faca e é vitimada por conta disso. Faltam muitos elementos para ter veracidade“, pontuou.

Ainda segundo Sanguinetti, o crime não tem motivação, tratando-se de uma “fantasia”, que convence apenas quem quer contar tal fato.

Em 2018, com exclusividade para o BLOG NEY VITAL, o médico legista George Sanguinetti escreveu um texto refletindo os dois anos e um mês da ausência de provas com relação ao crime da menina Beatriz. A solicitação do texto foi feita pela redação do Blog Geraldo José e este é exclusivo. Sanguinetti acusa "o comando da Segurança Pública de Pernambuco pelas entrevistas coletivas conflitantes, substituição de delegados e nada de concreto surgiu em tanto tempo". A menita Beatriz foi assassinada no dia 10 de dezembro 2015, com 42 facadas, durante uma festa no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina. Até o momento ninguém foi preso.

A revista Carta Capital definiu Sanguinetti numa vida proporcional à compulsão pela polêmica, a ponto de muitas vezes a sua contratação ser confundida com táticas diversionistas de advogados de defesa. Desde o controverso laudo sobre a morte de PC Farias, em 1996, é personagem em casos rumorosos. Todavia, de um ponto ninguém duvida: é Sanguinetti um dos mais experientes médicos legistas da atualidade.

Confiram texto na íntegra postado em 2018:

"O corpo foi encontrado em sala do Colégio tradicional católico de Petrolina; local isolado da festa de confraternização por Formatura. Inúmeros golpes de faca, vestes embebidas em sangue. Na área não coberta do corpo, cortes, ferimentos, com predomínio da ação cortante, nos membros superiores, região cervical (pescoço), membros inferiores. Na face manchas sanguíneas coaguladas não permitem descrever as áreas atingidas. Os golpes desferidos foram aleatórios, sem metodologia ou ordenamento, o que inviabiliza a hipótese de utilização de ritual de magia negra.

A violência dos ferimentos, ódio ou insanidade. Uma criança atacada com tamanha sanha assassina. Por que? Por quem? E em espaço de tempo tão curto.

A menor Beatriz estava com os familiares, em determinado momento dirige-se ao bebedouro; já não mais é vista. Conduzida para o local onde seria sacrificada por alguém que conhecia bem as dependências do Colégio e que contou com ajuda de cúmplice para vigiar quanto a possibilidade da aproximação de pessoas. Quase duas mil pessoas no local. Pais, professores , alunos, convidados; a solenidade seguindo seu curso.  Quem poderia imaginar que ocorreria tamanha selvageria com uma menor. Por que? Por quem?

Notando que Beatriz não regressou, os pais iniciam uma busca frenética. Chamam, chamam, mas não há resposta. Até o corpo ser encontrado. Pessoas presentes, que faziam parte da busca ou atraídos pela movimentação anormal, entram no local do crime. Fotografam utilizando i-fone, celular, caminham, superpõem pegadas, como foi antes da chegada da Perícia, tornou o local “ não preservado, inidôneo ou violado”. 

Sempre há um prejuízo. Recebi  doze fotografias, tiradas antes da chegada da Perícia. Analisei, ampliei, utilizei técnicas de fotografias forenses e passei a acompanhar o caso, inclusive por ser crime hediondo, me ofereci a Polícia de Petrolina para ajudar, sem custos, nem mesmo de passagens, hospedagem, etc. Não fui aceito. Tentei via Ministério Público, não logrei  êxito. Com as fotografias do corpo no local, observei manchas de sangue por escorrimento, manchas por contato e manchas por impregnação. Também uma pegada, que pelo local ter sido violado, a esclarecer se de uma das pessoas que adentraram a sala, ou do executor.

Pensei se não desejam ajuda é porque estão desvendando o crime. Começaram entrevistas coletivas conflitantes, substituição de delegados; nada de concreto surgiu em tanto tempo.

Para dar uma satisfação, atribui-se a autoria a uma imagem de vídeo, divulgada quase dois anos após, de pessoa que estaria frente ao Colégio e que também foi vista no interior, durante a confraternização. Sem prova técnica, nexo de causalidade, arma do crime, indícios que coloque alguém no local da morte onde houve o homicídio, não há realidade jurídica.

Lamento, mas a investigação encontra-se sem rumo. Insisti que retorne ao início, que verifique os vestígios do local, que me permita acesso a parte técnica, aos laudos periciais, como o necroscópico, o levantamento de local. Darei respostas e como o caso está sob sigilo de Justiça, não irei divulgar juízo de valor, sobre o que foi feito ou deixou de ser feito. Aplicarei meus conhecimentos para evitar a impunidade. Eu represento, pelo tempo decorrido, a única possibilidade de esclarecimento. É desabafo ao que poderia ter sido feito".

Nenhum comentário

PESCADORES FESTEJAM CHEIA DO RIO SÃO FRANCISCO: "EU SEMPRE REZEI PARA ISTO ACONTECER", DIZ SEU NEM

Arthur Lopes Filho, escreveu que aqueles que tem o privilégio de nascer em cidades banhadas por um rio de altivo porte carregam um diferencial de alegria de vida e de respeito pelas águas. Mas aqueles que vivem e trabalham no Rio São Francisco, carregam a alegria de saber que todos sempre espiam a curva do rio esperando a esperança sem perder a coragem. A coragem de ter sempre renovada esperança de que o rio ficará cada dia mais belo.

Essa esperança se torna real neste início de 2022, quando o Rio São Francisco, um dos mais importantes do Brasil, registra a maior cheia dos últimos 14 anos. A situação preocupa principalmente as comunidades ribeirinhas. Mas é também e principalmente motivo de alegria.

Em Juazeiro e Petrolina, rio São Francisco, Opará Rio que é Mar, voltou a dar alegria aos ribeirinhos, que vivem da pesca. Depois de mais de uma década de seca, as águas do Velho Chico voltam a trazer prosperidade para quem tira dele o seu sustento. E tudo isso graças as chuvas que caíram e que encheram os principais reservatórios do Brasil, e a barragem de Sobradinho.

O pescador Domingos Márcio Matos, conhecido por Nem da Colônia nasceu em Juazeiro, Bahia é um dos fundadores da colônia, ex delegado da Bacia do Rio São Francisco. Aos 61 anos disse que a comunidade sempre reza para que tenha chuvas na região. E foram as chuvas dos últimos dias as responsáveis pelo aumento no nível das águas.

"Vivo nas margens do Rio São Francisco. São mais de 15 anos sem uma cheia.  A chuva é benção de Deus, Divino Criador. Há décadas assistíamos o Velho Chico doente, agonizando. Agora ele vai ter um período de muita água. Isto representa fartura de trabalho para o pescador e agricultor", disse, lamentando que em alguns lugares, a exemplo do Angari, o homem construiu na calha do rio, e ele agora que o caminho livre para o seu curso natural.

Domingos Rodrigues de Sousa Filho, também conhecido por Dominguinhos da Colônia é o atual presidente da Colônia de Pescadores Zona 60 Juazeiro Bahia.  Ele avalia que o momento é de festejar. "O nível da água subiu mais e vai favorecer muito a desova dos peixes e o repovoamento. Isto é bom para os pescadores", ressaltando que pelo outro lado a colônia se dispõe a "garantir o galpão para aqueles que porventura precisarem deixar a casa neste período"

Depois de 12 anos, as regiões do Submédio e do Baixo São Francisco terão vazões em patamares elevados. A vazão está subindo gradualmente desde o dia 12 de janeiro e vai alcançar 4.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) no próximo dia 24. 

 Ao longo dos anos, a Chesf mapeou pontos mais sensíveis à elevação de vazão em decorrência de ocupações irregulares na calha do Rio São Francisco. A Companhia já está em contato com prefeituras e defesas civis oferecendo todas as informações disponíveis.

Como os últimos 10 anos foram de estiagem no Velho Chico, a Chesf avalia que, atualmente, mais localidades devem apresentar pontos sensíveis a vazões da ordem de 2.500 a 4.000 m³/s, sendo fundamental a avaliação das prefeituras e defesas civis.

Trecho entre as usinas de Sobradinho e Luiz Gonzaga (Submédio São Francisco)

Pernambuco 

Petrolina: possui áreas sujeitas à inundação com vazões a partir de 4.000 m³/s. As ilhas situadas a jusante de USB começam a ser inundadas com vazões acima de 3.000 m³/s. Destaque para o Balneário da Ilha do Rodeadouro, famoso ponto turístico da região, que

começa a sofrer inundação com vazões da ordem de 3.000 m³/s;

Santa Maria da Boa Vista: Balneário da Ilha da Coroa sofre inundação com vazões acima de 3.500 m³/s. Olarias a montante do centro de

Santa Maria, sofrem inundações com vazões de 4.000 m³/s;

Bahia

Juazeiro: possui áreas sujeitas à inundação com vazões a partir de 4.000 m³/s. Destaque para o bairro do Angari, situado abaixo do

dique de proteção, sujeito à inundações com vazões a partir de 3.000 m³/s;

Abaré: Captação construída abaixo do nível da cidade e sujeita a inundação com a ocorrência de vazões superiores a 4.000 m³/s;

Trecho Usina de Xingó até a Foz (Baixo São Francisco).

Alagoas

Piranhas: Bares construídos dentro da calha do rio sofrem inundação com 2.500 m³/s;

Pão de Açúcar: Balneários sofrem inundação a partir de 3.000 m³/s;

Belo Monte: Balneários sofrem inundação a partir de 4.000 m³/s;

Traipu: Prainha inunda com vazões de 3.500 m³/s;

São Brás: Vazões acima de 4.000 m³/s causam inundações em construções próximas a calha do rio.

Sergipe

Canindé do São Francisco: Orla sofre inundações com vazões a partir de 3.000 m³/s;

Amparo do São Francisco: Balneários sofrem inundações com vazões a partir de 3.000 m³/s;

Porto de Folha: Povoados próximos a calha do rio sofrem inundação com vazões a partir de 3.000 m³/s;

Gararu: Balneários sofrem inundação com vazões a partir de 3.000 m³/s;

Telha: Balneário apresenta inundação com vazões superiores a 2.500 m³/s;

Propriá: Balneário apresenta inundação com vazões superiores a 3.500 m³/s;

Santana do São Francisco: Balneário apresenta inundação com vazões superiores a 2.500 m³/s.

Nenhum comentário

OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO DECRETA REGIME DE CHEIA NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO

Diante da condição de cheia na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, foi iniciada operação especial dos reservatórios da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) para promover o controle das águas, tendo em vista que o período úmido na região se estende até abril. 

 Hoje (12), serão elevadas as vazões de todas as hidrelétricas da Chesf, no Velho Chico, gradativamente, com previsão de abertura de comportas (vertimento) a partir do dia 14. No dia 24 de janeiro, a vazão praticada a partir das usinas de Sobradinho (BA) e Xingó (SE) será de 4.000 metros cúbicos por segundo (m³/s).

 “O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) decretou regime de cheia na Bacia do Rio São Francisco e, dessa forma, temos que atuar com regras específicas, aguardando chegar mais água, pois ainda há grande volume de chuvas acontecendo em Minas Gerais. A previsão é de Sobradinho, nosso maior reservatório, alcançar cerca de 75% de armazenamento no fim de janeiro”, informou o diretor de Operação da Chesf, João Henrique Franklin.

Como as chuvas ocorrem até abril, na Bacia do São Francisco, o diretor acrescentou que há grandes possibilidades de o Reservatório de Sobradinho voltar a atingir armazenamento próximo a 100%, como no período úmido 2019/2020. 

 O foco do atual momento é o estreitamento do relacionamento da Chesf com as Defesas Civis e Prefeituras para que estejam cientes da elevação do nível do rio. “Vamos ter vazões que há doze anos não vemos no Rio São Francisco. É necessário haver a liberação da calha do rio, prevalecendo a segurança”, declarou o diretor.

As prefeituras e as defesas civis, além de diversas entidades, já foram comunicadas pela Chesf da liberação de água necessária para o controle de cheia. Confira o comunicado oficial, incluindo a Carta do ONS

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial