CANTOR E COMPOSITOR RENATO TEIXEIRA VISITA EXU, PERNAMBUCO, TERRA DE LUIZ GONZAGA

Exu Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga. Distrito Tabocas, Fazenda Araripe, Mestre Espedito Seleiro, Fundação Casa Grande, Alemberg Quindins, Nova Olinda, Ceará. Museu Patativa do Assaré  (Assaré), Museu Luiz Gonzaga do Distrito de Dom Quintino, Crato Ceará, fundado por Pedro Lucas Feitosa, Santana do Cariri, Museu Paleontologico. Estes foram os locais visitados pelo cantor e compositor Renato Teixeira, nascido em Santos, São Paulo.

Na companha do pesquisador Paulo Vanderley, Renato Teixeira, ficou encantado com a região. Ele cantou com as crianças e adolescentes do Projeto Asa Branca, conheceu a história da Banda de Pife de seu Louro, visitou o Parque Asa Branca/Museu Gonzagão e ainda esteve na Fazenda Araripe onde visitou a Igreja São João Batista do Araripe.

A visita contou com a presença do cantor e compositor Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga, do prefeito Raimundo Saraiva e da Secretaria de Cultura de Exu.

O cantor e compositor Renato Teixeira foi parceiro de Dominguinhos, um do encontros musicais considerados mais importantes da carreira e lembrou da importância de Luiz Gonzaga e a profecia do Rei do Baião quando ouviu Romaria e definiu que a sua música mexe com os sentimentos mais profundos.

"Tivemos a honra de receber hoje aqui em Exu no Parque Asa Branca, Renato Teixeira, grande ser humano, pessoa impar", disse Joquinha Gonzaga.

Das lembranças de Dominguinhos, nas entrevistas Renato ressalta: "uma das pessoas mais lindas que Deus já botou nessa terra".  

Sobre ver a própria obra permanecer mesmo após quatro décadas, Renato celebrou: "Isso é o de melhor que poderia acontecer. Eu confesso que eu sonhei com tudo, menos com a perenidade da obra. É a soma de vários fatores que faz a canção ser perene. A sensação é a melhor possível, é quase uma sensação de alívio, de dever cumprido".

"Já são algumas gerações que eu percebo que acompanham o meu trabalho. É uma coisa que me deixa muito feliz e fazendo acreditar ainda mais no futuro. As coisas que realmente têm valor vão permanecendo. As gerações são espertas", o cantor e compositor.

Renato ainda lembrou como foi que Elis Regina escolheu gravar uma das maiores canções dele, "Romaria". "Meu irmão foi muito tempo produtor da Elis. Eu e a Elis quase que não falávamos de música, até que ela pediu para eu mostrar algumas para o disco dessa. Ela acabou escolhendo 'Romaria' e 'Sentimental Eu Fico'".

"Jamais poderia imaginar que [Romaria] seria uma música perene, que seguiria até hoje. Luiz Gonzaga falou que 'Romaria' era a minha 'Asa Branca' e falou: 'Espera 30 anos para você ver o que vai acontecer com a sua música'. A música só me trouxe alegrias", recordou.

Em um video que circula na internet Renato Teixeira conta: "certa vez, eu abri o show do Luiz Gonzaga quando Romaria estourou. Interpretei a música e o Gonzagão disse que eu tinha encontrado “a minha Asa Branca”. Achei que ele estava brincando. “Sempre que for cantá-la, cante como se fosse a primeira vez”, ele disse. Por isso, quando chega a hora dela numa apresentação, eu sempre me lembro dessa frase.

HISTÓRIA: Em 2017, o Globo Rural fez uma viagem pelo roteiro da música “Romaria”. O repórter José Hamilton Ribeiro acompanhou o autor da canção, Renato Teixeira, em um passeio emocionante pelo interior de São Paulo. Lugares que inspiraram na composição, que é considerada um Hino dos Romeiros, que não medem esforços para pagar promessas, levando apenas a fé e olhar.

Renato Teixeira é autor de uma canção até simples, mas que se tornou um hino à Nossa Senhora Aparecida e um canto de resgate do caipira, um homem do campo. 

Renato não tinha ideia que a música ia virar tudo isso. “Eu quis fazer uma coisa sofisticada. Nunca imaginei que fosse se transformar numa canção tão popular. Eu acho que a força dela está exatamente em mexer com um símbolo brasileiros muito forte, que é Nossa Senhora. Era uma canção do romeiro, aquele que vai para Aparecida. Aí você começa a ver como ela penetra no inconsciente coletivo do povo brasileiro.”

Ele conta como compôs Romaria. “Eu escrevi numa mesinha que eu tinha. Eu gostava de sentar no chão para ficar ali escrevendo. Escrevi com a mão, compus, eu não tinha gravador nessa época para registrar ali, mas gravei na cabeça”. A letra é feita com recursos poéticos e tem até palavras que não estão no dicionário. Para explicar sua intenção na música, Renato aceitou ir aos lugares onde se passa a história de Romaria até chegar à Aparecida.

Romaria tem hoje mais de cem regravações, com nomes importantes da nossa música. Mas uma das gravações mais importantes para Renato é a de Maria Rita, filha de Elis Regina, num show em homenagem à sua mãe. O encontro entre o compositor e Maria Rita foi emocionante e cheio de ternura. 

“Ela é uma música que mexe muito comigo, com a questão da fé. Eu sempre tive uma relação muito difícil com Deus. Não conseguia entender o Deus que tira a mãe de uma criança. Essa música me aproxima um pouco da minha relação com a fé, da minha relação com o mágico, da minha relação com a minha mãe. Essa música é muito profunda, de verdade pra mim”, relata a cantora.

Renato venera a “Santíssima Virgem” por ter dado a ele inspiração e engenho para fazer “Romaria”, música que lhe oferece uma posição ao lado de Pixinguinha, Tom Jobim, Ari Barroso, Luiz Gonzaga , autores de canções que figuram numa lista restrita das 30 músicas mais gravadas em todos os tempos no Brasil.

A primeira pessoa a ouvir “Romaria” foi o produtor musical Marcus Pereira, que vinha fazendo em várias regiões do país um resgate das canções guardadas na  lembrança das pessoas, principalmente as mais velhas. 

A Coleção Marcus Pereira é hoje uma preciosidade, com descobertas  como “Cuitelinho”, “Menininha se eu te pedisse”, “Gavião de penacho” e até uma primazia incrível: tornar Cartola uma pessoa visível. Com quase 60 anos, o sambista carioca não tinha tido oportunidade de gravar um disco, não aparecia. Após essa gravação, tornou-se conhecido em todo o país. Como perito em descobrir joias, Marcus Pereira ouviu Renato cantar “Romaria” sentado, de costas, com a mão no rosto. Ao fim, Renato ansiava pelo que ele ia dizer. Não disse nada. Estava chorando. Sufocando soluços, balbuciou: “Você, Renato, fez uma coisa forte. Cuide bem dela.” 


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PEDRAS DESLIZAM DOS CÂNIOS ATINGIU LANCHAS NESTE SÁBADO (8)

Um deslizamento de pedras no Lago de Furnas, em Capitólio, no Centro-Oeste de Minas, atingiu três embarcações com turistas neste sábado (8).

Um vídeo impressionante flagrou o momento em que a pedra se desprende, cai na água e atingi as embarcações em uma área turística.

De acordo com o Corpo de Bombeiros de Piumhi há mais de 15 vítimas. Dez pessoas  morreram. Um vídeo que circula pela internet e cuja veracidade foi confirmada pelos Bombeiros mostra o momento em que um dos cânions atinge as lanchas.

Segundo o Corpo de Bombeiros informou ao g1, a princípio, uma "tromba d'água” junto a pedras fez com que elas deslizassem e caíssem de uma altura de mais de 5 metros, atingindo as lanchas.

Guarnições de Passos e Piumhi se deslocaram para a região.

Confira a íntegra da nota da Marinha

A Marinha do Brasil informa que tomou conhecimento de um acidente, no fim da manhã de hoje, após deslizamento de rochedo atingir embarcações que navegavam a região dos cânions, em Capitólio-MG.

 DelFurnas deslocou, imediatamente, equipes de Busca e Salvamento (SAR) para o local, integrantes da Operação Verão ora em andamento, a fim de prestar o apoio necessário às tripulações envolvidas no acidente, no transporte de feridos para a Santa Casa de Capitólio, e no auxílio aos outros órgãos atuando no local.

Um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente/fato ocorrido.

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FAZENDA UMBURUÇU: SERTANEJO FESTEJA ÁGUA E COBRA DAS AUTORIDADES POLÍTICA PÚBLICAS PARA RECURSOS HIDRICOS

"O nordestino só precisa de água para trabalhar e fazer fartura". A frase do agricultor Edmilson Cunha, proprietário da Fazenda Umburuçu, localizada na zona rural de Juazeiro é para comemorar os primeiros dias de janeiro 2022 e as chuvas têm saudado e alegrado o coração dos sertanejos e sertanejas. 

Edmilson enviou mensagem para o BLOG NEY VITAL e através de video mostra a alegria dos sertanejos e também "cobra das autoridades uma política pública de recursos hidricos, pois, segundo ele "toda essa água poderia ser armazenada e servir para as comunidades durante os próximos meses".

Localidades que há mais de quatro anos não registravam chuvas suficientes para o plantio, hoje já tem o molhado do cultivo. De acordo com dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), foram registradas, somente no último chuvas que variam de 50 milimetros hoje, 12,5 a 90 milímetros em municípios do Sertão do Araripe e Sertão do São Francisco, norte da Bahia. No Araripe, Santa Filomena registrou o maior índice com 60 milímetros.

Reportagem da Articulação Semiárido, destaca que Com a mudança na paisagem, o verde tomou conta do cenário sertanejo, os barreiros agora com água e as cisternas transbordando mudaram o semblante das famílias agricultoras. Mais preparados para receber as chuvas, os agricultores e as agricultoras que possuem tecnologias de captação e armazenamento de água guardam neste período a água que vai manter a família e os animais durante a estiagem.

“Acho que a região pode dizer que está rica e a riqueza que temos é a água. Há quatro anos, que a gente não vê um período de chuvas como este. A minha cisterna-calçadão encheu e sangrou, todos os barreirinhos sangraram. Vou agora arranjar capim de corte pra plantar. Se Deus quiser vai ser janeiro, fevereiro e março de chuva”, prenuncia a agricultora Maria de Lourdes, que reside no povoado de Cristália em Petrolina.

Para os próximos dias, de acordo com informações da APAC há a previsão de tempo nublado a parcialmente nublado com chuva rápida de forma isolada

Nos anos 50, Luiz Gonzaga e Zé Dantas escreveram os versos Vozes da Seca. 'Vozes da seca' foi composta em protesto contra inércia dos governantes durante a seca. Entre os anos de 1950 a 1953, o nordeste sofreu uma das piores secas de sua história, deixando a população faminta. Luiz Gonzaga e Zé Dantas lançaram 'Vozes da Seca' em protesto contra a inércia dos governantes em relação às mazelas sofridas pela população.

Confira os versos:

Seu doutor, os nordestinos têm muita gratidão

Pelo auxílio dos sulistas nesta seca do sertão

Mas doutor, uma esmola a um homem que é são

Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão

É por isso que pedimos proteção a vosmicê

Homem, por nós, escolhido, para as rédias do poder

Pois doutor, dos vinte estados, temos oito sem chover

Veja bem, mais da metade do Brasil tá sem comer

Dê serviço a nosso povo, encha os rios e barragens

Dê comida a preço bom, não esqueça a açudagem

Livre assim, nós da esmola, que no fim desta estiagem

Lhe pagamos inté os juros sem gastar nossa coragem

Se o doutor fizer assim, salva o povo do sertão

Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação

E nunca mais nós pensa em seca, vai dá tudo neste chão

Como vê, nosso destino, mercer tem na vossa mão

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JORNALISTA ANTONIO VICELMO COMPLETA 80 ANOS NESTA SEGUNDA (10)

O jornalista, radialista e escritor Antônio Vicelmo, complenta na próxima segunda-feira-10 de janeiro, 80 anos. O Prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil, assinou decreto municipal, n última quinta-feira, 06, concedendo ao jornalista, radialista e escritor, Antônio Vicelmo do Nascimento, a Medalha do Mérito Bárbara de Alencar, a mais alta honraria concedida pelo poder público municipal cratense, às pessoas que prestaram relevantes serviços ao Município.

Com mais de cinco décadas de atuação na imprensa, Vicelmo é também advogado e poeta, sendo um dos grandes divulgadores da cultura cratense, cearense e nordestina, destacando de forma relevante o Município do Crato, através de sua atuação como comunicador. 

Por mais de três décadas trabalhou como repórter do Jornal Diário do Nordeste, além de ter atuado na TV Verdes Mares, também do Sistema, tendo sido correspondente através da sucursal do jornal, instalada na rua Tristão Gonçalves, em Crato. Ele inspirou a criação do caderno Regional do DN, pela ampla valorização da cultura regional e das riquezas do Cariri. Recentemente publicou a sua biografia, com o título "E Era Só… 50 anos de jornalismo",relatando a sua trajetória profissional.

Vicelmo é também um dos jornalistas que durante todos os anos de atuação em sua trajetória profissional, deu voz aos movimentos sociais da região, além dos grupos de tradição cultural, expandido a divulgação desses grupos. O seu trabalho teve um alcance de popularidade, tornando-o por todas essas décadas um líder de audiência regional, através do rádio, com o programa Jornal do Cariri, na rádio Educadora.

O reconhecimento se dá dentro do transcurso do Bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817, liderada pela heroína Cratense, Bárbara de Alencar,mãe da República e da Independência do Brasil. O decreto também destaca osinestimáveis e valiososserviços prestados ao povo cratense, em diferentes áreas de atuação ao

BIOGRAFIA: Filho de Vicente Anselmo do Nascimento e Maria Do Carmo Simplício, Antônio Vicelmo do Nascimento nasceu em 10 de janeiro de 1942, em Brejo Santo, na região do cariri cearense. O jornalista e radialista e é casado com a bióloga Marisa Maria Rolim do Nascimento, com quem teve quatro filhos: Paulo Ernesto Arrais do Nascimento, João Ricardo Arrais, Marcos Eduardo Arrais e Pedro Henrique Arraes, falecido. Iniciou sua vida profissional como radialista na Rádio Araripe do Crato.

 Trabalhou na Ceará Rádio Clube, rádio Verdes Mares, TV Ceará e TV Verdes Mares. Foi editor do matutino Pré-nove e um dos fundadores do jornal Diário do Nordeste, o qual participou da cobertura de entrega dos documentos solicitando a reabilitação do Padre Cícero, no Vaticano. Atualmente trabalha na Rádio Educadora do Cariri.


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SÃO JOSÉ DO EGITO FAZ HOMENAGEM AO NASCIMENTO DO POETA LOURIVAL BATISTA, DE REPENTE LOURO

Para comemorar o nascimento do poeta Lourival Batista – 6 de janeiro – está sendo realizado no Sítio Santa Helena, em São José do Egito, Sertão do Estado, o festival ‘De Repente Louro’. O evento foi aberto nesta quinta-feira e vai até o domingo (9).

Com as conhecidas restrições impostas pela Covid-19, o evento que sempre ocorre em praça pública e atrai uma multidão, teve de ser reestruturado. Por isso, aconteceu numa área privada, ao ar livre e com rígido controle de acesso. 

Só com a apresentação do comprovante de vacina, as pessoas são autorizadas a entrar na festa, que neste ano tem formato semelhante ao Festival Zeto: udistoque pajeuzeira, anualmente realizado em meados de julho.

Outra característica do evento deste ano é a participação solidária. Com um mínimo de patrocínio, que garantiu apenas a infraestrutura básica, a exemplo de som e iluminação, o De Repente Louro, só foi possível porque os artistas se prontificaram a se apresentarem sem recebimento de cachê. Atração à parte é a presença da conhecida Rural, de Roger de Renor e Niltinho.

Organizadora do festival, a cantora Bia Marinho, filha do homenageado, revela o reconhecimento e o carinho do povo pelo poeta. 

“A festa só está acontecendo por conta do apoio dos amigos, que louvam a contribuição de Louro para a poesia e o Pajeú”. E acrescenta: “Aqui não vale a história de que santo de casa não faz milagre. Louro é idolatrado pelas pessoas”.

Também organizador da homenagem, o poeta Antônio Marinho – do grupo Em Canto e Poesia – destaca um dos objetivos do evento, que é ao mesmo tempo revisitar o passado e abrir perspectivas para continuidade da produção poética. 

“Não tem sentido ficar só louvando o passado, como não tem sentido achar que está se fazendo uma coisa sem passado. O festival cumpre o papel de ponte entre a tradição e a contemporaneidade”, arremata Marinho.

Na abertura aconteceu o lançamento do livro O Aventureiro e o Boêmio – sobre Lourival e Pinto do Monteiro –, de autoria de Marcos Nunes Costa e Raimundo Patriota, que é filho de Louro. 

Ocorreu ainda mesa de glosas, cantoria de duas duplas de violeiros, dos grupos As Severinas e Em Canto e Poesia, do sanfoneiro Douglas Silva, do cantor Val Patriota e da cantora Bia Marinho.

Nessa sexta-feira (08), o poeta Eugenio Jerônimo faz recital e o cantor Zé Linaldo lança o CD Um Pé de Tempo. Durante os outros dias diversos artistas, que vão aderindo ao festival, passarão pelo palco.

Louro do Pajeú – Lourival Batista Patriota (Louro do Pajeú) nasceu em São José do Egito em 1915 e faleceu em 1992. 

Considerado um dos maiores repentistas da história protagonizou célebres pelejas com outro ícone da cantoria de viola, o paraibano Pinto do Monteiro.

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DIA DE REIS MARCA O RECONHECIMENTO DAS FOLIAS COMO PATRIMÔNIO CULTURAL

No Brasil, o Dia de Reis, celebrado hoje (6), marca uma tradição centenária na cultura popular, que é a passagem das folias pelas ruas, reunindo grupos de cantadores e instrumentistas que entoam versos em homenagem aos três reis magos: Baltazar, Belchior e Gaspar. Eles passam de casa em casa vestindo fardas e máscaras e performando danças e cantorias com múltiplos instrumentos de corda, sanfonas e percussão. 

No calendário da fé cristã, o 6 de janeiro marca o momento que esses três reis magos foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo, em Belém, cidade milenar localizada atualmente na Palestina. Guiados por uma estrela, segundo o relato bíblico, eles levaram ouro, mirra e incenso como presentes, simbolizando realeza, imortalidade e espiritualidade. Essa data também conclui os festejos natalinos, sendo o momento de desmontar as árvores e os enfeites de natal.

Em Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) também celebra, este ano, o quinto aniversário do reconhecimento das folias como Patrimônio Cultural. Já são mais 1,6 mil grupos cadastrados em cerca de 400 municípios de todas as regiões. Em 2017, após um ano de pesquisa e identificação por meio de cadastro virtual disponível no portal do Iepha, o Conselho Estadual de Patrimônio Cultural de Minas Gerais aprovou por unanimidade o registro das folias como patrimônio cultural de natureza imaterial. As folias são manifestações culturais-religiosas cujos grupos se estruturam a partir de sua devoção. Além dos Reis Magos, são cultuados o Divino Espírito Santo, São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora da Conceição, em períodos que não são necessariamente o de natal. 

As folias são também conhecidas como caravanas, charolas, ternos ou companhias. Elas consistem na presença de cantadores, tocadores de instrumento, que saem pelas ruas, de casa em casa, cantando louvores a um santo de devoção e recolhendo donativos para ofertar aos mais necessitados ou cumprindo promessas que as pessoas fazem aos seus santos. Alguns grupos contam com personagens, como reis, palhaços e bastiões. Entre os instrumentos que conduzem os cantos, estão violas, violões, cavaquinhos, pandeiros, caixas e sanfonas.

"As folias, especialmente as folias de reis, estão em Minas Gerais desde o princípio da formação do estado. Há registros de viajantes que estiveram por aqui, matérias de jornais da época, mas sobretudo na memória oral desses grupos autorais. Trata-se de uma prática religiosa, mas que tem sua importância cultural, uma vez que eles estão presentes em todo o estado, como elemento formador da identidade mineira", explica Débora Raiza, gerente de Patrimônio Cultural Imaterial do Iepha.

"Para mim, o significado maior de ser folião de Santo Reis é saber que nós representamos uma história, que tem um significado, que vem desde lá quando o menino Jesus nasceu, na Gruta de Belém, e foi saudado pelos três reis magos. É muito gostoso quando a gente sai para as nossas caminhadas, partidas e bandeiras, porque ali nós levamos a fé, o amor, a esperança, e mantemos acesa a chama que não deixa essa cultura e a tradição se perderem", afirma Luís Fabiano dos Santos, o Mestre Luís Fabiano, da folia de reis de Timóteo, no Vale do Aço, região leste de Minas Gerais. 

Professor de percussão da rede pública de ensino, Luís Fabiano dirige um grupo de foliões na cidade mineira, que tem organizado anualmente festejos em louvor aos reis magos. Com a pandemia de covid-19, essa tradição vem sendo mantida, mas a partir de outros formatos. 

"A pandemia não anulou a nossa fé, mas ela nos limitou de muitas ações. Era pra gente estar fazendo as nossas peregrinações, visitando as casas, as famílias, mas temos feito as atividades de forma virtual durante esse período de pandemia", relata.  

Além de Minas, as folias são muito tradicionais em diferentes regiões do país, como em estados Nordeste, além de Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. 

Tradição dos presépios: Como ação de salvaguarda das folias de Minas, o Iepha promove desde 2016 o Circuito de Presépios e Lapinhas. A edição de 2021 contou com mais de 500 presépios residenciais e comunitários de 302 municípios de todas as regiões do estado. Tradicionalmente, os presépios recebem visitas até 6 de janeiro, data em que se comemora o dia de Santos Reis. 

No Brasil, a tradição dos presépios alcançou contornos próprios, mas influenciados pelos hábitos e costumes europeus da representação da natividade, acompanhando as festas do ciclo natalino e, em especial, as folias criadas em honra e devoção aos santos Reis Magos. Contando com figuras de animais, pastores, casinhas, pequenas conchas e plantas, a cena de um presépio varia de acordo com os costumes do lugar. 

Em Minas Gerais, segundo o Iepha, o presépio está presente desde o século 18, com muitos desses montados nos chamados oratórios-lapinha e maquinetas (caixas envidraçadas). Os oratórios-lapinhas, típicos do estado e procedentes da região de Santa Luzia e Sabará, geralmente acolhiam cenas ligadas à natividade de Jesus.

A tradição e arte dos presépios no Brasil é repleta de elementos sincréticos e traz marcas da regionalidade. Por causa disso, a Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) criou há mais de 48 anos o Concurso Nacional de Presépios, que tem por finalidade estimular as experiências de criações contemporâneas e resgatar o sentido poético do presépio na cultura brasileira.

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FILHO DE PADRE BIANCHI DENUNCIA DIOCESE DE CARUARU NA JUSTIÇA POR DANOS MORAIS DEVIDO À MORTE DO PAI

Um jovem que afirma ser filho de Manoel Francisco Xavier, conhecido como Padre Bianchi, denunciou a Diocese de Caruaru, no Agreste, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e ao Vaticano. Emanuel Gaspar Araujo Silva Xavier, de 23 anos, é advogado e está pedindo R$ 2 milhões por danos morais devido à morte do pai, que foi vítima da Covid-19 em 12 de maio de 2021. Bianchi dedicou 37 anos ao sacerdócio.

Padre Bianchi trabalho em Petrolina e teve programa de Rádio na então Emissora Rural-A Voz do São Francisco.

O g1 procurou a Diocese de Caruaru, por meio do coordenador diocesano da Pascom. Ele informou que "a Diocese não se pronuncia sobre temas do setor jurídico da Instituição". Por e-mail, o g1 pediu um posicionamento ao Vaticano, por meio da Imprensa da Santa Sé, na Itália, e da Nunciatura Apostólica, que representa o Vaticano no Brasil, mas ainda não recebemos resposta. O g1 ainda tenta contato com o advogado de Emanuel, mas as ligações não foram atendidas.

Emanuel Gaspar é fruto de um relacionamento do padre com Catarina Bezerra de Araújo, que atuou como secretária na Paróquia de Santa Cruz do Capibaribe, na década de 90. Atualmente, o jovem advogado reside em Campina Grande, na Paraíba, e está sendo auxiliado pelo Projeto Cicatrizes da Fé, que ajuda pessoas que estão relacionadas a "casos de envolvimento sexual no âmbito eclesial", além de vítimas de abuso sexual dentro da Igreja Católica.

De acordo com Emanuel, o pai nunca deixou faltar comida e educação para o filho e sempre mantinha contato. Após a morte de Padre Bianchi, Emanuel Gaspar foi até a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da qual o sacerdote era pároco, para ter acesso ao quarto do pai, mas não conseguiu.

Alegando dificuldades financeiras após a morte do pai, que ajudava nas despesas, o jovem afirmou ter tentado um encontro com o bispo diocesano de Caruaru, Dom José Ruy, para pedir ajuda à Diocese. Ele foi recebido por um advogado, que disse não ter nenhuma decisão tomada por parte da Diocese.

Em seguida, foi feita uma denúncia ao Vaticano. O g1 teve acesso à denúncia completa enviada ao Vaticano. Na carta, destaca-se que Emanuel e a mãe, Catarina, "ficassem em silêncio devido à profissão do padre [...] a preservar a igreja".

Na ação apresentada à Justiça, o advogado do projeto Cicatrizes da Fé aponta que, nos últimos anos, Padre Bianchi estaria sofrendo represálias. Segundo a denúncia, tais represálias foram por parte de Dom Bernardino Marchiò, bispo emérito de Caruaru e posteriormente, por Dom José Ruy. A diocese não se pronunciou sobre as denúncias contra seus integrantes.

"Os presentes autos versam sobre uma cruel história de perseguição praticada contra um sacerdote, pai do autor, que infelizmente viu-se 'preso' numa ardilosa teia, amaranhada por egoísmo e retaliações infelizmente capitaneada inicialmente pelo 1º Réu Dom Dino, atualmente bispo emérito e referendada pelo 2º Réu Dom José, atual expoente máximo da Diocese de Caruaru", pontuou parte da denúncia.

O padre Bianchi Xavier morreu de Covid-19 aos 69 anos na quarta-feira, 12 de maio, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Ele estava internado no Hospital da Unimed desde o início daquele mês, quando foi diagnosticado com pneumonia viral.

Por meio de nota, o padre Alexsandro Jorge, vigário forâneo, lamentou a morte. "Com pesar, nesta véspera da Virgem Santíssima, a Senhora de Fátima, confiamos a alma do nosso Irmão Pe. Bianchi Xavier, sacerdote de Cristo. Rezemos por seu descanso eterno", disse.

Também através de nota, a Diocese de Caruaru, por meio do bispo Dom José Ruy, prestou sentimentos à família do sacerdote: "Completou sua missão aqui na Terra, mas permaneceu firme na fé. Rezemos por este sacerdote tão amado por todos, que comunicava com alegria a palavra de Deus. Agora comunica a fé na ressurreição para nós. A Diocese de Caruaru [...] une-se ao Clero, familiares e todos os diocesanos neste momento". (Fonte G1 e Blog Ney Lima)

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