CANTOR ASSISÃO E GRUPO DE XAXADO CABRAS DE LAMPIÃO PERCORREM PERNAMBUCO COM AULA ESPETÁCULO

Nesse momento, onde os valores são postos em derradeiro plano da moral, ASSISÃO e O GRUPO DE XAXADO CABRAS DE LAMPIÃO solicitam consentimento para adentrarem em sua escola para reafirmarem os alicerces da cultura nordestina, trazendo como ponto de partida a musicalidade do Mestre do Forró numa interação estética e inovadora com a poesia e a dança do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, brotando um espetáculo de especial beleza.

É para colaborar com a compreensão da origem e do desenvolvimento desses ritmos que surge o projeto “No São João é Assim”, um trabalho erudito de valorização destas heranças rítmicas populares nordestinas, apresentado através de uma aula espetáculo conduzida pelo mestre Assisão e o Grupo de Xaxado Cabras de Lampião.

A aula espetáculo irá apresentar o Forró com suas variantes mais tradicionais – o Baião, o Xote, o Xaxado e Marcha Junina, tendo a parte musical conduzida por Assisão, o personagem Lampião contando em versos de cordel as origens e influências de cada ritmo, intercalando com cada uma das músicas que serão apresentadas pelo restante do bando, fazendo uma verdadeira festa, tornando um espetáculo cheio de energia, dinâmico e de cunho pedagógico. As músicas que irão compor o repertório serão selecionadas pelo próprio Assisão, dono de mais de cinquenta sucessos juninos. As coreografias e os versos de cordel serão desenvolvidos pelos Cabras de Lampião.

A aula espetáculo “No São João é Assim” é uma ação de impacto social e cultural. Ela possibilitará a participação dos alunos, professores e funcionários das unidades de ensino desses locais, oportunizando entrar em contato com a riqueza da diversidade cultural pernambucana. O projeto promoverá a experimentação, a reflexão crítica, à troca de conhecimentos e de metodologias entre os artistas e tem como proposta, ainda, romper os limites socialmente estabelecidos entre as artes consagradas e a cultura popular.

A união desses dois magníficos filhos de Serra Talhada – ASSISÃO e os CABRAS DE LAMPIÃO – vem coroar a importância que tem o Xaxado para a região e para a identidade cultural do nosso país. Além da dança e da música, que demonstram a força do Cangaço e do povo nordestino, o Xaxado atrai ainda uma riqueza de elementos como as indumentárias, as comidas, os hábitos e, principalmente, as histórias, narradas nas letras das canções.

ROTEIRO DAS CIDADES

POMBOS (Mata Sul)

Data: 06.12.2021 (segunda feira).

Local: EREM Capitão Manoel Gomes d’Assunção

Hora: 14 horas.

OLINDA (Região Metropolitana)

Data: 07.12.2021 (terça feira).

Local: Espaço Cultural Profº. José de Barros Lins (Instituto Allan Kardec). Avenida Prof. Andrade Bezerra, Salgadinho.

Hora: 15 horas.

RECIFE (Região Metropolitana)

Data: 07.12.2021 (terça feira).

Local: Escola Municipal Santa Luzia, Estância.

Hora: 10 horas.

BUIQUE (Agreste)

Data: 08.12.2021 (quarta feira).

Local: Escola Ana Rosa de Almeida (Comunidade Quilombola Mundo Novo).

Hora: 9 horas.

CEDRO (Sertão Central)

Data: 09.12.2021 (quinta feira).

Local: EREM Professor Manoel Joaquim Leite

Hora: 09 horas.

SÃO JOSÉ DO EGITO (Sertão do Pajeú)

Data: 10.12.2021 (sexta feira).

Local: ETE Professora Célia Siqueira.

Hora: 14 horas.

Nenhum comentário

ASA BAHIA REALIZA LIVE DE LANÇAMENTO DA CAMPANHA TENHO SEDE

Poesias, cordéis e músicas para animar a vida e partilha de afetos fazem parte da live de lançamento da Campanha Tenho Sede na Bahia. A ação visa despertar a solidariedade do povo baiano em prol da campanha de arrecadação de recursos para construção de um milhão de cisternas na região do Semiárido Brasileiro. 

O lançamento acontece dia 9 de dezembro, a partir das 19h, com transmissão pelo canal da ASA Bahia no YouTube.

A iniciativa conta com participações especiais de artistas de diferentes territórios baianos como os músicos Roberto Malvezzi – conhecido como Gogó, Marcondes Leite, Juliano Vilas Boas e Climério Vale; as cordelistas Roseli Cordeiro e Letícia Aparecida; o poeta Agnaldo Rocha e a poetisa Jamielle Dantas; além do guitarrista Valdir Rocha com as cantadeiras de roda e sambadores/as de Várzea da Roça e dos grupos de dança Quilombos Baixão dos Negros e Maria Preta de Banzaê e Quilombo de Juazeiro dos Capotes de Jeremoabo. 

O lançamento estadual pretende "mostrar à população da Bahia o significado da campanha Tenho Sede, como as pessoas podem contribuir e o que significa doar um pouco de si para as pessoas que não têm acesso à água", destaca Naidison Baptista que é um dos coordenadores estaduais da ASA Bahia. Ele ressalta que a necessidade dessa arrecadação de recursos  se dá porque o programa de cisternas foi suspenso pelo Governo Federal, mesmo existindo ainda mais de três milhões de pessoas que necessitam dessa tecnologia social fundamental para a convivência com o Semiárido.

"Esta campanha é muito importante! É uma campanha de cidadania, de liberdade, de apoio às mulheres, porque são elas que na maioria das vezes dedicam grande parte do dia a buscar água. Participe da campanha, venha para nossa live. Movimente seus vizinhos e suas vizinhas, busque doadores e doadoras e você também faça seu gesto de solidariedade", frisa Naidison, que também é idealizador da campanha Tenho Sede.

Durante a live, serão realizados sorteios de CDs e livros. Para  concorrer, siga o perfil da Asa Bahia no Instagram @asabahia e veja as orientações. Acesse o canal da ASA Bahia no YouTube para acompanhar a live de lançamento estadual da campanha Tenho Sede:  youtube.com/c/ASABahia.

A campanha Tenho Sede foi lançada nacionalmente em setembro deste ano pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Seu objetivo é arrecadar recursos para construção de mais um milhão de cisternas de placas para famílias do Semiárido que sofrem com a falta de água para o consumo humano e produção de alimentos. Há cerca de 21 anos, a ASA construiu 1 milhão e 200 mil cisternas no Semiárido, com o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), mudando a realidade de famílias rurais que passaram a ter melhor qualidade de vida, alimentação e saúde, além de possibilitar a produção de alimentos também para a comercialização, colaborando com a renda das agricultoras e agricultores da região.

O acesso à água é um dos elementos norteadores da Convivência com o Semiárido defendida pela ASA, que reúne mais de três mil organizações, que defendem e propagam políticas públicas voltadas para o Bem Viver no Semiárido.

Os/As interessados/as podem colaborar com doações mensais, anuais ou únicas, que podem ser feitas pela internet, no site www.tenhosede.org.br. 

A campanha Tenho Sede conta com apoio de Gilberto Gil, que regravou a composição de Dominguinhos e Anastácia com direito a um clipe especial para a ação da ASA. A canção é bastante conhecida e torna-se o hino da campanha justamente por representar a luta pelo acesso à água potável, um recurso natural e vital, direito de todas as pessoas.

Traga-me um copo d'água, tenho sede

E essa sede pode me matar

Minha garganta pede um pouco d'água

E os meus olhos pedem teu olhar

A planta pede chuva quando quer brotar

O céu logo escurece quando vai chover

Meu coração só pede o teu amor

Se não me deres posso até morrer

SERVIÇO:

Lançamento estadual da campanha Tenho Sede

Dia 09/12 (quinta-feira) - 19h

No canal da ASA Bahia: youtube.com/c/ASABahia

Participações: Roberto Malvezzi – Gogó, Marcondes Leite, Juliano Vilas Boas, Climério Vale, Roseli Cordeiro, Letícia Aparecida, Agnaldo Rocha, Jamielle Dantas, Valdir Rocha com as Cantadeiras de Roda e Sambadores de Várzea da Roça, e grupos de dança Quilombos Baixão dos Negros e Maria Preta de Banzaê e Quilombo de Juazeiro dos Capotes de Jeremoabo.

Outra informações: @asabahia (instagram) 

Informações à imprensa: Bruno Machado (SASOP) - 71 98812-8868

Nenhum comentário

MAIS DE 300 HECTARES DE CAATINGA DESMATADOS EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NA CHAPADA DO ARARIPE

Uma área de mais de 300 hectares da Serra da Perua, encravada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Araripe, no município de Exu, Pernambuco, foi completamente desmatada nos últimos meses. Imagens de satélite registradas de agosto a novembro, mostram a mudança na paisagem do bioma da zona de encontro da Caatinga e os impactos causados pelo desmatamento na região.

A degradação é resultado das operações de uma empresa avícola que, por sua vez, foi autorizada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) a cultivar milho e soja em uma área que corresponde a 540 hectares da Serra da Perua. 

“Até o momento observamos que já foi desmatado algo em torno de 312 hectares dos 540 cedidos pela CPRH”, afirmou o pesquisador e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Abelhas (Nupea), Társio Alves. Como membro do conselho da APA da Chapada do Araripe, Alves foi procurado por apicultores e meliponicultores (criadores de abelhas sem ferrão) da região que estavam preocupados com o impacto do desmatamento e das queimadas na produção de mel. A partir daí, o pesquisador passou a investigar o empreendimento. 

“Como se trata de grandes áreas de cultivo de monocultura, que tradicionalmente utilizam maquinários pesados, agroquímicos e afins, podemos prever o possível impacto ambiental para a população do território da Chapada do Araripe, sem citar nas espécies silvestres que compõem a flora e a fauna da região”, disse o pesquisador. 

No dia 17 de setembro de 2021, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), concedeu à empresa que explora o setor de Avicultura, com sede em Caruaru, uma licença de operação para cultivo de milho e soja, principais ingredientes de ração para galinha, em uma área de 540 hectares, na Serra da Perua. 

O documento, que autoriza a operação de obras ou empreendimentos no local, prevê a descrição das medidas de controle ambiental nas licenças Prévia e de Instalação a serem apresentadas pelo proprietário do negócio. Consta ainda na licença que as queimadas nas áreas cedidas só podem ocorrer com autorização dos órgãos competentes.

Após o recebimento de denúncias feitas por ambientalistas e moradores da APA da Chapada do Araripe sobre as queimadas e desmatamentos no local, a Marco Zero Conteúdo procurou a CPRH e questionou se houve um estudo de impacto ambiental na área cedida e se o órgão havia autorizado as queimadas e desmatamento na Serra da Perua. No dia 19 de novembro, o órgão respondeu por meio de nota e afirmou que a licença de operação havia sido suspensa:  

“A CPRH informa que suspendeu a licença de operação emitida para empreendimento de plantio de milho e soja, no município de Exu, no Sertão do Araripe. O relatório  41/2021, emitido pelo ICMbio, que registra denúncia contra o empreendimento, levou a Agência a decidir pela suspensão do licenciamento. As informações contidas no referido documento estão sendo apuradas pelo órgão ambiental.”

No entanto, agricultores e moradores da região – que pediram não serem identificados por medo de represália – afirmam que as operações no local “continuam a todo o vapor, vinte e quatro horas por dia”. Voltamos a questionar a CPRH sobre a continuidade das atividades na Serra da Perua, mas, pouco antes do fechamento desta reportagem, a Agência informou que “na sexta-feira [3 de dezembro] pela manhã terá as informações. Estamos em processo de análise e fiscalização”. Caso as informações sejam encaminhadas na sexta-feira, serão publicadas.

Também procuramos o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para ter acesso ao relatório enviado à CPRH, que pede a suspensão da Licença de Operação na Chapada do Araripe. Até o fechamento deste texto, a assessoria do Instituto havia informado que os questionamentos foram repassados à área responsável e que, “o mais rápido possível”, a demanda da Marco Zero seria atendida.

DESMATAMENTO: A Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe se estende por 33 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí e conta com um bioma com bastante biodiversidade onde predomina cerrado, caatinga e zonas de transição com traços de mata atlântica.

De acordo com as visitas in loco e as imagens de satélite, o pesquisador Társio Alves afirma que o desmatamento acontece também no Ceará. “Soube também, por moradores locais, que estavam desmatando uma área nas imediações do distrito de Dom Leme, Rangel, mas não temos muitos detalhes ainda”, revelou Alves. 

As imagens feitas pelo satélite mostram que a área desmatada no Ceará está localizada a sete quilômetros do Distrito de Dom Leme, Santana do Cariri, em uma estrada que vai em direção ao Araripe e fica próxima a área de desmatamento da Serra da Perua. Segundo os moradores locais, o desmatamento estaria sendo realizado pela mesma empresa: a Novo Ovo Express. 

Além do desmatamento, moradores e agricultores locais estão preocupados com o impacto que o empreendimento pode trazer para o abastecimento de água na região, já que, de acordo com eles, o solo do bioma tem sido perfurado, podendo ocorrer a contaminação do lençol freático. 

Em uma de suas visitas in loco, Társio Alves registrou um poço profundo que está sendo cavado na Serra da Perua, e recebeu denúncias dos moradores de que a empresa pretende cavar outros 10 poços similares a esse. Além disso, os moradores afirmam que o empresário teria a pretensão de comprar outra área de 10 mil hectares da Chapada do Araripe para ampliar o plantio de soja e milho na região. 

Marco Zero tentou contato com a Novo Ovo Express. A equipe de reportagem chegou a ligar para um celular cujo número está disponível em um site que com dados do cadastro do CNPJ da empresa, mas não obteve nenhum retorno. Também questionamos a CPRH sobre a instalação de poços na Serra da Perua, mas não tivemos respostas até o fechamento desta reportagem. (Fonte: Marco Zero/Reportagem Gionana Carneiro)

Nenhum comentário

FAGNER E ELBA RAMALHO LANÇAM TRABALHO HOMENAGEM A LUIZ GONZAGA NO DIA 13 DE DEZEMBRO

No próximo 13/12, Fagner e Elba Ramalho lançarão um trabalho em homenagem ao Luiz Gonzaga. Intitulado Festa. O álbum que aborda o repertório do Rei do Baião contará somente com músicas do cantor e será o primeiro lançamento pelo selo Bônus Track.

Com produção do maestro e sanfoneiro Zé Américo, o disco foi gravado entre julho e agosto de 2021 e terá como repertório músicas como A morte do vaqueiro (Nelson Gonzaga e Nelson Barbalho), Danado de bom (Luiz Gonzaga e João Silva), O cheiro da Carolina (Luiz Gonzaga e Amorim Roxo), Baião da Penha (Guio de Moraes e Davi Nasser), entre outros clássicos do baião.

Tanto Fagner como Elba já lançaram álbuns com o repertório de Gonzaga nas respectivas discografias. Fagner lançou os discos, Luiz Gonzaga & Fagner (1984) e Gonzagão & Fagner 2 (1988), gravados em parceria com o próprio cantor pernambucano. Já Elba Ramalho lançou o álbum Elba canta Luiz (2002), cujo show de divulgação gerou o disco Elba ao vivo (2003), também lançado em DVD. Festa, o mais recente trabalho da dupla contará com uma turnê de divulgação, prevista para 2022.

Nenhum comentário

COMUNIDADES DO SALITRE PROMOVEM MOBILIZAÇÃO PARA GARANTIR DIREITO A ÁGUA

Comunidades do Alto, Médio e Baixo Salitre, no município de Juazeiro/BA, estão se articulando para garantir que a região seja contemplada dentro da proposta do Canal do Sertão Baiano, o Eixo Sul da Transposição do São Francisco. A Codevasf deve publicar no próximo dia 09 resultado de edital que vai licitar empresar para atualizar estudo realizado em 2016 pela empresa GeoHidro.

Diante disso, a União das Associações do Vale do Salitre (UAVS) pretende mobilizar as comunidades para que estas reivindiquem junto à Codevasf a garantia de um projeto específico que assegure água para as propriedades situadas na margem esquerda e direito do Rio Salitre, no trecho dentro do território de Juazeiro.

Ciente de que o Canal do Sertão é uma obra de grande porte e com grandes contradições, as lideranças do Vale do Salitre não admitem que se pense em levar água para outros municípios da Bahia sem antes contemplar Juazeiro, mais precisamente o distrito de Junco, local de onde sairá a tomada de água do Rio São Francisco para o Canal do Sertão.

Mobilização: No próximo dia 12, a comunidade de Goiabeira II irá sediar uma Assembleia Geral da UAVS para discutir e definir as estratégias de luta em defesa da garantia da água para produção e outras finalidades, conforme prevê o projeto geral do Canal do Sertão Baiano. A partir do estudo desenvolvido pela empresa Geohidro, é necessário um valor médio de R$ 151 milhões para garantir água por gravidade e de forma pressurizada da região de Goiabeira, no Alto Salitre, até os povoados de Barreiras, pela margem esquerda do rio, e Sabiá, pela margem direita.

Hoje o Salitre já possui duas adutoras, as quais jogam água do Velho Chico no leito do Rio Salitre desde a sede do distrito de Junco até a Foz (encontro com o São Francisco). Esse projeto foi efetivado após a inauguração do Perímetro Irrigado Salitre e é fruto da mobilização popular, sobretudo o "Movimento dos Sem Água", que surgiu da inconformação com a exclusão dos nativos do Salitre do projeto de irrigação que conta com quase 300 lotes e apenas 11 foram vendidos a produtores/as nativos do Salitre.

Com o novo projeto em questão, o leito do rio ficará livre para ser revitalizado, enquanto a água para irrigação deve chegar nas propriedades mediante colocação hidrômetros e cada produtor/a deve arcar com o custo de água conforme o que consumir.

Por Érica Daiane Costa, presidenta da UAVS

Nenhum comentário

REVISTAS E LPS REGISTROS HISTÓRICOS DA VIDA E OBRA DE LUIZ GONZAGA

Postei aqui textos mostrando discos selos originais, raros, estes fazem parte da minha coleção de Música, vida e obra de Luiz Gonzaga. DetalheS: percebam escrita Rosil, data 10-07-1967, ele pertenceu a Rosil Cavalcanti, parceiro, compositor de Luiz Gonzaga e de Jackson do Pandeiro. No arquivo duas revistas editadas em 1952, portanto no próximo ano 2022, elas completam 70 anos. Luiz Gonzaga e sua alegria, registrada na Revista O Cruzeiro, Rio de Janeiro-RJ, ano XXIV, nº 39, edição 12 de setembro de 1952.

A primeira edição da icônica revista O Cruzeiro, um dos títulos mais importantes da história da imprensa brasileira, foi lançada há 94 anos, em em 10 de novembro de 1928. Editada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, a revista ficou em circulação até 1975.

Raridade histórica, documental, O Cruzeiro promoveu diversas inovações no ramo, fosse pelo design gráfico, a abundância de imagens ou as grandes reportagens. De acordo com a Biblioteca Nacional, o título “era a opção mais sofisticada no jornalismo brasileiro de então”, com qualidade superior no papel, impressão, time com grandes nomes do jornalismo nacional e internacional e parceria com agências de notícias por todo país e também em território estrangeiro.

A revista ilustrada foi um marco para o jornalismo cultural e fotojornalismo no Brasil. Uma das primeiras do gênero de variedades no país, com páginas sobre cinema, saúde, literatura, notícias da semana, política e até humor.

Atualmente o ”O Cruzeiro é referência para todos os estudantes de jornalismo do Brasil. Nas diversas instituições de ensino de jornalismo a revista sempre é citada por conter uma redação de tamanha proporção. O que só viria a ser superada com o

desenvolvimento da televisão. Muitos livros vêem a revista como “síntese de uma época".

Já no LP percebam escrita Rosil, data 10-07-1967, O DISCO pertenceu a Rosil Cavalcanti, parceiro, compositor de Luiz Gonzaga e de Jackson do Pandeiro. 

O que impressiona? No dia 10 de julho de 1968 Rosil Cavalcanti morreu. Percebam o valor das datas...a assinatura é exatamente um ano antes dele falecer!

Rosil Cavalcanti é o autor de centenas de clássicos da música brasileira. Sebastiana, Aquarela Nordestina, Saudade de Campina Grande, Amigo Velho, Faz Força Zé...Rosil de Assis Cavalcanti nasceu em Macaparana, Pernambuco.  Eu tive a honra de conhecer na década de 90, a viúva de Rosil, Maria das Neves-Dona Nevinha e ganhei presente está raridade musical e histórica.

A capa deste disco vinil consta no livro biografia do músico pernambucano Rosil Cavalcanti. O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”, de  Rômulo Nóbrega e José Batista Alves, tem prefácio de Agnello Amorim.

Radialista, humorista, percussionista e compositor, Rosil Cavalcanti era radicado na Paraíba, foi autor de obras clássicas da música  brasileira, na voz de Jackson do Pandeiro, Marinês e Luiz Gonzaga, dentre outros intérpretes nacionais.

A biografia de Rosil Cavalcanti foi lançada em 2015 uma homenagem ao seu centenário de nascimento, 47 anos depois de sua morte, em 1968, aos 53 anos de idade, em Campina Grande, onde viveu a maior parte de sua vida e se projetou no Brasil.

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba” é enriquecido com vasta iconografia do biografado, suas fotos desde a infância, juventude, a vida de casado, em programa de rádio no papel do famoso personagem Capitão Zé Lagoa, além de imagens de Rosil com colegas de trabalho, artistas, músicos, suas caçadas e pescarias, capas e selos de discos.





Nenhum comentário

LIVRO REVELA VIDA E OBRA DE JOÃO CABRAL DE MELO

Com um estilo calculadamente racional e enxuto de subjetividade, João Cabral de Melo Neto (1920-1999) nunca pretendeu desnudar a própria vida em seus poemas. Desinteresse que não foi compartilhado por seus admiradores, presenteados agora com João Cabral de Melo Neto – Uma biografia, livro escrito por Ivan Marques, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Nascido em Recife, nos braços de uma família pertencente à elite açucareira, repleta de bacharéis e advogados, João Cabral passou a infância nas paisagens de engenhos das cidades de São Lourenço da Mata e Moreno. Antes de se entregar à poesia, sonhou com o futebol profissional e foi um craque juvenil. No final da adolescência, frequentou a vida intelectual do Recife e depois partiu para o Rio de Janeiro, onde conheceu Carlos Drummond de Andrade, que se tornaria seu grande amigo e referência. Foi lá também que publicou o primeiro livro, A pedra do sono, em 1942.

Sem interesse em ocupar posições tradicionais das elites, tais como as proporcionadas pelo curso de Direito da prestigiosa Faculdade do Recife, não frequenta nenhuma universidade. Após breve passagem pelo Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp), passa a integrar o quadro de diplomatas brasileiros, a partir de 1946, um ano depois de publicar O engenheiro. Faz assim da diplomacia sua carreira, com estabilidade para se dedicar à poesia e possibilidade de conhecer outras culturas. Serve em Londres, França, Paraguai, Senegal, Portugal e Espanha, lugar que o marca profundamente e impacta sua poesia.

Das experiências da Espanha dominada pelo franquismo, das reflexões sobre a miséria brasileira e das leituras marxistas surgem as cores sociais de obras como O cão sem plumas (1950) e O rio (1954). É também a consciência social que o coloca em problemas quando é perseguido, acusado de integrar uma célula comunista no Itamaraty, e passa quase três anos afastado de suas funções, ainda no início dos anos 1950. Tensão que não impede, entretanto, a confecção de seu trabalho mais famoso, Morte e vida severina, de 1955, uma encomenda de Maria Clara Machado, então diretora da companhia teatral O Tablado.

Embora a própria companhia não levasse a montagem adiante – para frustração do autor –, em 1965 o sucesso estratosférico da encenação no Tuca, em São Paulo, com músicas de Chico Buarque, consagraria João Cabral para o grande público e serviria do carimbo definitivo para sua entrada na Academia Brasileira de Letras, para a qual é eleito em 1968.

João Cabral encerra a carreira diplomática no início dos anos 1990, depois de se tornar cônsul da cidade do Porto, em Portugal. Uma cegueira progressiva, que o impede de ler e escrever, perpassa sua vida por toda a década, acompanhada da depressão. Falece, finalmente, em 1999, no Rio de Janeiro.

João Cabral surge como poeta nos anos 1940, sendo usualmente enquadrado no que ficou conhecido como a Geração de 45 ou a terceira geração do Modernismo. “Ele tem uma singularidade não só com a tradição brasileira, mas com a compreensão geral do que é a poesia”, comenta Marques. “Ele discute a tradição lírica e o próprio conceito de poesia, negando que ela seja inspiração e propondo que a poesia seja muito mais o resultado de um trabalho de arte do que o produto das emoções do poeta ou de qualquer vaga e obscura inspiração.”

A dicção poética seca levou parte da crítica a caracterizar João Cabral como um construtivo, um sujeito que racionaliza a construção poética. Para alguns, comenta Marques, sua poesia não seria apenas fria, mas mineral, tomando por referência a pedra, imagem central na obra do pernambucano. “João Cabral foi um grande artífice, um exímio poeta no sentido de lidar com as palavras, imagens e ritmos e criar coisas novas.”

Essa lapidação da palavra, entretanto, não impediu que sua poesia também tivesse emoção, afirma o biógrafo. Marques cita a expressão “máquina de comover”, presente na epígrafe de O engenheiro, como uma imagem para o próprio fazer poético. “Ali fica claro que a emoção está presente na obra. Mas ela é produzida racionalmente.”

Essa abordagem inovadora do que é a poesia seria determinante para as gerações seguintes. “Não podemos deixar de mencionar, como prova da novidade que João Cabral representa e da novidade que injeta na poesia brasileira, a influência que ele tem nas vanguardas posteriores. Ele influenciou a vanguarda poética dos anos 1950, que quis radicalizar a ideia do poema como artefato a ser construído radicalmente”, explica o professor. “A imagem do poeta engenheiro foi decisiva para a poesia concreta.”

Marques avalia, contudo, que a influência de João Cabral não foi localizada apenas entre os concretistas. Para o biógrafo, toda a poesia e arte engajada dos anos 1960 também são tributárias de sua obra. “O fato de Morte e vida severina ter essa montagem de sucesso, nesse momento crucial da história brasileira, mostra que João Cabral teve um poder de irradiação para fora da poesia.”

MELANCOLIA: A construção do livro, explica Marques, mobilizou uma variedade de fontes que incluem entrevistas com familiares, amigos e editores, trabalhos anteriores dedicados ao poeta, jornais e revistas e a correspondência publicada e inédita que o autor manteve ao longo da vida. O professor conta que a própria obra de João Cabral também serviu de fonte fundamental. O que poderia soar estranho tendo em vista um autor que sempre se escondeu de seus versos, recusando a primeira pessoa. O biógrafo pontua, contudo, que é exatamente nos poemas que repousam os temas e obsessões da vida de João Cabral, como Pernambuco, a Espanha – sobretudo Sevilha, com suas touradas e a dança flamenca – e a própria poesia.

Com tudo isso, Marques entrega ao público uma peça de 560 páginas, dividida em 20 capítulos, que acompanha a trajetória de João Cabral desde a infância até a morte em 1999. No prólogo, o professor conta não o nascimento da pessoa João Cabral, mas do poeta: o livro abre com o relato da primeira viagem feita ao Rio de Janeiro, no carnaval de 1940. Momento decisivo no olhar de Marques, pois é nesse episódio que o pernambucano conhece pessoalmente nomes importantes da poesia nacional como Drummond, Murilo Mendes e Jorge de Lima.

A partir do capítulo seguinte, a narrativa toma rumo cronológico e frequenta tanto aspectos da vida privada do poeta quanto as circunstâncias em torno de sua obra. É assim que entramos em contato com informações menos imediatas da biografia de João Cabral, como suas experiências com o futebol.

“Ele foi um craque aos 15, 16 anos”, conta Marques. “Ele era um atleta promissor, inclusive atuando ao lado de jogadores como Ademir de Menezes, que depois seria um grande nome do futebol brasileiro.” Fato curioso desta relação futebolística é que, embora a família paterna estivesse ligada ao América do Recife e este fosse seu time de atuação e coração, foi pelo Santa Cruz, time da família da mãe, que João Cabral ganhou seu único título. Isso porque, após o América ser eliminado de um torneio, João Cabral foi chamado para disputar a final pelo Santa Cruz, sagrando-se campeão.

Nessa idade a literatura ainda não se apresentava como um futuro possível para o jovem João Cabral. A escolha pela poesia viria alguns anos depois, após desistir da ideia de ser crítico literário, por achar que precisaria de muito estudo para o posto e não estaria à altura. “No final da adolescência ele começa a ler poetas modernistas e a fazer, com 17, 18 anos, os primeiros poemas, que não tinham nada a ver com aquilo que sua poesia seria”, revela Marques. “Era um poeta jovem imitando outros poetas e descobrindo pela via do Modernismo a possibilidade de escrever poesia.”

Outro dado relevante da biografia de João Cabral apresentado pela obra é a dor de cabeça crônica que acompanharia o poeta por quase toda a vida e, segundo Marques, constitui um tópico decisivo para entender seu temperamento. “Ele passou a vida consumindo uma quantidade absurda de aspirinas, o que inclusive trouxe outros problemas de saúde”, conta o professor. “Passar o tempo todo com dor de cabeça interferia em seu humor, sua visão de mundo e na forma como ele se relacionava com as coisas.”

De acordo com o biógrafo, além de muitas tentativas de tratamento, o poeta teria feito ao longo da vida cerca de 30 cirurgias para se livrar do problema. Entre métodos convencionais e alternativos, começou a imprimir livros quando estava em Barcelona, iniciando uma carreira de tipógrafo sob aconselhamento de um médico que lhe sugeriu atividades manuais como terapia. O resultado não foi o esperado e só muitos anos mais tarde o problema seria sanado, graças a uma intervenção cirúrgica.

Junto às dores de cabeça, a depressão é outro problema que atravessa toda a biografia de João Cabral. Considerada pelo próprio como melancolia, do tipo declamada pelos poetas do século 19, pode também, como aponta Marques, ser chamada de angústia. “A angústia é um sentimento muito presente”, comenta o professor. “João Cabral era uma pessoa com muita sensibilidade, nervos à flor da pele, muito emotivo, o contrário da imagem que se faz do poeta. Isso fica claro para quem lê.”

Além de se irritar facilmente, o poeta carregava um temperamento propenso a problematização. Com uma vida interior movimentada e em certa desordem, o próprio João Cabral dizia que era na poesia que buscava organizar essa melancolia. Um processo nem sempre fácil, pois, conforme aponta Marques, apesar de conhecer a própria grandeza, João Cabral precisava constantemente ser lembrado disso, para não viver a sensação de não ser reconhecido.

“Não que ele tivesse do que reclamar, pois foi um poeta muito bem acolhido desde cedo. E seu valor e grandeza foram reconhecidos rapidamente: um poeta que, com menos de 30 anos, tem três ou quatro livros e já era considerado um ponto de inflexão na poesia brasileira.”

Marques ressalva, contudo, que nenhum desses problemas impediu que João Cabral estabelecesse relações de amizade ao longo da vida, seja no Brasil ou nos países em que esteve como diplomata. Dono de grande generosidade, ajudou artistas silenciados pelo franquismo na Espanha e teve contato com nomes como Vinicius de Moraes, Rubem Braga e Clarice Lispector, ocupando uma posição central para além do próprio campo da poesia.

“O tipo de poesia que ele colocava em cena era muito particular, como antipoesia e negação da poesia lírica tradicional. Era uma singularidade enorme que o deixava em uma posição de certo deslocamento dentro de uma tradição poética brasileira e de língua portuguesa”, destaca o professor. Essa divergência, entretanto, não se traduzia nas relações pessoais. João Cabral considerava Vinicius de Moraes muito sentimental, por exemplo, mas isso não impediu que fossem grandes amigos. “Ele era uma pessoa que se relacionou muito bem isso e isso é um dado curioso de sua biografia.”

VIDA E OBRA: Apesar desse contraste não ser desconhecido de Marques no início de suas pesquisas, sua dimensão o surpreendeu. “É o contraste entre uma obra muito bem organizada e uma vida pessoal um tanto mais dramática, seja pelas doenças, dor de cabeça, insegurança, uma certa paranoia que vem desde a infância. João Cabral era uma pessoa muito sensível e atormentada. Essa é uma palavra que ouvi muito ao longo das entrevistas: ele era um homem bastante atormentado.”

Para o professor, a influência das experiências de vida sobre a própria obra do poeta é outro ponto sobre o qual o livro lança luz. “Por exemplo, Morte e vida severina. Muitos acham que foi um acidente, um acaso em sua obra, uma encomenda recebida de Maria Clara Machado e um texto feito rapidamente, sobre o qual ele passou o resto da vida dizendo que tinha vergonha. Mas ele sabia que era um grande texto, amigos reconheceram sua qualidade, mesmo enquanto ele dizia que era a pior coisa que tinha feito.” (Jornal da Usp)

Segundo Marques, a biografia mostra que, em vez de acidente, tudo foi fruto de uma trajetória consciente do poeta. “Ele já havia se convertido ao marxismo antes mesmo de ir para a Espanha pela primeira vez. Mas na Espanha, tomando contato com os autores espanhóis, João Cabral começa a perceber a importância das fontes populares, da dicção popular, do vocabulário concreto, da rima toante e dos ritmos primitivos. E ele faz uma série de obras em uma sequência muito consciente. Escreve O cão sem pluma, depois O rio e finalmente Morte e vida severina, formando uma trilogia. Portanto, não é algo casual, desleixado ou imprevisto.”

Diplomacia e comunismo: Faceta menos celebrada da vida de João Cabral, a diplomacia surge, conforme explica Marques, como um meio de vida e possibilidade de viver fora do Brasil. De acordo com o biógrafo, a documentação levantada revela um funcionário correto, mas imerso em atividades burocráticas e com poucas ações de relevo. João Cabral não teria investido grandes energias na carreira e só chegou ao posto de embaixador tardiamente, na África, praça periférica no tabuleiro geopolítico. “Ele queria mesmo poder escrever e sustentar a família”, aponta o professor.

Essa atuação discreta não significa, entretanto, que sua passagem pelo Itamaraty ocorreu sem sobressaltos. O episódio mais conhecido, e também mais dramático, ocorreu no início dos anos 1950, quando foi acusado de tentar implantar uma célula comunista na diplomacia brasileira ao lado de outros colegas de profissão.

O interesse de João Cabral pelo marxismo e as pautas sociais pode ser traçado a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro, com destaque para seu convívio com Drummond, que vivia então sua fase poética mais social, na qual produzira obras como Sentimento do mundo, José e A rosa do povo. A experiência carioca de João Cabral marcaria uma reviravolta política que se concretizaria na Espanha.

Lá, o poeta aprofunda suas leituras, interessado na discussão teórica e posicionado em um papel de resistência ao franquismo. É embalado por essa energia, quando residia em Londres, que rascunha uma carta endereçada a outro diplomata, Paulo Cotrim, solicitando ao colega um artigo sobre a economia brasileira para um periódico britânico. O documento acaba vazando pelas mãos de outro diplomata, Mário Calábria, e torna-se argumento contra João Cabral, amplamente manchetado de maneira sensacionalista no jornal Tribuna da Imprensa.

Para Marques, o contexto da Guerra Fria, com o auge da caça às bruxas do macartismo, aliado à situação brasileira, explicam a dimensão do episódio. “Carlos Lacerda era um político de oposição a Getúlio Vargas, tinha um jornal, a Tribuna da Imprensa, e resolveu atacar o Getúlio via diplomatas do Itamaraty, que foram todos acusados de fazer parte de uma célula comunista internacional.”

João Cabral acaba afastado de suas funções em 1952 e só é readmitido em 1955. Volta a viver no Brasil durante esse período, no qual trabalha como jornalista. Segundo Marques, o episódio traumático o afastaria de um envolvimento mais ativo com a política, impedindo-o de ser um artista mais afirmativo nas críticas durante a ditadura militar. 

“Até o sucesso de Morte e vida severina era visto com certo desconforto, porque a peça lembrava aos militares que ele era alguém com uma posição de esquerda”, revela o professor. *(Jornal da USP-Luiz Prado)

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial