MOVIMENTO RAULSEIXISTA MASSAROCA REALIZA HOMENAGENS AO MALUCO BELEZA NA TERÇA (02) DE NOVEMBRO

Pesquisadores, admiradores, Fãs de Raul Seixas se reúnem todos os anos no dia 02 de novembro  na Comunidade de Massaroca, distrito de Juazeiro, para um dia repleto de homenagens ao Maluco Beleza.

Movimento esse Fundado por AGENOR DOS SANTOS SEIXAS no ano de 2003, com o objetivo de manter viva a história, ideias e músicas do mestre Raulzito. O movimento atualmento continua organizado por Agenor, e seus dois amigos DJ Edpo Black e Edio Silvo, juntamente com a legião de fãs do distrito de massaroca.

'O Movimento que vem passando por gerações, e crescendo cada vez mais entre amigos que tem algo em comum, a admiração por Raul Seixas", comenta DJ Edpo, ressaltando que o "tiveram a honra de receber mensagens de apoio da Filha, amigos, músicos, autores, artistas e fãs de Raul".

"Raul Seixas tem mais do que fãs; tem uma resistência raulseixista incondicionada", declarou.

No mês de agosto, o BLOG NEY VITAL  publicou que Pesquisadores de Juazeiro e Petrolina mantém viva a memória de Raul Seixas. A biografia de Raul Seixas é permeada por muita genialidade, inovação e inconformismo com um sistema no qual não se encaixava, e sua figura ainda fascina o público, mesmo 32 anos após a sua morte.

Em 21 de agosto de 1989, Dalva Borges, secretária particular, entrou no quarto do músico para abrir a janela, como fazia todos os dias. Reparou que o lençol o cobria até a altura do peito, mas não notou nada de estranho.

Somente após iniciar suas tarefas é que a funcionária estranhou o silêncio: ora, Raul tinha o costume de acordar ao menor ruído! Assim, Dalva retornou ao quarto para checá-lo e percebeu que ele permanecia do mesmo jeito. Pressentia que teria morrido. Dalva ligou para José Roberto Romeira Abrahão, que pediu para que ela colocasse um espelho diante do nariz de Raul, para verificar se ele ainda respirava. Com a resposta negativa, Abrahão localizou Marcelo Nova e convocou o médico Luciano Stancka, que confirmou a morte. 

O alcoolismo e a diabetes, agravados pelo fato de não ter tomado a insulina na noite anterior, foram a causa da pancreatite aguda fulminante que acometeu o cantor.

Trinta e dois anos depois de sua partida, 21 de agosto de 1989, Raul Seixas segue firme nas paradas de sucesso. Para relembrar o artista, o Ecad traz um levantamento das mais tocadas do “Maluco Beleza”. Nascido em 28 de junho de 1945 em Salvador, Raul Seixas foi um artista expressivo e nada convencional. Misturou rock com ritmos nordestinos e tem até hoje uma legião de fãs. No banco de dados do Ecad, o cantor e compositor tem 316 músicas e 361 gravações cadastradas.

Um dos pesquisadores de Raul Seixas mora em Petrolina: Iranildo Moura teve a infância e adolescência vivida na beira do Rio São Francisco e teve a "satisfação de ser fotografado com o Maluco Beleza e de nos anos 70 e 80 curtir um dos mais talentosos cantores da música brasileira"

Iranildo quando criança viveu em Casa Nova, Bahia. Ali entre os 8 anos e 12 anos conta que vivia olhando os barcos, os vapores que navegavam no rio São Francisco. "Entao comecei a pintar e fazer quadros. Expressar a natureza e a vida através da pintura.. Outra mania é colecionar discos de vinil, cds", conta Iranildo.

Iranildo conta que para homenagear Raul Seixas a Ecad fez um levantamento das músicas mais tocadas e “Tente outra vez”, parceria com Paulo Coelho e Marcelo Motta, ficou à frente no ranking das mais tocadas entre 2015 e 2019. Na sequência ‘Metamorfose ambulante”, “Cowboy Fora da Lei”, “Maluco beleza” e “Gita” completam a lista das cinco primeiras colocadas.

Raul Seixas foi um artista expressivo e nada convencional. Misturou rock com ritmos nordestinos e se mantém até os dias atuais com uma legião de fãs. No banco de dados do Ecad, o cantor e compositor tem 316 músicas e 361 gravações cadastradas. 

Nos últimos cinco anos ele teve a maior parte de seus rendimentos em direitos autorais pela execução pública de suas músicas proveniente dos segmentos de rádios, TVs, shows e música ao vivo, que correspondem a quase de 85% do que foi destinado a ele.

Em Juazeiro Bahia, Jonivaldo Fernandes de Souza (Vado do PT), 63 anos,  conhecido por professor Vado, graduado em Geografia e Filosofia, é um pesquisador que mantém a vida e obra, memória e história musical de Raul Seixas vivas.

Atualmente ministrando aulas na Escola Estadual Chico Mendes no Assentamento Vale da Conquista (CETEP), localizado em Sobradinho, Bahia o professor Vado, é um colecionador e aponta que "são 10.076 anos do nascimento do Maluco Beleza".

"Sobre a obra de Raul Seixas desde os  15 anos de idade que acompanho a trajetória musical dele. Só que tem um porém há 35 anos que faço pesquisas e estudo a referida obra, mas no dia 21 de agosto de 1989, dia em que Raul Seixas pegou o seu disco voador e foi para o outro planeta, nós os simpatizantes do Raulzito criamos o Movimento RaulSeixista  de Juazeiro da Bahia", diz Vado, acrescentando que a idade de nascimento do ídolo Raul Seixas, coincide com a data de nascimento da filha dele, a caçula Ivis Lourenço.

Recentemente, os fãs compartilharam o hit O Dia Em Que A Terra Parou, destacando que a letra de 1977 tem tudo a ver com o atual momento de isolamento social provocado pela crise sanitária da pandemia da Covid 19. 

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ESTUDO APONTA PERDA DE 30 MIL HECTARES DE SUPERFÍCIE DE ÁGUA NA BACIA DO SÃO FRANCISCO

A bacia hidrográfica do Rio São Francisco perdeu, em 35 anos, mais de 30 mil hectares de superfície com água. Simulações de modelos climáticos indicam a possibilidade de uma redução das chuvas aproximada a 40%, ainda neste século. 

É o que mostra o estudo “Drought Assessment in the São Francisco River Basin Using Satellite-Basedand Ground-Based Indices” (Avaliação de Secas na Bacia do Rio São Francisco por meio de Índices Terrestres e de Satélite) publicado pelo periódico suíço Remote Sensig.

O estudo, coordenado pelo professor Humberto Barbosa, contou com as contribuições dos pesquisadores Franklin Paredes-Trejo, Jason Giovannettone, T. V. Lakshmi Kumar, Manoj Kumar Thakur, Catarina de Oliveira Buriti e Carlos Uzcátegui-Briceño, e considerou os eventos de seca extrema em termos de frequência, duração, extensão, severidade e impactos, no fluxo do rio e na umidade do solo, no período de 1980 a 2020.

Foi analisado ainda um conjunto de indicadores (índices de precipitação, evapotranspiração, umidade do solo, severidade da seca no solo e em áreas subterrâneas), baseado em dados de satélites e informações coletadas in loco. A partir desses dados, o estudo concluiu que as secas se tornaram mais frequentes e de intensidade extrema na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco nas últimas décadas.

“Fizemos uma pesquisa, que resultou no estudo, na qual definimos uma metodologia inédita para avaliar o impacto das secas na dinâmica da umidade do solo na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Nos últimos anos, toda área do rio São Francisco vem enfrentando degradação com a mudança no uso e ocupação do solo, que inclui a conversão de terras para a agricultura, em detrimento da vegetação nativa”, explicou o pesquisador Humberto Barbosa, lembrando ainda que os períodos secos são relativamente comuns no rio São Francisco. 

“Apesar disso, há uma crescente preocupação sobre a capacidade desse rio responder a eventos de secas. Isso em razão da tendência dessas secas se tornarem mais frequentes e extremas, devido aos efeitos da mudança climática”, destacou.

Com maior prevalência na região do Baixo São Francisco, historicamente as grandes secas que afetaram o rio São Francisco também apontam condições crescentes nas demais áreas da bacia, caso verificado, segundo o estudo, no Alto e Médio São Francisco. Na avaliação de secas agrícolas e hidrológicas em toda a bacia do rio São Francisco, os pesquisadores evidenciaram uma tendência maior de ocorrerem secas, na área de drenagem que abrange desde a Bahia até Minas Gerais (regiões do Médio e Alto São Francisco). “Com a mudança climática, o aumento das temperaturas e das secas recorrentes, a tendência é de maior degradação dos solos, em áreas da bacia do rio São Francisco”, pontuou Barbosa.

A avaliação dos impactos de eventos intensos de seca na bacia do rio São Francisco pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias adequadas de adaptação e mitigação. 

“Nesse sentido, com uma participação ativa dos parlamentares, é possível reverter a atual conjuntura ambiental do Rio São Francisco. A capacidade política, nós já mostramos, em alguns momentos históricos, que temos, como a Constituição de 1988 que garantiu vários direitos socioambientais em um momento em que ainda se falava muito pouco sobre esse assunto em todo o mundo. A ECO 92 trouxe essa discussão da sustentabilidade para o Brasil, com os primeiros movimentos ambientalistas que contou com a participação política. Então, temos expectativa de que a participação do Parlamento, nos próximos anos, recupere o papel histórico de protagonismo que exerceu em um passado recente”, destacou.

O estudo sugere ainda que a proteção da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco inclui monitoramento contínuo da vegetação na bacia, sobretudo nas margens do rio, cumprimento das leis ambientais para coibir ações como desmate e queimadas, valorização das comunidades ribeirinhas, que exercem um papel importante na conservação da bacia, fomentar econegócios nas comunidades ribeirinhas, ou seja, promover a sustentabilidade com iniciativas inovadoras, que reduzam a pobreza.

Atuando na defesa permanente da bacia hidrográfica, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco vê com muita preocupação as consequências de anos de degradação do rio. 

“Todos sabem que aquela situação do aquecimento global e das mudanças climáticas que eram tão faladas na década de 1990 e início dos anos 2000 agora se concretizam. Estamos cada vez mais vendo situações acontecerem em todos os lugares do mundo por extremos climáticos, onde em alguns locais ocorrem chuvas em excesso enquanto em outros há escassez. Então é preciso otimizar os recursos naturais para que possam ser muito bem aproveitados. Por isso é tão importante a participação de todos nesse desafio que é cuidar da Bacia do São Francisco. É importante a fiscalização por parte do poder público para proteger as áreas de proteção permanente, todos têm obrigação de fiscalizar para que seja cumprida a lei”, alertou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira.

(Fonte: Assessoria de Comunicação CBHSF: TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social 8Texto: Juciana Cavalcante. Foto: Emerson Leite)

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MULHERES PESQUISADORAS: HISTÓRIAS QUE INSPIRAM

 

No Brasil, 53% das bolsas de mestrado e doutorado e pós-doutorado são preenchidas por mulheres. Além de estarem em alta na pesquisa, no ensino, no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação brasileiras, as mulheres também apresentam número expressivos na produção de artigos científicos. Atualmente, 72% dos materiais produzidos no Brasil são de autoria feminina.

Durante anos, muitas mulheres tiveram seus feitos profissionais ofuscados por uma história que preferia predominar o protagonismo masculino. Em áreas como ciência, tecnologia e até mesmo literatura, era comum ouvir, majoritariamente, nomes pertencentes a homens, que dividiam o pedestal do reconhecimento profissional com pouquíssimas mulheres.

Um exemplo vitorioso e destaque é a pós-doutoranda Luana Ferreira. Ela nasceu em Areia, Paraíba. Graduada em Engenheira Agronômica pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba-CCA/UFPB, mestre em Agronomia pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Produção Vegetal) na Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Campus de Santa Maria.

Luana é doutora em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba, com pesquisa desenvolvida na EMBRAPA – Semiárido e estágio pós-doutoral pelo Programa de Ciência e Tecnologia de Alimentos, ESALQ/USP. Atualmente é bolsista de pós-doutorado na Embrapa Semiárido, Petrolina, desenvolvendo pesquisa voltada para o armazenamento de manga em atmosfera controlada.

Luana avalia que ser pesquisadora requer dedicação, autodisciplina e acima de tudo curiosidade.

"É preciso estar aberto todos os dias para aprender, evoluir e, não ter preguiça de repetir procedimentos. A carreira de um pesquisador inicia-se na graduação com a escolha de uma linha de pesquisa de maior afinidade. Ao longo da pós-graduação as temáticas vão se afunilando e você sai um especialista em tal área. Há 11 anos a área de pós-colheita têm me permitido conhecer e estudar o metabolismo de frutos de clima tropical e temperado. Tais experiências nos permitem trabalhar para conhecer e aplicar métodos adequados de colheita, conservação e comercialização de produtos vegetais".

"Atualmente, em um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) em parceria com a Embrapa Semiárido, estamos buscando aprimorar e otimizar o uso da tecnologia de atmosfera controlada (AC) para identificar níveis de oxigênio mais eficientes para reduzir o metabolismo de mangas 'Tommy Atkins' e 'Palmer', e garantir que a manga do Vale do São Francisco chegue ao destino final com alta qualidade nos mercados consumidores. 

Não existem estudos sobre condições ideais de AC para as mangas do Vale do São Francisco e os resultados preliminares mostram que podemos melhorar muito a eficiência de uso da tecnologia para as mangas produzidas no Vale, garantindo que os frutos cheguem com alta qualidade no mercado consumidor. O armazenamento sob AC é muito utilizado comercialmente no Brasil para o armazenamento de maçãs e kiwi. Na Europa e nos EUA, a AC é a técnica mais comumente utilizada no armazenamento de frutas de caroço, como o pêssego".

"As condições recomendadas para o armazenamento em AC para manga variam bastante. Fatores como cultivar, época de cultivo e estádio de maturação influenciam diretamente nos níveis dos gases que podem ser utilizados durante o armazenamento. Alguns estudos já foram realizados nessa temática para a manga. No entanto, não existem estudos realizados com mangas produzidas nas principais safras do Vale do São Francisco para identificar níveis de gases adequados para o armazenamento, uma vez que essa região apresenta altas temperaturas e radiação solar durante boa parte do ano".

De acordo com a pós-doutora, os resultados parciais do primeiro ano de pesquisa são promissores.

BONS EXEMPLOS: No dia 1º de setembro se iniciou uma nova gestão da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), tendo à frente a pesquisadora Maria Auxiliadora Coelho de Lima no cargo de chefe-geral.

Com base no plano de trabalho apresentado no processo de seleção, a nova chefia aponta como uma das principais diretrizes e prioridades o fortalecimento da relação da Empresa com as instituições e também com o setor produtivo, comunidades e associações.

“A Embrapa tem uma tradição de ações em parceria com o setor produtivo, e a nossa visão é tornar isso mais forte, de maneira que as linhas de pesquisa, as atuações e as áreas da nossa equipe tenham um alcance maior. Nós temos parcerias muito bem consolidadas, que serão pontes para potencializar o nosso trabalho”, destaca Auxiliadora.

Ela explica que, ¨ao estabelecer uma relação com determinado parceiro para desenvolver um trabalho em conjunto, a Embrapa tem a sua contribuição, mas o parceiro também traz seu know how, informações, sua experiência e sua demanda de problema pra gente aportar soluções, e assim conseguimos ter um impacto maior das nossas ações, destacando o nosso papel para o desenvolvimento regional¨.

Outro grande desafio apontado pela chefe-geral é atingir os diferentes estados do Semiárido brasileiro, que têm realidades distintas e, portanto, demandas variadas. A proposta é de atuação conjunta com outras instituições, como as universidades, os institutos federais, associações, empresas de assistência técnica e extensão rural e as empresas estaduais de pesquisa, entre outros e, assim, conseguir conjuntamente ter as iniciativas que atendam as várias necessidades e microrregiões do Semiárido.

“Sabemos que nossa capacidade operacional tem limitações frente a um número enorme de demandas para os diferentes perfis de produtores, assim como ocorre com outras instituições presentes na região, por isso a convergência de esforços é fundamental para que possamos ter contribuições mais abrangentes”, ressalta. Ela destaca, ainda, a importância de estabelecer as prioridades, identificando o que é mais urgente e o que é possível alcançar com mais eficiência. ¨Há temas de pesquisa decorrentes de problemas recorrentes que precisam de novas iniciativas para resolver, bem como há outros que são novos e requerem um olhar atento para os cenários que se desenham para o Semiárido¨, pontua.

Para Auxiliadora, o fortalecimento dessas parcerias também visa ampliar o potencial de divulgar as tecnologias, os requisitos para adoção, a realidade para a qual se aplica e os benefícios gerados. “Nós não podemos atingir dezenas de milhares de pessoas diretamente, mas é possível formar multiplicadores e esses multiplicadores alcançarem um número grande de produtores. Essa é uma estratégia, também, para suprir a limitação operacional em função de tamanho de equipe e, inclusive, de recursos para a realização constante de eventos”.

Ela ressalta que, em razão da pandemia, a Empresa passou pela experiência de aperfeiçoar os processos de formação on-line, tendo hoje ferramentas que permitem atingir um público grande, por meio de capacitações, treinamentos, palestras, entre outros. Considera, no entanto, que as ações presenciais também continuam sendo fundamentais, e que as estratégias podem ser diversas, conforme a realidade e o objetivo que se pretende atingir.

INOVAÇÃO: A chefe-geral destaca a necessidade de atualização e consultas regulares junto ao setor produtivo, com o objetivo principal de manter o vínculo entre o que é demandado e a contribuição da pesquisa para solucionar os problemas. Outro foco importante é identificar o impacto que essas contribuições causam.

“Precisamos fortalecer os nossos projetos de pesquisa, mas principalmente avançar no campo da inovação, uma vez que ela só existe quando o usuário incorpora uma determinada solução para um problema, e também quando ele participa do desenvolvimento dela em conjunto com a Embrapa, avaliando se realmente é esse o tipo de solução que se ajusta à sua realidade e que resolve a questão.

Auxiliadora observa que, durante muito tempo, essa foi uma limitação da atuação da Empresa, que tinha tecnologias para determinados problemas, mas que muitas vezes não chegava ao usuário. Por isso, ela aponta a necessidade de reforçar essa ponte, para que o usuário reconheça que existem tecnologias desenvolvidas para atendê-lo, para amenizar e solucionar efetivamente problemas da sua atividade produtiva, e que estão disponíveis para serem adotadas.

“O objetivo é que, ao gerar resultados, eles sejam incorporados pelos usuários para que se tenha uma melhoria econômica, mas também de competitividade da cadeia produtiva, além dos aspectos sociais, contribuindo para o desenvolvimento regional e os demais benefícios que podem vir de um resultado consistente”, observa.

Para a chefe-geral, essas interfaces são fundamentais pra ter maior clareza do que a Embrapa está realizando, mas também ter maior relevância do uso daquilo que a Empresa disponibiliza, alcançando o maior número possível de beneficiários. “Nosso papel é de uma instituição promotora de desenvolvimento social e econômico no Semiárido. A gente precisa apresentar isso como nosso grande lema e como frente para qualquer iniciativa. Então, a nossa perspectiva é deixar isso visível, tanto interna quanto externamente, para atingir o público-alvo, nas áreas do Semiárido onde podemos alcançar, e que isso seja reconhecido como contribuição”, conclui.

GESTORA: Com quase 20 anos de atuação na Empresa, Maria Auxiliadora Coêlho de Lima tem vasta experiência em gestão, tendo sido chefe adjunta de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da Embrapa Semiárido, no período de dezembro de 2007 a abril de 2015. Antes, foi coordenadora da equipe de pesquisadores do Núcleo Temático de Agricultura Irrigada da Unidade, de abril de 2006 a dezembro de 2007, e também coordenou as ações de P&D e Transferência de Tecnologia da rede de pesquisa em Vitivinicultura no Semiárido, de 2013 a 2018.

Nos últimos dois anos foi coordenadora do Portfólio de Fruticultura Tropical da Embrapa, que reúne todos os projetos de pesquisa voltados para a temática no âmbito da Empresa, em todo o país. Nessa oportunidade, teve importantes experiências que deverá trazer para a gestão da instituição, principalmente as priorizações de pesquisa, por meio de uma atuação de contatos e consultas a representantes do setor frutífero de vários estados brasileiros, levantando os principais problemas e demandas do setor produtivo.

Auxiliadora é graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1993), e tem mestrado e doutorado na mesma área, com especialização em Fitotecnia, ambos cursados na Universidade Federal do Ceará (1998 e 2002, respectivamente). Como pesquisadora, atua na área de agronomia, com ênfase em Fisiologia e Tecnologia Pós-Colheita.
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PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO DO SEMIÁRIDO AUMENTA DESAFIO DAS MULHERES VIVENDO NA REGIÃO


São elas que permanecem na terra, enfrentando a seca e a escassez de alimentos e água enquanto maridos e filhos migram; agricultoras familiares, lideranças rurais e quilombolas falam sobre o impacto das mudanças climáticas no dia a dia da vida e do trabalho.

“Aqui é a minha origem. A zona rural e o sertão são o meu lugar”. 

Nascida no distrito de Abóbora, em Juazeiro, no sertão da Bahia, Dona Maria Neves dos Santos, 52 anos, vive uma vida parecida com a de tantas outras mulheres que moram no semiárido brasileiro. Ela, que estudou até a oitava série (equivalente hoje ao nono ano do ensino fundamental), trabalha com agricultura familiar e cria animais, como galinhas, para subsistência. Mãe de sete filhos, seis deles vivos, Dona Maria mora na comunidade com o marido, Dionísio Manoel dos Santos, e a neta.

Embora reconheçam que a vida no sertão está cada vez mais difícil, as mulheres mantêm a base familiar, a agricultura de subsistência e a organização em associações ou cooperativas para conseguir produzir e aumentar a renda. A migração sazonal, diz Valquiria Lima, coordenadora da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), continua sendo opção para maridos e filhos.  As mulheres, por sua vez, permanecem nessas regiões, enfrentando a seca, falta de alimento e água.

 “Hoje, você tem a seca somada às mudanças climáticas, a pandemia de covid-19 e a interrupção de várias políticas pelo Governo Federal. Sem políticas públicas adequadas, sem proteção dessas famílias, e com o aumento das áreas de desertificação, não há outro caminho a não ser a migração. E hoje a gente pode dizer que essas famílias, de um jeito ou de outro, são migrantes do clima”, afirma a coordenadora da ASA.

Neste contexto, as associações e organizações de mulheres na região têm um papel importante ao transformar conhecimentos ancestrais e milenares, como artesanato e agricultura familiar, em uma fonte de renda e incentivo para permanecerem nos territórios. Em Muquém de São Pedro, no Cariré (CE), artesãs fundaram a Associação Macaúba de Muquém, que valoriza a arte local e gera renda para a comunidade. Você saberá mais sobre as mulheres desta comunidade na reportagem de amanhã.

DESERTIFICAÇÃO: Às vésperas da 26ª edição da Conferência das Partes (COP), que integra a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Brasil já sofre os efeitos das variações do clima. Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em setembro, o país é um dos mais afetados pela desertificação e aumento da temperatura do semiárido. 

No contexto brasileiro, as mulheres são as mais atingidas em momentos de crises, principalmente climáticas, na região do semiárido, que engloba boa parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais. A Caatinga é o ecossistema característico da maior parte da região, cobrindo os dez estados; 88% do Ceará, por exemplo, é coberto pelo bioma.

Em 2021, a COP26 acontecerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro. Na Conferência, é esperado que os países apresentem planos de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa para deter o aumento da temperatura global de mais de 1,5ºC até o fim do século. No governo Bolsonaro, o país enfrenta descrédito internacional com desmonte da política ambiental, taxas recordes de desmatamento e retrocessos nos direitos das populações originárias.  

O relatório do IPCC reforça que o semiárido brasileiro é uma das áreas do mundo onde a alteração no clima tem provocado efeitos mais drásticos. Por conta das mudanças, a região já tem enfrentado secas mais intensas, redução das chuvas e temperaturas mais altas que as habituais e que, aliadas ao desmatamento, agravam a desertificação. Criado na ONU e integrado por 195 países, entre eles o Brasil, o IPCC é o principal órgão global responsável por determinar e organizar o conhecimento científico sobre as mudanças do clima.

Para Andrea Pacheco Pacífico, pesquisadora e coordenadora do Núcleo de pesquisa sobre Deslocados Ambientais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), duas questões precisam ser levadas em conta quando tratamos do semiárido. A primeira são as características geográficas da região que, independentemente das mudanças climáticas, tem secas intermitentes e sazonais, com as quais as sertanejas já estão acostumadas. A segunda são os efeitos da ação humana. 

Sem políticas públicas adequadas, sem proteção dessas famílias, e com o aumento das áreas de desertificação, não há outro caminho a não ser a migração. E hoje a gente pode dizer que essas famílias, de um jeito ou de outro, são migrantes do clima.

“No início, o que tínhamos eram políticas públicas que pretendiam ‘acabar’ com o clima da região, que ficaram conhecidas como ‘indústria da seca’, em que políticos, com apoio da Igreja, usavam o discurso de acabar com a seca para se elegerem. Como isso não é possível, acabavam perpetuando esse discurso num ciclo sem fim. É muito comum”, conta ela. 

“De alguns anos para cá, o foco passou a ser mitigar os efeitos da seca para adaptar o sertanejo para viver na região com maior qualidade de vida”. 

As mudanças climáticas trazem ainda um outro elemento para o contexto, tornando mais difícil a vida no semiárido e colocando em risco a segurança alimentar e a renda da população que trabalha principalmente com agricultura familiar, artesanato e pesca. “Diferentemente da seca, temos o processo de desertificação, que não é natural e que é causado pelo ser humano, com monoculturas, queimadas e plantações. E também causam deslocamento”, afirma Pacífico. 

A Caatinga, ecossistema extremamente rico em biodiversidade, possui uma série de características que permitem sua sobrevivência, como os solos propícios à retenção de águas subterrâneas, vindas do Cerrado. Por conta dessa conectividade ecológica, a região sofre impacto direto das alterações pluviais no bioma vizinho e impacto indireto do desmatamento da Amazônia, que contribui para alteração do fluxo de chuvas do Cerrado, cujas águas escoadas para Caatinga são essenciais para manutenção do ecossistema.

13% do semiárido brasileiro passa por desertificação, processo que é considerado um dos mais sérios de degradação da terra, causado pela mudança climática e outras ações humanas. 

De acordo com estimativas do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), divulgadas em 2019, 13% do semiárido brasileiro passa por desertificação, processo que é considerado um dos mais sérios de degradação da terra, causado pela mudança climática e outras ações humanas. 

FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS: Mãe solo de nove filhos, Dona Neci Batista, 77 anos, é mais um retrato das chefes de família do sertão. Nascida em São Rafael, mudou-se para a comunidade rural Morcego, uma vila de pescadores que fica a 3km da sede do município de Augusto Severo, no Rio Grande do Norte, em 1968. É lá onde vive até hoje. Ela mora sozinha e nunca foi casada no papel. Os filhos são de pais diferentes e, hoje, cada filho está em um canto do Brasil.

 “Graças a Deus meus filhos estão felizes, trabalhando. Mesmo crescendo sem pai, nunca deram trabalho e sempre foram unidos. Nunca foi fácil, mas consegui criar todos eles e ainda cuidar de mais uma que não é biológica”, conta, orgulhosa. 

Referência na comunidade, ela ajudou a fundar a Associação Comunitária de Morcego, considerada um divisor de águas para o desenvolvimento da região, em 1993. Aposentada e com os filhos já criados, Dona Neci se recusa a parar de trabalhar e continua com sua horta para subsistência e venda. Por hora, deixou de pescar e criar animais, mas pretende voltar em breve. “Eu só deixo de trabalhar quando o corpo não deixar mais”. 

Para evidenciar a situação de mulheres como Dona Neci e Dona Maria, foram analisados dados sociodemográficos do semiárido brasileiro. O foco foi na condição das mulheres dos estados com maior número de municípios no semiárido: Ceará (95%), Paraíba (85,5%) e Rio Grande do Norte (47%), de acordo com análises do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) sobre o último censo, de 2010. Segundo os dados, enquanto existe uma proximidade percentual da população por gênero no espaço geográfico do semiárido, há uma presença muito maior de negros do que brancos, chegando a ser mais que o dobro,  como no caso do Ceará. 

Os dados também mostram como a ausência de políticas públicas na região impactam a qualidade de vida, acesso à saúde e renda da população sertaneja. O número de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado em 2017, segundo o DATASUS, é maior no semiárido do que nas outras regiões dos três estados, chegando a triplicar na Paraíba, onde atinge principalmente a população negra. 

Ainda sobre saúde, é possível ver como a falta de políticas públicas na região afeta o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos das meninas. Enquanto a média nacional de meninas de 15 a 17 anos que tiveram filhos é de 16%, no semiárido do Rio Grande do Norte chega a 19,5%. No Ceará, é de 19%, e na Paraíba, 18,5%.

Dona Maria Neves dos Santos, citada no início da reportagem, assim como outras mulheres do semiárido, é beneficiária de programas sociais, como o Bolsa Família. Ela destaca ser um importante complemento da sua renda. Enquanto no Brasil 67% das mulheres inscritas no Cadastro Único receberam Bolsa Família em 2017, no semiárido do Rio Grande do Norte, do Ceará e da Paraíba esse número sobe para 73%, 75% e 78,5%,  respectivamente, de acordo com o Atlas Brasil. 

Dados sobre as condições das mulheres no semiárido brasileiro existem, mas são escassos, principalmente se quisermos analisar a maneira como as mudanças climáticas impactam sua vida. Com a não realização do Censo em 2020, o estudo mais completo sobre a população nacional ainda é o Censo de 2010, que por motivos óbvios está defasado.

A lacuna na produção de conhecimento sobre as mudanças climáticas e sua influência na vida das mulheres também têm impacto no desenvolvimento de políticas públicas que possam mitigar seus efeitos. Sem dados que as subsidiem, as ações dos governos  acabam não sendo as mais indicadas e eficientes para enfrentar esses desafios. Entender as vulnerabilidades das mulheres em seus contextos sociais é crucial, pois as diversas consequências das alterações do clima, como as secas, aprofundam as desigualdades existentes.  

Além disso, segundo Andrea Pacheco Pacífico, uma questão importante é que as políticas públicas para o semiárido não são focadas no sertanejo, mas no clima e no ambiente. 

“Não se fala no ser humano. Essas pessoas têm seus direitos humanos violados, e a omissão estatal aliada à mudança climática força a migração. O Brasil precisa proteger os direitos humanos dessas pessoas. Uma das formas de fazer isso é com programas sociais, como o Bolsa Família, em que as mulheres muitas vezes são as recipientes dessas políticas públicas”, explica a pesquisadora da UEPB.

Desde a fundação da Articulação do Semiárido Brasileiro, uma das organizações mais importantes da região, em 1999, trabalha-se com a perspectiva de que não há convivência no semiárido se não houver igualdade de oportunidade entre homens e mulheres. Por isso, a articulação incentiva os processos organizacionais das mulheres na base, atuando em sindicatos, comunidades e associações. 

“É necessário dar mais visibilidade às ações já realizadas pelas mulheres na estrutura familiar, comunitária ou de convivência com o semiárido. Sempre foi nossa perspectiva, mas sabemos que é um processo muito difícil pela cultura enraizada que está no campo também, e é machista, patriarcal. Sofremos com os grandes desafios de romper com essa estrutura”, afirma Valquiria Lima. 

ACESSOO Á AGUA: O presidente Jair Bolsonaro vetou duas vezes o projeto de lei 823/2021 que previa medidas de socorro a agricultores familiares afetados pela pandemia. A proposta, que já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, cria o Fomento Emergencial de Inclusão Produtiva Rural, destinado a agricultores familiares que se encontram em situação de pobreza ou de extrema pobreza. O valor seria de R$ 2,5 mil por unidade familiar e, no caso de famílias comandadas por mulheres, de R$ 3 mil. 

Dona Maria dos Santos conta que a seca fez com que, em 1994, saísse do distrito de Abóbora e fosse para a cidade em busca de um trabalho melhor. O marido foi para a plantação de cana-de-açúcar; ela começou a trabalhar como doméstica. No entanto, um acidente de trabalho fez com que retornassem para a comunidade apenas quatro anos depois. Antes de ter sua cisterna, em 2017, que recebeu da ASA, ela não conseguia plantar e nem criar animais. Agora, a comunidade já tem acesso à água de uma adutora, embora ainda tenha que buscar a uma distância de 6 km de casa. 

Devido ao desmonte do programa de cisternas, equipamentos com capacidade de 16 mil litros para acumular água da chuva que, desde 2003, têm sido fundamentais para o desenvolvimento da agricultura familiar em diversas regiões do semiárido, a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) lançou em setembro deste ano a Campanha Tenho Sede, que busca levar 1 milhão de cisternas para o semiárido. 

O ritmo de financiamento federal caiu 80% nos últimos 5 anos e, no ano passado, atingiu seu índice mais baixo: apenas 30 mil construções, segundo reportagem do UOL. De acordo com a ASA, as mulheres são as maiores beneficiárias dos programas de cisternas, já que são elas as responsáveis pelos trabalhos de cuidado.

“Elas ganham tempo para pensar em outras coisas e estar em outros espaços, seja cuidar do seu quintal produtivo, ir para associação, empreender e também começar a pensar em outras dimensões da vida, como capacitação e formação”, explica Valquíria Lima.

Embora destaque a importância do programa de cisternas, Andrea Pacífico lembra que a água é um direito universal  e todos deveriam ter acesso a ela. Ao se aproveitar da falta de políticas públicas consistentes para lidar com o problema, a “indústria da seca” se alimenta ao cobrar pela água ou barganha-lá por votos. E ao tomar a dianteira para tentar resolver o problema, a sociedade civil acaba desempenhando um papel que é do Estado. 

Ao se aproveitar da falta de políticas públicas consistentes para lidar com o problema, a “indústria da seca” se alimenta ao cobrar pela água ou barganha-lá por votos. E ao tomar a dianteira para tentar resolver o problema, a sociedade civil acaba desempenhando um papel que é do Estado. 

“É muito fácil para o Estado transferir a responsabilidade para o terceiro setor. Claro que as pessoas tiveram que se juntar porque cansaram de ficar de braços abertos esperando o Estado fazer sua parte, mas o que eu defendo é educação e capacitação para ensiná-las a caminhar sozinhas”, destaca.

 “É preciso mais programas que tenham como objetivo facilitar a vida do sertanejo no semiárido, para que ele não precise sair. É necessário mitigar os efeitos da seca e dos processos de desertificação e ensinar a convivência com o sertão. A gente precisa dar visibilidade ao problema”, finaliza a pesquisadora.

(Fonte: Texto Vitória Régia da Silva e Flávia Bozza Martins-Instituto Modefica-Organização de mídia, pesquisa e educação sem fins lucrativos que atua por justiça socioambiental e climática por meio de uma perspectiva ecofeminista)

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FEIRA AGROECOLÓGICA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO E QUILOMBOLA ACONTECE NESTA SEXTA EM PETROLINA

Nesta sexta-feira (29), Petrolina irá receber a Feira Agroecológica da Educação do Campo e Quilombola, projeto desenvolvido através da Gerência de Políticas Educacionais do Campo e Quilombola (GEPEC), da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE). Esta é a primeira edição do projeto, que será realizado em 14 das 16 Gerências Regionais de Educação (GREs) do Estado até o fim deste ano.

A partir das 8h, agricultores e agricultoras locais, além de integrantes de movimentos sociais que fazem parte da Educação do Campo e Quilombola, estarão vendendo produtos artesanais, comidas regionais e outros itens em barracas na Praça do Bambuzinho, localizada no centro de Petrolina.

Jailson Santos, gerente da GEPEC, explicou que o conceito das feiras agroecológicas nasceu a partir do diálogo com estudantes agricultores e agricultoras, professores, comunidades e movimentos sociais do campo em cada região de Pernambuco.

 “As feiras são culminâncias dos projetos agroecológicos desenvolvidos pelos estudantes e agricultores atendidos pela EJA destinada às populações do campo. Esta é uma ação que privilegia a comercialização dos produtos da agricultura familiar e sustentável, bem como, produtos culinários e de artesanatos, que serão expostos para a venda”, contou Jailson.

Esta ação faz parte das Políticas Públicas instituídas pela SEE, direcionadas aos povos do campo de 14 Regionais de Educação, com previsão de expansão para 28 feiras na próxima edição. Vale salientar que as feiras serão realizadas em locais pré-determinados pelas GREs em parcerias com municípios em forma de colaboração, conforme calendário. 

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A 8º FEIJOADA DO JOQUINHA GONZAGA ACONTECE NO DIA 11 DEZEMBRO EM EXU, PERNAMBUCO

A 8º edição da FEIJOADA DO JOQUINHA foi confirmada para acontecer no sábado, dia 11 de dezembro. Informações pelo número 87996770618.

O cantor, compositor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga é um últimos remanescentes da família do Rei do Baião, Luiz Gonzaga (falecido em 02 de agosto de 1989). Todas as irmãs e irmãos de Luiz Gonzaga já morreram. Da terceira geração restam João Januário, o Joquinha Gonzaga e Fausto Maciel, o Piloto.

Por este motivo também é realizado um grande encontro em Exu, Pernambuco, durante as festividades de aniversário de Luiz Gonzaga. Os Gonzagueanos que participam das festividades dos 109 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em Exu terão um encontro a partir das 11hs. Trata-se da 8º Feijoada do Joquinha, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário, o mais afamado tocador de 8 Baixos.

Segundo a produtora Sara Gonzaga, o local e o valor das camisas em breve serão divulgados. Para adquirir a camisa fone contato: 87996770618. Todos os anos Joquinha e Família reúnem os amigos que este ano completa 8 anos e já é tradição no calendário de aniversário de Luiz Gonzaga em Exu.

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. A festa de aniversário de Luiz Gonzaga acontecerá entre os dias 10 e 13 de dezembro 2019 em Exu.

A feijoada nasceu da necessidade de um lugar para marcar o encontro dos fãs, pesquisadores e admiradores de Luiz Gonzaga que chegam de todos os lugares do Brasil para festejar a data de aniversário de Luiz Gonzaga.

“Sempre estou contando histórias, músicas de meu tio, músicas minhas, dos meus colegas. Valorizo a tradição que representa o que existe de melhor na música brasileira. Este ano são 109 anos, a caminho dos 110 anos. É o forró, o xote, o baião e é assim que eu faço sempre, não fujo disso. Eu procuro sempre conversar com o público que tem uma admiração à minha família, Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Daniel Gonzaga, Gonzaguinha. Esse é o meu estilo musical, o encontro que faço para o povo”, diz Joquinha.

João Januário Maciel,o Joquinha Gonzaga, nasceu em 01 de abril de 1952. Joquinha nome artístico dado pelo Rei do Baião. Joquinha é filho de Muniz, segundo Luiz Gonzaga irmã que herdou o dom de rezar muito.

Joquinha aos 12 anos ganhou uma sanfona de oito baixos, pé de bode.  Viajou o Nordeste e boa parte do Brasil ao lado de Luiz Gonzaga. Ganhou gosto pelo instrumento e hoje é puxador de Sanfona, 120 baixos. (Texto: jornalista Ney Vital).

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I FESTIVAL DE CANTORIA E CANTADORES PROSSEGUE NESTA QUINTA E SEXTA-FEIRA

Depois de duas noites com muita poesia e música, prossegue nesta quinta-feira (28), no espaço Céu das Águas, no bairro Rio Corrente, a primeira edição do Festival de Cantoria e Cantadores de Petrolina.

Transmitido no formato online pelo canal do Youtube da Sincronia Filmes 4k, o encontro começa às 19h50, com os versos e acordes musicais do baiano de Vitória da Conquista, Álisson Menezes.Depois, os artistas Gean Ramos, de Jatobá - PE e Paulinho Pedra Azul (Pedra Azul - MG), mostram um repertório de canções próprias e clássicos conhecidos da música nordestina. Entre uma e outra participação, o público também poderá conferir uma série de Intervenções musicais e poéticas com o cantor e compositor Maviael Melo, que assina a curadoria do evento.

Na sexta-feira (29), a quarta e última noite do I Festival de Cantoria e Cantadores de Petrolina, começa às 19h50, com a apresentação do cantor, compositor e produtor do Festival, Marcone Melo. E encerrando o grande encontro, duas vozes femininas dão o tom do folclore nordestino e sonoridades contemporâneas: a cantora petrolinense, Camila Yasmine e a mineira de Itanhandu - MG, Ceumar,cantora e compositora que vai mostrar referências de violeiros e um repertório próprio.

Desde a abertura, na última terça-feira (26), passaram pelo  Festival nomes representativos do cenário artístico nacional a exemplo de  Maciel Melo (Iguaraci - PE), Nilton Freitas (Uauá - BA), Mariano Carvalho (Salgueiro - PE), João Sereno (Juazeiro - BA), e Ivan Greg (Petrolina).

O I Festival de Cantoria e Cantadores tem realização e produção executiva da Melodia Produções e conta com incentivo cultural da Fundarpe e da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco (Secult-PE), através da sua aprovação no 3º Edital Funcultura de Música 2018/2019.

( Fonte CLAS Comunicação & Marketing)

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