GONZAGUINHA, A VOZ SUAVE DE UM DIZER INTENSO

 Em meio a catástrofe Brasil 2021, uma saudade aporta em nós. A saudade de um Brasil Gonzaguinha, uma referência de afeto e verdade que deixou uma marca em nós. A voz suave de um dizer intenso partiu há 30 anos, no dia 29 de abril de 1991, menos de dois anos da partida do pai, Luiz Gonzaga. Teria ele se apressado para curtir a companhia do velho Lua, que no final da vida se aconchegou no colo do filho? Quem sabe... O fato é que Gonzaga Júnior partiu cedo, aos 45 anos de idade, mas deixou de presente uma obra que emociona e inquieta os corações de diversas gerações, é quase impossível não se deixar afetar ao escutar esse cantor e compositor tão necessário para o Brasil. 

Se fosse possível eleger uma obra ou pessoa que sintetize os fios dispersos desse “gigante adoecido” chamado Brasil, penso que um desses personagens poderia ser Gonzaguinha. Pois sendo filho da diáspora nordestina e neto da diáspora africana, traz em seu corpo, memória e obra a grandeza das culturas de reinvenção. 

O “neto de Exu” no duplo sentido - Exu: pequeno município do estado de Pernambuco, de onde veio seu pai Luiz Gonzaga e tantos outros migrantes e Exu-Elegbara: o dono da força e dos caminhos cruzados que rege o Universo pela dinâmica da dialética -, encarnou no berço do samba urbano carioca, Morro de São Carlos/Estácio, no centro do Rio de Janeiro. 

Uma comunidade de trabalhadores pobres que reunia tanto os descendentes de africanos/as nascidos/as no Rio de Janeiro (como sua mãe Odaléia Guedes) ou vindos/as da região Nordeste (como seus dois pais Luiz Gonzaga e Henrique Xavier), quanto imigrantes italianos, portugueses (como sua mãe/madrinha Leopoldina de Castro, a Dina), além de ciganos, judeus, etc. 

Nesse território símbolo da encruzilhada brasileira, Gonzaguinha cresceu escutando de tudo: fado, samba, baião, tango, bolero, Lupicínio Rodrigues e Libertah Lamarque. Durante a adolescência encontrou-se circundado por dois universos bastante diferentes: o “planeta favela”, o morro, a comunidade, a quebrada, um espaço complexo, multifacetado e engenhoso que lhe ensinou a criatividade na escassez, e os espaços da educação formal, no colégio interno privado conviveu com pessoas de outras realidades e classes sociais, além de estar inserido no mundo das letras. Esses dois ambientes lhes trouxeram conteúdos e oportunidades distintas e muito ricas, que são reveladas na diversificada e densa produção musical.

Na juventude, o acesso a universidade (promovido pela insistência e custeio do pai) e a passagem por coletivos libertários, a exemplo do Grupo de Teatro de Arena da Ilha do Governador e do M.A.U. - Movimento Artístico Universitário, encorajou a afirmação de um artista insubmisso, politizado e indignado, que não negociava suas convicções.

Apesar disso, Gonzaguinha fez parte de uma geração de artistas que, mesmo crítica ao papel do mercado cultural, se beneficiou dele, tendo em vista que o principal público consumidor da “arte engajada” era a juventude universitária da classe média, que frequentava os festivais musicais e consumia música “de protesto”. O que o diferenciava da “turma da MPB” dos anos 1970, era a origem popular negro-mestiça e sertânico-favelada. 

Ainda que a maioria dos/as cantores/as abordasse em suas obras temas referentes ao cotidiano do povo brasileiro e incômodos ao Estado autoritário, Gonzaguinha falava de dentro, do vivido e pensado, do visto e ouvido, da dor e da beleza. Não romantizou a pobreza, denunciou suas mazelas e exaltou a potência da luta e das culturas comunitárias presentes no morro. Por tudo isso, seus colegas de profissão e a própria imprensa o respeitavam e admiravam tanto.  

Todas as experiências vividas desembocaram numa obra apaixonada, política e eclética, na qual os dilemas autobiográficos se misturam com os dilemas de um projeto autoritário e excludente de nação. Como se sabe, grande parte da obra de Gonzaguinha foi concebida em um contexto político marcado pela repressão e autoritarismo, edificado pela regime militar que tentou de todas as maneiras silenciar as vozes dissonantes do “Pra frente Brasil”, como a voz de Gonzaguinha. 

Apesar da forte censura à sua obra e de todas as dificuldade que enfrentou na vida, Gonzaguinha não se deixou esmagar. Herdeiro das culturas gingadas, se auto intitulou “moleque” e acionou estratégias gingadas para garantir um espaço no cenário cultural, a visibilidade do seu pensamento e o eco do seu grito de alerta.

 E entre enfrentamentos e recuos, cantou insistentemente o Brasil, o Brasil dos “de baixo” e com a calma nos olhos de quem aprendeu a reinventar a vida pelas brechas, driblou a censura e até o final da vida gravou todas as canções que desejou. Como bem demarca na música "Geraldinos e Arquebaldos": “melhor se cuidar, no jogo do adversário é bom jogar com muita calma, procurando pela brecha pra poder ganhar”. E o moleque do morro sabia muito bem o que significava atuar pelas brechas. 

Além do amor rasgado e das canções de protesto, tematizou a infância, a esperança, a paternidade ativa, os desafios da masculinidade, a natureza, os dilemas e alegrias da própria vida, além de composições que falam sobre ou entoam ritmos nordestino, algumas delas em parceria com o pai. Seja no ritmo dançante das Frenéticas ou na voz inconfundível de Maria Bethânia, seus versos continuam a ser assobiados e regravados por uma nova geração de artistas que enxergam em Gonzaguinha uma fonte inesgotável de poética política e utópica.

Sim meu querido Gonzaguinha, “esse tempo vai passar”!

*Cláudia Pereira Vasconcelos é professora de História na Universidade do Estado da Bahia, pesquisadora de sertões, música e brasilidades. Doutoranda em Estudos de Cultura (Universidade de Lisboa / UFBA) onde pesquisa a obra e a vida de Gonzagão e Gonzaguinha e sua relação com as brasilidades

Texto original reproduzido da página do Instituto Memória Musical Brasileira

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JORNALISTA CAPTURA IMAGENS EM PRETO E BRANCO NO VALE DO SÃO FRANCISCO

O Vale do São Francisco é repleto de paisagens vibrantes, belas e coloridas. A região, que já foi cenário de filmes e novelas e atrai os olhares de fotógrafos/as, turistas e moradores/as, é retratada no projeto fotográfico “Vale em Preto & Branco?”, conduzido pelo jornalista e fotógrafo Jean Corrêa, que registrou imagens nas cores preto e branco, utilizando uma câmera compacta.

O fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, conhecido pelas fotografias em preto e branco, já disse uma vez que a ausência de cores permite um olhar mais concentrado no ponto de interesse da fotografia. Para Jean, que estuda sobre fotografia, com ênfase em história e fotojornalismo, desde a época da faculdade, o projeto é uma oportunidade de tornar real uma vontade antiga de captar cenas que sempre são registradas evidenciando as cores.“A ideia de um ensaio fotográfico em preto e branco me acompanha há alguns anos, pegando esse conceito do Vale do São Francisco ser uma região notável pelo colorido, e como seria interessante retratá-lo apenas em preto e branco, reforçando o trocadilho ‘Vale registrar em preto e branco?’”, afirma Jean.


As 50 fotografias do projeto foram tiradas por câmeras digitais compactas, com limitações tecnológicas que hoje em dia já são superadas, inclusive, pelas câmeras de alguns smartphones disponíveis no mercado, e que possuem múltiplas funções. 

A escolha por utilizar esse tipo de câmera foi proposital, já que outro objetivo do projeto é mostrar que é possível fotografar com esse tipo de ferramenta, mais acessível financeiramente e também ideal para aqueles/as que pretendem ingressar no mundo da fotografia.

O resultado do ensaio fotográfico já pode ser conferido neste link: https://www.flickr.com/photos/jeanvalepb/. A apresentação oficial do “Vale em Preto & Branco” será em uma live no dia 14 de março, às 16h, dentro da programação do “Flijua – I Festa Literária de Juazeiro”. O evento contará com a participação de Heitor Rodrigues, engenheiro civil fotógrafo e autor de diversos projetos fotográficos; e Emerson Rocha, jornalista e repórter nos portais G1 e GE da TV Grande Rio, em Petrolina (PE), que já fez trabalhos como fotojornalista nos jornais Correio (Salvador), Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio (Recife).

O AUTOR – Jean Corrêa é Jornalista, formado em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo em Multimeios pela Universidade do Estado da Bahia (2008). Seu trabalho de conclusão de curso versou sobre fotojornalismo no contexto do jornal O Pharol, de Petrolina (PE) e desde então estuda informalmente a fotografia, com ênfase na história e no fotojornalismo. 

Em parceria com o Museu Regional do São Francisco, desenvolveu em 2015 o projeto “Sua História é Nossa História” com a intenção de reunir e digitalizar negativos fotográficos que registram momentos históricos da cidade, bem como de juazeirenses ilustres. Ainda no campo das artes, também é músico amador, atuando como guitarrista/vocalista em bandas locais desde 1998.

APOIO – O projeto “Vale em Preto & Branco?” foi aprovado dentro do edital Usinas Culturais, com recursos da Lei Aldir Blanc, pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Juazeiro, no final de 2020.

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EMBAIXADA DE CUBA RESPONDE AO EDITORIAL DA FOLHA: OLHEM NOSSOS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

“A Embaixada de Cuba acompanha o portal de notícias da Folha diariamente, por ser um meio transcendente no cenário informativo do Brasil. Mas nos deixou indignados o editorial ‘Nuances da ditadura’ (22/4), que calunia o nosso país. Não vale nem a pena discutir o termo ‘ditadura’ do título. Poderia ser objeto de esclarecimentos em outro momento. 

Temos um sistema político que goza de ampla participação popular, desde a adoção de suas leis, incluindo a Constituição, até o aproveitamento dos direitos primordiais de todos os cidadãos, sem exclusão, ao trabalho, à moradia e aos serviços e direitos, como a saúde, a educação, a segurança.

Em todos os planos, a dignidade plena. Não temos crianças nas ruas pedindo dinheiro ou trabalhando nem desnutrição infantil. Todos estudam e são felizes. Um projeto diferente que merece respeito e é apoiado e defendido pela imensa maioria do povo cubano. Se a Revolução Cubana não fosse profundamente livre e democrática não estaria no poder, nem os cubanos haveriam resistido mais de 60 anos a bloqueios e agressões, nem praticado a solidariedade com o mundo, nem saberíamos apreciar a dignidade que nos mantém e a vida que se nos negam.

As referências à ‘sempre claudicante economia cubana’, ‘um país que vivenciou décadas de fracassado planejamento estatal’, sem mencionar a causa principal de nossos problemas, ignora e deturpa nossa realidade. As penúrias econômicas de Cuba e a angústia de seu povo pela escassez e dificuldades têm como causa essencial a guerra não convencional nem declarada dos Estados Unidos da América e de seus aliados contra Cuba, cujo principal expoente é o “bloqueio” genocida que pretende, em vão, render nosso povo pela fome e doenças. 

Seu propósito estava claro em um documento oficial do governo norte-americano que perdeu o sigilo e que dizia que ‘o único modo previsível de tirar apoio interno (ao governo cubano) é mediante o desencanto e a insatisfação que surjam do mal-estar econômico e das dificuldades materiais… Há que empregar rapidamente todos os meios possíveis para debilitar a vida econômica de Cuba… uma linha de ação que… consiga os maiores avanços na privação à Cuba de dinheiro e suprimentos, para reduzir seus recursos financeiros e os salários reais, provocar fome, desespero e a queda do governo’.

Esse propósito qualificado como genocídio na Convenção das Nações Unidas para a prevenção e a sanção desse delito de genocídio, que entende como tais os atentados graves contra a integridade física ou mental dos membros de um grupo humano e a submissão intencional do grupo a condições de existência que levarão a sua destruição física total ou parcial (Art.1.b y 1.c).

Esse bloqueio criminal causou danos imensos à economia cubana em 60 anos, superiores, a preços constantes de ouro, a um trilhão de dólares. Seu caráter extraterritorial e violador do direito internacional e da carta das Nações Unidas gerou a condenação quase unânime da comunidade internacional. Também por seu caráter injusto, abusador e eticamente inaceitável.

Fomos, antes da Revolução, uma ilha neocolonizada, monoprodutora, monoexportadora, analfabeta, submetida ao desígnio ianque. A Revolução a transformou. Nossos indicadores de saúde, de educação, de segurança; nossos resultados científicos e esportivos; a felicidade das nossas crianças; a igualdade de oportunidades para todos… Tudo são conquistas a que não renunciaremos, apesar das graves consequências do bloqueio e das agressões contra nosso projeto revolucionário. Pelo bem de Cuba e dos cubanos.

Não conseguimos ter uma economia robusta sobretudo pelo bloqueio e agressões desde o início da Revolução, porém alcançamos uma economia capaz de defender-se da primeira potência militar e econômica do mundo e manter e consolidar conquistas sociais que hoje são um idílio, inclusive para países desenvolvidos.

Analisem os indicadores de desenvolvimento humano do nosso país e os resultados frente à pandemia. Eles falam por si só.”

Embaixador Rolando Gómez González, encarregado de Negócios da República de Cuba no Brasil (Brasília, DF)

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CRATO: RÁDIO LITERÁRIA CARRAPATO DEMOCRATIZA INFORMAÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-SUS

Os meios de comunicação são difusores de mensagens e podem ser usados como ferramentas para educação em saúde pelo uso do Rádio, por este ser o meio de comunicação mais acessível para a população e profissionais da saúde.

Na região do Cariri, no Crato Ceará, a Rádio Literária Carrapato vem ganhando audiência e proporcionando qualidade nos meios de comunicação com a democratização. Um dos programas é Minuto+Saúde transmitido todos os sábados, às 15hs com apresentação e produção de Samuel Nascimento e Erika Formiga Sousa.

Erika é graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Estadual da Paraíba, especializada em Saúde Pública, Saúde da Família, Enfermagem do Trabalho, Educação em Enfermagem e Vigilância em Saúde. Samuel Nascimento é coordenador da Rádio Literária Carrapato e atual presidente da Associação Comunitária  do Sítio Belo Horizonte (Sítio Carrapato).

O programa Minuto+Saúde tem conteúdo e foco na saúde coletiva. A programação envolve uma rede de colaboradores e parceiros como a Rede Humanizasus, Fiocruz Brasília, Movimento SUS NAS RUAS.

 "O programa é dividido em três blocos. Foi criado para aproximar a equipe de saúde através do repasse de informações sobre saúde, arte e cultura. O programa traz um conceito de saúde ampliado. E nesse diálogo ouvimos os saberes científicos e populares, valorizando a cultura estabelecendo redes colaborativas na troca de conhecimentos e também como um ato político transformador, unindo vários lugares, conectando pessoas, fortalecendo o Sistema Único de Saúde-SUS em defesa da vida.", explica Erika.

O programa é um forte aliado e instrumento de divulgação e produção de temas relacionados ao Sistema Único de Saúde. O Programa tem parceria também com a Rádio Universitária Paulo Freire. A Rádio Paulo Freire (AM 820 KHz), Recife Pernambuco é uma emissora que atua como rádio-escola e extensão universitária, balizada pelas ideias do seu fundador Paulo Freire, Patrono da Educação brasileira, pautada no valor da cidadania.

A Rádio Literária Carrapato é um Ponto de Cultura e tem como objetivo promover conteúdos que priorizam a valorização do ser humano e desenvolvimento social, evitando ao máximo músicas com apologias chulas, drogas, preconceito ou violência em geral. A Rádio Literária Carrapato é um patrimônio que dá voz e vez a toda a comunidade e ouvintes. 

HISTÓRIA: O Jornal Brasil de Fato destacou que o Sítio Belo Horizonte (Carrapato), localizado no município de Crato, Ceará funciona desde fevereiro de 2019, a Rádio Literária Carrapato, iniciativa realizada a partir de um ponto de cultura instalado na comunidade. O Carrapato é conhecido por ser base cultural da região, mantendo um grupo de tradição cultural como o Maracatu Nação Uinu-Erê. 

A rádio funciona 24 horas via web rádio funcionando também com transmissão local por caixas de som distribuídas pela comunidade, contando com programação própria e retransmissões. 

“A programa da Rádio Literária Carrapato é bem diversificada. Temos música, promoções, ligações da comunidade que interage pedindo música, incentivo à leitura e programas especiais que fazemos dentro da rádio”, relata Samuel Nascimento. A locução é feita de forma voluntária por moradores da comunidade, que doam um pouco do seu tempo para fazer parte da construção coletiva da rádio. “A gente busca incentivar, dentro da rádio, valorizar o empreendedorismo da comunidade, fazendo a divulgação das produções que são feitas por aqui e acolhendo sempre as demandas que chegam até nós”, diz Samuel.

Para Aline Oliveira, ligada ao Setor de comunicação de Movimentos Sociais, a comunicação popular se preocupa em passar a mensagem de forma clara para a população, e que, em tempos de pandemia, é importante que o ouvinte consiga entender toda a informação divulgada. 

"No período em que estamos vivendo, a gente não pode ficar sem acesso à informação, então temos feito uma força tarefa de garantir que a comunicação chegue para todos, uma comunicação em que todos possam participar, dialogar, tirar dúvidas". Ainda de acordo com Oliveira, o fato das rádios serem construídas pelos próprios moradores ajuda no envolvimento das comunidades.

Confira programação http://radioliterariacarrapato.xyz


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RÁDIO: TODOS OS DOMINGOS NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO

A audiência de rádio durante a pandemia de COVID-19 no Brasil vem crescendo desde o início da crise sanitária, segundo dados do Kantar IBOPE Media. O número de pessoas que ouvem rádio e mantêm o hábito com o distanciamento social aumentou para 74%.

Mesmo com mudanças na rotina, o tempo médio de audiência segue estável, apontou o levantamento. Se comparado com o mesmo período do ano passado, há registro significativo de crescimento.

A integração entre o rádio e as plataformas digitais é uma realidade que vem ganhando corpo nos últimos anos no Brasil. Se no início da ascensão digital se falava em ouvir rádio pelo site das emissoras, hoje muitas delas já contam com aplicativos e uma série de conteúdos e promoções exclusivas para os meios digitais. Para se ter uma ideia, segundo estudo recente do Kantar Ibope Media, 89% das pessoas escutam Rádio via mobile, pelo computador, enquanto 56% seguem nos receptores convencionais, em casa ou no carro.

A audiência ainda está ligada ao aparelho receptor comum, mas o ouvite também está no computador e, principalmente, no celular.

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina/Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos. O programa é transmitido todos os domingos,  a partir das 9hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br, também no instagram, YouTube.

A direção da emissora apostou na reinvenção, no projeto especial e aposta no conteúdo cultural e os resultados aparecem. 

O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA e SEUS AMIGOS segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultural, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a forma de espaço à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe.

"Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu em dezembro de 2020, o Título de Cidadão de Exu, o titulo Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu,  recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca, foi um dos agraciados com o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas. O jornalista este ano de 2021 iniciou o Curso Técnico em Agroecologia, promovido pelo Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco.

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado com a natureza, respeito a mãe terra, ecologia humana, sustentabilidade. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio, e a modernidade da música de Luiz Gonzaga", finalizou Ney Vital.

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ALDY CARVALHO LANÇA MÚSICA "COISAS DO SERTÃO"

O poeta e cantador, escritor, contista, compositor e violonista pernambucano, de Petrolina, Aldy Carvalho, acaba de lançar a música Coisas do Sertão, uma parceria com Nildo Freitas, poeta, compositor, percussionista, ativista cultural e diretor do Site Brumado Verdade de Brumado, BA.

Coisas do Sertão que foi lançada oficialmente nesta sexta feira (23) no programa de TV, Ceará DiVerso da TV Verde Vale de Juazeiro do Norte – CE, fará parte de EP que o cantador petrolinense lançará em breve, nas mídias digitais. Gravada no Pro-Studio SP com produção de Cássio Martin e Lenir Sá do Vale Carvalho, tem na ficha técnica: Aldy Carvalho (violão e voz); Tony Marshall (violão e arranjos); Tapioca (baixo); JB (zabumba, triângulo, bloco sonoro); Olivinho (acordeon).   

O jornalista e professor Emanuel Andrade revela que desde que rumou para São Paulo nos anos 80, Aldy Carvalho fez um pacto para realizar seus sonhos através da arte, sem perder as raízes com o universo sertanejo e com as águas do rio São Francisco, onde pescou e se banhou bastante na infância. Vejamos o que diz Aldy sobre seu trabalho:

 “Meu trabalho de compositor, cantador é povoado de xotes, baiões, toadas, martelos, emboladas, cantigas de roda, sagas e fábulas. Um ajuntado de cantigas, o lirismo do Sertão, das léguas que andei”. “Desde muito cedo inventava e contava histórias e causos para crianças. Era comum nos reunirmos na calçada, no terreiro, alpendres, para a contação de histórias, causos de assombração, anedotas e advinhas”. 

Ainda, conforme Emanuel, a versatilidade e o trânsito livre nos campos da música e literatura, há anos, asfaltam a trajetória artística do poeta e cantador petrolinense.

Em sua discografia encontramos Redemoinho (Lp1984 e CD2000), Alforje (2011), Cantos d’Algibeira (2014) e SerTão Andante (2018) além de música original para o filme/documentário Memórias da boca, (São Paulo, 2015); música original para o filme Danças e Cantigas do Sertão, do diretor Luciano Peixinho (Petrolina/PE, 2019). Participação especial no CD Espelho d’água, obra do cantador Décio Marques e nos CD’s da série Festivais do Brasil, v.05 e 06 de 2009 e 2010. 

 De sua obra literária podemos destacar o livro de contos Mémórias de Alforje:5 Contos do Cantador, publicado pela Editora Multifoco – RJ, em 2018  e pela Editora Luzeiro - SP, os cordéis: A História das Copas do Mundo em Cordel (produção coletiva), A Ganância de um Preguiçoso e No Reino dos Imbuzeiros – premiado em concurso nacional do MinC. 

Em parceria com o poeta João Gomes de Sá publica pela Editora Nova Alexandria - SP em 2019 o livro, VIA SACRA, O Caminho da Luz – em cordel. Seu poema\música Giralume foi inserido na obra Língua Portuguesa, Geografia e História, 4º Ano, Global Editora, 2016.  Recebeu Menção Honrosa no 21º Concurso de Contos Paulo Leminski (2010) com o conto José e Chico: os dois vaqueiros e no 25º Concurso de Contos Paulo Leminski (2014) com o conto A Peleja (Memórias de alforje).

Além do EP a ser lançado em breve, Aldy revela que está no prelo, a ser lançado pela Editora Nova Alexandria, São Paulo, o livro, O Cavaleiro das Léguas, em verso com a cantiga de mesmo nome e partitura ao final, com QRCode para o leitor  ouvir a música. Também está pronto e será lançado no segundo semestre de 2021 o seu mais recente Cordel, O Menino Encantado.   

Você  encontra  mais de Aldy Carvalho, em:

Email: pazinko@gmail.com

 www.aldycarvalho.blogspot.com

https://m.facebook.com/aldy.carvalho

https://open.spotify.com/artist/0ZgbXQKrj3idC91dmj5jEs

https://itunes.apple.com/br/artist/aldy-carvalho/id400065980

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BRASILEIRO ESTÁ LENDO MAIS NA PANDEMIA, DIZ SINDICATO DOS EDITORES

O Dia Mundial do Livro, comemorado hoje (23), apresenta dois quadros no Brasil: um muito positivo e outro preocupante, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Marcos da Veiga Pereira. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre direitos legais.

“O quadro muito positivo é que o brasileiro está lendo mais. Desde julho do ano passado, as vendas têm crescido e continuaram crescendo este ano, o que, para mim, evidencia uma reconexão com o livro e com a leitura. É como se as pessoas descobrissem o prazer de ler, porque estão mais em casa, porque têm mais tempo. E ao redescobrir o prazer de ler, elas redescobrem o hábito da leitura; colocam o livro no seu hábito diário. Isso faz com que as pessoas leiam mais. Estão consumindo mais livros. Isso é super positivo”, disse Marcos da Veiga à Agência Brasil.

Os números revelados pelas pesquisas promovidas pelo Snel mostram todo o varejo online se movimentando para criar promoções e eventos com o objetivo de chamar as pessoas ainda mais para o livro. Em contrapartida, o lado preocupante é o das livrarias físicas, disse Marcos da Veiga. “Nos cerca de 14 meses da pandemia do novo coronavírus (covid-19), as livrarias físicas passaram, pelo menos, metade desse tempo ou fechadas ou com muitas restrições, o que gera forte impacto econômico-financeiro”, disse.

De acordo com o presidente do Snel, o funcionamento precário das lojas físicas tem efeito também no próprio hábito do leitor, uma vez que impede as livrarias de chamar o público de volta para ter o prazer do convívio, de manusear os livros, de encontrar autores nos lançamentos de obras, de conversar com outras pessoas e com os livreiros. “Essa é a parte difícil da pandemia, que continua”, disse o presidente do Snel.

A pesquisa mensal do varejo realizada para o sindicato mostra a consistência das vendas do setor. No primeiro trimestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado, houve expansão de 25% em exemplares vendidos, com cerca de 12 milhões de livros, contra 9,6 milhões no acumulado de janeiro a março de 2020. Em valor, o aumento foi menor, e alcançou cerca de 15,5%. No primeiro trimestre de 2021, a receita com a venda de livros somou R$ 544 milhões, contra R$ 471,5 milhões no mesmo período de 2020.

Segundo Marcos da Veiga, isso pode ser explicado porque se vendeu mais obras gerais e menos livros escolares, que são mais caros. Além disso, segundo ele, houve concentração no varejo online, que tem uma prática de descontos para o consumidor muito agressiva. 

Embora o brasileiro esteja lendo mais em razão da pandemia, a pesquisa "Retratos da leitura no Brasil”, divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Pró-Livro e relativa ao ano anterior, revela que pouco mais da metade dos brasileiros têm hábito de leitura (52%). Por idade, a pesquisa mostrou que a única faixa etária que ampliou o total de leitores foi a de crianças entre 5 e 10 anos de idade, que passou de 67%, em 2015, para 71%, em 2019.

Todas as demais faixas leram menos em relação à pesquisa anterior. Apesar da queda, a faixa etária que mais lê no Brasil é a dos pré-adolescentes de 11 a 13 anos de idade (81%, em 2019, contra 84%, em 2015). Em termos de escolaridade, os leitores com curso superior permanecem como os que lêem mais, mesmo com redução entre as edições da pesquisa (68%, em 2019, contra 82%, em 2015). 

O presidente do Snel, Marcos da Veiga, confirmou que está ocorrendo um ressurgimento forte de livros juvenis, para faixa pré-adolescente de 11 a 13 anos de idade.

Marcos da Veiga disse que a crise contribuiu para a redescoberta da leitura. Para ele, a palavra, a partir de agora, não pode ser mais oportunidade mas, sim, responsabilidade. “Nós, enquanto indústria, precisamos manter o livro presente na vida das pessoas, precisamos entrar nas casas das pessoas através das mídias sociais das livrarias, das editoras, que são muito fortes. Isso nos permite estar convidando o leitor a conhecer mais livros, fazendo promoções”. 

O presidente do Snel disse que quando as pessoas puderem circular mais livremente, a ideia é criar mais eventos com autores, “porque é sempre uma experiência muito bacana ter seu livro autografado e tirar foto com o escritor. Acho que essa é nossa responsabilidade. Acho que temos que aproveitar a crise e criar um mercado mais robusto, reconquistar um pouco o que a gente perdeu de 2015 para cá”.

A produtora de moda da agência de modelos Max Fama, Carolina Souza, promoveu um editorial para incentivar a criançada a aumentar o gosto pela leitura. Segundo Carolina, a leitura é fundamental “para atingirmos uma sociedade mais justa, igual, desenvolvida. E tudo isso começa com os pequenos”, disse, acrescentando que “o incentivo à leitura é uma obrigação de todos nós para que os nossos filhos tenham mais oportunidades na vida adulta”.

A pedagoga Bruna Duarte Vitorino, por sua vez, defende que a leitura com as crianças reforça os laços familiares e contribui para o desenvolvimento infantil. 

Para deixar o momento da leitura mais gostoso, ela dá algumas dicas para os pais: Procure ler com frequência para a criança em casa; estimule brincadeiras sobre o livro lido, como desenhar a cena que mais gostou ou utilizar bonecos para reproduzir a história; utilize a história do livro para associar à vivência da criança, durante um passeio ao parque, ou chamando a atenção para algo que apareceu no livro, como uma flor, ou um trem, para incentivar uma conversa sobre o assunto e explorar o conhecimento adquirido com o exemplar; não force a leitura; escolha livros com um conteúdo pelo qual elas se interessem, para proporcionar um momento prazeroso em família; deixe os livros acessíveis para que a criança possa pegá-los a qualquer momento, mesmo que ela ainda não leia; deixe-a experimentar a sensação de folhear um livro e imaginar a história.

A pedagoga lembra que mesmo quando a criança já está conhecendo algumas palavras, “é importante cultivar esse momento de interação com as crianças” 

Bruna Vitorino disse que além do desenvolvimento motor, a criança deve ser instigada à capacidade cognitiva, ou seja, a capacidade de interpretar os estímulos do ambiente para tomada de decisões. “Por isso, é importante introduzir a leitura desde os primeiros anos de vida”, recomenda.

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