CARNAÍBA (PAJEÚ DAS FLORES) GUARDA MEMÓRIA DO FILHO MAIS ILUSTRE: MÉDICO COMPOSITOR ZÉ DANTAS


Na década de 1940, o aparelho de rádio ficava instalado em um ponto de destaque na sala de estar da família brasileira. Era o veículo de comunicação do momento. Através dessas ondas radiofônicas, os sucessos de Luiz Gonzaga atingiram todo o território nacional, reformulando para sempre os imaginários do país sobre o Nordeste. As composições que emanavam daquela voz nasalada de tenor caboclo, tão comum nas toadas sertanejas, vinham de grandes poetas da cultura nordestina. Um deles era o médico José de Sousa Dantas Filho, que assinava suas letras como ZéDantas.

Em 1947, o Brasil respirava uma aurora democrática após o fim do Estado Novo, ditadura de Getúlio Vargas que exerceu em Pernambuco o autoritarismo em seu mais alto nível com o interventor Agamenon Magalhães. Foi nesse ano que Luiz, já famoso pelas transmissões na Rádio Nacional, do Rio, conheceu o então estudante de medicina José Dantas numa farra no Grande Hotel, na praia do Pina. Era o início de uma parceria que renderia brilhantes obras, proporcionadas pela combinação magnífica da interpretação de Gonzagão com o conhecimento folclórico das composições de Zé.

A primeira parceria gravada foi Vem morena, em janeiro de 1950. A partir daí foram surgindo outros sucessos, como A dança da moça, Forró de Mané Vito, Paulo Afonso, Vozes da seca, Riacho do navio, São João do arraiá, Volta da Asa Branca, Acuã (a favorita de Zé), Xote das meninas, Forró em Caruaru, Siri jogando bola, Farinhada, Letra I, Sabiá, entre outras. Sem a parceria, talvez o baião não tivesse uma repercussão nacional tão estável, sendo o ritmo do momento até a dominação da bossa nova, no final da década de 1950. Outro responsável pela longevidade foi Humberto Teixeira, também grande dupla de Gonzaga.

José de Sousa Dantas Filho nasceu em Carnaíba, quando o município ainda distrito do município de Pajeú das Flores. Ele foi estudou no Recife ainda muito jovem, quando já começou a publicar as primeiras composições na Revista Formação, publicada pelo Colégio Americano Batista. Quando chegavam as férias, ele ansiava pela volta ao Sertão. 

"Ali, vivendo no meio dos sertanejos, dos quais me tornava amigo, ia recolhendo ditos, estórias, cantorias... toda riqueza da vida sertaneja. E quando regressava ao Recife, levava as melhores coisas daquilo que havia recolhido, para mostrar aos amigos nas rodas que eu frequentava. Foi nessa época que escrevi a primeira crônica sobre folclore", disse Zédantas, em matéria em sua homenagem publicada pelo Diario em 8 de junho de 1969.

José concluiu os estudos no colégio Marista, no Recife. Aprovado em medicina na então Universidade do Recife (a atual UFPE), ele se formou em 1949 e seguiu para o Rio de Janeiro, estagiando no Hospital dos Servidores do Estado, onde se especializou em obstetrícia e foi efetivado. O Rei do Baião também já morava na então capital federal do Brasil. Mesmo no Rio de Janeiro, Zédantas nunca esqueceu de Pernambuco, elevando o nome do estado e de todo o Nordeste brasileiro nas músicas que compunha.

As músicas de Zédantas estão entre as mais populares da história do forró no Brasil. Na época, elas penetraram desde as festas dos casebres do interior ao baile do mais grã-fino palacete, pois refletiam sobre uma psicologia que dominava praticamente toda a nação, mas usando de referências sertanejas. Em Xote das meninas, ele faz um paralelo entre a flor de mandacaru, no sinal que precede a chuva dando fecundidade à terra, com a menina que, enjoada da boneca, torna-se mulher. Em outras, faz alertas aos poderes públicos para com os nordestinos em miséria. Tudo isso remetendo a uma noite mágica de São João.

Nas horas de folga, o médico dedicava-se à divulgação do baião, chegando a trabalhar na Rádio Nacional como produtor do programa No mundo do baião. Ele ainda chegou a trabalhar na Rádio Mayrick, sendo diretor do Departamento Folclórico. Mais do que um grande compositor, ele foi um perspicaz folclorista, estudioso das curiosidades e do comportamento musical da gente sertaneja. A ele interessava tudo que dissesse respeito ao folclore regional nordestino, fosse vindo da viola (instrumento dos cantadores de desafio, principalmente nas feiras) ou do pandeiro (remetia a época das senzalas, quando ritmavam os sambas dos escravos nos terreiros).

Em 1961, quando estava na fazenda de Luiz Gonzaga, em Miguel Pereira, região serrana do Rio, Dantas rompeu o tendão do pé. Depois de um ano tomando fortes remédios para sanar as dores, ele teve os rins comprometidos e faleceu precocemente no Rio, em 11 de março de 1962, aos 41 anos. Duas semanas antes da morte, foi visitado por Gonzaga, que levava um gravador. Nele, Zédantas colocou músicas que havia feito, já enfermo, todas gravadas pelo Rei do Baião: Balança rede, Praias do Nordeste, Forró do Zé Antão, entre outras. Quando o disco saiu, Zé já tinha morrido. Mas suas músicas, já regravadas por vários cantores de sucesso, como Alceu Valença, Gal Costa, Maria Bethânia, Fagner e Gilberto Gil, ficaram eternizadas.

Apesar de todo o sucesso nacional de Zédantas como compositor, foi necessário o esforço de vários moradores para que o artista e médico tivesse reconhecimento merecido na sua própria terra natal, Carnaíba. Em 1975, as professoras recém-formadas Margarida Pereira, Joana Darc Malaquias e Bernadete Patriota tiveram a ideia de fazer uma festa na Escola Estadual João Gomes dos Reis. Elas resolveram trabalhar músicas de Zé, porque tinham o conhecimento de que ele nasceu na cidade. Através de uma carta, enviada por uma prima do compositor, as professoras conseguiram entrar em contato com Dona Iolanda, a viúva.

"Poucos dias depois, Iolanda respondeu com uma relação das músicas dele, além de recortes de jornais e revistas, o que nos ajudou a fazer a festa", relembra Margarida, que hoje é secretária de cultura do município. "Em 1978, o tenente João Gomes da Lira foi eleito vereador e propôs colocar um busto de Zédantas na cidade. A prefeitura não fez, então ele mesmo conseguiu esse busto, inaugurado no mesmo ano. Foi um evento de grande repercussão, quando a família e o próprio Luiz Gonzaga compareceram."

A festa em homenagem a Zédantas foi se espalhando por todas as escolas da Carnaíba. A proporção cresce com a chegada do Padre Luizinho, que segue como o pároco da cidade. "O ano de 1993 foi muito pesado, pois o Sertão sofria uma seca muito grande e perdurava a dominação de poucos ricos em cima de muitos pobres. Carnaíba já tinha uma história muito bonita, com muitos músicos e maestros, mas era muito atrasada no sentido político, com uma religião bem mais tradicional. Eu apostei na obra de Zédantas para alcançar os jovens e os estudantes, fazendo justiça com o nome dele. Zédantas nunca esqueceu de nós, do homem, da terra, das relações com a natureza", diz Luizinho.

A primeira festa ocorreu naquele ano de 1993, sendo encabeçada pela igreja. Uma carta inspirada em Vozes da seca foi lida, denunciando a situação de abandono da região. "Pegamos a música e começamos a trabalhar em cima da pobreza, da exploração. Assim nasceu o Grupo de Educação Base, que uniu toda a comunidade, sobretudo músicos e sanfoneiros. A cidade carrega até hoje esse atrativo, com uma grande festa que mobiliza toda a cultura", diz o padre.

Ainda demoraram anos para o poder público chegar junto ao evento, que só não foi realizado em 2004, 2020 e 2021 (devido à pandemia). Até hoje, uma carta sobre a situação do município e do Sertão é lida. "Visitamos as cidades vizinhas para divulgar a festa. Nós nunca tivemos Zédantas como exclusivo de Carnaíba. Ele é do Pajeú, do Nordeste, do Brasil e do mundo, ele tem essa dimensão", avalia Margarida. "Ainda assim, temos muito orgulho. Mesmo sendo um homem da cidade grande, ele não desprezou as suas raízes e exaltou o nosso forró."

CELEIRO: Carnaíba é um celeiro de artistas. A centenária Associação Filarmônica Santo Antônio atualmente conta com 20 integrantes, em sua maioria oriundos da Escola de Música Maestro Israel Gomes. A instituição foi criada em 2005 e instalada no antigo prédio da Estação Ferroviária, oferecendo aulas de percussão, sanfona, sopro em metal e madeira, violão, teclado e pífano. De lá já saíram artistas para bandas e cursos universitários em música.

O Conservatório Carnaibano de Música Maestro Petronilo Malaquias foi criado como extensão da escola. Também existe o Museu Zé Dantas, com histórias e objetos do compositor. No Recife, existe um acervo sobre Zédantas no Museu Caís do Sertão, no Bairro do Recife. (Fonte Diário de Pernambuco/Emanuel Bento)

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COMO JACQUES LACAN RENOVOU A PSICANÁLISE E A APROXIMOU DAS CIÊNCIAS HUMANAS

Neste 13 de abril, o psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981) completaria 120 anos. Sua obra foi responsável por construir alicerces filosóficos para a psicanálise e transbordou sua influência a outros campos das ciências humanas.

Com Lacan, que se considerou um comentador de Sigmund Freud, propondo um retorno a suas ideias, a psicanálise bateu asas de sua fundamentação nas ciências biológicas e encontrou desenvolvimento na relação com a linguística. Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho.

Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque. Formado em medicina, especializou-se na psiquiatria com uma tese de doutorado defendida em 1932 que não fez eco entre os pares, mas acertaria direto na cabeça dos surrealistas, um encontro que tingiria decididamente os rumos teóricos de Lacan.

Por mais de 20 anos, manteve um seminário semanal, sensação entre a intelectualidade perambulante pela França, reunindo frequentadores que iam do antropólogo Claude Lévi-Strauss ao cinemanovista Glauber Rocha, passando por entidades como Michel Foucault e Gilles Deleuze. Foi nesses encontros públicos que realizou a maior parte de sua obra, já que publicou pouquíssimos livros. Disse até o fim que era freudiano, realizando uma radicalização das ideias e do projeto de Freud, uma afirmação que até hoje provoca controvérsias na psicanálise. Morreu em 9 de setembro de 1981.

Para compreender a trajetória de Lacan, é preciso ter em vista que a psicanálise se instala tardiamente na França em relação a países como Inglaterra, Alemanha, Itália e Estados Unidos. Em grande parte, por conta do influente Pierre Janet, psicólogo concorrente de Freud que chegara mesmo a acusar o austríaco de plágio.

“Na França, a psicanálise entra de uma maneira diferente de outros países”, explica o psicanalista e professor do Instituto de Psicologia (IP) da USP Christian Dunker. “Ela entra na cultura ligada ao Surrealismo, às vanguardas críticas e à epistemologia marxista, a uma psiquiatria inquieta com a sua própria época, uma psiquiatria que é ao mesmo tempo teoria da cultura.”

Dessa forma, quando Lacan começa a ganhar reconhecimento, nos anos 1950, a psicanálise já estava assimilada à psiquiatria e à psicologia em diversos países, ainda que chegando atrasada na França. “Podemos caracterizar Lacan como uma espécie de crítico da psicanálise da sua época – de reinventor da psicanálise para alguns –, alguém que recolocou a psicanálise no debate com a ciência, com a filosofia, com a cultura e com a literatura”, comenta o professor.

O outro lado dessa história, continua Dunker, é que Lacan também representou os embates dentro da própria psicanálise e sua dificuldade em sustentar uma unidade. “Ele é expulso da principal associação de psicanálise e surge, então, como o primeiro modelo alternativo para a formação de psicanalistas. Ele tem uma renovação teórico-conceitual, mas também uma renovação da maneira de praticar a psicanálise e da maneira de formar psicanalistas.”

O grande salto, feito por Lacan, das ciências biológicas para as humanidades tem a ver com a reconfiguração do conceito de inconsciente, fortemente influenciada pela linguística – de Ferdinand de Saussure a Roman Jakobson – e pela antropologia de Lévi-Strauss. Para Lacan, o inconsciente seria estruturado como linguagem.

“Parecia natural enfatizar que a criança se desenvolve, que sua sexualidade vai se desdobrando e se construindo, que existem padrões nessa relação de cuidado, momentos genéticos nessa relação: com a mãe, com o pai, o processo de socialização, a entrada na escola”, explica Dunker. “A psicanálise estava muito orientada para isso e para entender as dificuldades dos sujeitos a partir dessa história de desenvolvimento.”

De acordo com o professor, Lacan não nega completamente essa perspectiva, mas chama a atenção para outras dimensões. “O lado da linguagem, da cultura, do simbólico, que está mais conectado com o que fazemos com nossos pacientes. Quando recebemos nossos pacientes, falamos com eles e escutamos o que dizem, reconstruímos sentido, analisamos formações de sonhos, de sintomas e de lapsos que sempre são formações expressas e estruturadas como uma linguagem.”

Essa torção no conceito de inconsciente foi revolucionária. Saía de cena a ideia de um depósito acumulando camadas e camadas de antiguidades – como o próprio Freud concebia – para se pensar o inconsciente nas relações da fala e nas interações de linguagem. Ele não estava mais nas profundezas, mas na superfície.

Para chegar a essas reflexões, foi determinante na biografia de Lacan seu encontro com os artistas surrealistas, uma aproximação que aconteceu na juventude e retumbou por toda a sua vida.

O começo de tudo envolve a tese de doutorado sobre a paranoia, que Lacan defendeu em 1932. O círculo psiquiátrico – área dentro da qual o trabalho foi produzido – não deu atenção ao estudo, que passou despercebido pelos pares. Entre os intelectuais e artistas surrealistas, entretanto, a tese despertou interesses agudos, motivados pelo fascínio que o grupo já manifestava pela psicanálise. Foi isso que fez o primeiro ensaio de Lacan ser publicado na extravagante revista do movimento, a Minotaure, em 1933.

Com esse envolvimento, Lacan se aproxima de André Breton, Georges Bataille, Salvador Dalí e Pablo Picasso, de quem se torna terapeuta particular. Aprofunda-se, daí, em filosofia, línguas orientais, na antropologia de Michel Leiris e nos textos de Battaile. “Esse giro da psiquiatria para a psicanálise chega tarde, com 34 anos”, comenta Dunker. “E ele foi guiado pelos surrealistas. É o convívio com eles que faz Lacan vir para a psicanálise.”

Esse itinerário com desvio pela estação surrealista deixa marcas evidentes na obra de Lacan, segundo o professor. “Por exemplo, em um de seus conceitos mais importantes, que é o de real. Se nós não distinguirmos o que é o imaginário, o simbólico e o real, nossa clínica fica mais difícil. E de onde Lacan tira esse tema do imaginário? Da conversa com Sartre. E o tema do real vem do método surrealista de duplicar a realidade, porque ela só pode ser apreendida em seus interstícios, indiretamente, em suas deformações.”

IMAGINÁRIO, SIMBÓLICO E REAL: Outra peça importante do quebra-cabeça lacaniano é exatamente a distinção e a definição dos conceitos de imaginário, simbólico e real.

“O imaginário é o registro da alienação humana, o registro da loucura humana. É o registro em que confundimos o mundo com aquilo que percebemos do mundo. Nós confundimos a realidade com a realidade tal qual ela é para mim. É o registro, portanto, da percepção e da antecipação de sentido”, explica Dunker.

 O imaginário, segundo o professor, é assim uma espécie de bolha narcísica na qual estamos presos e encontramos nossa própria imagem, ao mesmo tempo em que não a reconhecemos nos outros. É o território de afetos como agressividade e ódio, mas também de paixão e fascinação com a relação que temos com nossos ideais.

Já o simbólico diz respeito à linguagem e, de maneira mais abrangente, aos nossos universos sociossimbólicos. É um conceito que passa pelo entendimento da sociedade e da cultura como um sistema de trocas, no qual sempre tornamos uma coisa equivalente e ao mesmo diferente de outra com a qual é trocada. Na linguística, que inspirou a formação do simbólico lacaniano, as unidades básicas da troca são os signos, compostos pelo significante – a imagem acústica da palavra – e o significado, que seria o conceito.

“Lacan vai dizer que o significado, às vezes, é um efeito imaginário do funcionamento do simbólico”, conta o professor. “O simbólico funciona de forma inconsciente, usamos a linguagem sem saber quais são as regras: estudamos na escola as regras de gramática, semântica, sintaxe, as regras pragmáticas, mas isso tudo já sabemos antes. Como sabemos disso sem saber que sabemos? É pelo nosso funcionamento simbólico.”

É exatamente a existência e extensão do simbólico que definiria, por contraste, o ser humano das outras espécies. A falta de inconsciente nos animais não estaria vinculada à ausência de razão, afeto ou consciência, mas à falta de uma cultura baseada na fala. “Nós somos capazes de fazer metáforas e alegorias, de dizer uma coisa e aludir a outra, de mentir, de enganar o outro, de fazer ironias. Tudo isso são propriedades da linguagem que Lacan vai associar ao campo do simbólico”, aponta Dunker.

Um dos efeitos do simbólico, dessa relação continuada de trocas, é a existência do sujeito. “Lacan vai redefinir o inconsciente como o discurso do outro, o grande outro”, pontua o professor. “O que é esse grande outro? É o simbólico, a linguagem, a alteridade em suas diferentes figuras. Na figura da morte, da cultura, da história, desse outro sexo que não é o meu, na figura do estrangeiro. Tudo isso vai compor uma redescrição do inconsciente estruturado como uma linguagem e do outro como o discurso do inconsciente.”

Com o avanço de suas pesquisas, Lacan gradualmente descobre e valoriza o fato de que o simbólico não se encaixa perfeitamente no imaginário. Há uma descontinuidade na passagem de um para o outro que ele chama de real: uma dimensão que nunca é perfeitamente completada, sobreposta ou mesmo alcançada pelo imaginário ou pelo simbólico.

“No fundo, o interessante da noção de real em Lacan é que ela é um desafio lógico”, conta Dunker. “O real representa o que é impensável, inominável e ainda assim existe. Representa a repetição e se mostra na repetição. Para Freud, é uma das figuras do traumático e da pulsão de morte, aquela insistência no masoquismo, no sofrimento, na insistência em voltar para os mesmos sintomas. O real como repetição, não como sentido. É como esse retorno repetitivo, ao mesmo tempo em que é cada vez diferente de si mesmo. O real como aquilo que não cessa de não se inscrever.”

Conforme o professor explica, para Lacan, o real é o que retiramos da realidade para que ela se pareça com uma unidade dotada de sentido. Quando acreditamos nesse sentido, é justamente porque vemos a realidade enquanto uma sutura simbólico-imaginária e deixamos de perceber que essa visão de mundo só foi possível porque suprimimos o real. “Por isso, o melhor sinônimo de real é o impossível”, define Dunker.

Evidentemente, a centralidade da linguagem na teoria lacaniana desova diretamente na prática terapêutica. O resultado é uma abordagem atenta à forma e à maneira como o paciente fala, voltada para ajudá-lo a escutar o que está dizendo, para além das intenções de sua própria vontade.

“Os analistas lacanianos são mais escassos em explicações, em devolutivas de entendimento, porque não acreditamos que a pessoa se transforme tanto meramente se reentendendo. Esse reentendimento é um pouco imaginário. O importante é quando nos flagramos em ato dividido”, explica Dunker. 

“Nós vamos examinar as incongruências, as contradições, as divisões, não para acusar a pessoa, mas para permitir que ela se reconheça como um sujeito. Inclusive, como um sujeito do próprio tratamento. É ele quem se analisa, não somos nós que o tomamos como objeto e o colocamos como objeto de uma análise. É ele quem sabe, não nós.”

Outra característica, quase folclórica, da sessão psicanalítica lacaniana é sua duração variável, com encontros que podem durar duas horas e outros encerrados em 15 minutos. “É um tempo que decorre do que você está falando”, comenta o professor. “Você pode ser interrompido no meio de uma frase, pode ser convidado a ficar em uma palavra e associá-la fora da sessão. Você pode ter variações do encontro regidas pela própria lógica do encontro. A sessão não tem um tempo predeterminado, é variável, porque vai depender da realidade daquele encontro, da fala que está acontecendo naquele encontro.”

Dunker também salienta que outro aspecto da terapia de orientação lacaniana é o que chama de “relação poética” entre terapeuta e paciente. “A escuta lacaniana muitas vezes pode se fazer de forma enigmática, oracular, a relação com o analista pode ser uma relação de curiosidade, uma relação poética, uma relação em que o silêncio pode ter uma importância grande”, explica o professor. (Fonte Jornal da USP)

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ARQUEÓLOGO E ARTESÃO LEONARDO FARIAS LEAL PARTICIPA DA MOSTRA VIRTUAL DE ARTES VISUAIS

Entre o mês de junho a novembro de 2021, será realizado o 9 Festival Cultural do Brasil em Viena, maior evento da cultura do Brasil na Áustria.  O Festival é organizado pela Sociedade Austro Brasileira de Educação e Cultura-Papagaio, fundada no ano de 2009 em Viena, pela brasileira Vanessa Noronha Tœlle. 

Detalhe: o arqueólogo e artesão Leonardo Farias Leal nascido em Floresta, Pernambuco, formado em São Raimundo Nonato, Piauí, Leonardo mora em Juazeiro, Bahia, conhecido no mundo das artes como "Mané Gostoso Neto", autor de centenas de cordeis, entre eles, A moça que virou carranca, O romance do Nego d'agua,  O cari encantado ou a Serpente dourada, e que tem um trabalho desenvolvido em Juazeiro Bahia será um dos participantes.

Atualmente Leonardo mora em João Pessoa, Paraíba.

O evento acontece desde 2013 com a parceria do Weltmuseum Wien, museu de etnologia da Áustria. Mais de 700 artistas brasileiros já passaram pelo Festival que tem como objetivo a divulgação e internacionalização da Cultura do Brasil. 

Diversos estados brasileiros já foram representados no Festival que em 2014 foi premiado pelo edital IBRAM/IPHAN e passou a ser considerado Ponto de Memória do Brasil na Áustria. Em 2020, devido a Pandemia, o Festival passou por adaptações e inseriu atividades virtuais na programação cumprindo assim o seu objetivo com responsabilidade e seguindo todas as regras exigidas pelas autoridades locais. 

Agora em 2021, a organização do evento pensando criteriosamente em nos mantermos saudáveis e em prol da cultura e da arte vem com a 9. edição de forma híbrida com o tema "Os Brasis", apresentado um Brasil plural através da arte, da gastronomia, da dança, da música, da literatura, do cinema, do artesanato, das manifestações culturais onde todo público poderá ter acesso de forma gratuita a toda programação. 

Para a organização do evento, é muito importante que a cultura do Brasil neste momento seja democratizada e que os artistas encontrem espaços para divulgar seus trabalhos, se expressar, debater e trocar conhecimentos. 

A Cultura é a base de uma sociedade e ela precisa ser livre. 

Mais informações: 

www.festivalculturaldobrasil.org


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ARLINDO DOS OITO BAIXOS É HOMENAGEADO EM LIVE NESTA TERÇA (13)

No dia 16 de abril, o sanfoneiro pernambucano Arlindo dos Oito Baixos completaria 79 anos, se vivo estivesse. Patrimônio Vivo de Pernambuco, in memorian, o músico continua sendo uma grande referência para os adeptos e apreciadores de uma tradição musical que teve expoentes como Januário e Luiz Gonzaga, citando os mais famosos. 

Para marcar a data, a Secult-PE/Fundarpe realiza, nesta terça (13), a transmissão virtual de uma conversa sobre o instrumento que virou símbolo do artista. O fole de Arlindo dos Oito Baixos - Legado e salvaguarda está marcada para as 19h, nos canais do Youtube da Secult-PE/Fundarpe e do Cais do Sertão.

Participam da transmissão Ivison dos Oito Baixos, um tocador caruaruense entusiasta da formação em Oito Baixos, o produtor cultural Anselmo Alves e o músico e pesquisador Leo Rugero. A mediação será feita por Leda Dias, que é pesquisadora da sanfona e atualmente gerente de políticas culturais da Secretaria de Cultura de Pernambuco.

"A passagem do aniversário de Arlindo traz a possibilidade de conversarmos sobre o instrumento que ele representava como expoente maior aqui no estado de Pernambuco. O fole de oito baixos tem uma importância fundamental para nossa música nordestina, como base para expressões musicais do Nordeste, vinculadas basicamente ao forró, e vemos que grandes nomes começaram com o fole de oito baixos, como Dominguinhos, Luiz Gonzaga e Sivuca", afirma a mediadora do encontro virtual desta terça.

Segundo Leda Dias, a relação do fole com o Nordeste brasileiro vai além da simples adoção do instrumento.

 "Aqui ele recebeu uma a afinação diferenciada. Ou seja, existe uma característica peculiar para o fole de oito baixos no Nordeste brasileiro. Então a gente deve conversar um pouco sobre isso, a importância como patrimônio e também a situação atual. Discutir o que a gente espera no mercado da música para o fole de oito baixos, quando a gente vê artistas jovens, como Ivison, que é um excelente tocador, desenvolve um trabalho sobre o instrumento e reinventa essa arte do fole dos oito baixos", concluiu.

SERVIÇO O Fole de Arlindo dos Oito Baixos - Legado e Salvaguarda

Onde: Canais do YouTube da Secult-PE/Fundarpe e do Cais do Sertão

Quando: Terça (13), às 19h


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POETA BAIANO OSANAH SETÚVAL EXPÔE RELATOS DE UMA VIDA ATRAVÉS DE SENTIMENTOS E EMOÇÕES NO LIVRO POETA POR INTEIRO

Eis que chega, da cidade baiana de Juazeiro, ribeirinha do São Francisco, o poeta que faz de seus conflitos, suas angústias e suas emoções o ponto de partida para o surgimento da obra 'Poeta Por Inteiro'. Pedagogo de formação, Osanah Rodrigues Setúval, escancara seus sentimentos mais profundos, expondo em seus poemas as variações emocionais de toda uma vida.  

Devido à pandemia do novo coronavírus, o livro ainda não teve lançamento presencial, mas está disponível no mercado através de sites de venda e pode ser adquirido acessando os endereços eletrônicos listados abaixo. 

Editado pela Nobres Letras, 'Poeta Por Inteiro' é uma obra autobiográfica com narrativa que transita pelas experiências do autor com a dor, o sofrimento e a depressão, extraídas de sua jornada a caminho do amor, de maneira inteira e completa. Em 136 páginas, está explícito o desejo do autor em dar ao leitor a certeza do quanto o amor e a paixão o tornaram completo.  

Tendo Mário Quintana e Fernando Pessoa como fontes de inspiração, o autor se define e classifica sua poesia. "Desde cedo, talvez inspirado pela boa infância que tive, já me vi poeta. O poeta não precisa escrever uma só linha para sentir-se. Ele sente ao olhar o caminhar das pessoas, o movimento da natureza, vivendo as primeiras paixões e, quando coloca no papel, é porque já viveu ou vive. Assim aconteceu comigo. A minha verve é forjada em experiências de vida. Muitos leitores se encontrão em 'Poeta Por Inteiro', pois nele mostro que enfrentei a dor e as dificuldades superando com o amor e a coragem de quem quis viver e ser inteiro em tudo".  

Acorde 

Dia afora, noite adentro, 

Não se permita a sofrer, 

Desate o nó da forca, 

O espelho quer te ver 

Repare nas cores, 

Ganhe o espaço, seja sideral, 

Grite longamente e um 

Ouvido amigo vai te ouvir. 

Depois disso, confesse em alegria 

E o amor em festa vem a ti. 

'Poeta Por Inteiro' revela os conflitos do autor em diferentes situações mostrando seu limite diante da fronteira da vida e a escolha pelo enfrentamento tendo a poesia como alimento espiritual na busca pela renovação, pela reconstrução do espírito e das emoções. Fortalecido pela ideia de pertencimento visível no uso constante do 'ser', 'Poeta Por Inteiro' é, para ele, o amadurecimento da sua existência: "Vale o esforço em segurar-se na proa, não temer as ondas, enfrentar as correntezas, tomar em vaga o controle da nau".  

Links das Livrarias: 

https://www.amazon.com.br/dp/6558402173/ref=cm_sw_r_wa_awdb_imm_WSHXR0DBZK1W52GJ1FMY 

https://www.pacolivros.com.br/poeta-por-inteiro 

https://www.travessa.com.br/poeta-por-inteiro-1-ed-2021/artigo/e212049a-30fb-4be3-ad23-c4cd6f9cf1ac 

(Texto: jornalista Cristina Laura)

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NEMA REALIZA PLANTIO DE MAIS DE 44 MIL MUDAS DE NAS REGIÕES DO RIO SÃO FRANCISCO E RAMAL AGRESTE

Com o objetivo de mitigar e compensar os danos ambientais causados pela implantação das estruturas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) e do Ramal do Agreste, o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) desenvolveu modelos de nucleação e técnicas de implantação para a recuperação de áreas degradadas e a preservação ambiental da Caatinga. 

Essas atividades fazem parte do Plano Básico Ambiental-09 (PBA-09), Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) executado juntamente ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Neste mês, foi finalizado o plantio de 44.664 mudas e a semeadura de aproximadamente 3,6 toneladas de sementes em uma área total de intervenção de mais 518 hectares.

As ações de recuperação foram realizadas com o envolvimento de 83 profissionais, por meio de técnicas como plantio de mudas de árvores nativas em ilhas, semeadura direta, indução e condução da regeneração natural. No total, foram plantadas e semeadas 24 espécies nativas, entre elas mata-pasto (Senna uniflora), juazeiro (Sarcomphalus joazeiro), maniçoba (Manihot carthagenensis), pinhão-bravo (Jatropha mollissima) e falsa-menta (Rhaphiodon echinus). 

Desde 2016, já foram plantadas 75.386 mudas e 5.943 kg de sementes foram lançadas em cerca de 860 hectares de áreas de influência do PISF. As ações do Ramal do Agreste iniciaram no final do ano passado e já totalizam 2.639 mudas plantadas e cerca de 223 kg de sementes semeadas em aproximadamente 28 hectares. Todas as mudas são identificadas através de tombamento de plaquetas e cadastradas em sistema para monitoramento. É possível ter o controle de onde veio cada lote, identificação botânica, região, idade, porcentagem de germinação, floração e frutificação.

A produção das mudas necessárias para a realização dos plantios acontece nos viveiros do NEMA, localizados em Sertânia (PE), Salgueiro (PE) e Brejo Santo (CE). “Realizamos diversos procedimentos da maneira mais orgânica possível para melhorar o crescimento e a taxa de sobrevivência das mudas até o momento em que elas serão plantadas nas áreas selecionadas”, explica o pesquisador responsável pelos viveiros, Jaison Eduvirgem.

Para incentivar viveiristas de municípios sob influência do empreendimento a também produzirem mudas nativas para recuperação de áreas degradadas, a Rede de Sementes do PISF, uma iniciativa do NEMA com apoio do MDR, realiza doações de sementes a viveiros cadastrados no site. Desde o início da execução dos plantios do PRAD, mais de 19 mil mudas de viveiristas parceiros foram destinadas às áreas de recuperação, por meio da doação de sementes realizada pela Rede a viveiros de estados como Pernambuco, Ceará e Paraíba.

“As doações de sementes, somadas às capacitações para produção de mudas que realizamos, garantem parte das mudas necessárias ao PBA-09 do PISF e Ramal do Agreste e proporcionam a possibilidade de um meio de subsistência alternativo a muitos viveiristas. Além de contribuírem, de maneira direta e indireta, para recuperar pequenas e grandes áreas de Caatinga degradadas em suas cidades”, explica a pesquisadora do NEMA responsável pela Rede de Sementes do PISF, Edjane Damasceno.

De acordo com o ecólogo do NEMA responsável pelo gerenciamento das atividades do PBA-09, Fábio Socolowski, estão sendo aperfeiçoados e criados novos modelos  com maior número de espécies e desenvolvidas novas técnicas de implantação. “Essa evolução dos modelos e técnicas de implantação desenvolvidos no NEMA, desde nossa primeira intervenção em 2016, propiciou uma maior sobrevivência das mudas plantadas e também uma maior cobertura do solo. Além disso, nossas atividades transcendem a melhora dos resultados em campo, pois também incentivamos e qualificamos uma cadeia de produtores de mudas”, ressalta.

 Texto: Karen Lima-Ascom Univasf

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CANTOR ALDY CARVALHO GRAVA CLIPE EM SÃO PAULO INTERPRETANDO ALMAS EM CHAMAS

A composição é um sucesso original da parceria/coautores: Rubenio Marcelo, Geraldo Ramon, Jorge Sales. A música “Almas em Chamas” foi gravada originariamente por Rubenio em 2002, e depois pelo cantor cearense Airton Lopes; em seguida foi gravada no Espírito Santo pelo cantor capixaba Cecitônio Coelho (em 2003) e incluída no CD “A arte maior de Rubenio Marcelo & Jorge Sales”, álbum contendo 15 faixas e produzido em Vitória e Vila Velha/ES. 

Após o lançamento em 2004, e divulgação deste extraordinário cedê, a música “Almas em Chamas” – a faixa 1 – foi bem tocada em rádios de Mato Grosso do Sul e do estado do ES, além de outros.

E, agora, um dos expoentes da música brasileira contemporânea: o cantor Aldy Carvalho – que é pernambucano e reside há vários anos em São Paulo – faz o resgate da bem-sucedida composição e apresenta um videoclipe musical interpretando “Almas em Chamas”. Com produção de Lenir do Vale Carvalho e direção musical de Tony Marshall, o clipe – gravado no Pro-Studio SP – tem os seguintes integrantes/músicos: Aldy Carvalho (voz); acordeon: Olívio S. Filho (Olivinho); violão: Tony Marshall; baixo: Tapioca; e percussão: JB. A concepção de arranjo é de Aldy; mixagem e téc. de som: Cássio Martin.

Natural de Petrolina/Pernambuco e residente na capital paulista, intérprete, cantador, poeta, compositor e violonista, Aldy Carvalho estudou canto, técnica vocal e leitura rítmica com a professora Regina de Bôer (SP) e violão erudito e popular com Luis Carlos dos Santos (Franca-SP): violonista, concertista e arranjador.  

Aldy apresenta-se constantemente em São Paulo e em vários locais do país, em casas de cultura, espaços alternativos, comunidades de bairro, faculdades, bibliotecas, colégios, centros culturais: como Centro Cultural SP; Sesc SP (várias unidades). Já integrou os projetos Funarte-SP, Projeto Fundarpe-PE, apresentando-se em teatros. Participou dos programas Som Brasil (TV Globo), Viola Minha Viola (TV Cultura), Sr. Brasil (TV Cultura) e outros. Em sua discografia temos: Redemoinho (Lp 1984 e CD 2000), Alforje (2011), Cantos d’Algibeira (2014), SerTão Andante (2018), além de música original para o filme/documentário Memórias da boca (SP, 2015); música original para o filme Danças e Cantigas do Sertão, do diretor Luciano Peixinho (Petrolina/PE, 2019). 

Fez participação especial no CD Espelho d’água, do cantador Décio Marques, e nos CD’s da série Festivais do Brasil, v.05 e 06 de 2009/10. Há músicas suas gravadas por outros artistas, como: Déo Lopes, Maciel Melo, Marisa Serrano, Humberto Barbosa, Roberto Araujo (compositor e maestro paraibano). Na fortuna crítica de Aldy Carvalho, temos, por exemplo, conforme Júlio Lerner (jornalista, apresentador de rádio e TV / SP): “Sua voz tem timbre original. Seus versos são inspirados, seu jeito natural… é hora de se falar direto ao coração, os bons poetas sabem disso”.

Os autores de Almas em Chamas – Rubenio Marcelo é poeta escritor, compositor, letrista e melodista, e intérprete. Autor de três CDs musicais e 13 livros (um dos mais recentes: “Vias do Infinito Ser” – poemas, Ed. Letra Livre – indicado pela UFMS como leitura obrigatória para o Vestibular 2021). Foi Conselheiro Estadual de Cultura de MS. Possui várias premiações culturais, reside em Campo Grande/MS.

Geraldo Ramon Pereira é romancista, contista, cronista, poeta (sonetista) e compositor. Membro efetivo da Academia Sul-mato-grossense de Letras, é autor de uma dezena de livros de literatura e dois CD’s musicais. Coordena, pela ASL, a página “Suplemento Cultural” do jornal Correio do Estado. Foi professor universitário e de cursinhos em Campo Grande/MS, onde reside.

Jorge Sales (1946 – 2008) foi engenheiro e matemático, poeta e letrista, residiu em Vila Velha (ES), onde participou ativamente do movimento cultural. Deixou os livros de poesias “Mil Corações” e “Repoemando”, e o CD “A Arte maior de Rubenio Marcelo & Jorge Sales”, queapresentou composições com letras suas e melodias de Rubenio.

O videoclipe de “Almas em Chamas” na voz de Aldy Carvalho pode ser acessado neste link:

 https://www.youtube.com/watch?v=l0SZWLPdHkY

(Texto: www.campograndenoticias.com)

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