ESCRITOR E JUIZ ONALDO QUEIROGA, A TRAVESSIA ENTRE A DOENÇA COVID-19 E A BENÇÃO DA CURA

Onaldo Queiroga é juiz na Paraíba. Escritor de vários livros sobre a cultura da vida e obra de Luiz Gonzaga e Pinto do Acordeon. Onaldo no início do mês de maio foi internado no Hospital e urgentemente transferido para São Paulo. Diagnosticado com Covid-19 foi entubado e durante 22 dias esteve na UTI. Essa travesia entre a doença e a cura Onaldo Queiroga vai contar brevemente em um livro.

Transcrevemos aqui uma das partes mais emocionantes da história e o renascimento de Onaldo Queiroga. Confira:

EU E ISABELA, MINHA NETA.

Falando, ainda, da minha travessia no COVID-19 lembro-me bem que estava na UTI, com uma traqueostomia, sem poder falar, vivendo dias difíceis, de muita luta, com muitas alucinações, mas também com imagens que me chegavam trazendo paz, esperança e fé para continuar batalhando pela vida.

Para quem não sabe, Isabela Cavalcanti de Queiroga é minha primeira neta, de quatro anos de idade.

Por mais de seis dias, no cair da tarde, naqueles dias difíceis da UTI, passei a vivenciar a imagem de minha esposa, Márcia Queiroga, chegando para me visitar acompanhada de Onaldo Filho, sua esposa Amanda e as filhas Isabela (4 anos) e Laura (9 meses,à epoca), além de Antônio Elias de Queiroga Neto (meu segundo filho) e sua noiva Thaiane Costa, como também Onélia Maria (minha filha) e seu noivo Gustavo Miranda.

Ali permaneciam até umas 20 horas, quando se despediam. Mas todos iam embora, menos Isabela. Ela ficava ali comigo, passava a noite brincando ao redor da minha cama, conversava comigo, sorríamos e ela me transmitia carinho, paz e esperança de vida.

Depois de algumas horas, ela dizia: Vovô, eu vou dormir! Deitava numa cama vizinha a minha e ali dormia a noite inteira, como se fosse um anjo a me guardar, a me guiar naquela dolorosa travessia. Logo quando o dia amanhecia, ela acordava e falava: Vovô eu já vou para minha casa. De noite eu volto.

Foram dias vivenciando essas imagens, a presença desse anjo, que espiritualmente, inexplicavelmente, vinha durante a noite para me fazer companhia, me fortalecer e com seus gestos de carinho me conduzir pelas tortuosas veredas daquele calvário.

Depois que deixei a UTI, fui para a SEMI-UTI, onde já de posse do meu celular passei a receber vídeos pelo whatssap que meus filhos e minha esposa me enviavam. O incrível é que em alguns desses vídeos o destaque era justamente as mensagens de Isabela, onde ela falava carinhosamente comigo, da sua saudade e pedindo para que eu fosse brincar com ela, além de falar que me amava. Não conseguia acreditar no que via nos vídeos. Era uma confirmação plena do que senti vivenciando as imagens com minha netinha enquanto estava na UTI.

Posteriormente, eu já de alta hospitalar, ainda em São Paulo, recebo a visita de meu filho Onaldo Filho e sua esposa Amanda. Eles me relataram que Isabela, por vários e vários dias, sonhara que estava dormindo comigo no hospital, em uma cama vizinha a minha e dizia que eu estava melhor. 

O incrível é que Isabela fez um desenho onde eu apareço deitado em uma cama e, em outra vizinha a minha, ela aparece deitada. Esse desenho me foi entregue por Amanda.

Esse período, de minhas visões com Isabela, coincide com as noites em que ela sonhou que estava comigo no hospital. São coisas inexplicáveis, mas o fato é que aconteceu e que me fortaleceu para o enfrentamento daquela situação dolorosa que vivenciei na UTI, período de muito sofrimento, mas que, sem dúvida, a presença de Isabela, em forma de anjo, me ajudou a vencer dias extremamente difíceis de luta pela vida. Isabela, essa vitória também é sua, te amo!!!


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JUAZEIRO E OS DESAFIOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA

"O homem toma conhecimento da sua própria personalidade quando procura unir-se o mais possível a natureza". A frase é de Teilhard de Chardin. 

Além de contar pessoas, automóveis e quilômetros de infraestrutura, as cidades hoje começam a contar árvores. As árvores urbanas, se inseridas no planejamento dos municípios, significam mais uma ferramenta de combate às mudanças climáticas. Além disso, a artificialidade e a falta de conexão com a natureza que muitas cidades apresentam estão relacionadas diretamente a diversos problemas de saúde da população.

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga desde 2012 é Doutor Honoris Causa da Ecologia. O título é justificado por ser um "autêntico representante da cultura nordestina, cujas canções envolvem ecologia humana e meio ambiente, enaltecendo a fauna da caatinga e referenciando a conservação da natureza".

Este mês de setembro, que possui um dia dedicado árvore merece ser concluído com desafios que Juazeiro precisa discutir para os próximos anos: Arborização.

Na orla elas, as árvores estão qual a oração de São Francisco, servindo a população, ofertando sombra e renovando o ar. De acordo com o último levantamento do IBGE, os municípios brasileiros apresentam carência de áreas verdes nas zonas urbanas. O pior desempenho é das cidades médias com população de 100 mil a 200 mil habitantes: cerca de 40% das residências não têm árvores no entorno. 

A professora Cândida Beatriz Lima, graduada em engenharia Agronômica, mestrado em Ciências Agrárias e doutora em Ciências Agrárias diz que são catingueiras, jatobá, ipê roxo e juazeiro. Algumas destas árvores são jovens. Todavia algumas já com histórias que ultrapassam os 30 anos.

O funcionário público Robério Vieira, 51 anos, recorda que quando criança brincava no cais e além da beleza do rio São Francisco existia árvores na cidade e que "torce que uma política de meio ambiente esteja presente nos próximos anos na cidade".

As árvores fazem parte da nossa história, desde o descobrimento até os dias atuais. Uma importante e antiga relação é com o próprio nome do país, originário da espécie Pau-brasil (Paubrasil echinata). Outras espécies representaram importantes ciclos econômicos, como por exemplo o ciclo do Cacau (Theobroma cacao) e o ciclo da borracha (Hevea brasiliensis).

A maior e mais significativa importância das árvores é a ambiental, pois são organismos essenciais para o equilíbrio do planeta, desempenham funções vitais como o controle da temperatura, aumento da umidade do ar, maior controle das chuvas, qualidade da água dos mananciais, controle de erosão, manutenção da biodiversidade, além de produzirem frutos, sementes, madeira, resinas e outros produtos.

A presença das árvores no meio urbano é muito recente, eram vistas apenas como elementos integrantes das florestas. A arborização urbana e sua evolução teve seu início e desenvolvimento por volta do século XV na Europa, sendo que sua prática se tornou comum a partir do século XVII, através da iniciativa pioneira das cidades de Londres e Paris, com seus Squares e boulevars.

A engenheira Cândida Lima aponta que são inúmeros os benefícios da arborização urbana, os principais são: melhoria da qualidade do ar; redução dos níveis de ruído; redução das ilhas de calor; proteção/alimentação da avefauna; redução do escoamento superficial.

"As árvores são também fontes de alimentos e moradia para insetos e pássaros que contribuem com o equilíbrio ambiental', diz Cândida.  Esses benefícios estendem-se desde o conforto térmico e bem-estar psicológico dos seres humanos até a prestação de serviços ambientais indispensáveis à regulação do ecossistema.

O sucesso de um plano de arborização ocorre quando há o envolvimento do setor público, privado e a população local. E com a criação de normas que estimule a arborização de forma eficiente; a criação de programas de educação ambiental que promova o convívio harmônico da população com as árvores; e aplicação o princípio da educação ambiental, onde qualquer agressão ou intervenção deve ser avaliada, dimensionada e necessariamente compensada por medidas reparadoras na proporção direta do dano causado, ou a causar.

"A árvore não prova a doçura dos próprios frutos; o rio não bebe suas próprias ondas; as nuvens não despejam água sobre si mesmas. A força dos bons deve ser usada para benefício de todos". Provérbio hindu.
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CANTOR E COMPOSITOR TARGINO GONDIM É UM DOS INDICADOS AO PRÊMIO DA MÚSICA LATINA (Grammy Latino 2020)

Uma das maiores premiações da música latina anunciou, nesta terça-feira (29), os indicados ao Grammy Latino 2020, prêmio que avalia as gravações realizadas entre junho de 2019 e maio de 2020. O evento será em 19 de novembro em formato remoto.

Dentre os brasileiros que integram a lista de indicações, consta o cantor e compositor Targino Gondim. Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL , Targino Gondim disse que concorrer ao Oscar da Música mais uma vez é algo que mostra o quanto todos os parceiros envolvidos valorizam a harmonia, o ritmo e a melodia presente em um dos melhores Álbuns de Música de Raízes em Língua Portuguesa.

“Divido essa indicação com meus parceiros que cantam comigo no álbum: Ivete Sangalo, Bell Marques, Carlinhos Brown, Zeca Baleiro, Saulo, Fágner, todos da nossa ONErpm e com todos|as fãs do meu trabalho e da minha história”, comemorou Targino.

Na lista de indicados ainda estão Anitta, As Bahias e a Cozinha Mineira - agora intitulada de As Baías, Marcelo Jeneci, Céu, Emicida, Pabllo Vittar, Letrux, Maria Bethânia, Zeca Pagodinho, Ney Matogrosso, Elza Soares, Melim, Rapadura, Suricato e Anavitória, os porto riquenhos Ozuna e Bad Bunny e o colombiano J Balvin, o qual acumula 13 indicações, dentre elas a de Melhor álbum do ano, Melhor interpretação urbana, Melhor performance reggaeton por Morado e Loco contigo.

Confira os principais indicados ao Grammy Latino 2020:

*Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa

Veia nordestina – Mariana Aydar

Aqui está-se sossegado – Camané & Mário LaginhaAcaso casa ao vivo – Mariene De Castro e Almério

Targino sem limites – Targino Gondim

Obatalá: uma homenagem a Mãe Carmen – Grupo Ofa

Autêntica – Margareth Menezes


Melhor Canção Urban

Adicto – Tainy, Anuel AA e Ozuna

Muchacha – Gente De Zona e Becky G

Rave de Favela – MC Lan, Anitta, BEAM e Major Lazer

Rojo – J Balvin

Yo x Ti, Tu x Mi – Rosalía & Ozuna

Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa

N – Anavitória

Enquanto estamos distantes – As Bahias e a Cozinha Mineira

APKÁ! – Céu

Guaia – Marcelo Jeneci

Eu feat você - Melim


Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa

AmarElo – Emicida

Little eletric chicken heart – Ana Frango Elétrico

Letrux aos prantos – Letrux

Universo do canto falado – Rapadura

Na mão das flores – Suricato

Melhor Álbum de Samba/Pagode

Mangueira, a menina dos meus olhos – Maria Bethânia

Martinho 8.0 – Bandeira da fé: um concerto – Martinho da Vila

Samba jazz de raiz, Cláudio Jorge 70 – Cláudio Jorge

Fazenda samba – Moacyr Luz e Samba do Trabalhador

Mais feliz – Zeca Pagodinho

Melhor Álbum de Música Popular Brasileira

O amor no caos volume 2 – Zeca Baleiro

Belo Horizonte – Toninho Horta & Orquestra Fantasma

Bloco na rua (deluxe) – Ney Matogrosso

Planeta Fome – Elza Soares

Caetano Veloso & Ivan Sacerdote – Caetano Veloso & Ivan Sacerdote


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TSE LANÇA CAMPANHA CONTRA A DESINFORMAÇÃO PARA CONSCIENTIZAR ELEITORES

A  nova campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a desinformação, “#EuVotoSemFake”, espera falar diretamente com o eleitor. A iniciativa, que será lançada nesta terça-feira (29), busca conscientizar os eleitores sobre o papel que eles têm na divulgação de informações verdadeiras durante as Eleições Municipais 2020 e sobre como podem se juntar à Justiça Eleitoral no combate à desinformação.

Segundo Thiago Rondon, coordenador digital de Combate à Desinformação do TSE, o principal objetivo da campanha é passar informações precisas sobre o processo eleitoral, como os cuidados sanitários para a realização do voto no dia das eleições, o funcionamento do fluxo de votação e as orientações para os eleitores em relação à apresentação de documentos, entre outras. “Tendo acesso à informação verdadeira, a população fica mais tranquila para votar e mais preparada para combater as chamadas fake news”, destaca.

As principais recomendações da campanha aos eleitores são: sigam os canais oficiais do TSE e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de seu estado; e baixem os aplicativos do TSE, como o e-Título – a versão digital do título de eleitor –, o Mesário – usado para treinar e auxiliar os mesários antes e durante as eleições – e o Pardal – criado para receber denúncias da sociedade sobre irregularidades em campanhas eleitorais.

Outro importante aliado na campanha será o assistente virtual via WhatsApp que o Tribunal lançará em breve para esclarecer diversas questões sobre o processo eleitoral. “A desinformação vem sendo acelerada pelo uso da tecnologia digital, e seu combate é uma prioridade do TSE. Com mais instrumentos, chegaremos a um maior número de pessoas. Nossa intenção é que os eleitores possam exercer sua liberdade de voto sem desinformação”, ressalta Thiago.

TSE: Thiago Rondon conta que, por meio dos aplicativos e dos canais sociais do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais, também serão transmitidas informações da Justiça Eleitoral. “Cada eleitor pode colaborar, compartilhando em seus grupos de família e de amigos, informações do Tribunal sobre as Eleições 2020. O eleitor deve também ficar atento para não passar para frente notícias falsas. Para isso, é preciso prestar bastante atenção às informações que chegam até ele. Ao receber uma notícia muito urgente ou sensacionalista, é melhor pensar duas vezes antes de replicar. Checar antes de passar para frente é o melhor caminho”, recomenda Thiago.

O combate à desinformação é um dos compromissos da gestão do presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, que enfatiza a missão da Justiça Eleitoral em assegurar a democracia brasileira e a preocupação da Corte com campanhas de desinformação, de difamação e de ódio na internet.

Para o ministro, “as mídias sociais, as plataformas de internet, os veículos de imprensa e a própria sociedade são os principais atores no enfrentamento da desinformação”, uma vez que, segundo sua avaliação, a Justiça Eleitoral tem papel importante, porém residual, no enfrentamento das fake news, pois o Judiciário não tem nenhuma intenção de se tornar censor da liberdade de expressão das pessoas.

Voltado ao processo eleitoral deste ano, o TSE mantém, desde agosto de 2019, o Programa de Enfrentamento à Desinformação com Foco nas Eleições 2020. A iniciativa conta com a parceria de 52 instituições – entre partidos políticos, entidades públicas e privadas, associações de imprensa, plataformas de mídias sociais, serviços de mensagens e agências de checagem –, que se comprometeram a trabalhar com a Justiça Eleitoral para minimizar os efeitos negativos provocados pela desinformação no processo eleitoral brasileiro.

A Corte Eleitoral também mantém uma página específica na internet com diversos conteúdos sobre o tema. No site Desinformação, é possível encontrar esclarecimentos sobre informações falsas divulgadas durante as eleições envolvendo a Justiça Eleitoral, a urna eletrônica e o voto. O cidadão também tem acesso a uma série de vídeos explicativos produzidos pelo Núcleo de Rádio e TV da Assessoria de Comunicação do Tribunal.

De acordo com Thiago, o TSE está observando e monitorando atentamente todos os aprendizados, a cada campanha e a cada eleição, para que a Justiça Eleitoral seja fortalecida e o combate à desinformação seja feito de forma cada vez mais estruturada.

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AGLOMERAÇÃO, NÃO USO DE MÁSCARA E PRINCÍPIO DE INCÊNDIO MARCA EVENTO POLÍTICO EM JUAZEIRO

A campanha eleitoral começou oficialmente no último domingo (27) em todo o país e já no dois primeiros dias foram registradas aglomerações em passeatas realizadas em Juazeiro. A reportagem do BLOG NEY VITAL constatou no domingo diversas pessoas no bairro Piranga em encontro político sem máscaras e aglomerados.

Na noite de segunda (28) mais um evento com diversas pessoas sem máscara e aglomerados. Ontem, no Bairro São Geraldo, proximidades do Cetep, um evento político iniciou incêndio em área da Uneb. Segundo testemunhas ao soltar fogos um principio de incêndio aconteceu no Campus III da Uneb. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado.

O tenente coronel Tarcisio Ribeiro, comandante do Nono GBM destacou que a equipe foi acionada e "controlou o fogo impedindo que as chamas atingissem as residências universitárias.

Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL a coordenação de campanha Suzana Ramos e Leornado Bandeira, através de nota informa sobre "o pequeno  incêndio ocorrido nas segunda-feira (28), durante a agenda dos candidatos no Bairro São Geraldo em Juazeiro. Durante uma queima de fogos de artificio, faíscas atingiram uma mata seca do Campus da Uneb, provocando o fogo numa pequena área. O candidato a vice prefeito, Leornado Bandeira, acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros que controlou a situação, sem maiores danos. Ninguém se feriu

NOTA UNEB: O Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) e o Departamento de Ciências Humanas (DCH), Campus de Juazeiro, da Universidade do Estado da Bahia, vem por meio desta nota externar uma preocupação e alertar a sociedade para a perigosa falta de manejo com fogos de artifício durante atos públicos. Ontem, por volta das 22 horas, fomos alertados pelos seguranças da Universidade sobre um incêndio na instituição causado por fogos de artifícios durante um ato político. 

Além de toda estrutura física, com prédios históricos e que contam a história do ensino superior no Vale, nosso campus abriga também uma remanescente mata ciliar, notável por ser um dos poucos espaços de densidade verde localizado na área urbana das duas grandes cidades banhadas pelo rio São Francisco, além das residências estudantis, dos experimentos agrícolas e laboratórios. 

Felizmente o incêndio foi controlado e não houve vítimas. A nós e a sociedade em geral é imprescindível a defesa do patrimônio público, de sua memória e de seu futuro, porque é isso que a UNEB representa hoje em Juazeiro e região. 

Reginaldo da Silva Gomes - Diretor em exercício do DTCS 

Edonilce da Rocha Barros - Diretora do DCH .

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SOB PROTESTOS, MINISTRO DO MEIO AMBIENTE ACABA COM PROTEÇÃO A RESTINGAS E MANGUEZAIS

 Presidido pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) aprovou, nesta segunda-feira (28), a revogação de suas resoluções 302 e 303, que estabeleciam critérios para a preservação de áreas litorâneas de manguezais e restingas, assim como áreas em torno de reservatórios de água, como mananciais urbanos.

O conselho também revogou a resolução 284, que submetia projetos de irrigação ao processo de licenciamento ambiental, e aprovou ainda uma nova resolução que permite a queima de resíduos de poluentes orgânicos persistentes -como pesticidas, inseticidas e fungicidas usados na agricultura -em fornos de produção de cimento.

As revogações contaram com aprovação ampla do colegiado, formado majoritariamente por representantes do governo federal e das associações do setor privado -as confederações nacionais da indústria (CNI) e da agricultura (CNA), que também foram proponentes das revogações.

Registraram voto contrário a todas as revogações o estado do Piauí e as duas ONGs presentes na reunião -o Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes e a Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico.

O estado do Rio Grande do Sul também registrou voto contrário a duas das três revogações. O secretário de meio ambiente do estado, Artur Lemos Júnior, argumentou que a norma sobre licenciamento para irrigação deveria ser alterada, e não revogada.

O secretário também defendeu que a resolução 303, que trata da proteção de áreas de manguezal e restinga, fosse alterada para se adaptar ao que foi estabelecido pelo Código Florestal, mantendo critérios específicos que não haviam sido atendidos pela legislação.

"Estamos partindo de uma guerra fiscal para uma guerra ambiental, pois em alguns estados vai ser mais restritivo e, em outros, não", pontuou Lemos, em defesa da manutenção da resolução. "Não seria mais adequado facultar aos órgãos estaduais estabelecer seus critérios técnicos, em vez de um critério genérico, que pode ser pertinente para algumas localidade e impertinente para outras?", Salles perguntou ao secretário, que devolveu um exemplo

"Nosso receio é: em estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte principalmente, tem empreendimento eólicos quase que em cima de dunas. Aqui no Rio Grande do Sul, por sermos mais protetivos e sob a legislação vigente, entendemos que não [poderia haver a instalação]. E aí passamos a perder esses investimentos aqui no Rio Grande do Sul", respondeu.

Carlos Teodoro Irigaray, representante da Associação Novo Encanto, marcou a oposição durante a reunião em argumentações contrárias a cada revogação. Ele também criticou a ausência de consideração de aspectos técnicos nos pareceres jurídicos. "Forno de cimento é desenhado para produzir cimento, não pra queimar resíduos perigosos", pontuou.

Sem direito a voto, o Ministério Público Federal também participou da reunião. "O MPF vai ajuizar ação pra anulação das decisões aqui tomadas, que ferem a lei e os princípios constitucionais", disse a conselheira e procuradora regional da 3a região, Fátima Borghi.

Diante de críticas e pedidos de vistas durante a reunião, Salles chegou a propor o adiamento da votação, que foi recusado pela maioria.

Já na manhã desta segunda, promotores do Ministério Público reunidos pela Abrampa (Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente) enviaram ofício ao ministro Ricardo Salles contra a revogação das resoluções, apontando "vícios de ilegalidade, que desdobrariam em galopante processo de judicialização, em detrimento da segurança jurídica e em prejuízo de toda a sociedade".

"Qualquer decisão sobre a revogação de resolução do Conama deve ser precedida de participação de todos os setores envolvidos", diz o ofício, que também aponta a necessidade de estudos sobre impactos regulatórios.

A Ascema, Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente, defendeu em nota o julgamento imediato de ação contra a alteração na composição do Conama, que foi impetrada pela Procuradoria Geral da República no Supremo Tribunal Federal ainda no início do ano passado.

Os servidores também defendem, alternativamente, que o Congresso aprove o projeto de decreto legislativo do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que susta os efeitos do decreto presidencial que instituiu as mudanças no órgão colegiado. No início do governo Bolsonaro, o Conama perdeu representação das organizações da sociedade civil e dos governos estaduais e municipais.

A Liga das Mulheres pelos Oceanos, rede formada por especialistas, publicou nota técnica contrária à revogação da resolução 303, que retira a proteção de manguezais e restingas, destacando que esses ecossistemas são "proteção natural à nossa linha de costa, servindo como anteparos para o avanço das marés e contra a erosão costeira".

A nota também afirma que as perdas de manguezais devem afetar a fauna do bioma e retirar a proteção das pradarias marinhas e dos recifes de coral, impactando as comunidades costeiras e até mesmo as atividades pesqueiras comerciais.

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DOCUMENTÁRIO NINGUÉM OBSERVA? SUFOCADOS PELA POEIRA E AMEAÇADOS PELOS GRILEIROS ESTREIA NESTA QUINTA (01)

Na próxima quinta-feira, dia 1º de outubro, às 19h, será lançado o documentário “Ninguém observa? Sufocados pela poeira e ameaçados pelos grileiros”. O filme, de Thomas Bauer, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Bahia, aborda os problemas socioambientais provocados pela mineradora de fosfato Galvani, assim como as tentativas de grilagem de terra no território tradicional de fundo de pasto de Angico dos Dias, em Campo Alegre de Lourdes (BA).

Em 24 minutos, o documentário apresenta relatos de moradores/as do Angico dos Dias e das comunidades vizinhas Açu, Baixãozinho, Baixão Novo e Baixão Grande, também impactadas pela mineradora Galvani. São mais de 800 famílias convivendo com uma série de impactos socioambientais, a exemplo do desmatamento, poluição do ar, doenças respiratórias, contaminação de fontes de água e do solo, e perda de animais. A produção conta com a narração da atriz Jéssica Barbosa e trilha sonora original de Eduardo Guerra.

O lançamento do documentário acontecerá em um evento online, transmitido pelo Youtube da CPT Bahia e páginas do Facebook da CPT Bahia, CPT Nacional e parceiros. Após a exibição do documentário, haverá uma roda de conversa sobre os impactos da mineração com Edinei Soares e Ediva Bastos, da comunidade Angico dos Dias; Lucas Zenha, pesquisador do GeografAR/UFBA; e Pe. Bernardo Hanke, da Paróquia de Campo Alegre de Lourdes. O cordelista Antônio Silva também participará do lançamento.

Para Edinei Soares, presidente da associação comunitária de Angico dos Dias e Açu, a produção do documentário foi uma conquista importante para a comunidade. “Vai contribuir muito pra gente poder mostrar como é a situação de uma comunidade que enfrenta os problemas da mineração e da grilagem. A gente vem lutando pra permanecer no território. O documentário é um instrumento bem importante, que vai ficar para as futuras gerações”, afirma. 

O documentário “Ninguém observa? Sufocados pela poeira e ameaçados pelo grileiro” é uma realização da CPT Bahia, Associação Comunitária de Fundo de Pasto de Angico dos Dias e Açu, e Associação Comunitária de Fundo de Pasto de Baixão Grande, Baixãozinho e Baixão Novo, com o apoio de Misereor. O teaser do documentário está disponível no YouTube. (Texto: Comunicação CPT Juazeiro/BA)

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